António Matos
Gostava de me reportar à sondagem que está a decorrer sobre a possibilidade da existência ou não de amigos dos dois lados da barricada.
É curiosa a questão, e dá que pensar.
Desde logo a dificuldade em se entender o verdadeiro sentido da pergunta.
1ª Hipótese – é ou não possível termos um amigo que por qualquer razão se passou para o outro lado?
Claro que é! A sua passagem para outro ideal poderá nada ter a ver connosco! Tem a ver com o sistema!
Conclusão: serão amigos em campos diferentes
Neste blog há vários relatos de confrontos que o não foram, aquando do encontro fortuito entre 2 combatentes amigos (mas separados pelo ideário).
2ª Hipótese – equacionar o problema na dualidade de “amigos/inimigos” parece-me um contra-senso.
Inimigo é, por definição, um não-amigo, logo não existem “amigos-inimigos”.
Ou são amigos (e caímos na conclusão da 1ª hipótese) ou são inimigos (que, em guerra, se matarão por verem no outro a razão da sua beligerância).
Em tese, preferiria intitular a questão em amigos e adversários ou então, pura e simplesmente, estamos a falar em inimigos.
Parece-me, contudo, uma discussão demasiado filosófica e os resultados que a sondagem apresenta não se me afiguram claros.
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Notas de vb:
1. Referência aos artigos em30 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3544: O segredo de... (2): Santos Oliveira: Encontros imediatos de III grau com o IN
30 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3543: O segredo de ... (1): Mário Dias: Xitole, 1965, o encontro de dois amigos inimigos que não constou do relatório de operações
2. Do Autor em
10 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3596: O famoso desenrascanço...(António Matos)
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