"A MINHA IDA À GUERRA"
21 - HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: CAPÍTULO II - ACTIVIDADES NO TO DA GUINÉ
MÊS DE NOVEMBRO DE 1970
João Moreira
PPSh-41
A Pistolet-pulemet Shpagin 41 (PPSh-41) (em russo: Пистоле́т-пулемёт Шпагин 41) é uma submetralhadora soviética projetada por Georgy Shpagin como uma arma mais barata e alternativa simplificada ao PPD-40.
É uma variante da Pistolet-pulemet, concebida por Georgii Shpagin, sendo uma das pistolas metralhadoras mais produzidas em massa na Segunda Guerra Mundial. Utilizada pela União Soviética durante a guerra.
O seu baixo custo baseava-se em não ter parafusos e todas as partes metálicas serem estampadas.
A PPSh-41 não era somente melhor de ponto de vista de fabricação, a sua superioridade também se alargava a outras áreas.
Tinha uma taxa fenomenal de tiro, por volta de 900 TPM (tiros por minuto), tal como uma reputação pela sua durabilidade e necessidade de pouca manutenção.
Também se pensava que era mais certeira do que muitas armas de outros países, mais caras e complexas.
Cerca de 6 milhões de exemplares desta arma foram produzidos até ao fim da guerra. A sua reputação e disponibilidade fizeram com que divisões inteiras fossem equipadas com ela.
Os próprios Alemães estavam bastante impressionados com a arma, e usavam-na sempre que a capturavam.
Após terem capturado grande quantidade delas estabeleceram um programa para convertê-las à munição padrão alemã, 9×19mm Parabellum, sendo adotadas com a nomenclatura "MP41(r)". Peças não convertidas foram adotadas como "MP717(r)", usando munição alemã 7,63×25mm Mauser, dimensionalmente idêntica à original da PPSh-41, 7,62×25mm Tokarev, sendo a russa ligeiramente mais potente.
A PPSh-41, sobreviveu à guerra, e quer a sua facilidade de construção quer a grande quantidade de unidades disponíveis serviram para apoiar muitos movimentos guerrilheiros apoiados pela URSS. No entanto, a PPS, apresentava alguns problemas. O carregador de tambor, com capacidade para 71 cartuchos, era frágil, sofrendo deformações com facilidade, causando encravamento, sua alta cadência de tiro, e facilidade de disparo faziam com que rapidamente se gastassem as munições disponíveis, o que provocava inevitavelmente problemas logísticos aos movimentos guerrilheiros.
Por conta disso foi introduzida uma versão de carregador de 35 munições, muito mais confiável que pelo design mais simples. Além disso, em florestas densas, a sua relativa pouca potência tornava-a uma arma relativamente ineficiente.
05JUN1970 > Destacamento de Maqué, que ficava entre o Olossato e Bissorã, no itinerário Farim-Bissorã-Mansoa.
05JUN1970 >Furriel Moreira na Ponte do Maqué. O destacamento era para guardar esta "obra de arte", mas... era essencial para nos ligar ao progresso.
05NOV1970 > Messe dos furriéis milicianos, que era separada da messe de oficiais e sargentos (do quadro)
05FEV1971 > Furriéis Silva, Sousa, Teixeira, Moreira e Pereira. Silva (transmissões) e Moreira são da CCAV 2721, os outros 3 pertencem ao 21.º Pelotão de Artilharia que chegou ao Olossato em 21 de Novembro.05ABR1971 > Furriel Moreira, junto ao rio, que tinha um caudal muito pequeno.
(continua)____________
Nota do editor
Último poste da série de 7 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24927: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (20): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Setembro de 1970
10 comentários:
Messes separadas em aquartelamentos do mato, a nível de companhia ? Capitão, oficiais milicianos e sargentos QP, de um lado, furriéis milicianos, do outro... Era o "apartheid" castrense...
Devia ter a sua "fundamentação científica"...
No mato messes separadas?
As messes dos oficiais e sargentos eram separadas, provavelmente, em aquartelamentos da sede da Companhia, em tabancas de uma certa dimensão.
Em Piche havia um aquartelamento e não me lembro bem de messes separadas para oficias e para sargentos. Em Canquelifá, não me recordo como era a messe, sei que as instalações anteriores foram bombardeadas num ataque uns dias antes de eu chegar e estavam abandonadas.
Agora haver messe de oficiais, sargentos do QP e dos furriéis é que seria novidade. Uma Companhia teria dois/três sargentos do QP e havia uma messe só para eles?
Na minha Companhia CART11 havia a messe de oficiais, 2 sargentos QP e furriéis todos no mesmo local apenas com a distinção das mesas em Nova Lamego, na varanda do edifício (P22160), em Paúnca era numa antiga casa colonial, junto da cozinha (P12909) e no destacamento de Guiro Iero Bocari era numas instalações tropicais para oficiais, furriéis e praças (P14629).
A fotografia da messe de Guiro Iero Bocari (P14629) é uma das grandes fotografias do blogue.
Saúde da boa
Assinatura do post anterior
Valdemar Queiroz
Olá!
Em Piche, quando lá estive cerca de 6 meses, ao tempo sede do BCAV2922, havia uma edificação que era a messe comum de oficiais e sargentos e havia uma outra edificação maior, que era a messe de soldados e cabos.
