terça-feira, 27 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6255: Os Marados de Gadamael (Daniel Matos) (12): Os três G e a proclamação da Independência

1. Daniel Matos (ex-Fur Mil da CCaç 3518, Gadamael, 1972/74) fala-nos hoje do que foi a acção do PAIGC nas frentes de Guidaje, Guileje e Gadamael, os célebres três Gs, e da proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau por aquele movimento em 24 de Setembro de 1973.


Os Marados de Gadamael

e os dias da Batalha de Guidaje


Parte XII

Daniel de Matos


Os “três G” e o desfecho das três frentes de guerra em África

Continuam a curiosidade e a estupefacção gerais sobre o andamento da guerra no mato, mais acentuadamente nas zonas fronteiriças. Bissau é uma cidade vestida de “piolhos verdes”, ainda que muitos deles trajando à civil. A capital do Vietname não será diferente, com movimento idêntico e constante de viaturas militares atafulhando o trânsito e de tropas invadindo comércio, bares, restaurantes e zonas de putedo. Para além dos inúmeros quartéis que a circundam, a cidade é um autêntico depósito de adidos, por onde passam os que vêm ao hospital tratar-se disto e daquilo, os que vêm para cá de férias ou estão em trânsito de e para as mesmas, os que são mandados para estagiar numa treta qualquer, – todos os pretextos são bons para quem está no interior dar uma fugidinha, desenfiar-se para Bissau por uma temporada, para respirar fundo. Juntam-se a estes os muitos quadros militares dos gabinetes, os tais que fazem a guerra no ar condicionado basofiando, pois em geral não são parcos a disparar em todas as direcções, quando abrem a boca…


“G” de Guileje, “G” de Gadamael…

Se encontramos alguém conhecido e nos pergunta por onde temos andado e dizemos Guidaje, só falta benzerem-se, ficarem atónitos e quererem logo saber tudo tim-por-tim-tim. Tal batalha, no entanto, já está a perder a actualidade. Em todas as esplanadas não se fala de outra coisa: a nossa conhecida Gadamael está mesmo em grande risco, vivem-se por lá dias horríveis. Lembro-me que, caso estivesse sob um ataque continuado de artilharia como aquele que sofremos no norte, as suas fragilidades seriam idênticas ou maiores que as de Guidaje. Ali não há refúgios subterrâneos nem tectos reforçados com grossas placas de cimento a que possamos chamar abrigo. Bem, é certo que em Guileje existiam e o resultado foi o que se viu… Há outras semelhanças entre Guidaje e Guileje: ficam ambas junto às fronteiras (do Senegal e da Guiné Conacry), estavam as duas dependentes do abastecimento aéreo, eram ligadas ao exterior por um único acesso (a primeira, a Bigene e Binta, e a segunda, a Gadamael), sendo fáceis de isolar se estes caminhos fossem (como foram) cortados. Todavia, tinham uma diferença de vulto, que se revelou definitiva quanto à capacidade de resistência: Guidaje possuía água própria (não sei se estou a divagar, mas lembro-me de ouvir falar da existência dum furo de extracção dentro do quartel); Guileje não tinha água! Aqui, o pessoal ia buscá-la a quatro quilómetros de distância, na direcção do Mejo e por caminhos propícios às emboscadas… Quanto a Gadamael, a situação é intermédia, isto é, a água potável não está dentro do quartel, mas o local de abastecimento é muito próximo e essa dificuldade só existirá caso se verifique um cerco muitíssimo próximo do arame (o que sempre me pareceu improvável de acontecer, até pelas características do terreno circundante, mas estamos sempre a aprender)…

