Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Carta do Xime (1961) (1/50 mil) > Excerto > A posição relativa de parte dos subsectores de Mansambo e Xime, com destaque para a península de Galo Corubal - Satecuta - Seco Braima (ou Darsalame), na margem direita do Rio Corubal, à direita da estrada Mansambo - Ponte do Rio Jagarajá - Ponte dos Fulas - Xitole...
Da ponte do Rio Jagarajá até Satecuta, junto ao Rio Corubal não são mais do que 8 quilómetros em linha recta... Em geral, as NT iam uma vez por ano a esta península, na época seca, e com efectivos entre 200 a 250 homens (3 destacamentos, ou seja, a nível de batalhão ), além de apoio da FAP e da artilharia (Mansambo, o obus 10.5).
(i) 1900, a NW do Sector espalhada pelos Regulados do Enxalé e Cuor;
(ii) 2000, no Regulado do Xime, ao longo do Rio Corunbal e a sul da Ponta do Inglês;
(iii) 1500, no Regulado do Corubal, ao longo deste rio e para jusante da foz do Rio Pulon
1. Continuação da publicação das memórias do Amadu Djaló (Bafatá, 1940-Lisboa, 2015), a partir do manuscrito, digital, do seu livro "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada) (*).
O nosso camarada e amigo Virgínio Briote, o editor literário ou "copydesk" desta obra, facultou-nos uma cópia digital. O Amadu Djaló, membro da Tabanca Grande, desde 2010, tem cerca de nove dezenas de referências no nosso blogue.
Três grupos, o meu, o do Sada Candé e o do Carolino Barbosa. A minha missão era ir ao objectivo e os outros dois iam para outros locais, na mesma zona.
Em Galo Corubal, não havia companhia que lá entrasse que não pedisse apoio na retirada. Na reunião antes da saída, um capitão, que já lá tinha ido três ou quatro vezes, recomendou-me que levasse, pelo menos, um guia. Um major ou um tenente-coronel, já não me lembro da patente, que estava a dirigir a reunião, não quis ouvir o capitão, não sei porquê.
– É o grupo dele que vai, nosso capitão – cortou o major ou tenente-coronel.
Saímos da reunião com a decisão do meu grupo ir ao objectivo, enquanto os outros dois se emboscavam no outro lado do mesmo local.
Partimos em viaturas até Jagraje [erro: trata-se de Jagarajá] [1], apeámo-nos, e o meu grupo seguiu à beira do ribeiro de Jagraje [rio agarajá], voltado para poente, até ao local onde desagua no Corubal [2]. Aí voltámos à esquerda e seguimos junto ao Corubal, até a uma linha de água que vem de cima, em frente à tabanca abandonada de Galo Corubal.
Deram-nos ordem para seguir a trajectória da Dornier e que do PCV iam contactar o nosso bigrupo para entrarem em contacto comigo, a fim de combinarmos o mesmo local para passar a noite.
A avioneta baixou e voou em direcção a leste. Não esperei, segui na trajectória indicada e ouvi a chamada para o bigrupo entrar em contacto comigo. Quando acabaram de falar, o bigrupo chamou-me pela rádio, andámos uns minutos e voltámos a contactar. Esta alegria não durou muito, falámos pouco tempo, porque deixaram de responder às minhas chamadas.
Agora, a minha preocupação era evitar qualquer contacto com o IN. Já era tarde, passavam das 16h30. Se tivéssemos algum ferido, não havia possibilidade de o evacuar. Tinha que sair daquele local e dirigir-me para outro lado, onde o meu grupo pudesse retirar com mais segurança, se houvesse contacto com a guerrilha.
Caminhámos das 17 às 18h30 na direcção ao outro lado da estrada que ligava Bambadinca ao Xitole. Fizemos um alto, o céu estava muito escuro e víamos relâmpagos a cruzar o céu e logo a seguir o barulho de trovoada. A chuva caiu torrencialmente durante mais de duas horas. Quando parou, mudámos de local e passámos para uma área onde só havia capim. Foi aqui que passámos o resto da noite.
