Espinho > Silvade > Fevereiro de 1969 > Jantar de despedida antes da partida, a 18, para o TO da Guiné... Um grupo de sargentos e furriéis milicianos da CART 2479, futura CART 11
Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz 2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem de Valdemar Queiroz [ex-fur mil, CART 2479 /CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70); e não se esqueçam de lhe mandar um alfabravo, por msn, neste Natal: telem 965 290 110; ele precisa e vai gostar; até ao dia 22, porque depois já tinha a companhia do Menino Jesus e do Pai Natal, que vêm da Holanda, ou Países Baixos, como se diz agora ]
Data - 14 dez 2021 15:23
Assunto - Foto à procura de uma legenda
Luís,Esta fotografia foi tirada em Espinho num jantar de despedida (???) na semana anterior (05-02-1969) ao embarque, não para a colónia de férias, para a guerra na colónia da Guiné, também chamada de jure Guiné Portuguesa e por cá Província da Guiné. Chamem o que quiserem: fomos para a guerra na Guiné
.
Vemos na foto, excepção feita ao 1º. Sargento, uma rapaziada de Furriéis milicianos de 20/21 anos de idade.
Para completar a classe de Sargentos da CART 2479 (futura CART 11) falta o 2º. Sarg. Almeida (o velho Lacrau), o Fur mil Vera Cruz e o Fur mil Aurélio Duarte que já tinha partido à frente para tratar dos "hotéis e aluguer de carros de passeio".
Na legenda da fotografia vão todos identificados, e destes, infelizmente, já faleceram o 1º. Sarg Ferreira Jr, o meu amigo Renato Monteiro (*) e o outro meu amigo Aurélio Duarte (**) que não está na fotografia.(***)
Temos na fotografia à ess sentados Canatário (armas pesadas) e Cunha, em pé Silva (transm.), Abílio Duarte e Pinto, atrás Macias e Pechincha (op. especiais), ao alto Sousa, ao centro 1º. Sarg. Ferreira Jor., Renato Monteiro, Ferreira (vagomestre), Edmond (enfermeiro), Pais (mecânico) e sentado Valdemar Queiroz (armado em finório) (****).
Abraço e saúde
Valdemar Queiroz
(**) Vd. poste de 20 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17684: In Memoriam (302): Morreu o Aurélio Duarte, mais um dos nossos, da nossa seita, da nossa guerra... Nunca mais ouvirei o teu grito de guerra coimbrão, Eferreá!... Eferreá!... Mas para ti vai tudo, amigo e camarada!... Ficas à sombra do nosso poilão, no lugar nº 750!... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 /CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)
(***) Vd. poste de 1 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P19935: (De)Caras (131): Um ninho de "lacraus", em Espinho, Silvalde, fevereiro de 1969, na véspera de partida para o CTIG (Valdemar Queiroz / Abílio Duarte, CART 2479 / CART 11, 1969/70)Vemos na foto, excepção feita ao 1º. Sargento, uma rapaziada de Furriéis milicianos de 20/21 anos de idade.
Para completar a classe de Sargentos da CART 2479 (futura CART 11) falta o 2º. Sarg. Almeida (o velho Lacrau), o Fur mil Vera Cruz e o Fur mil Aurélio Duarte que já tinha partido à frente para tratar dos "hotéis e aluguer de carros de passeio".
Na legenda da fotografia vão todos identificados, e destes, infelizmente, já faleceram o 1º. Sarg Ferreira Jr, o meu amigo Renato Monteiro (*) e o outro meu amigo Aurélio Duarte (**) que não está na fotografia.(***)
Temos na fotografia à ess sentados Canatário (armas pesadas) e Cunha, em pé Silva (transm.), Abílio Duarte e Pinto, atrás Macias e Pechincha (op. especiais), ao alto Sousa, ao centro 1º. Sarg. Ferreira Jor., Renato Monteiro, Ferreira (vagomestre), Edmond (enfermeiro), Pais (mecânico) e sentado Valdemar Queiroz (armado em finório) (****).
