O nosso Joaquim Mexia Alves, a quem o Vitor Junqueira chamou, há tempos, "gigante com coração de passarinho", no Xitole, 1972, com uma mina A/P nas mãos... Foi Alf Mil Op Esp e esteve na Guiné, entre Dezembro de 1971 e e Dezembro de 1973, tendo percorrido nada menos que três unidades (caso raro!): CART 3492 (Xitole), Pel Caç Nat 52 (Mato Cão / Rio Udunduma) e à CCAÇ 15 (Mansoa).
Foto: © Joaquim Mexia Alves (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do Joaquim Mexia Alves:
Caros Mário e Luís & Camaradas da Guiné:
"Confesso que estou muito orgulhoso por esta aprovação" - diz-nos assim o Mário, com toda a simplicidade! (1)
E nós pegamos nesta frase e fazêmo-la nossa: "Estamos muito orgulhosos desta aprovação, estamos muito orgulhosos deste livro, estamos muito orgulhosos do Mário, estamos muito orgulhosos do Luís que nos deu este espaço."
Ao lermos-te, Mário, lemos cada um de nós!
Todos estivemos em Missirá, todos vivemos a ansiedade, as preocupações, a distância, a solidão tantas vezes acompanhada, a saudade, o medo, o horror, a indignação, a revolta, o orgulho, o desânimo, a frustração, a incompreensão, a incompetência, a arrogância, o autoritarismo, a dor da perca, todos vivemos tudo isso e o mais que os nossos corações sentiram, por isso dizemos e afirmamos: «Estamos orgulhosos do teu livro, e consideramo-lo nosso» (2).
Curiosamente Mário, gostei de comandar o Pel Caç Nat 52, mas confesso que nunca o considerei como unidade militar importante.
Tu vieste dar uma nova dimensão ao 52, e a todos os 52 que existiram na Guiné (3), porque deles e com eles se fez a guerra, independentemente da justiça da mesma.
Este livro fará parte da minha vida, pois a verdade é que por tua causa, eu poderei dizer orgulhoso a quem ler este livro: Eu comandei o 52!!!
Desculpa se te roubo um pouco desse orgulho são, de quem cumpre uma missão de dar a conhecer aos outros, a vida dos seus pais, avós, maridos, tios,...
Não dispensamos uma apresentação formal do livro onde nós, os velhinhos, possamos estar e dizer que fomos 'feridos', fomos 'presos', fomos 'mortos', fomos 'esquecidos', mas ainda aqui estamos!!!
Parabéns, Mário, pela obra. Parabéns, Luís, porque pela tua ideia foi possível a obra.
Abraço a todos do
Joaquim Mexia Alves
P.S. - Gostei muito do que me chamou o Vitor Junqueira num mail que me enviou a seguir a Pombal: "Gigante com coração de passarinho"! Acreditem que há umas lágrimas que neste momento teimam em sair dos meus olhos!!!
2. Comentário do editor L.G.: Joaquim, prepara-me uma fado para a ocasião! Se for caso disso, eu arranjo-te a letra!
___________
Notas de L. G.:
(1) Vd. post de 25 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1996: Nas Terras dos Soncó, um livro saído do nosso blogue, em próxima edição do Círculo de Leitores (Beja Santos / Luís Graça)
(2) Vd. post de 26 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1998: Blogoterapia (28): No Diário do Mário Beja Santos, está lá tudo, estamos lá todos nós (Virgínio Briote)
(3) Vd. posts de:
30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1901: O Pel Caç Nat 52 que eu comandei em 1966 (Bolama, Enxalé, Porto Gole) (Henrique Matos)
28 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1896: Encontro dos Pel Caç Nat 51, 52, 53, 54, 55 e 56 (Henrique Matos)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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