Um soldado nosso recebera um aerograma dum amigo, membro do Pelotão de Reconhecimento Fox n.º 2260 – ou seja, de camaradas que ficaram em Gadamael após a nossa rendição, – e o cenário descrito era dantesco e com tendência a agravar-se. O número de mortos e feridos começa a equivaler-se ao de Guidaje, também estão a construir um cemitério local e o cerco está consumado. Além dos contingentes locais próprios agora está ali o pessoal que chegou de Guileje (o mesmo se dirá em relação aos civis) e o único contacto possível de toda esta gente com o exterior é o braço do rio Sapo (afluente do Cacine). Por outras vias vamos sabendo que já tudo começa a escassear e, à medida que os dias passam, o fogo é cada vez mais violento e amplia-se de dia para dia a destruição dos edifícios (que virá a ser total). Vendo-se incapacitados de se oporem aos intensos bombardeamentos e de darem a volta aos acontecimentos, há militares (a esmagadora maioria) que resolvem abandonar o aquartelamento pela mata do lado do Cantanhez, contornando o tarrafe e a costa de mangal e fugindo em direcção às margens mais palmilháveis do rio Cacine, em busca de refúgio. De notar que, de quase três companhias só cerca de trinta homens permaneceriam no quartel defendendo a posição com morteiros 81. Quer o 15.º Pelotão de Artilharia quer o Grupo de Artilharia de Campanha n.º 10 (Obus 11,4) tinham ficado inoperacionais após um ataque IN de morteiros 120, que destruiu material importante e lhes provocou três mortos (primeiro-cabo David Sousa Cunha, soldado Bassiro Demba e soldado Domena Indi) e ainda onze feridos.

No dia 1 de Junho, começou de manhãzinha o mais crítico de todos os dias da batalha de Gadamael. Houve períodos em que a chuva de granadas de morteiros 120 (às 18 de cada vez) caía de três em três minutos. Logo pelas dez horas ficou inoperacional e praticamente destruído o pelotão de artilharia, que sofreu três mortos e onze feridos. Gadamael ficou reduzida ao morteiro 81 que tinha alcance insuficiente para dar resposta aos bombardeamentos do IN. Conta-se que momentos antes tinha aterrado na pista do quartel um helicóptero que transportava o general Spínola, mas que este teve de ser empurrado para dentro do aparelho a fim de levantar voo de imediato. O silvo das granadas a sair foi ouvido no quartel e os rebentamentos ocorreriam no ponto de aterragem do helicóptero, a cinquenta metros do edifício da secretaria, das messes e das transmissões. Num quartel sem abrigos e com um elevado número de militares concentrados lá dentro, as baixas foram aumentando sem surpresa. Na contabilidade feita ao final do dia eram registados 8 mortos e 27 feridos. Aos poucos, foram tentando fazer evacuações de feridos por barco mas o fogo intenso de cada vez que se dirigiam ao cais dificultava muito a acção. Ao princípio da tarde uma granada destruiu o posto de rádio e feriu os dois comandantes de companhia. "Após a evacuação dos capitães fiquei sem elementos de ligação pois não conhecia ninguém em virtude de ter chegado na véspera", afirma Ferreira da Silva, o oficial enviado em substituição o Major Coutinho e Lima. Num cenário de desespero e os soldados começaram a andar junto às valas a circular apenas dentro da aldeia civil (colada ao quartel, mas poupada ao fogo inimigo). O Capitão Ferreira da Silva, atarefado com as evacuações, só quando o Furriel Carvalho (do morteiro 81) lhe foi dizer que já não tinha granadas e que só se encontravam três ou quatro militares na zona crítica é que se apercebeu que a defesa do quartel estava reduzida a um grupo diminuto de homens. Cerca de 80% das nossas tropas decidiu abandonar o aquartelamento pelos seus próprios pés, independentemente do apoio de duas companhias de pára-quedistas que se deslocaram para a região a aí ficariam estacionadas.

Os pára-quedistas da CCP 121, que tinham estado connosco em Guidaje, não tiveram a mesma sorte que nós quanto a dias de descanso: no dia 12 saíram de Bissalanca em direcção a sul, tendo Gadamael como destino. Não foram os únicos, já havia pessoal das CCP 122 e 123 na missão de “salvamento”, pois uma retirada idêntica à de Guileje estava “em cima da mesa”. A nossa “irmã gémea” CCaç 3520 de Cacine, que já tivera efectivos deslocados em Guileje, esteve igualmente mobilizada para apoiar a defesa do nosso antigo quartel e, com ela, o DFE-21 transportado em zebros.