Embora a messe de sargentos e oficiais fosse comum, havia como que uma separação formal, dado que não era "tudo ao molho em qualquer lugar", havia uma zona, maior para os sargentos e outra para os oficiais a havia também dois horários.
Hélder Sousa
Hélder, já estou lembrado da messe de oficiais e sargentos em Piche.
Os oficiais ficavam ao fundo da sala e os sargentos à entrada.
No caso da minha CART11, em Nova Lamego o refeitório dos soldados era no meio da parada todo aberto com mesas corridas e uns troncos de palmeiras seguravam um telhado de chapas, quando havia chuva era um problema (P12886).
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
No meu tempo (jul 69/ mar 71), em Bambadinca, o mesmo é dizerm ao tempo do BCAÇ 2852 (1968/70) e do BART 2917 (1970/72), havia messe de oficiais, separada da messe de sargentos e, claro,do grande refeitório das praças...
Os soldados do recrutamento local (CCAÇ 12 e Pel Caç Nat...) eram "desarranchados", dormiam e comiam na(s) tabancas«(s) (Bambadinca e Bambadincazinho)... Mas o "tacho", no caso das messes, era comum... O espaço é que era segregado; havia a cozinha a separá-los (se bem recordo)...
Mas a messe e bar de sargentos era como o "Texas Bar", no Cais do Sodré, em Lisboa: "Era o sempre em festa"... Cantava-se, bebi-se, "lerpava-se" e até se dansava até às tantas... Os operacionais, claro, que não tinham de cumprir o horário castrense "das nove às cinco"...Vivia-se de noite, dormia-se de dia (quando não havia "mato")...
O nosso exército "colonial" ainda era muito... "classista". Mas percebe-se: com raras e honrosas exceções, os oficiais superiores não se misturavam com a "tropa macaca"...
Não estranho haver messes de oficiais separadas dos sargentos quando as instalações o permitiam. Em Mansabá era assim no meu tempo, agora os sorjas fazerem parte da messe dos oficiais deixando os furriéis numa messe própria é que estranho e muito. Sei que em Mansabá, quando os oficiais faziam alguma festa entre eles, convidavam os nossos primeiros, mas só.
Posso dizer que os nossos dois segundos, mais tarde, primeiros sargentos, eram umas pessoas impecáveis, tratávamo-los por chefe Rita e chefe Santos, respectivamente, e nunca em 23 meses de convívio houve o mais pequeno atrito entre nós e eles dois.
Carlos Vinhal
Quando no comentário acima,o Luís fala do "apartheid castrense",transportou-me a uma penosa lembrança.
Como sabem alguns camaradas,estive seis meses destacado no CIMIL (Centro Instrução de Milícias) em Bambadinca.Primeiro curso de Outubro de 71 a 24/12. Fui passar o Natal ao Saltinho,regrssei a Bambadinca nos primeiros de Janeiro,onde estive até meados de Março.Nesta minha ausência,a CCaç 2701 a que o meu Pelotão (Nat 53)estava adido foi substituída pela CCaç 3490.Uns dias antes do meu regresso,fui ao Xime despedir-me daquela Cª minha conhecida.Alguém me alertou para o comandante da nova Cª.
Fui de Bambadinca para Galomaro,onde apanhei um heli para o Saltinho.Aqui chegado,ía também o Comd.de Batalhão que me apresentou ao C.de Cª.Apareceu o Mário Rui,FurMil do 53 que convidei para ir comigo beber uma cerveja ao bar.
"Não posso ir consigo,o Capitão,separou os bares,um para sargentos outro para oficiais" informa-me o Mário Rui.Fiquei parvo com tal info.
A anterior Cª era comandada pelo Clemente,Oficial do QP,o comandante da nova era um Cap Proveta.
A Cª tinha dois pelotões destacados,assim na messe de oficiais,estavam o Cap e três Alf (após a minha chegada).No tempo da 2701 além daqueles quatro,existia o Alf Médico etambém por vezes, Alf estagiário para o curso de capitão.
Nunca no tempo do Clemente se falou em separação de messes/bares.
Maus tempos se aproximavam,passei a frequentar a Sala do Soldado,
Abraços
Santiago
Não sei como fariam o separação de "salas" no aquartelamento/destacamento da Ponte Caium, e noutros dentro das tabancas, com tendas de lona, valas e abrigos.
Ver a messe/sala no destacamento de Guiro Iero Bocari (Paúnca) 10/1970 (P14629).
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
sou o ex Fur MilSilva da C.Cav. 3378 que rendeu no Olossato a CCav. 2721 e francamente não tenho memoria de haver separação entre Oficiais e Furrieis Milicianos.O que acontecia era por sermos trinta e tal Graduados havia dois turnos para tomarmos as refeições.A propósito deste assunto queria referir que terminada a sobreposição das duas Companhias a C.Cav.2721 rumou a Nhacra e nesse dia o comandante da nossa C.Cav.3378 reuniu todosos graduados tendo comunicado o encerramento da cozinha anexa à messe dos graduados passando os graduados a comer do rancho geral embora na nossa messe. Resta acrescentar que a medida apesar de implicar uma substancial perda de qualidade das refeições foi aceite sem contestação. Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os camaradas votos de Boas Festas.Um abraço a todos. Carlos Silvério
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