EUA, Nevada, Las Vegas > What a wonderful world!
[ Texto e fotos recevidos quinta, 1/07/2021 à(s) 20:33 ]
1. Continuação da série "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo" (*), da autoria de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74.
Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 280 referências no blogue.
Las Vegas, a cidade do jogo, da transitória felicidade, onde quase tudo vale.
Chego em 2005, ao volante do alugado Buick, le Sabre, depois de cavalgar meio farwest, desde o estado do Colorado, por estradas, auto-estradas e sinuosos caminhos, por canyons e desertos de pedra, por cidadezinhas perdidas entre o nada e areias douradas.
Alojo-me no Stardust, Las Vegas Boulevard, poiso de gente boa, Frank Sinatra e outros simpáticos mafiosos. O conforto do hotel, a piscina, o casino, ganhar, o inevitável perder, a defenestração do sentir por janelas semi-abertas para os encantamentos do dia. Adiante. O rasgar das avenidas, as águas coloridas dançam no Bellagio, ao sabor da música. A Strip, um enxame de hotéis e casas de jogo, Céline Dion, no Ceasers Palace -- "pour épater le bourgeois", ou seja, o endinheirado turista de passagem, -- canta, de permeio com outras canções, a odisseia de naufrágios titânicos em águas geladas do Atlântico Norte, lá, do outro lado da América.
Pelos boulevards, entre pastiches de Nova Iorque – uma estátua da Liberdade incluída –, recordações fingidas de Luxor, no Egipto, uma falsa torre Eiffel, imitações de Veneza, e tantas coisas mais. Há prostitutas bonitas e feias, gigolôs de passagem, sobretudo simples cidadãos americanos no despautério infernal da jogatana, desbaratando milhões de dólares. Celebram-se convenientes casamentos de ocasião, em capelas plasmadas em corações vazios.
Dez mil fantasias, um carrilhão de lágrimas, um breve carrão de alegrias para entreter o célere perambular das gentes no mundo. Até os deuses se distraem com os pecados dos homens.
What a wonderful world!
(*) Último poste da série > 2 de julho de 2021 > Guiné 61/74 - P22337: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XI: Japão, Hakone, março de 2014
Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 280 referências no blogue.
Las Vegas, Nevada, Estados Unidos da América, 2005
Chego em 2005, ao volante do alugado Buick, le Sabre, depois de cavalgar meio farwest, desde o estado do Colorado, por estradas, auto-estradas e sinuosos caminhos, por canyons e desertos de pedra, por cidadezinhas perdidas entre o nada e areias douradas.
Alojo-me no Stardust, Las Vegas Boulevard, poiso de gente boa, Frank Sinatra e outros simpáticos mafiosos. O conforto do hotel, a piscina, o casino, ganhar, o inevitável perder, a defenestração do sentir por janelas semi-abertas para os encantamentos do dia. Adiante. O rasgar das avenidas, as águas coloridas dançam no Bellagio, ao sabor da música. A Strip, um enxame de hotéis e casas de jogo, Céline Dion, no Ceasers Palace -- "pour épater le bourgeois", ou seja, o endinheirado turista de passagem, -- canta, de permeio com outras canções, a odisseia de naufrágios titânicos em águas geladas do Atlântico Norte, lá, do outro lado da América.
Pelos boulevards, entre pastiches de Nova Iorque – uma estátua da Liberdade incluída –, recordações fingidas de Luxor, no Egipto, uma falsa torre Eiffel, imitações de Veneza, e tantas coisas mais. Há prostitutas bonitas e feias, gigolôs de passagem, sobretudo simples cidadãos americanos no despautério infernal da jogatana, desbaratando milhões de dólares. Celebram-se convenientes casamentos de ocasião, em capelas plasmadas em corações vazios.
Dez mil fantasias, um carrilhão de lágrimas, um breve carrão de alegrias para entreter o célere perambular das gentes no mundo. Até os deuses se distraem com os pecados dos homens.
What a wonderful world!
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Nota do editor:
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