Quando estávamos a mudar de local, eram para aí 23h00, comecei a pensar que esta saída estava contra mim, não sabia o que era. Sabia sim, é que em Galo Corubal, qualquer companhia que entrasse, não conseguia sair sem auxílio.
Como é que o meu grupo vai sair sozinho daqui? Como é que me mandaram para aqui, com soldados no final do curso, que ainda não tinham tido prova de fogo? Eu tinha confiança neles, mas faltava-lhes experiência de combate. Quando estávamos a sair daquele local, recomendei o máximo silêncio.
Tinha havido movimento das viaturas na estrada, quando nos levaram e depois quando regressaram, e ninguém podia deixar de ter ouvido o ruído de tantos motores. Claro que o IN sabia que havia tropa na zona.
Infografia: Blogiue Luís Graça & Camaradaas da Guiné (2011)
O nosso camarada e amigo Virgínio Briote, o editor literário ou "copydesk" desta obra, facultou-nos uma cópia digital. O Amadu Djaló, membro da Tabanca Grande, desde 2010, tem cerca de nove dezenas de referências no nosso blogue.
Capa do livro do Amadu Bailo Djaló,
"Guineense, Comando, Português: I Volume:
Comandos Africanos, 1964 - 1974",
Lisboa, Associação de Comandos,
2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada.
O autor, em Bafatá, sua terra natal, por volta de meados de 1966. (Foto reproduzida no livro, na pág. 149 |
Síntese das partes anteriores:
(i) o autor, nascido em Bafatá, de pais oriundos da Guiné Conacri, começou a recruta, como voluntário, em 4 de janeiro de 1962, no Centro de Instrução Militar (CIM) de Bolama;
(ii) esteve depois no CICA/BAC, em Bissau, onde tirou a especialidade de soldado condutor autorrodas;
(iii) passou por Bedanda, 4ª CCaç (futura CCAÇ 6), e depois Farim, 1ª CCAÇ (futura CCAÇ 3), como sold cond auto;
(iv) regressou entretanto à CCS/QG, e alistou-se no Gr Cmds "Os Fantasmas", comandado pelo alf mil 'cmd' Maurício Saraiva, de outubro de 1964 a maio de 1965;
(v) em junho de 1965, fez a escola de cabos em Bissau, foi promovido a 1º cabo condutor, em 2 de janeiro de 1966;
(vi) voltou aos Comandos do CTIG, integrando-se desta vez no Gr Cmds "Os Centuriões", do alf mil 'cmd' Luís Rainha e do 1º cabo 'cmd' Júlio Costa Abreu (que vive atualmente em Amesterdão);
(vii) depois da última saída do Grupo, Op Virgínia, 24/25 de abril de 1966, na fronteira do Senegal, Amadu foi transferido, a seu pedido, por razões familitares, para Bafatá, sua terra natal, para o BCAV 757;
(viii) ficou em Bafatá até final de 1969, altura em que foi selecionado para integrar a 1ª CCmds Africanos, que será comandada pelo seu amigo João Bacar Djaló (Cacine, Catió, 1929 - Tite, 1971)
(ix) depois da formação da companhia (que terminou em meados de 1970), o Amadu Djaló, com 30 anos, integra uma das unidades de elite do CTIG; a 1ª CCmds Africanos, em julho, vai para a região de Gabu, Bajocunda e Pirada, fazendo incursões no Senegal e em setembro anda por Paunca: aqui ouve as previsões agoirentas de um adivinho;
(x) em finais de outubro de 1970, começam os preparativos da invasão anfíbia de Conacri (Op Mar Verde, 22 de novembro de 1970), na qual ele participaçou, com toda 1ª CCmds, sob o comando do cap graduado comando João Bacar Jaló (pp. 168-183);
(xi) a narrativa é retomada depois do regresso de Conacri, por pouco tempo, a Fá Mandinga, em dezembro de 1970; a companhia é destacada para Cacine [3 pelotões para reforço temporário das guarnições de Gandembel e Guileje, entre dez 1970 e jan 1971]; Amadu Djaló estava de licença de casamento (15 dias), para logo a seguir ser ferido em Jababá Biafada, sector de Tite, em fevereiro de 1971;
(xii) supersticioso, ouve a "profecia" de um velho adivinho que tem "um recado de Deus (...) para dar ao capitão João Bacar Jaló"; este sonha com a sua própria morte, que vai ocorrer no sector de Tite, perto da tabanca de Jufá, em 16 de abril de 1971 (versão contada ao autor pelo soldado 'comando' Abdulai Djaló Cula, texto em itálico no livro, pp.192-195) ,
(xiii) é entretanto transferido para a 2ª CCmds Africanos, agora em formação; 1ª fase de instrução, em Fá Mandinga , sector L1, de 24 de abril a fins de julho de 1971.
