Cartaz do filme Por ti, Portugal, Eu Juro! | Realizadores: Sofia de Palma Rodrigues e Diogo Cardoso | Documentário: POR, 2024, 98 min, M/12 | Trailer (oficial) aqui, no You Tube.
(i) durante a Guerra Colonial, milhares de africanos combateram ao lado das Forças Armadas Portuguesas e arriscaram a vida por uma pátria que acreditavam ser a sua;
(ii) depois do 25 de Abril, quando Portugal se retirou dos territórios que ocupava em África, estes militares foram deixados para trás;
(iii) cinquenta anos depois, contam, pela primeira vez, a sua história e acusam o Estado português de abandono e traição.
Público > Cinecartaz > Sinopse (... com um disparate de todo o tamanho: "Portugal recrutou 1,4 milhões de militares africanos...")
(i) Diogo Cardoso, Sofia da Palma Rodrigues e Luciana Maruta, jornalistas da revista digital Divergente, publicaram a reportagem Por ti, Portugal, Eu Juro!;
(ii) o trabalho, dividido em quatro capítulos, foi o resultado de uma longa investigação sobre como, durante a Guerra do Ultramar (1961-1974), Portugal recrutou 1,4 milhões de militares africanos para combaterem em Moçambique, em Angola e na Guiné, ao lado das tropas portuguesas;
(iii) esses homens, que lutaram por uma pátria que sentiam como sua, foram abandonados à sua sorte logo após a independência;
(iv) depois de muitos deles terem sido alvo de perseguições, prisões e fuzilamentos, ainda hoje aguardam o reconhecimento e as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas na altura:
(v) a reportagem, que recebeu o primeiro prémio na categoria de Meios Audiovisuais da edição de 2022 do prémio da Comissão Nacional da UNESCO e da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, foi entretanto transposta para este documentário, realizado por Sofia de Palma Rodrigues e Diogo Cardoso.
(i) durante a Guerra Colonial (1961-1974), milhares de africanos combateram ao lado de Portugal e arriscaram a vida por uma pátria que acreditavam ser a sua.
Livro > Por Ti, Portugal, Eu Juro! A história dos comandos africanos da Guiné", de Sofia da Palma Rodrigues (Lisboa, Tinta da China, 2024, 104 pp.)"
Wook > Sinopse
(v) a reportagem, que recebeu o primeiro prémio na categoria de Meios Audiovisuais da edição de 2022 do prémio da Comissão Nacional da UNESCO e da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, foi entretanto transposta para este documentário, realizado por Sofia de Palma Rodrigues e Diogo Cardoso.
(ii) a mesma pátria que, depois da Revolução de Abril, os abandonou à sua sorte;
(iii) 50 anos depois, os Comandos Africanos da Guiné continuam a reivindicar as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas;
(iii) este grupo foi a única tropa de elite do Exército português integralmente constituída por pessoas negras, pessoas que tomaram a dianteira das operações mais difíceis e protegeram os militares oriundos da metrópole;
(iv) reivindicam, até hoje, um lugar na História. Contam relatos de guerra, perseguição e morte;
(V) dizem-se abandonados e traídos por um Estado que os usou, explorou e, por fim, descartou.
Livro > Por Ti, Portugal, Eu Juro! A história dos comandos africanos da Guiné", de Sofia da Palma Rodrigues (Lisboa, Tinta da China, 2024, 104 pp.)"
Wook > Sinopse
(i) durante a Guerra Colonial (1961-1974), Portugal recrutou 1,4 milhões de militares para combaterem em Moçambique, em Angola e na Guiné;
(ii) um terço destes soldados eram africanos, na altura cidadãos portugueses que foram obrigados pelo Estado a cumprir o serviço militar;
(iv) este livro foca-se num universo muito específico deste contexto: os comandos africanos da Guiné, que integraram as três companhias criadas pelo então governador António de Spínola e constituíram a única tropa de elite do Exército português integralmente composta por militares negros;
(v) depois do 25 de Abril de 1974, estes homens foram abandonados por Portugal, o país que os obrigou a cumprir o serviço militar e pelo qual lutaram;
(v) depois do 25 de Abril de 1974, estes homens foram abandonados por Portugal, o país que os obrigou a cumprir o serviço militar e pelo qual lutaram;
(v) 50 anos depois, contam pela primeira vez a sua história;
(vi) querem que o Estado português lhes devolva os direitos ganhos no campo de batalha e cumpra as promessas feitas;
(vii) este livro resulta de uma reportagem da Divergente.
(viii) o filme homónimo estreou no dia 19 de outubro de 2024 no âmbito do DocLisboa - 22º Festival de Cinema Internacional.
(viii) o filme homónimo estreou no dia 19 de outubro de 2024 no âmbito do DocLisboa - 22º Festival de Cinema Internacional.
Sinopse curta: um livro que foi uma reportagem e é também um filme, sobre os comandos africanos da Guiné que integraram as companhias criadas por António de Spínola e foram forçados a combater pelo exército português durante a Guerra Colonial.
