Guião do BCAÇ 1930 (Angola, 1967/70)-
Cortesia de Carlos Coutinho / Portal UTW - Dos Veteranos
SILVA, Jaime Bonifácio da - Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar : uma visão pessoal.
In: Artur Ferreira Coimbra... [et al.]; "O concelho de Fafe e a Guerra Colonial : 1961-1974 : contributos para a sua história". [Fafe] : Núcleo de Artes e Letras de Fafe, 2014, pp. 23-84.
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Jaime Bonifácio Marques da Silva (n. 1946):
(i) foi alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72); (ii) tem uma cruz de guerra por feitos em combate; (iii) viveu em Angola até 1974; (iv) licenciatura em Ciências do Desporto (UTL/ISEF) e pós-graduação em Envelhecimento, Atividade Física e Autonomia Funcional (UL/FMH); (v) professor de educação física reformado, no ensino secundário e no ensino superior ; (vi) autarca em Fafe, em dois mandatos (1987/97), com o pelouro de desporto e cultura; (vii) vive atualmente entre a Lourinhã, donde é natural, e o Norte; (viii) é membro da nossa Tabanca Grande desde 31/1/2014; (ix) tem 85 referências no nosso blogue.
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1. Estamos a reproduzir, por cortesia do autor (e com algumas correções de pormenor), excertos do extenso estudo do nosso camarada e amigo Jaime Silva, sobre os 41 mortos do concelho de Fafe, na guerra do ultramar / guerra colonial. A última parte do capítulo é dedicada a testemunhpos e depoimentos recolhos pelo autor (pp. 67/82).
Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar – Uma visão pessoal [Excertos] (pág. 75)
Parte VIII: Depoimento 4. Furriel Mota dá sangue diretamente ao seu camarada e salva-o
O António Mota, ex-furriel miliciano, incorporado na CCAÇ 1782, destacada no Luvo, Norte de Angola, e pertencente ao BCAÇ 1930 (1967 /70), contou um episódio de grande coragem e solidariedade da sua parte.
A companhia sofreu uma emboscada nos morros do Matombo na Canga, resultando dois feridos graves. Um morreu no local e o outro “safou-se”.
Perante o desespero de todos que viam o seu camarada a esvair-se em sangue, o furriel Mota ofereceu-se para dar sangue diretamente ao amigo e camarada, na tentativa de o salvar da morte.
Colocou-se em cima do Unimog, o colega deitado em baixo na picada e o enfermeiro fez uma ligação direta do braço do Mota para o braço do ferido, escorrendo o sangue por gravidade de um para outro.
Colocou-se em cima do Unimog, o colega deitado em baixo na picada e o enfermeiro fez uma ligação direta do braço do Mota para o braço do ferido, escorrendo o sangue por gravidade de um para outro.
Salvou o amigo e, hoje, ainda ostenta um talo no braço direito em consequência da entrada da agulha.
"Nem sabíamos o tipo de sangue um do outro. Qual compatibilidade!"
A guerra também era isto, comento eu! …
"Nem sabíamos o tipo de sangue um do outro. Qual compatibilidade!"
A guerra também era isto, comento eu! …
(Revisão / fixação de texto: LG)
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Nota do editor:
Último poste da série > 28 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25889: Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar: uma visão pessoal (Excertos) (Jaime Silva) - Parte VII:Depoimento 3. Albino Von Doellinger vê morrer o seu conterrâneo e amigo Artur da Costa Neves.
Último poste da série > 28 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25889: Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar: uma visão pessoal (Excertos) (Jaime Silva) - Parte VII:Depoimento 3. Albino Von Doellinger vê morrer o seu conterrâneo e amigo Artur da Costa Neves.
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