Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Missirá > 1968 > Mamadu Camará, um dos soldados do Pel Caç Nat 52, sob o comando do Alf Mil Beja Santos.
Foto: © Beja Santos (2006)
Foto enviada, em 18 de Agosto de 2006, com a seguinte mensagem do Beja Santos:
Caro Luís:
Conforme prometido, dou-te notícias depois de duas semanas de férias. Creio que te disse que ia para os Condados de Oxford e Yorkshire e depois uma semana pelo interior da Escócia, sobretudo nas Terras Altas.
Recomposto, recomeço alguns reenvios. Passo-te a descrever as fotografias que vou enviar pelo correio.
(...) Esta, que hoje se publica, foi tirada em Missirá ao Mamadu Camará. Era o 222, soldado indómito, de quem guardo a memória do seu companheirismo.
Foi Furriel na 1º Companhia de Comandos Africana (1), perdeu um pé numa emboscada algures no Sul (creio que na mata do Fiofioli), veio para Portugal em 71 e cá vive. Foi o primeiro a dar muito trabalho antes da desconolização pois juntou-se a uma cabo-verdiana que tinha o morto o primeiro marido com um facalhão de talho e fez-lhe a vida mais negra do que ele era.
Havia, salvo erro, 5 filhos fora do casamento, tive de andar pelas misericórdias a pedir ajuda, os míudos cresceram e hoje aparecerem-me já com filhos.
Inevitavelmente, falar-se-à muito de Mamadu nestas memórias, até porque ele teve uma indiscutível importância nas noites de flagelação em Missirá.
(...) Hoje recomeço a escrita com uma informação prévia. Tu ficarás como fiel depositário de todo o material original que está a aparecer. Quando eu morrer, entregas tudo no Arquivo Histórico Militar. Recebe um grande abraço do Mário Beja Santos
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Nota de L.G.
(1) Vd. post de 11 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - CIII: Comandos africanos: do Pilão a Conacri (Luís Graça)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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