(xiv) o final da instrução realizou.se no subsector do Xitole, regulado do Corunal, cim uma incursão ao mítico Galo Corubal.
Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano;
Parte XXIX: fase final da instruçáo da 2ª CCmds Africanos, com uma incursão ao mítico Galo Corubal
Três grupos, o meu, o do Sada Candé e o do Carolino Barbosa. A minha missão era ir ao objectivo e os outros dois iam para outros locais, na mesma zona.
Em Galo Corubal, não havia companhia que lá entrasse que não pedisse apoio na retirada. Na reunião antes da saída, um capitão, que já lá tinha ido três ou quatro vezes, recomendou-me que levasse, pelo menos, um guia. Um major ou um tenente-coronel, já não me lembro da patente, que estava a dirigir a reunião, não quis ouvir o capitão, não sei porquê.
– É o grupo dele que vai, nosso capitão – cortou o major ou tenente-coronel.
Saímos da reunião com a decisão do meu grupo ir ao objectivo, enquanto os outros dois se emboscavam no outro lado do mesmo local.
Partimos em viaturas até Jagraje [erro: trata-se de Jagarajá] [1], apeámo-nos, e o meu grupo seguiu à beira do ribeiro de Jagraje [rio agarajá], voltado para poente, até ao local onde desagua no Corubal [2]. Aí voltámos à esquerda e seguimos junto ao Corubal, até a uma linha de água que vem de cima, em frente à tabanca abandonada de Galo Corubal.
Daqui, sempre junto à linha de água fomos dar a um local, que me pareceu suspeito. Tinha uma mata redonda com um grupo de palmeiras misturadas com outras árvores frondosas. Dentro dessa mata não se devia ver o sol e qualquer pessoa tinha forçosamente que pensar que a mata devia albergar a guerrilha.
Continuámos até lá e, quando chegámos, resolvemos esperar a avioneta e aguardar instruções. Procedi conforme a carta topográfica. Entre as 13 e as 14h00, surgiu a Dornier a pedir a nossa localização. Respondi que tinham acabado de passar por cima de nós.
Que estendêssemos uma tela, foi a ordem. O capim estava quase do dobro da minha altura. Tivemos que partir capim e fazer um pequeno campo, para podermos estender a tela. No objectivo, nem mais e nem menos.
– Já vi tela, já vi tela – ouvimos da avioneta.
Continuámos até lá e, quando chegámos, resolvemos esperar a avioneta e aguardar instruções. Procedi conforme a carta topográfica. Entre as 13 e as 14h00, surgiu a Dornier a pedir a nossa localização. Respondi que tinham acabado de passar por cima de nós.
Que estendêssemos uma tela, foi a ordem. O capim estava quase do dobro da minha altura. Tivemos que partir capim e fazer um pequeno campo, para podermos estender a tela. No objectivo, nem mais e nem menos.
– Já vi tela, já vi tela – ouvimos da avioneta.
Deram-nos ordem para seguir a trajectória da Dornier e que do PCV iam contactar o nosso bigrupo para entrarem em contacto comigo, a fim de combinarmos o mesmo local para passar a noite.
