1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Março de 2025Queridos amigos,
Enquanto folheava esta publicação da Associação de Lanceiros veio-me à memória a história de um médico natural de Gaia, Joaquim Vidal Saraiva, desembarcado em Bissalanca, nem teve tempo de tomar os ares de Bissau, foi transferido para Guileje, experiência que, contava ele em Bambadinca, como médico do BCAÇ 2852, lhe deixou profundas marcas, nunca lhe passara pela cabeça aquela permanência de flagelações, com o perigo sempre à espreita. O Vidal teve que ir a Bissau, conversava amenamente depois de um jantar com outro médico à porta de um restaurante, chegou a Polícia Militar e, sem mais nem menos, espetou-o toda a noite no calabouço, ficou-lhe uma raiva de todo o tamanho. Não sei se o leitor recorda a conversa que tive com o antigo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, também ele esteve na PM em Bissau. Em entrevista à revista Visão fez declarações que considerei totalmente despropositadas, escrevi-lhe um mail para o grupo parlamentar, teve a delicadeza de me convidar para uma conversa na sede do seu partido, tenho muita admiração pela sua dignidade, mas não lhe perdoo ter dito que aterrara em Bambadinca completamente destruída, isto quando Bambadinca sofreu ligeiros arranhões na primeira das duas flagelações que teve, uns fios elétricos que foram a baixo. Creio que o nosso confrade José Martins, se acaso não conhece esta publicação da Associação de Lanceiros, vai ficar contente. E mais não digo.
Um abraço do
Mário
A Polícia Militar na Guiné (1959-1974)
Mário Beja Santos
Com data de setembro de 2024, a Associação de Lanceiros publicou a presença da Polícia Militar (PM) na Guiné. Foi graças ao empréstimo que fez o Dr. João Horta, da Biblioteca da Liga dos Combatentes, que tive conhecimento desta publicação. Logo se explicita a ligação entre o Regimento de Lanceiros 2 e a Polícia Militar: era a unidade formadora e mobilizadora da quase totalidade das subunidades da Polícia Militar que atuaram no Ultramar, envolvendo um total de 68 companhias e 53 pelotões independentes, correspondendo ao efetivo aproximado de 8500 homens, cuja atividade era de policiamento, patrulhamentos e rusgas, captura de desertores e criminosos, policiamento em portos e aeroportos, quartéis generais e outros pontos sensíveis, incluindo escoltas a comboios de reabastecimento às zonas de intervenção.
Há a presença de um pelotão expedicionário de PM na Guiné logo em setembro de 1959, isto devido aos acontecimentos do 3 de agosto, as autoridades decidiram que a tropa mais adequada para reforço da Guiné era a PM, mobilizou-se um pelotão. A missão foi dada ao Regimento de Cavalaria 6 e não ao Regimento de Lanceiros 2, o comando foi assumido pelo alferes Ruy Anselmo de Oliveira Soares, embarque por via aérea, as viaturas, armamento e restante material seguiram no Alfredo da Silva. Esta unidade da PM ficou aquartelada no forte de Amura. A missão que lhe foi atribuída tinha a ver fundamentalmente com o patrulhamento motorizado e apeado da zona urbana e suburbana de Bissau. Regressa em outubro de 1961, em sua substituição chegará à Guiné um pelotão designado por PPM 1. A publicação lista as unidades e subunidades, quem as comandava, embarque e regresso, o seu teatro de operações foi sempre Bissau.
Publicação profusamente ilustrada, explicando detalhadamente a história dessas unidades, serviços e atividades e ações diversas. Faz-se igualmente a listagem de efetivos obtidas a partir das Ordens de Serviço que estão em arquivo no Regimento de Lanceiros 2, diz-se na publicação que pode haver algumas imprecisões e incorreções. Deixam-se os contactos da publicação para eventuais interessados.
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Nota do editor
Úlltimo post da série de 21 de dezembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27557: Notas de leitura (1876): "Os Có Boys (Nos Trilhos da Memória)", de Luís da Cruz Ferreira, ex-1º cabo aux enf, 2ª C/BART 6521/72 (Có, 1972/74) - Parte VII: A chega a Có, com a praxe do costume






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