sexta-feira, 10 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4665: Memória dos lugares (33): A minha visita a Missirá, na passagem de ano de 1970, com o médico Mário Ferreira (Arsénio Puim)

Viseu > 26 de Abril de 200 > Convívio do pessoal da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e unidades adidas > O Jorge Cabral, o segundo a contra da esquerda, "entre um Psiquiatra (Marques Vilar) e um Cardiologista (Mário Ferreira Gonçalves, autor do Romance Tempestade em Bissau)" (**)... Na ponta, do lado direito, o nosso camarada David Guimarães. Acrescenta o Jorge que ambos os médicos "me visitaram em Missirá, quando eu comandava o Pel Caç Nat 63, tendo o Mário, passado lá o Natal de 70, com o Padre Puim"...

Foto: © Jorge Cabral (2008). Direitos reservados

Mensagem do nosso camarada Arsénio Puim, que vive actualmente em Vila Franca do Campo, S. Miguel, Região Autónoma dos Açores, e que foi Alf Mil Capelão, da CCS do BART 2917, Bambadinca, entre Maio de 1970 e Maio de 1971.(***)


A MINHA VISITA A MISSIRÁ
por Arsénio Puim

Li no blogue uma evocação de Jorge Cabral relativa à visita do Capelão Puim ao Destamento de Missirá, na Guiné, em Dezembro de 1970. (****)

Foi realmente em Dezembro, mas no último do mês, e aí passei a noite de fim de ano.

O transporte foi de sintex através do rio Geba, à tardinha [Vd. foto à esquerda, sendo que o camarada que está de pé, e de G3 em punho, não é o capelão Puim, que não tinha arma distribuída, mas o Alf Mil Joaquim Mexia Alves, dois anos depois, em 1972, comandante do Pel Caç Nat 52, destacado em Mato Cão].

A placidez das águas, a arborização das margens, a sinuosidade do trajecto e sobretudo a abundância, a variedade e a beleza das aves – de cores as mais variegadas – fizeram desta uma viagem encantadora.

Da margem ao acampamento, julgo que ainda distavam um ou dois quilómetros, que percorri a pé mais o médico Mário Ferreira, que também visitava Missirá. Numa dada altura, ouvimos um grande tropel dentro do mato. Parámos. Mas logo vimos que era um bando enorme de macacos em deslocação. Ao atravessarem o caminho, olhavam-nos e logo continuavam a correria.

A noite de passagem do ano foi muito alegre, com boa comida e alcoolfarta. Houve discursos e música (admito que também discursei) no acampamento, que – é a impressão que guardo – se caracterizava por quase não haver separação física e humana entre ele e a tabanca e por todo um espírito que me pareceu nada ter a ver com o lema, demasiado redutor, pertencente a um Pelotão antigo, que ainda se podia ler, impresso num bloco de cimento, na parada [, referência provável ao Pel Caç Nat 52, anterior ao comando do Alf Mil Beja Santos - Missirá, 1968/69 - cuja divisa era 'Os Gaviões: Matar ou Morrer' : vd. foto à esquerda].

No primeiro dia do ano tivemos missa no pequeno aquartelamento de Missirá, e voltei a Bambadinca.

Esta é uma das minhas boas recordações da Guiné, graças também ao comandante do Destacamento e grande régulo de Missirá, o ex-alferes Jorge Cabral, que saúdo com amizade.

Arsénio Puim

____________

Notas de L.G.:

(*) Vd poste de 16 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2847: Convívios (57): CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72): Viseu, 26 de Abril (Jorge Cabral)

(**) Vd. poste de 10 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2092: Antologia (61): Tempestade em Bissau (Mário G. Ferreira)

Mário G. Ferreira, Tempestade em Bissau: Ano 1970. Lisboa: Pallium Editora. 2007. 216 pp. Preço 14 €.

O autor foi Alf Mil da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).

Vd. poste de 15 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1527: Lista de ex-militares da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e unidades adidas (Benjamim Durães)

(***) Vd. poste de 14 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4521: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/ Mai 71) (1): No RAP 2, V.N. Gaia, onde fez mais de 60 funerais

(***) Vd. poset de 3 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 – P4455: Estórias cabralianas (50): Alfero, de Lisboa p'ra mim um Fato de Abade (Jorge Cabral)

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo Puim!
Tens razão.Troquei o Ano Novo pelo
Natal.Ainda bem que guardas boas
recordações da tua visita a Missirá.Quartel? ou Tabanca?Se calhar,comigo lá,mais Tabanca que
Quartel..Lembro-me que dormiste
no meu "Condomínio"-Abrigo,o qual
também albergava mulheres e crianças.Fazíamos gala na nossa hospitalidade,recebendo todos, o melhor possível.No tempo do Polidoro, até o 1ºSargento Brito
lá foi..

Paz e Saúde!

Grande Abraço.

Jorge Cabral