A avioneta baixou e voou em direcção a leste. Não esperei, segui na trajectória indicada e ouvi a chamada para o bigrupo entrar em contacto comigo. Quando acabaram de falar, o bigrupo chamou-me pela rádio, andámos uns minutos e voltámos a contactar. Esta alegria não durou muito, falámos pouco tempo, porque deixaram de responder às minhas chamadas.
Agora, a minha preocupação era evitar qualquer contacto com o IN. Já era tarde, passavam das 16h30. Se tivéssemos algum ferido, não havia possibilidade de o evacuar. Tinha que sair daquele local e dirigir-me para outro lado, onde o meu grupo pudesse retirar com mais segurança, se houvesse contacto com a guerrilha.
Caminhámos das 17 às 18h30 na direcção ao outro lado da estrada que ligava Bambadinca ao Xitole. Fizemos um alto, o céu estava muito escuro e víamos relâmpagos a cruzar o céu e logo a seguir o barulho de trovoada. A chuva caiu torrencialmente durante mais de duas horas. Quando parou, mudámos de local e passámos para uma área onde só havia capim. Foi aqui que passámos o resto da noite.
Quando estávamos a mudar de local, eram para aí 23h00, comecei a pensar que esta saída estava contra mim, não sabia o que era. Sabia sim, é que em Galo Corubal, qualquer companhia que entrasse, não conseguia sair sem auxílio.
Como é que o meu grupo vai sair sozinho daqui? Como é que me mandaram para aqui, com soldados no final do curso, que ainda não tinham tido prova de fogo? Eu tinha confiança neles, mas faltava-lhes experiência de combate. Quando estávamos a sair daquele local, recomendei o máximo silêncio.
Tinha havido movimento das viaturas na estrada, quando nos levaram e depois quando regressaram, e ninguém podia deixar de ter ouvido o ruído de tantos motores. Claro que o IN sabia que havia tropa na zona.
Ainda por cima, a avioneta que andou a sobrevoar a zona de Galo Corubal, durante largos minutos, dava-lhes a certeza de que tropa andava por ali.
Por isso, pensei que era melhor mudar de local, para o lado da estrada, porque ali era mais fácil o meu grupo retirar, no caso de haver confronto. De apoio não estava à espera, ninguém voltou a responder às minhas chamadas, nem ninguém mais voltou a contactar-me.
A saída correu bem. Os meus Comandos estavam bem preparados. Durante o trajecto, caminharam sem ruído, embora o piso estivesse molhado. Nem os macacos.cães assinalaram a nossa presença. A melhor arma é o silêncio e a disciplina é decisiva nestas missões.
Mantive-me com o grupo no local até de manhã. A partir das 06h00, comecei a chamar o bigrupo. Tentei várias vezes, sempre sem resposta. Mudámos para outro local, onde dava o sol, para nos aquecermos. A partir das 07h00, voltei a chamar, tentei todos os indicativos, Bambadinca, Xime, Fá Mandinga, Xitole. Nada, nenhuma resposta.
Depois de muitas tentativas, respondeu-me um posto, mas como eu desconhecia o indicativo dele, não o tinha contactado antes. Fiquei a saber que era de um destacamento[3] no rio Pulon, que mantinha a segurança à ponte. Disseram que nos tinham ouvido na tarde anterior, quando fiz várias tentativas para entrar em contacto com a companhia a que eles pertenciam e que era por isso que estavam agora a tentar entrar em contacto comigo. Perguntavam quem eu era. Respondi que era uma patrulha de combate e dei o indicativo do batalhão[4] de Bambadinca.
– Mantenha-se em escuta, vamos contactar para o batalhão para entrar em ligação consigo.
Soube depois, que o destacamento contactou o batalhão em Bambadinca e que este tinha dito que não me conseguiam contactar desde a tarde do dia anterior.