Abraço e saúde
Valdemar Queiroz
___________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 11 de julho de 2021 > Guiné 61/74 - P22363: O nosso blogue por descritores (4): "Renato Monteiro" (com cerca de 6 dezenas de referências)... Morreu o amigo e camarada, mas fica para a eternidade a saudade do "homem da piroga"
(**) Vd. poste de 20 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17684: In Memoriam (302): Morreu o Aurélio Duarte, mais um dos nossos, da nossa seita, da nossa guerra... Nunca mais ouvirei o teu grito de guerra coimbrão, Eferreá!... Eferreá!... Mas para ti vai tudo, amigo e camarada!... Ficas à sombra do nosso poilão, no lugar nº 750!... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 /CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)
(****) Último poste da série > 15 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22808: Fotos à procura de... uma legenda (157): Os quatro membros da comitiva guineense (a saber Sene Sané, Sampulo Embaló, Duarte Embaló e Alagé Baldé, amigos do meu pai, Manuel Joaquim dos Prazeres,) às Comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique, agosto de 1960 (Lucinda Aranha, escritora) - II ( e última) Parte
8 comentários:
Luís Graça (by email)
11:42 (há 1 minuto)
Para: Margarida Monteiro
c/c Valdemar Queiroz, Abílio Duarte, José Nascimento, Manuel Macias, Luis Farinha, João Crisóstomo
Margarida: é tempo de estarmos todos juntos, os vivos e os mortos...Vais ter, por certo, o teu R, em lugar de destaque, sentado à mesa da Consoada... E esta foto (que se calhar conheces), vai-te trazer memórias boas... Não sei se ele gostava do Natal, por certo que sim, sendo um homem do Norte.
Também faço hoje o meu Natal com os filhos e, depois da consulta de ortopedia, dia 22, abalo para o Norte (Madalena / V.N.Gaia e Candoz / Marco de Canaveses), voltando só para o ano. Há 45 anos que passo lá a Consoada e canto as janeiras... Não é preciso lembrar a tremenda carga emocional que tem este Natal para ti e os teus, e os amigos e camaradas do R, para mais é o segundo Natal da pandemia do século.
Fico feliz por saber que o nosso Valdemar, a partir de 22, vai ter a companhia da sua família holandesa... O resto do ano ele é um herói, um exemplo de resistência e resiliência, lutando, sozinho em casa, contra a solidão e a maldita DPOC...
Todos temos a nossa cruz e o nosso calvário. Um beijo fraterno do Luís.
PS - Não tenho o mail do Cândido Cunha
...com tanta coisa que havia pra fazer neste País....
Jantar de despedida... para ir para a guerra na Guiné! Quase "surrealismo consciente".
Repare-se no Cunha e no Edmond mais pareciam putos com pouco mais de 17 anos.
Obrigado Luís, cá estou bem colocado e com todas as cautelas para o "Ó" não passar de arame farpado. A "coluna" com os meus netos já deve estar nos preparativos para se por a caminho de Colares dorp.
Tu também deves estar (?) em preparativos para a intervenção ao ministro, que tudo corra bem é o que eu desejo
Abraço e saúde
Valdemar Queiroz
Valdemar,
Tal como se diz na nossa terra: Éramos uns “ganapos”.
Tínhamos deixado os cueiros à muito pouco tempo.
Mas já nos sentíamos uns senhores. Alguns a dar ao finório: vestindo casacos por medida, gravata às riscas da moda … e com lencinho na lapela. Contudo, o único consciente do que se estava a passar, com um ar muito pensativo.
De Minhoto para Minhoto: um grande abraço e um Feliz Natal junto dos teus. Que tudo corra pelo melhor não obstante as más notícias que chegam dos Países Baixos sobre o Ómicron
Joaquim Costa
Costa, catraios propriamente não seríamos.
Eramos uma rapaziada generosa, e julgo que todos nós já trabalhava.