O “general do monóculo”, que entretanto se tinha deslocado a Cacine, deixou ordens para que ninguém socorresse os fugitivos, que considerava “cobardes”. Só que no navio Orion*, cujo Comandante é Pedro Lauret e que na véspera tinha levado uma companhia de páras até Cacine, impera o bom-senso. A tripulação revolta-se e, como se impõe, marimba-se na opinião de Spínola e recupera entre 300 a 400 “cobardes” que se encontram espalhados pelas margens, em estado verdadeiramente lastimoso, desesperado. Entre eles, há um sem número de feridos a quem o Enfermeiro Abrantes (auxiliado pelo Grumete Ulisses Faria Pereira) presta os primeiros socorros e/ou orienta uma série de ajudantes voluntários a fazê-lo. O então Comandante do Orion refere que “à noite, a coberta das praças estava completamente repleta de feridos”, não restando espaço para que ninguém pudesse deitar-se. Mas alguns necessitam de evacuação aérea.


Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > 1971 ou 1972 > Pedro Lauret, oficial imediato do NRP Orion (1971/73), na ponta do navio, a navegar no Cacine, tendo a seu lado o comandante Rita, com quem fez a primeira metade da sua comissão na Guiné. "Um grande homem, um grande comandante" (PL).



A LFG Orion no Cacheu. Foto do Lema Santos, com a vénia devida


“G” de Guidaje

Só em Maio de 1973, o PAIGC contabilizou duzentas e vinte acções militares no território. Em Guidaje, desde o dia 8, sofremos um total de 43 ataques, com artilharia pesada, morteiros e foguetões, e mais uma vintena delas na vizinha Bigene. Causaram 7 mortes, 30 feridos militares e 15 civis, a somar às baixas sofridas nas colunas (mortos 22, feridos 70) e na operação Ametista Real (10 mortos, 22 feridos e 3 desaparecidos). Em números oficiais, registou-se um total de 39 mortos militares, 122 feridos e 3 desaparecidos.

Quem sou eu para ousar pôr estes números em causa? Entendo, porém, que quem lá esteve fica com a sensação de que poderão não corresponder inteiramente à realidade, que haverá falhas por insuficiência de registos ou quaisquer outras razões. Nos relatos, surgem frequentes contradições em relação aos número de soldados mortos e desaparecidos (por exemplo, na picada Binta/Guidaje, em relação aos corpos que lá ficaram sem sepultura). As coisas baterão certas no tocante aos militares de origem europeia (continente e ilhas adjacentes), só que o mesmo se afigura com menos rigor quanto a soldados (e milícias) de naturalidade africana. Lembro-me de ter notícia (e de, nalguns casos, presenciar) da existência de civis que foram feridos e/ou morreram nas flagelações, emboscadas e minas, e que não terão sido contabilizados. Houve muitos feridos ligeiros que receberam tratamentos diversos sem se deslocarem às enfermarias. Em artigos e entrevistas publicados muito mais tarde sobre esta matéria (e onde, entre outros testemunhos chega a participar, por exemplo, o Tenente-Coronel Coreia de Campos), é referido que no mês de Maio se contaram 167 bombardeamentos a Guidaje (mais 50 em Abril), e houve a lamentar 100 mortos… É também mencionado que durante o mesmo mês terão participado de alguma forma na batalha de Guidaje cerca de mil e trezentos militares portugueses, a maior concentração alguma vez efectuada nos teatros da guerra colonial em todo o continente africano.