Finalmente, o batalhão ligou. Perguntei pelos outros companheiros e a resposta que ouvi foi que não sabiam nada deles. Pediram para me manter em escuta, enquanto iam tentar contactá-los. Depois de conseguida a ligação, o bigrupo chamou-nos e, confirmado o indicativo, estabelecemos o contacto rádio.
Andavam perto de nós, a uma distância entre os 300 e os 400 metros. Estávamos em contacto através dos rádios Racal e eu pedi para mudarmos para o AVP 1. Ouvíamos muito bem. Pedi que disparassem um tiro para o ar, para facilitar a localização e respondemos também com um tiro. Depois foi fácil encontrarmo-nos. Juntos iniciámos a retirada, em direcção à estrada para Bambadinca. Depois, já não houve história para contar.
Apanhámos as viaturas, que vinham ao nosso encontro e, pouco tempo depois, estávamos no nosso aquartelamento de Fá Mandinga.
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A saída correu bem. Os meus Comandos estavam bem preparados. Durante o trajecto, caminharam sem ruído, embora o piso estivesse molhado. Nem os macacos.cães assinalaram a nossa presença. A melhor arma é o silêncio e a disciplina é decisiva nestas missões.
Mantive-me com o grupo no local até de manhã. A partir das 06h00, comecei a chamar o bigrupo. Tentei várias vezes, sempre sem resposta. Mudámos para outro local, onde dava o sol, para nos aquecermos. A partir das 07h00, voltei a chamar, tentei todos os indicativos, Bambadinca, Xime, Fá Mandinga, Xitole. Nada, nenhuma resposta.
Depois de muitas tentativas, respondeu-me um posto, mas como eu desconhecia o indicativo dele, não o tinha contactado antes. Fiquei a saber que era de um destacamento[3] no rio Pulon, que mantinha a segurança à ponte. Disseram que nos tinham ouvido na tarde anterior, quando fiz várias tentativas para entrar em contacto com a companhia a que eles pertenciam e que era por isso que estavam agora a tentar entrar em contacto comigo. Perguntavam quem eu era. Respondi que era uma patrulha de combate e dei o indicativo do batalhão[4] de Bambadinca.
– Mantenha-se em escuta, vamos contactar para o batalhão para entrar em ligação consigo.
Soube depois, que o destacamento contactou o batalhão em Bambadinca e que este tinha dito que não me conseguiam contactar desde a tarde do dia anterior.
Finalmente, o batalhão ligou. Perguntei pelos outros companheiros e a resposta que ouvi foi que não sabiam nada deles. Pediram para me manter em escuta, enquanto iam tentar contactá-los. Depois de conseguida a ligação, o bigrupo chamou-nos e, confirmado o indicativo, estabelecemos o contacto rádio.
Andavam perto de nós, a uma distância entre os 300 e os 400 metros. Estávamos em contacto através dos rádios Racal e eu pedi para mudarmos para o AVP 1. Ouvíamos muito bem. Pedi que disparassem um tiro para o ar, para facilitar a localização e respondemos também com um tiro. Depois foi fácil encontrarmo-nos. Juntos iniciámos a retirada, em direcção à estrada para Bambadinca. Depois, já não houve história para contar.
Apanhámos as viaturas, que vinham ao nosso encontro e, pouco tempo depois, estávamos no nosso aquartelamento de Fá Mandinga.
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Notas do autor ou do editor literário:
[1] Nota do editor: no itinerário entre Mansambo e o Xitole.
[2] Corubal foi o nome que os fulas lhe deram. Os Futa-Fulas chamam-lhe Coli.
[3] Nota do editor: da CArt 2714.
[4] Nota do editor: BArt 2917.
[1] Nota do editor: no itinerário entre Mansambo e o Xitole.
[2] Corubal foi o nome que os fulas lhe deram. Os Futa-Fulas chamam-lhe Coli.
[3] Nota do editor: da CArt 2714.
[4] Nota do editor: BArt 2917.
[Seleção / Revisão e fixação de texto / Subtítulo / Parentes retos com notas: LG]
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Nota do editor:
Último poste da série > 27 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24344: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XXVIII: Na 1ª fase da instruçáo da 2ª CCmds Africanos, fomos atacados em Candamã como se fôssemos do PAIGC...
