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Foto: © Idálio Reis (2007). (Editada por L.G.). Direitos reservados.
1. Texto do Jorge Cabral:
Querido Amigo,
Cá continuo e como sempre voluntariamente na margem. Do Tejo? Do Geba? Ou da vida?
Gozando, e gozando-me, aponto os muitos reis que vão, invariavelmente, nus.
Aproveitarei o teu conselho para pôr a escrita em dia. Tenho tanto para comentar… Entretanto, e como sou um prosador demorado, mas um poeta repentista, envio poema provocado pela exemplar fotografia do Idálio.
Boas férias para ti e toda a
Tabanca,
Jorge
Explorador? Mineiro? Não, um Soldado!
A pá como viola a dedilhar.
Vê-se que está cansado
Do fado, sempre o mesmo, aguentar.
É muito cedo. Parece madrugada.
Chuva, calor, vermelha a terra.
Que pensa ele? Na namorada?
Na mãe? Ou no porquê da Guerra?
Tão jovem, apenas um rapaz
No meio de tantos perigos.
Oxalá ainda viva e sempre em Paz
Sem ter de construir novos abrigos.
Jorge Cabral
_________
Nota de L.G.:
(1) Vd. post de 19 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1973: Gandembel/Ponte Balana: homenagem aos bravos combatentes de um lado e doutro (Idálio Reis)
1 comentário:
Mensagem do Paulo Santiago
(pja.paulo@gmail.com)
Oh Cabral,tu mexes connosco.Os teus poemas são magnifícos.Lembro o do Natal,evocando o"Zé da Desordem". Conta-nos mais "estórias".
Abraço
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