(Em jeito de conclusão)

Tombaram em Guidaje quatro Marados de Gadamael (três ficaram lá sepultados) e outros deixaram sangue e muitos suores frios a ensopar aquela terra. Doravante, pelo menos aqueles que lerem estas linhas já nos podem incluir nos registos, foi assim que lá fomos parar… Provavelmente nenhuma outra Companhia do Exército/Infantaria teve o infortúnio de correr os três destinos mais fatídicos deste penúltimo ano da guerra. Dizem os entendidos que o PAIGC quis capturar Guidaje, Guileje e Gadamael, promovendo uma operação “em pinça”, ou “tenaz”, para certificar o seu poderio além-fronteiras. Dirigentes da guerrilha sempre desmentiram que a ocupação de Guidaje estivesse nos seus planos, o que tem lógica, pois era uma aldeia sem qualquer interesse estratégico, valeria mais como posto fronteiriço que, existindo ou não, teria um valor relativo. O mesmo não se dirá dos aquartelamentos a sul. Com Guileje ocupada, se o mesmo acontecesse a Gadamael, equivaleria a uma vasta área de território em que Portugal deixaria de ter qualquer posto avançado, só restaria Cacine, sem quaisquer outras povoações em redor. Apesar da resistência portuguesa em Gadamael, (o ataque final só foi sustido depois da nossa aviação ter bombardeado a base de Kandiafara, para lá da fronteira com a Guiné-Conakry), o PAIGC demonstrou em Setembro de 1973 quem controlava efectivamente a Guiné, quando no dia 24 proclamou unilateralmente a independência em Madina do Boé e viu rapidamente reconhecido na arena internacional o novo Estado da Guiné-Bissau.

Passei o 24 de Setembro de serviço, a montar segurança numa das entradas de Bafatá, mais concretamente num posto que existia sobre a nova ponte do Geba, que era suspensa e uma espécie de miniatura da ponte sobre o Tejo (havia carteiras de fósforos com a sua fotografia e, se bem me lembro, também se chamava Salazar). Tínhamos aí uma pequena telefonia, através da qual ouvi a cerimónia da independência transmitida em directo pela Rádio Libertação. Medindo bem, se algum acesso estivesse a funcionar, a distância em linha recta entre Bafatá a Madina do Boé seria coisa pouca, pelo que a situação provocou-me um sentimento, no mínimo, estranho. Na manhã seguinte, quando a minha equipa foi rendida (o serviço era de 24 horas) e me dirigi à messe para tomar o pequeno-almoço, perguntei aos presentes se mais alguém tinha escutado o mesmo que eu e a resposta foi negativa. Narrei o que se passara, com a convicção absoluta de estarmos numa data que ficaria na História e, meio a brincar meio a sério, acrescentei que já me sentia um “estrangeiro” a pisar o chão da Guiné, provocando um sorriso generalizado, porém, amarelo.

Ao cerco, o PAIGC chamou Operação Amílcar Cabral (recorde-se que o dirigente histórico da guerrilha havia sido assassinado a 20 de Janeiro de 1973). E houve também a Operação Nô Pintcha. Os êxitos alcançados fizeram propalar a derrota militar do colonialismo português na Guiné, dando razão aos que defendiam que só uma solução política, – e, logo, negociada, – poderia resolver o conflito. Na arena internacional, os acontecimentos nos chamados “três G” abriram portas à inevitabilidade da independência e ao alastramento da mesma resolução às restantes colónias africanas, fosse, por tabela, em Cabo Verde, fosse em Angola e Moçambique (cada uma com as suas especificidades quando ao estado das respectivas guerrilhas, mas com o denominador comum de terem a razão política do seu lado), ou fosse ainda em S. Tomé e Príncipe. Dir-se-á que a motivação das forças armadas portuguesas era cada vez menos elevada. Realmente, o contacto com as injustiças sociais e descriminações de todo o tipo em nome de valores cada vez mais desacreditados fez abrir os olhos a muitos de nós. Havia neste tempo pouco mais de cem Companhias em exercício na Guiné e só onze delas eram comandadas por capitães do quadro permanente na frente de combate. Todos os outros eram milicianos, quer dizer, pessoal muito menos vocacionado para alimentar uma guerra injusta, que em geral já tinha lido o que era proibido ler-se na Academia Militar, que já participara (ou, no mínimo, assistira) a lutas estudantis que punham em causa o regime e reconheciam os direitos dos povos das colónias à independência…