6 comentários:
Foi sensato, por parte dos Amadu Djaló, evitar o baptismo de fogo dos seus soldados ainda em instrução ( e sem terem recebido o crachá de Comandos...).
Estva-se em plena época das chuvas e a peninsula do Galo Corubal era uma ratoeira... Tal como Madina/Belel...
Eram autênticos "fojos do lobos" esta e outras zonas que o PAIGC defendia com unhas e dentes no sector L1 porque tinha lá alguns milhares de elementos da sua população: Galo Corubal/ Satecuta, Baio / Buruntoni, Poindom / Ponta do do Inglês,Madina / Belel...
São topónimos de guerra que a gente nunca mais esquece... Quem andou pordem lá, claro... Como a CCAÇ 12 e outras unidades...
Caro amigo Luis,
A grafia do toponimo "Jagaraja" é mais um daqueles casos tipicos dos mapas portugueses que nem sempre respeitam a pronuncia local. O Amadu Djalo esta a pronunciar o nome da localidade em conformidade com a lingua fula "Jagraje ou Jagaraje", no plural, que é o nome dado a uma espécie de Tubérculo muito apreciado pelos camponeses locais? Dentre os quais os fulas na regiao do Corubal. "Jagaraja é uma coruptela de Jagaraje melhor ainda Djagaradje, nome dado a uma zona onde abunda esta espécie de Tubérculo.
Cordialmente,
Cherno Baldé
O capitão aqui citudo devia ser o cap José Manuel da Silva Agordela, cmdt da CART 2716, do Xitole a cujo subsector pertencia o Galo Corubal.
Por seu turno, o major aqui referido pelo Amadu Dajló, a avaliar pelos "tiques autoritários", devia ser o major art Anjos de Carvalho, 2º mdt do BART 2918 (Bambadinca, 1970/72).
Obrigado, Cherno, não há perfeição, nem na cartografia...
No tempo emm que os árabes dominaram o território que é hoje Portugal, entre os séc. VIII e XII, as-Shantariyn ou Santaryn (شنترين) era Sntarini e Lisboa chamava-se al-Ushbuna (الأشبونة)...
Coincidência! A 1ª operação do GrCmds Diabólicos foi efectuada nessa zona. Todos os elementos do grupo já tinham experiência de combate(o 1º cabo MMata) era o 1º homem do grupo. Mas essa experiência não invalidou o fracasso da op.. Abaixo transcrevo um pequeno resumo da acção:
˗“15Out65, sector L1, Op. "Golpe", zona do Xitole. Objectivo: detecção da base de Satecuta, Sili Baldé. Saída às 20h00. Chuva contínua, noite escura. Já de madrugada, ao atravessar a bolanha de Darsalame através de um ourique, o guia da zona escorregou, caindo na água. Os elementos da 1ª equipa ouviram uma voz, a alguns metros de distância, presumivelmente de alguma sentinela IN da outra margem do ribeiro. Sucedeu-se uma troca de tiros. Os primeiros homens do grupo submergiram nas águas ao tentarem atravessar. Um dos elementos deixou escapar a G3 na água. No meio da escuridão, levou tempo a recuperá-la. Perdido o efeito surpresa, sem condições naturais para se abrigarem, foi decidido abortar a operação. Quando o grupo retirava, outra vez pelo mesmo ourique, foi alvejado com tiros de morteiro e de armas automáticas, vendo-se obrigado a retirar espaçadamente pelas águas da bolanha. Um dos guias da zona teve uma crise de epilepsia, soubemos depois, obrigando-nos a parar e a transportá-lo minutos depois numa maca improvisada. O dia clareou e durante a retirada fomos apoiados pela parelha de T6 e por fogo de morteiro dirigido pelo cap. José Pedro Cruz, cmdt da Cª estacionada no Xitole."
V. Briote
Jan65/Jan67
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