segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24718: Blogues da nossa blogosfera (184): Histórias da vida real, de Fernando Magro (1936-2023): cenas pícaras da vida de um topógrafo

1. O nosso camarada Fernando Valente (Magro) (1936-2023), que nos deixou recentemente aos 87 anos,  tinha um blogue, "Portugal e o Passsado", onde publicou, entre 2011 e 2014, duas dezenas de pequenos textos sobre alguns temas da História de Portugal, que lhe eram caros, e de que já transcrevemos um, sobre a Maria da Fonte (*).

Outro dos seus blogues tinha por título "Histórias da vida real", publicado em 2016. Tem 21 postes ou postagens. Deste blogue, tomamos a liberdade de publicar um apontamento, bem humorado, retirado das sua experència profissional como topógrafo.

Recorde-se que o nosso saudoso camarada Fernando de Pinho Valente Magro (ex-cap mil art, BENG 447, Bissau, 1970/72), era engenheiro técnico de formação. Deixou-nos, em livro (e aqui publicadas no blogue) as suas "Memórias da Guiné" (Lisboa, Edições Polvo, 2005, 86 pp.). 

Era o nosso tabanqueiro nº 622, tendo ingressado na Tabanca Grande em 5/7/2013, pela mão do mano, mais novo, Abílio Magro (ex-fur mil amanuense, CSJD/QG/CTIG, 1973/74),

"A gesta de seis irmãos Magro que cumpriram Serviço Militar em África (Angola, Guiné e Moçambique)", também pode ser aqui recordada no blogue, criado pelo Abílio Magro, .Os Magros do capim.




2. Blogues da Nossa Blogosfera > "Histórias da vida real",> quarta-feira, 13 de julho de 2016 > Os trabalhos de topografia

Na minha vida profissional procedi a diversos levantamentos topográficos quer para a execução de projectos de vias rodoviárias e de abastecimentos de água a populações quer para a implantação de edifícios.

Utilizava nesses trabalhos um taqueómetro, aparelho destinado à obtenção e registo dos elementos necessários ao cálculo de distâncias e de desníveis e ao desenho dos levantamentos topográficos (plantas, perfis longitudinais e transversais).

O referido aparelho é munido de uma luneta que permite ver à distância como um binóculo. No decorrer desses meus trabalhos de campo algumas vezes me deparei com situações curiosas.

Certa vez em Bissau, na Guiné, prestando serviço para a Empresa Tecnil, tive de proceder ao levantamento topográfico de uma apreciável área de terreno, tendo em vista a implantação no local das novas instalações da referida empresa.

No fim da tarde, com o trabalho terminado, tive a ideia de fazer algumas miradas sobre os arredores do lugar algo ermo e pouco frequentado onde me encontrava. E aconteceu-me a certa altura deparar com um longínquo grupo de jovens mulheres negras e mulatas completamente nuas tomando banho num riacho. Fiquei surpreendido com tal aparição e por alguns momentos não deixei de gozar o espectáculo que elas proporcionavam.

Pude perceber que se tratava de um grupo de lavadeiras de roupa que, depois de executarem o seu trabalho, se banhavam no riacho, todas nuas, para se refrescarem possivelmente pelos seus corpos estarem transpirados devido ao trabalho que haviam efectuado ao calor inclemente da Guiné.

De outra vez estava eu a executar o projecto de uma estrada municipal entre Lamego e Resende, na região do Douro, acompanhado de um topógrafo quando tive outra divertida surpresa.

Depois de ter implantado no terreno diversas bandeirolas definindo a directriz de parte da referida estrada regressei à estação onde operava o referido topógrafo.
Encontrei-o sozinho a rir-se, soltando sonoras gargalhadas. Pensando que o meu colaborador tinha "pirado" perguntei-lhe o que se passava com ele.

- Venha, venha ver ! - foi a sua reposta.

Aproximei-me do taqueómetro, olhei pela luneta e o que vejo: uma jovem rapariga, lá longe com as mamas de fora do corpete, quando tentava atravessar uma corrente de água. A travessia dessa corrente fazia-se caminhando por uma espécie de barragem constituída por calhaus rolados.

A rapariga desequilibrava-se ao caminhar por cima dos calhaus e como era dotada de seios volumosos os mesmo com a ginástica que tinha de fazer para se aguentar de pé na passagem da levada, libertavam-se do "soutien" e saiam cá para fora. Por mais que ela tentasse acomodá-los no interior da roupa nada conseguia pois, desequilibrando-se, eles voltavam a aparecer à luz do dia.

Também me ri com a situação. Depois passei o taqueómetro ao meu companheiro que continuou a seguir a rapariga por alguns minutos e a rir-se como um desalmado.

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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de setembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24681: Blogues da nossa blogosfera (183): "Portugal e o passado", de Fernando Magro (1936-2023): a "revolta da Maria da Fonte" (1846)

3 comentários:

Valdemar Silva disse...

hummmm!!, aquilo devia ser um taqueómetro com canal18.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Os topógrafos não são voyeuristas mas as vezes podem sê-lo sem querer... Já os tipógrafos no tempo da censura aos jornais eram uns mAlandros, davam gralhas de propósito só para gozar com o objectivo pagode comi naquele anúncio no "Diário de Noticias", Vendem-se col*ões de molas".... A troca de uma pequena letra dava uma gafe hilariante.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O comentário esta todo gralhado... Queria dizer:

Já os tipógrafos no tempo da censura eram uns malandros, davam gralhas de propósito só para gozar com o Zé Pagode..