Assunto: Páscoa Sangrenta
Camarada:
Sobre a situação de Fajonquito (*) gostava de alinhar umas considerações, que me parecem construtivas:
(i) Não era contra o RDM ficar na PU [ Província Ultramarina,] onde se estava, a trabalhar após a passagem à disponibilidade. O país era só um - é bom que se recorde - e após as "obrigações militares" até era possível ir para o estrangeiro sem ser "a salto".
As Ordens de Serviço estão cheias das chamadas autorizações de ausências definitiva para o estrangeiros, passadas pelas unidades onde os desmobilizados tinham ficado colocados para efeitos de recrutamento. Por isso, tenho dificuldade em entender o início do diferendo entre e o capitão e o soldado, por esta razão. Não haveria outras?
(ii) Depois, tenho dificuldade em imaginar que um homem sózinho tenha conseguido descavilhar duas granadas defensivas que transportava, obviamente, uma em cada mão.
Imagina como é que o farias. Será que teve o auxílio de alguém? Claro que não! Peço desculpa, mas tenho dúvidas de que tenha sido assim.
(iii) A causa determinante terá sido a distribuição das amêndoas. Penso que o soldado ter-se-á sentido ferido (muito) na sua auto-estima e, principalmente, desamparado e abandonado.
A sua atitude terá sido um expor da sua situação de solidão, uma espécie de pedido de ajuda, semelhante aos dos suicidas. Na verdade, ele provavelmente nem sequer entendia porque estava ali a fazer aquilo (a Guerra) que não aceitava, mas não tinha saída ou remédio senão fazê-lo (não podia desertar nem fugir). Por isso, pelo menos, tinha que estar. Será que ele sentia estar a defender a Pátria ou as populações que estavam junto das NT? Ouvi dizer que era Básico, o que quer dizer que era dos psicotecnicamente menos aptos no Exército.
(iv) Por mim, creio que algumas situações de insubordinação e desobediência têm origem numa espécie de descarregar de ira e revolta contra o sistema e a situção. Não é possível que aqueles contra quem foram cometidas - na sua maioria tão milicianos como os insubordinados - fossem uns tiranetes e injustos e que merecessem a insubordinação.
(v) Creio mesmo que algumas delas terão origem numa situação de revolta profunda que não tinha por onde se expandir. Estas situações terminavam normalmente mal para os insubordinados e não creio que os quadros ficassem satisfeitos com o sucedido, como muitas vezes se diz. Para mim, estas situações serão o indício técnico de que o enquadramento é insuficiente e a mentalização é má.
Embora nunca tivéssemos tido uma recusa ao embarque, não creio que a defesa da Pátria nos fornecesse elementos para aceitarmos a ida para lá Tive ocasião de verificar que as unidades que embarcavam iam cada vez menos "mentalizadas" para as tarefas a realizar.
Farás com este mail o que quiseres, mas sugiro que testes a coerência da história tão dramática, e procures uma interpretação sociológica e psicológica para o sucedido e para a actuação dos dois principais intervenientes.
Um Ab do António Costa
António:
Aprecio a sagacidade do teu raciocínio, a oportunidade do teu comentário e a gentileza do teu gesto, honrando a memória dos nossos mortos.
Seguramente que faltam outras versões. As duas que temos (a do José Cortes e do José Bebiano, ambos furriéis em Fajonquito, em 1972), não são suficientes. O José Bebiano é contemporâneo dos acontecimentos, privou por exemplo com o Fur Alcino, uma das vítimas mortais dos acontecimentos, mas no dia 2 de Abril de 1972 não estava em Fajonquito, estava antes na Metrópole, em gozo de licença de férias.
Por sua vez, o José Cortes (da companhia que veio render a CART 2742, a CCAÇ 3549), tinha partido para a Guiné erm 26 de Março de 1972 e, antes de seguir para Fajonquito, ficou a tirar a IAO, no Cumeré, possivelmente durante um mês e meio... A versão dele só pode ser em segunda mão...Ouviu contar "in loco", um a dois meses depois do ocorrido... E contou-ma agora, 38 anos depois, ao telefone, ele em Coimbra, eu em Lisboa. (Em rigor, é a versão dele, oral, telefónica, reconstituída por mim).