“Fomos obrigados a ir para a guerra. Ninguém se podia esconder.
Se o fizéssemos, a nossa mãe, o nosso pai, podiam ser presos
e nós seríamos considerados fugitivos... Lutámos por Portugal,
jurámos-lhe fidelidade e, depois da independência, fomos
totalmente abandonados, como carne para canhão. Ficámos assim:
filhos sem pai e sem mãe!”
Julião Correia foi um dos mais de 400 mil militares africanos que combateram do lado
de Portugal durante a Guerra Colonial (1961-1974).
Homens que, na sua maioria, têm
mais de 70 anos e correm o risco de desaparecer sem que os seus testemunhos tenham
alguma vez sido filmados, sem que a sua história tenha sido documentada.
Julião morreu
em outubro de 2017, com 75 anos, poucas semanas depois de o termos entrevistado
em Bissau.
Com o fim da Guerra Colonial, e a retirada da tropa metropolitana dos territórios
ocupados além-mar, os militares africanos que integraram o Exército português foram
deixados para trás pelo mesmo país que os obrigou a combater. Ao mesmo tempo,
foram também considerados traidores de raça e de classe pelas novas ordens políticas.
Enquanto em Angola a maioria destes homens foram integrados nas Forças Armadas
locais, e em Moçambique se constituíram Comissões de Verdade e Justiça, na Guiné-Bissau estas pessoas foram perseguidas e torturadas, havendo relatos de centenas de
execuções sumárias.
Além disso, a Guiné tinha ainda mais uma especificidade: era a
única colónia a ter uma tropa de elite composta, desde a base (soldados) até ao topo
(capitães) por africanos negros.
As Companhias de Comandos Africanos da Guiné foram criadas em 1971 sob a alçada do
então governador António de Spínola, que fez destes homens o seu braço-direito.
Era nos
comandos que Spínola depositava a última esperança de Portugal poder sair vitorioso da
guerra na Guiné. Homens altamente treinados, que conheciam bem o terreno e tinham
um elevado nível de preparação e resistência física; e que, rapidamente, se tornaram
numa arma essencial da resistência contra o Partido Africano pela Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC) durante a guerra.
Num contexto em que o serviço militar
era obrigatório, todos os homens acima de 18 anos que recusassem ir à tropa eram
considerados desertores, pondo as famílias à mercê das ameaças da Polícia Internacional
e de Defesa do Estado (PIDE).
Muitos destes militares eram analfabetos e não tinham
qualquer convicção política, desconheciam as razões que motivaram o conflito
(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos: LG)
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Último poste da série > 13 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26148: Agenda cultural (867): Joaquim Costa lançou, em Gondomar, o seu livro "Crónicas de Paz e Guerra", no passado dia 9: uma casa cheia de amigos, colegas e camaradas
5 comentários:
Uma verdade indesmintivél, nunca aceitei e aceito o que fizeram no 25 de Abril de 74, aos soldados oriundos das colónias, que juraram bandeira , combateram e sofreram como nós, e foram abandonados. Houve dinheiro para trazerem os retornados brancos, mas estes valorosoa soldados, nunca foram reconhecidos e já lá vão mais de 60 anos. Desgraçadamente muitos, já não estão entre os vivos. Mas foi uma desgraça, que não consigo esquecer.
Abílio Duarte - F.Mil. 05610968 C.Art.2479/ C.Art.11
Ainda não vi o documentário e quero ir vê-lo. A Sofia Palma Rodrigues e a sua equipa do Divergente estão de parabéns por este trabalho de investigação e por darem voz aos nossos camaradas guineenses, que estão a morrer, abandonados e amargurados... Os antigos comandos e os antigos militares das companhias de caçadores, pelotões de caçadores, milícias, etc.
É uma vergonha !!!!!
O poder político concede rapidamente a cidadania portuguesa a quem muito bem entende.
Estes homens que integraram o exército português foram e são votados ao esquecimento.
Eduardo Estrela ex-fur mil c caç 14
Na minha opinião, o Estado Português, já que ultrapassado pela dinâmica criada pela independência da Guiné, talvez impossibilitado pelas disposições do direito internacional de impedir a selvajaria dos fuzilamentos, deveria, pelo menos agora, reconhecer a cidadania portuguesa aos que combateram por Portugal na condição de portugueses. Não o fazendo comete um acto de traição em relação aos que serviram Portugal.
Carvalho de Mampatá
Concordo.
Foi um crime, não só o que fizeram os novos Senhores da guerra na Guiné, mas
pior ainda, o abandono criminoso dos nossos combatentes africanos, por parte dos nossos sucessivos governos ao longo dos últimos 50 anos.
Mas porque nos admiramos e ficamos enraivecidos, se a nós, Portugueses, brancos de Portugal metrópole, enviados à força para o cú de judas, se não reconhecem o nosso estatuto de Ex combatentes?
Não é só dar-nos um cartãozinho
que para nada serve à maioria!!
Porque querem apagar este período negro da nossa história.
Abraço a todos
Virgilio Teixeira
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