Havia um finório a pensar que já trabalhava à 10 anos!! e ia ficar três anos improdutivos a marcar passo.
Parece que aí por esses lados não acertam com o raio do novo nome do vírus, desde o ómicrão ao ómiquê car...o é o que se queira.
Agora estou à espera que chegue a minha família neerlandesa e ver se consigo aguentar sem problemas.
Obrigado, um abraço e saúde
Feliz Natal para todos os teus
Valdemar Queiroz
Esta é a verdade (histórica): muitos camaradas nossos, da geração da guerra, nasvidos nos anos 40, já trabalhavam, a partir dos 12 anos, e se calhar até antes, logo que fizeram a 4ª classe, os que a completaram...(Um em cada quatro portugueses, em 1970, ainda eram analfabetos; os aerogramas que mandávamos não podiam ser lidos por todos os pais e mães, havia muito mais mães analfabetas do que pais, tinham que ser os manos mais novos, os vizinhos ou o carteiro a ler os aerogramas...).
Por aqui, aos 10 anos, mal saídos da 4.ª classe, os rapazes iam para o que se chamava a "tábua da cal", o mesmo que ir para rapaz de trolha, levar uns cachaços para aprender mais depressa. As mãos e os pés ficavam cheios de gretas (pintassilgos) provocadas pela massa de cimento. Alguns desses rapazes eram bem mais pequenos que o cestos de areia, cascalho e afins, que transportavam à cabeça. A maior parte deu grandes homens. Conheci alguns desses miúdos porque o senhorio dos meus pais era mestre de trolha.
Na classe dos pescadores, por aqui abundante, era o mesmo. Se não iam ao mar, ajudavam as mães na faina em terra. No defeso, quando era proibido pescar, imperava a fome. Valia a sopa de Legião Portuguesa distribuída na escola, ao almoço, pelos mais necessitados.
Na lavoura, ainda mais novos, iam servir para os lavradores mais ricos pelos 5, 6 anos de idade. Andou comigo na primeira classe (e seguintes), o Quim Broa, teria 7 anos como eu, servente de um lavrador, com quem eu trocava o "trigo" com marmelada, que levava para o lanche da manhã, pela broa que ele levava. Depois da tropa terá ficado em Moçambique. Nunca mais soube dele.
Hoje... hoje somos mesmo muito ricos, só que não damos o devido valor.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Zé Casimiro, herói de Gadamael, e régulo da Tabanca da Maia (a única que tem cipaios...): que Deus, Alá e os bons irãs te mantenham eternamente jovem e irrequieto,e o ano de 2022 te traga, a ti e a todos nós, o fim da maldita Covid-19, um inimigo bem mais difícil de lidar do que aquele que combateste, com bravura, no campo de batalha de Guileje e Gadamael. Um abraço valente do Luís Graça.
Evidentemente que já trabalhava há 10 anos, por ter entrado para a tropa com 22 e ter começado a trabalhar com 12 como paquete de escritório.
Fiz 12 anos em 30 de Março e foi admitido no dia 1 de Abril.
Em tempos tive acesso a uma lista dos beneficiários mais novos a descontar para "Caixa" e lá estava eu dentro dos primeiro, mas havia vários com apenas 11 anos.
Como escreve o Vinhal: 4ª. classe e segue para o "liceu" da vida.
Ah e tal e coisa para se fazerem uns homens e sempre dava para ajudar a família e até fazia crescer, tretas...
O abuso da utilização de crianças a trabalhar era devido ao estado de miséria de grande parte da população portuguesa.
Nos países mais desenvolvidos no norte da Europa, as crianças, no período de férias escolares, vão trabalhar para várias actividades ligadas à agricultura e pescas, auferindo um salário, apenas para contactarem directivamente com actividade produtiva.
País do caraças, começar a trabalhar em criança pra ajudar a família e ir em jovem pra guerra para ajudar os do óleo fula.
Abraço, saúde e Boas Festas
Valdemar Queiroz
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