Há pormenores, nas duas versões, que se contradizem: o José Cortes falou-me, ao telefone, em duas granadas, descavilhadas, uma em cada mão. O José Bebiano fala apenas numa... O Soldado Almeida seria um básico, segundo li na lista dos mortos da guerra do Ultramar... O José Bebiano dizer que ele era um ex-comando... Esperemos que ainda apareça alguém, da CART 2742, que nos dê uma versão mais detalhada, exacta e contextualizada desta tragédia ocorrida num domingo de Páscoa, numa festa que era suposto ser de despedida e de alegria... É a isto que se chama a triangulação das fontes.
Em suma, partilho, contigo, da mesma dúvida céptica: um soldado, não operacional, não tinha acesso fácil a granadas de mão defensivas (que estavam, em princípio, à guarda do cabo quarteleiro, tal como as granadas de morteiro e de bazuca); depois, não tinha habilidade nem sangue frio para pegar logo em duas, arrancar-lhe as cavilhas (com os dentes ?) e segurá-las, uma em cada mão, atravessar a parada e dirigir-se (calmamente ?) à secretaria... Fosse ex-comando, talvez tivesse treino para isso... Será que, entretanto, algum dos graduados o tentou desarmar ? Refiro-me ao Cap Figueiredo, ao Alf Félix e ao Fur Alcino...Aparentemente não há testemunhas desta cena fatal, passada na secretaria...
É bem possível que o Sold Almeida apenas tenha querido chamar a atenção para o seu caso, ou simplesmente protestar, julgando-se vítima duma clamorosa injustiça... A história das amêndoas bem pode ter sido a gota de água que fez transbordar o copo...
Também descarto a hipótese de suicídio (bem como de homicídio deliberado)... Na tomada de decisão de um suicída, há vários factores (antecedentes e mediatos) a ponderar... Nunca há uma causa única, há um feixe de causas ou determinantes... Ninguém toma uma decisão repentina destas, mesmo quando sob o efeito de álcool ou drogas (o que até podia ser o caso)... E a haver suicídio, ele foi também um triplo homicídio...
Aparentemente, o Sold Almeida não tinha nenhum conflito com os dois milicianos que morreram, juntamente com o Capitão... O mais provável é que tenha havido uma tentativa de neutralizar o infeliz Almeida que, de resto, tinha todas as razões para viver, não para morrer: o conflito com Capitão era porque ele querir ficar na Guiné, depois da peluda...
A alegada incompatibilidade dessa manifestação de vontade com o RDM é uma interpretação (indevida) minha... Eu pensei que a comissão militar só acabava com o regresso à Metrópole e a consequente passagem à disponibilidade...
Quanto ao pedido que me fazes, para arriscar "uma interpretação psicológica e sociológica para o sucedido" (sic), agradeço-te mas sai fora da minha competência como editor deste blogue. Não sou psicólogo, sou sociólogo e, em princípio, só gosto de falar do que estudo, investigo ou leio... O suicídio enquanto fenómeno social interessa-me. O suicídio, as tentativas de suicídio, outras formas de auto-mutilação (tiros no pé, no dedo indicador direito, etc.), o homicídio e outras formas de violência nos quartéis (ou no mato) merecem ser descritas, divulgadas, analisadas, contextualizadas, interpretradas no nosso blogue...
Mas nesse caso ainda não temos informação suficiente para tentar uma interpretação que não seja baseada em ideias de senso comum (o que é de todo contra-indicado a um sociólogo)... Façamos votos para que apareçam mais camaradas com informação (inédita e válida) sobre o caso da "Páscoa Sangrenta de Fajonquito"...
