segunda-feira, 30 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P2010: O Major Pereira da Silva que eu conheci, em 1966, no QG de Santa Luzia (Virgínio Briote)

1. Texto do Virgínio Briote, nosso co-editor:

Caro Luís,

Espero que te tenhas reconfortado com os ares do Marco. Que belas terras e que vinhos, Deus meu!

Tenho acompanhado com muito interesse o estudo que o Afonso (1) tem vindo a fazer sobre o caso. Também, quando vi a foto, vi que havia uma troca na identificação dos majores P. da Silva e P. Ramos. Enviei-lhe a mensagem, que podes ler abaixo. Embora ciente do erro, pedi-lhe que verificasse a legenda. Porque o Afonso é o mais interessado na procura da verdade, devia ser ele, penso eu, a proceder à rectificação. Ainda não respondeu, pode dar-se o caso de estar ausente. Assim, proponho esperar mais um ou dois dias e, caso não haja qualquer resposta, substituir a foto pela outra que existe no blogue, esse sim correcta.
Um abraço,
vb

Afonso, caro Camarada,

Antes de mais, cumprimentos pelo notável trabalho que tens vindo a fazer, no esforço em desvendar até ao limite o caso dos assassinados na zona de Teixeira Pinto. É uma obra, sem necessidade de sabujices, como então se dizia nos nosso tempos, uma obra, escrevia eu, com muito interesse e, que os investigadores futuros sobre a colonialização/descolonização da Guiné não podem esquecer. Parabéns pelo teu trabalho, Afonso, é o mínimo que te posso dizer.

Uma questão que convém tu repensares, é a legenda da foto. Eu conheci o major Pereira da Silva. Nos finais da minha comissão, Set/Dez 66, estive no QG a fazer nada, andava por ali, a esperar que os 24 meses acabassem.


O major P. da Silva, um dia, no final de um almoço, abeirou-se de mim, deu-se a conhecer, falou-me de assuntos que me diziam pessoalmente respeito, mostrou estar bem informado, para minha surpresa. Daquele encontro na messe de Santa Luzia, ficou-me me a recordação de um homem culto, inteligente, a que eu, confesso, não estava muito habituado a ver nos oficiais do QP.

Naqueles últimos meses, nos finais de 66, convivemos quase diariamente, mais que uma vez viemos até à cidade, demos as voltas do costume pelas montras de Bissau, jantámos 2 ou 3 vezes no Fonseca (Solar dos 10, não sei se este restaurante te diz alguma coisa). Isto para te dizer que conheci de perto o P. da Silva.

Ao Passos Ramos, se a memória não me está a trair, apresentaram-mo uma vez.

De qualquer das formas, fala com outras pessoas que o tenham conhecido, como, por exemplo o Tunes, que privou bem de perto com os três.

Um abraço, Afonso, e até um dia destes,
vb


2. Comentário: Obrigado, Virgínio, o assunto está esclarecido (1). Fica também aqui, para conhecimento dos nossos acamaradas e amigos, o teu apreço pelo trabalho do Afonso M.F. Sousa que, possivelmente, estará de férias.
______

Nota de L. G.:

(1) Vd. posts de

27 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P2004: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (Anexo A): Depoimento de Fur Mil Lino, CCAÇ 2585 (Jolmete, 1970)

30 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P2008: Dando a mão à palmatória (1): A fotografia dos saudosos majores Pereira da Silva, Passos Ramos e Osório (João Tunes / Editores)

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