1. Mensagem de António G. Matos, ex-Alf Mil MA da CCAÇ 2790, Bula, 1970/72, que nos foi enviada em 6 de Setembro de 2009:
Na Guiné também houve sacanas!
Quentin Tarantino, com a sua mais recente produção - sacanas sem lei -, teve o mérito de me fazer debruçar sobre o layout de comentários/postes do blogue para, ainda que num registo meramente esporádico, vos possa dar conta de ter pegado na minha faca de mato usada na Guiné, amolá-la convenientemente, testar o fio da lâmina no corte longitudinal dum cabelo, e imaginar o "descascar" do escalpe de alguns "basterds" que, felizmente, não tive o desprazer de conhecer naquele tempo ido.
Depois, foi dar largas ao dedilhar no teclado como se de um taco de basebol se tratasse, tendo em falsos e despudorados ex-combatentes da Guiné a cabeça a rachar ao ritmo das potentes cacetadas desferidas pelo Donny Donowitz!
O mundo é redondo e a sacanice é do tipo do azeite na água: vem sempre ao de cima!
Mais cedo ou mais tarde!
A ideia de marcar os nazis a golpes de navalhada, na testa, com a suástica, de modo a não passarem despercebidos depois de despirem a farda, pareceu-me boa para evitar as dezenas de anos que os verdadeiros caçadores da espécie levam a dar com eles.
A nossa guerra também pariu quem merecesse uns mimos semelhantes (a suástica podia ser substituída por um papagaio) o que lhes daria tento na língua e nos livrava do incómodo de os ouvir...
Tarantino dá vida a uma visão alternativa do que podia ter sido o fim do III Reich e, consequentemente, da II guerra mundial.
Eu, numa altura em que já todos temos sensibilização ecológica, contentava-me em separar o lixo que por vezes aparece no blogue e, à falta dum provedor, deitá-lo-ia directamente na trituradora a caminho da incineração.
Porque, diz-se, o blogue é grande, e eu, não deixando de corroborar a ideia, grito que grandes, grandes mesmo, somos todos nós que fomos lá, que provámos o sabor da terra onde caímos muitas vezes, que soubemos o que é sofrer por levar um tiro, um estilhaço, arrancarem-nos uma perna, ver morrer um amigo, etc., etc., etc., volto (com a pouca autoridade que o número de intervenções me confere) a pedir ao Luís Graça, com a ajuda dos seus mais próximos colaboradores que tentem evitar o desalento dos tertulianos de modo a que se não perca a dinâmica do boom de entusiasmo de que ainda goza este espaço.
Aos camaradas Luís Faria, Manuel Maia e José Matos Dinis, agradeço as vossas palavras que muito me sensibilizaram e não poderia deixar de mandar este texto pelo respeito que me mereceram.
Sabe quem melhor me conhece que não sou de voltar a cara a uma boa polémica e não mudo de opinião por força de gritinhos mais ou menos histéricos impregnados que sejam de ameaças veladas.
Para medo, tive-o na Guiné por temer não trazer aqueles rapazes cujas famílias mos confiaram.
Infelizmente, tal aconteceu e, em sua homenagem, permitam-me o nojo por quem se julga intimidador.
Um abraço,
António Matos
Alf Mil MA da CCAÇ 2790
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Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
22 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4725: Blogoterapia (120): Como falam as fotografias (António G. Matos)
6 comentários:
Ora, ora, o amigo António Matos voltou a dar sinal de si.....
Espero que em boa hora, pois as suas reflexões e apelos, bem como as suas histórias, são bastante pertinentes e interessantes.
Já agora, embora pensando perceber o que queres dizer com estes "desabafos", chamemos-lhes assim, não estou a "atinar" bem com os "alvos"....
Um abraço
Hélder S.
CARO ANTÓNIO,
TENHO ESTADO DESARMADO NO QUE RESPEITA À TECNOLOGIA,DAÍ QUE QUANDO,EMBORA DE FORMA TEMPORÁRIA,APANHEI O PC DO MEU FILHO E PUDE APERCEBER-ME DA TUA REENTRADA NO BLOGUE, SENTI UMA INCOMENSURÁVEL
SATISFAÇÃO.
FOI O QUE SE CHAMA UMA BOA NOTÍCIA.
AS AMEAÇAS DE CARIZ BAFIENTO E PIDESCO NÃO PODERIAM AMEDRONTAR QUEM COMO NÓS PASSOU AS PASSAS DO ALGARVE.
TINHA A CERTEZA QUE VOLTARIAS,ATÉ PORQUE FAZIAS IMENSA FALTA.
UM GRANDE ABRAÇO.
MANUEL MAIA
Caro Abtónio,
Da leitura da tua mensagem não fiquei tão satisfeito quanto o Manel.
É da vida que teremos, volta e meia, de lidar com o género dos sacanas, alguns elevados à enézima potência.
Por vezes, identifico-os, e evito-os. Ignoro-os sempre que possível.
Outras vezes, confronto-os, para se darem conta do que são.
Espero que o teu regresso se concretize, porque fazes falta, e, seguramente, o blogue também te é quase necessário.
Um abraço
J.Dinis
Caro António,
Acabei de ler o teu "post" no blog, e julgo que compreendi a mensagem intrínsica no mesmo.
Espero que possas continuar. Este blog é bom e forte, e sê-lo-á ainda mais, enquanto puder contar com gentes com a moral intelectual que evidencias em todos os teus escritos.
Isto não é nenhum elogio. Apenas pretendo reconhecer a grandeza do teu coração, a firmeza do teu caracter, e a intelectualidade do teu pensamento.
Julgo que as minhas observações são correctas, e, em suma, apenas reconhecem o homem que és.
Para as minhas observações muito têm contribuido os ex-militares da tua companhia que tenho contactado.
Eles são firmes e unânimes a afirmarem que eras disciplinarmente um homem de grande humanismo, que contigo era fácil compreender que tinhas um trabalho a executar, e, que fora daquilo que era estritamente militar, que eras um grande pessoa com quem dava gosto conviver. Isso sim, acredito, é o elogio que qualquer comandante gostaria de receber dos seus subordinados. Aliás, pelo que dizem de ti, fico com a impressão que nem foram teus subordinados. Foram, sim, teus amigos.
Bem hajas!
José Câmara
Matos
Só agora li o Post.
Apareceste ou melhor. reapareceste. Óptimo!
Espero e faço votos que não sejam "aparições" esporádicas.
Fazes falta e sabes escrever, tambem com “ganas” como dizes.
O contraditório como outras coisas não te "atemorizam", nem as "gentes"!
E sabes uma coisa? Há sempre a capacidade de contar até dez ou mil e ...fazer uma "ponte"!
Se o até mil não chegar, há à mesma, a possibilidade de "arribombar o malho"(!!!) e dizer que se “Xentem na letra”!!!
Um abraço
Luis Faria
"Que se xentem na letra",.... ao tempo que eu não ouvia isso !!!
Espero que essa letra seja um i e que lhes faça bom proveito !
Meus caríssimos camaradas, qualquer silêncio que neste momento eu fizesse, soaria a pretenciosismo e só isso é suficiente para aqui vir marcar o ponto e dizer-vos que estou vivo !
Mas a mais não me quero alongar até para evitar encarnar o tal de Tarantino e não começar a rachar as cabeças dos tais sacanas.
Abraços,
António Matos
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