Deixo-te aqui apenas uma dica sobre o suicídio, e que fui buscar à página da Sociedade Portuguesa de Suicidologia (Vd. Questões frequentes):
(...) Normalmente o suicídio é equacionado como forma de acabar com uma dor emocional insuportável causada por variadíssimos problemas. É frequentemente considerado como um grito de pedido de ajuda. Alguém que tenta o suicídio está tão aflito que é incapaz de ver que tem outras opções: podemos ajudar prevenindo uma tragédia se tentarmos entender como essa pessoa se sente e ajudá-la na procura de outras opções e soluções. Os suicidas sentem-se com frequência terrivelmente isolados; devido à sua angústia, não conseguem pensar em alguém que os ajude a ultrapassar este isolamento.
Na maioria dos casos quem tenta o suicídio escolheria outra forma de solucionar os seus problemas se não se encontrasse numa tal angústia que o incapacita de avaliar as suas opções objectivamente. A maioria das pessoas que opta pelo suicídio dá sinais de esperança de serem salvas, porque a sua intenção é parar a sua dor e não por termo à sua vida. A este facto dá-se o nome de ambivalência. (...)
Os modelos, mais propriamente sociológicos, avançados para a compreensão e a explicação do suicídio, tendem a chamar a atenção para o facto de, em contexto de guerra, poder haver menos factores de risco de suicídio (a não ser em casos de derrota ou de aprisionamento, por questões de honra, etc.). O combatente, integrado num grupo de combate, terá menos hipótese de suicídio, de acordo com a teoria de Durkheim: O aumento, real ou percebido, da ameaça sobre o grupo, vinda de fora - neste caso, do inimigo - leva a uma maior integração do indivíduo no grupo, e o consequente decréscimo do risco de suicídio...
No caso do Almeida, a questão de se saber se ele realmente era um soldado básico (e, portanto, menos apto, do ponto de vista "psicoténico") não é de somenos importância... LG
____________
Nota de L.G.:
(*) Vd. postes de:
6 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5938: A tragédia de Fajonquito ou as amêndoas, vermelhas de sangue, do domingo de Páscoa de 2 de Abril de 1972 (José Cortes / Luís Graça)
[Versão de José Cortes, recolhida ao telefone por Luís Graça:]
(...) (i) Havia um, soldado da CART 2742 que, uma vez terminada a comissão, queria ficar na Guiné como civil;
(ii) Ao que parece o Cap Art Carlos Borges Figueiredo manifestou, desde logo, a sua oposição à ideia, contrária a todo o bom senso e sobretudo ao RDM;
(iii) Ter-se-á aberto um contencioso entre o soldado e o seu comandante, e envolvendo também o primeiro sargento;
(iv) A mulher do capitão havia mandado, da Metrópole, "dez quilos de amêndoas" para distribuir pelo pessoal da companhia; a distribuição foi feita pelo próprio comandante, no refeitório, no domingo de Páscoa, 2 de Abril de 1972;
(v) Quando chegou a vez do soldado em questão, o capitão terá passado à frente, num acto que aquele interpretou como de intolerável discriminação;
(vi) O soldado levantou-se, sem pedir a licença a ninguém, e saiu do refeitório. Foi ao abrigo (ou à sua caserna) e veio para a parada com "duas granadas já descavilhadas", em cada mão. Dirigiu-se à secretaria. O primeiro sargento ter-se-á apercebido, a tempo, das intenções do soldado, e não se aproximou da secretaria (ou fugiu, não sei);~
(vii) Dentro da secretaria, estava o Capitão, um alferes e um furriel. Ninguém sabe o que se passou lá dentro. O soldado deixou cair as duas granadas. O tecto da secretaria foi pelos ares. Lá dentro ficaram 4 cadáveres
Mortos, em 2/4/1972, todos do Exército, por acidente (sic), constam os seguintes nomes, na lista dos Mortos do Ultramar da Liga dos Combatentes:
- Alcino Franco Jorge da Silva, Fur
- Carlos Borges de Figueiredo, Cap
- José Fernando Rodrigues Félix, Alf
- Pedro José Aleixo de Almeida, Sold (...)