A verdade é que o PAIGC, com a evidência dos estragos causados às nossas forças armadas a norte e sul, e da proclamação da independência efectuada bem dentro do território (com a presença testemunhal de delegações estrangeiras e de jornalistas internacionais) alterou aos olhos do mundo a situação, quer política quer militar da Guiné: em vez de ser uma colónia com territórios libertados pela guerrilha, passou a ser um Estado com territórios ocupados por estrangeiros (nós)! E isso passou a fazer TODA a diferença…
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 22 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 – P6217: Estórias de Guileje (8): O papel da fragata Orion na batalha de Gadamael (Manuel Reis, ex-Alf Mil At Inf da CCAV 8350)

Vd. último poste da série de 24 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6235: Os Marados de Gadamael (Daniel Matos) (11): Os dias da batalha de Guidaje, 31 de Maio e 1 a 12 de Junho de 1973

7 comentários:

Antonio Graça de Abreu disse...

Meu caro Daniel Matos

Com todo o respeito pela memória dos homens, dos dois lados, que caíram nesses meses de Abril, Maio Junho de 1973 ( lá ficou o meu David Viegas, do CAOP 1, em Guidage), recordo apenas, por isso mesmo, o necessário rigor com que temos de abordar esse período. Leio no teu texto:

"Apesar da resistência portuguesa em Gadamael, (o ataque final só foi sustido depois da nossa aviação ter bombardeado a base de Kandiafara, para lá da fronteira com a Guiné-Conakry), o PAIGC demonstrou em Setembro de 1973 quem controlava efectivamente a Guiné, quando no dia 24 proclamou unilateralmente a independência em Madina do Boé".

Meu caro Daniel,sabemos hoje, com dados irrefutáveis, que o PAIGC não declarou a independência em Madina do Boé, mas bem mais a sul, na fronteira entre a Guiné e a Guiné-Conacry.
Isto, porque porque ao contrário do que dizes, o PAIGC não "controlava efectivamente a Guiné".
De resto tu próprio dás os dados que provam isso mesmo. Como dizes, não conquistaram Gadamael porque a Força Aérea portuguesa ( depois dos Strela, voava, e de que maneira, e bombardeava, e bem!)foi bombardear Kandiafara, a grande base militar do PAIGC que afinal se situava num outro país, a Guiné Conacry.
Até Abril de 74, o PAIGC tinha cerca de 50.000 pessoas sob seu controle, nas florestas, sem energia eléctrica, em aldeias paupérrimas, água, sem estradas. Viviam em condições deploráveis, sujeitos a constantes bombardeamentos, aos ataques da tropa especial, comandos africanos, páras, fuzos.
Todos os centros urbanos, vilas e aldeias importantes eram controlados pelos portugueses e pela tropa africana, estacionados em mais de duzentos e cinquenta aquartelamentos e destacamentos,com 500.000 pessoas a seu lado.
Não vamos confundir a justiça ou injustiça da luta ( o que muitas vezes nos tolda o entendimento maior da realidade) com a verdade dos factos.
Um abraço,
António Graça de Abreu

Joaquim Mexia Alves disse...

Tenho lido com toda a atenção, respeito e admiração estes textos do camarigo Daniel Matos.

São história e ajudam a fazer a história.

Agora estou como o António Graça de Abreu.

Então eles não conseguiram os seus objectivos, (essa de não quererem conquistar Guidage ninguém a "come", pois é do tipo "estão verdes não prestam"), e chega-se á conclusão de que dominavam a Guiné?

Eu também estava em Setembro na Guiné e por acaso para além de outras coisas fazia com a C. Caç. 15 a segurança à estrada Mansoa/Portogole.

Onde é que havia esse domínio?

Como o Graça de Abreu também eu digo, não confundamos a politica com a realidade das coisas.

Um abraço camarigo ao Daniel Matos e a todos e muito obrigado por estes textos.

Anónimo disse...

