Foto nº 1 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1959 > O jardim local, na margem direita do rio Geba Estreito. Ao centro, a estátua de Oliveira Muzanty.
Foto nº 2 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1959 > Cheias (1): Uma das ruas da zona ribeirinha inundadas; à esquerda, o comerciante Carlos Marques da Silva
Foto nº 3 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1959 > Cheias (2): uma loja com um passadiço improvisado
Foto nº 4 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1959 > Cheias (3): o mercado que já existia nos 30, de arquitetura revivalista
As fotos chegaram, há uns largos anos atrás, ao nosso blogue, pela mão do nosso tabanqueiro Leopoldo Correia (ex-fur mil, CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65) (foto à esquerda).
Estas e outras fotos de Bafatá, de 1959, foram tiradas por um familiar seu, ligado ao comércio local (Casa Marques Silva), casado com uma senhora libanesa, filha do senhor Faraha Henen.
Mais tarde, falando com o Leopoldo Correia, ao telefone, vim a descobrir que afinal o Mundo é Pequeno e a Nossa Tabanca... é Grande!...
De facto:
(i) era um homem das sete partidas: depois da "peluda", viveu em Angola, trabalhou na Diamang;
(ii) voltou para o "Puto', trabalhou na EDP, por exemplo na Central Termoelétrica do Barreiro onde fez amizade com amigos e conterrâneos meus, o Carlos e o Hugo Furtado (que andou comigo na escola primária);
(iii) na Guiné, também conheceu, entre outros, o Fernando Rendeiro, comerciante de Bambadinca a cuja casa fui algumas vezes almoçar, no tempo em que lá estive (julho de 69/março de 71)...
(iv) falou-me da viúva do Rendeiro, mandinga, Auá Seid (entretanto já falecida) e dos filhos (que o comerciante de Bambadinca, natural da Murtosa, nunca nos mostrava mas de quem falava com tanto carinho e orgulho: tinha uma filha a tirar direito, em Coimbra)...
(v) vivia em Águas Santas, Maia;
(vi) não tenho, há muito, notícias dele.
As fotos revelam um drama que se tem agravado com o tempo: as cheias do rio Geba (ou Xaianga).
A antiga cidade colonial de Bafatá (topónimo que vem do mandinga, "baa faata", "o rio vai cheio), infelizmente ainda não conseguiu ultrapassar a decadência urbana,demográfica e económica, que tem a idade da independència do país. (**)
O fim do "ciclo da mancarra", " a semente do diabo" (imposta pelos "colonialistas", e de queo grupo CUF, através da Casa Gouveia, foi o grande beneficiário) foi também, material e simbolicamente, o fim da "princesa do Geba". Em contrapartida, o "ciclo do caju", imposto pela nova economia planificada de Luís Cabral, não produziu a riqueza que se esperava, para a grande maioria dos guineenses, em geral, e os bafatenses, em particular, que criaram novas tabancas ao longo do eixo rodoviário do leste, que liga Bambadinca a Nova Lamego.
No nosso tempo havia as tabancas da Rocha,da Ponte Nova, da Nema... Há muitas mais... Mas continua a haver inundações no Vale de Bafatá, como este ano, provocando grandes estragos, em culturas (arroz de bolanhas de água doce) e em habitações, ao longo do curso do rio até Bambadinca,
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Notas do editor:
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 28 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26086: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (37): Bafatá e a Célia Dinis, que merecia uma estátua e não uma medalha...
(**) Último poste da série > 9 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26133: As nossas geografias emocionais (31): Nova Lamego, região de Gabu, em jan / fev 1967 (Manuel Coelho, ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68)
(**) Último poste da série > 9 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26133: As nossas geografias emocionais (31): Nova Lamego, região de Gabu, em jan / fev 1967 (Manuel Coelho, ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68)
5 comentários:
Cheias em Bafatá, o que a água do Geba subiu e era bem alta a distância que ia da prancha da piscina até ao rio.
Lembro-me de no tempo das chuvas, o rio Geba passar resvés na Ponte de Contuboel, que era alta, molhando as rodas dos Unimogs, e haver entulho no alto das árvores, tal eram as habituais chuvadas da época delas e ainda não haver as verdadeiras alterações climáticas de hoje.
Creio ter ouvido falar ou até ter passado por lá, não me lembro bem, haver para os lados de Bafatá, uma granja com um plantação de cajueiros, implementada pelo eng. agrónomo Amílcar Cabral antes da guerra.
Valdemar Queiroz
Verdade Valdemar, como as enchentes vinham atá ao antigo mercado, hoje em dia, por brincadeira, chamo ao Centro Comercial Babilónia na Amadora... o novo mercado de Bafatá!!!
Caro anónimo (Abílio ?), faz o favor de "a(ssa)ssinar" no fim...
A zona ribeirinha de Bambadinca também costumava ser afetada, no nosso tempo, por inun dações...Bastava São Pedro distrair-se e lá vai disto...
2 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15187: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte XIV: As cheias de Bambadinca na época das chuvas
Abílio Duarte- F. Mil. 05610968- C.Art.2479-C.Art.11. Estranho a observação, pois , quando respondo ou comento, eu estou identificado no Blog ???
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