7 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5946: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (2): Evocando o Sold Almeida e o Fur Alcino, da CART 2742, que morreram, mais o Cap Figueiredo e o Alf Félix, na tragédia do domingo de Páscoa de 1972
[Versão do José Bebiano:]
(...) José Cortes: O tempo passa e a tua imagem passou? Pouco tempo estive convosco [ CCAÇ 3549]. Lembro-me bem do Cap Patrocínio.
A história do soldado Almeida, ex-comando, e que com uma granada na mão matou-se e matou 1 cap + 1 alferes + 1 furriel... Eu, na altura do acidente estava em Lisboa.
Qual a razão para tal atitude? Pelo que me disseram, queria permanecer na Guiné e com uma granada na mão foi pedir para que não o enviassem para a Metrópole (?!)... Passou-se completamente.
Vou enviar uma foto com o falecido Alcino e com o Bebiano. A foto foi tirada em 26 Out 1971. Ainda por lá fiquei mais um ano.
Cumprimentos
P.S. - Estou reformado/aposentado desde 30 de Novembro. Ex-professor de Educação Física em Moura. (...)
8 comentários:
Caro Luís
Só para dizer que em Mansambo, Ano 1973, no abrigo das TRMS, existia por cima dos bidons cheios de areia e que também serviam de parede, várias granadas defensivas, mesmo ali à mão de semear, tanto que um dia um camarada nosso das TRMS de INF., para chamar atenção dos oficias pelo desacordo com o sistema instalado, resolveu durante a noite atirar para o meio da parada uma ou duas granadas como forma de protesto pela situação instalada.
Cumprimentos
Pois é, meu caro tertuliano nº 2, a ocasião faz o ladrão... As granadas defensivas estavam, em muitas unidades de quadrícula, ali à mão de semear... Em caso de ataque ao aquartelamento, a malta não ia a correr a abastecer-se ao quarteleiro... Tens razão, esqueci esse pormenor... Em Bambadinca não me lembro de dormir com granadas defensivas... Mas no Xime, em Mansambo, em Fajonquito, e por aí fora, elas estavam ao alcance de qualquer um, do soldado básico às lavadeiras e até dos putos que enxameavam as nossas instalações... O Cherno Baldé lembra-se desta trágica cena, passada no domingo de Páscoa, 2 de Abril de 1972... Ele estava ali a brincar, a 100 metros...
Um Alfa Bravo para a rapaziada de Viana e dos seus Estaleiros, na pessoa do Sousa de Castro.
Caros amigos,
Gostei da apreciação do Pereira da Costa, como do Luís.
Parece-me um pouco um caso psicológico em que apenas podemos especular, dado parecer não haver testemunhas "in loco". No entanto há duas coisas que quero referir antes de contar uma história passada em Cufar, em que fui interveniente:
1º. Vi descavi-lhar granadas de mão com os dentes. Os homens do João Bacar Jaló faziam-no com grande facilidade.
2º. As granadas defensivas não eram utilizadas assim facilmente nem por toda a gente, pelo menos em Cufar na C.CAÇ. 763.
Agora a minha história:
O soldado Santos Silva infelizmente já falecido, pertencente à secção do fur. mil. Francisco José Gameiro Pedrosa, (ali da Vieira de Leiria e amigo do nosso camarigo Joaquim Alves) na faze dura da construção dos abrigos novos e da sobrecarga de operações da C.CAÇ. 763, tiveram um desaguisado.
O soldado Santos Silva, saiu-se com esta:
-Quando formos para o mato acertamos contas!
O problema é que vários homens ouviram, mas as coisas serenaram.
Tudo calmo, só que logo na noite do dia seguinte a C.CAÇ. 763 teve de ir para os lados de Cabolol.
Ao fazer a descrição dos procedimentos operacionais à secção o fur. José Pedrosa, informou o Santos Silva de que seria o seu guarda costas e seguiria atrás dele.
E agora?
Aqui entrei eu em cena, pois o Santos Silva a chorar veio-me pedir para ir comigo e não com o seu furriel.
Depois de grande conversa ouve um pacto entre mim e o pobre Santos Silva. Ele teria de seguir atrás do seu furriel e eu ficaria como testemunha, que se algo acontecesse ao fur. José Pedrosa não seria obra do Santos Silva, arrependido da boca que tinha dado. Felizmente regressaram os dois. Por vezes a carga emocional fazia sair coisas que poderiam ser problemas graves.
Um abraço como sempre do tamanho do Cumbijã,
Mário Fitas
Caros amigos:
A trajédia, em si, constitui um acontecimento tão traumatizante, que todos preferem não falar dele.
É espantoso que não surja alguém, com ligações aos intervenientes na tragédia e que, presencialmente, tivessem detectado algum mal estar entre eles.
As testemunhas, que não o são, contradizem-se.
Soube pelo Blogue deste acontecimento, que constitui um autêntico enigma.
Um abraço amigo.
Manuel Reis
Caros amigos:
A trajédia, em si, constitui um acontecimento tão traumatizante, que todos preferem não falar dele.
É espantoso que não surja alguém, com ligações aos intervenientes na tragédia e que, presencialmente, tivessem detectado algum mal estar entre eles.
As testemunhas, que não o são, contradizem-se.
Soube pelo Blogue deste acontecimento, que constitui um autêntico enigma.
Um abraço amigo.
Manuel Reis
Manuel Reis:
Não é caso virgem... Não temos ninguém da CART 2742, como não temos ninguém da CCAÇ 1790 (comandada pelo Cap Aparício) que sofreu quase três dezenas de mortos no desastre no Cheche, na travessia do Rio Corubal, em 6 de Fevereiro de 1969, depois da retirada de Madina do Boé...
Parece haver um grande pudor em falar destas tragédias... Os nossos camaradas fizeram o luto patológico, de tal modo que ao fim destes anos há uma espécie de pacto de silêncio à volta deste "pathos"... Acontece nas famílias, nas comunidades, nos povos... A hístória está cheia destes silêncios, individuais e colectivos...
Temos aí outras tragédias, já evocadas no blogue: estou-me a lembrar, por exemplo, da terrível emboscada do Quirafo...
Tirando o pobre do António Baptista, não tenho ideia de ter aparecido alguém da companhia de Caçadores n.º 3490, unidade de quadrícula do Saltinho, que pertencia BCAÇ 3872 (Galomaro, 1972/74)...
E a propósito, lembrei-me, agora, de repente, que o nosso "morto-vivo do Quirafo" faz hoje anos, 60 anos!!! Eu sei que ele não nos lê, mas através do administrador do blogue da Tabanca de Matosinhos, o Álvaro Basto que tem sido para ele mais do que camarada e amigo, um pai e um irmão... daqui vai uma salva de palmas para o Baptista que teve uma vida sofrida e conheceu o infernio na terra....Ele é bem merecedor de todo o nosso carinho e solidariedade.
LG
Em 68 no 600 em Stª Luzia aconteceu
também um caso do género.
Salvo erro e porque já passaram 41 anos, um capitão de ordens a um soldado que não lhe obedeceu e vai daí o capitão deu-lhe uma bofetada.
O soldado foi dentro da caserna buscar a G3 e descarregou-a sobre o Capitão. O Quartel foi logo fechado e quem estava cá fora não entrava e quem estava lá dentro teve que recolher ás casernas a aguardar ordens para poder circular à vontade. Julgo que o Capitão morreu
pois nunca mais se falou nisso
Armandino Alves
Caro camarada
Todas as tuas considerações, têm um fundamento correcto.
Excepto a meu ver, na análise a básico.
Todos nós sabemos como muitas vezes se classificavam os soldados, nem sempre correctanente. As avaliações muitas vezes pecavam por defeito.
Na minha Companhia, um dos soldados mais operacionais era Básico, Manuel Raposo Marques, Foi louvado em combate e premiado com o Prémio Governador.
E justamente promovido a soldado atirador.
Quero dizer com isto, que arranjar-se desculpa para o acto com o facto de ser básico,não me parece correcto, até porque no mato o armamento estava individualmente destribuido e à guarda de cada um.
Um abraço
Mário Pinto
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