Apesar de nem sempre estar de acordo com algumas ilações que tira, aqui tem, caro camarada Matos, de novo as minhas felicitações pela forma como alinhou a narrativa e pelos conteúdos que ofereceu sem petulância nem peremptoriedade.
Junto, simbolicamente, à guiza de retribuição, uma lembrança do navio cuja tripulação me pareceu ter em grande apreço
http://reservanaval.blogspot.com/2006/10/nrp-orion.html

SNogueira

Anónimo disse...

Caro Daniel Matos.

Da grande ofensiva (operação Amílcar Cabral) levada a cabo pelo PAIGC. a Norte (Guidaje), e a Sul Guileje e Gadamael, apenas sei o que aconteceu em Guidaje, e sendo o que tu próprio contaste e viveste, mais tudo o resto já contado no blogue por outros camaradas intervenientes, estou de acordo que foi preciso um enorme potencial de homens para a defesa do aquartelamento, mas que nunca se esqueça que Guidaje não caiu!

Devemos isso aos nossos camaradas que lá tombaram.

E que pelo menos ali o PAIGC. não é vitorioso, e nem sei onde o é.

Para mim foi sempre uma discussão sem sentido afirmar que a derrota era iminente, porque depois destes acontecimentos, e até ao 25 de Abril, não houve indícios que tal fosse acontecer, pelo menos na minha ZO. que foi Guidaje e Binta, mas quem sou eu para ter pretensões de saber o que depois viria?

Sei apenas e só que, para mim a guerra acabou quando me ordenaram que entregasse as armas na arrecadação de Binta, e não participei nos abraços efusivos (nem a tal assisti), ao PAIGC. mas isso deve-se á minha forma de estar na vida, não tenho que pedir desculpa de ter andado aos tiros na Guiné.

Um grande abraço

Manuel Marinho

JD disse...

Caro Daniel,
Deixa-me apresentar-te parabéns pela magnifica crónica sobre essas guerras na Guiné.
O último parágrafo é de grande lucidez quando refere a alteração de estatutos dos beligerantes após a declaração de independência, que até pode ter sido em cenário desconhecido, mas que veio alterar, pelo reconhecimento da comunidade internacional, os pressupostos da guerra. É o corolário da guerrilha, fazer com que o opositor abandone o território. E o episódio da entrega das armas é ilustrativo.
Não perdemos no tu cá, tu lá, mas perdemos no tabuleiro da política, esgotados os recursos militares. E o golpe foi dado poor estes.
Então o que fica em discussão?Podemos discernir sobre a teimosia do governo central em perseguir os militantes independentistas e reagir pela força, sem cuidar de assimilar os líderes num projecto evolucionista; podemos questionar, se optando pela guerra nas 3 frentes, a guerra foi bem conduzida, reservando-nos o papel de "observadores" e de carne para canhão? Podemos questionar, se pela desproporção de meios, Portugal poderia ter feito melhor figura do que os franceses ou os americanos fizeram no sudoeste asiático?
Podemos questionar, se a política de orgulhosamente sós, contra a comunidade internacional, seria a mais auspiciosa para um pequeno país, pobre e sugeito a um esforço que nem sequer contava com gente a mobilizar para mais uns anitos?
A guerrilha também vence pelo cansaço, acho que todos percebemos isto.
Aos meus amigos António e Joaquim, perguno se os Americanos não foram derrotados no Vietname? E se não acham que a maior frente, era a oposição no próprio território americano?
No entanto, pode haver ainda outras razões e teorias, que o adiantado da hora já não me permite lobrigar.
Abraços fraternos
J.Dinis

Anónimo disse...

Eu Soldado Comdutor Da Compamhia Cavalaria 3462 Que que cumpriu a sua comissao na Guine nos anos de 1971 a1973 em bajucunda copa amedalai e tabassai venho fazer um pequeno reparo do senhor ex furriel Daniel Ramos a respeito do meu colega Raposeiro da 3462 que foi infelismente afastado do nosso meio por incompatibilidade do nosso Capitao Mendes feitios que nao se davam um com o outro por isso ter ido para Guillege ou Gadamael chocounos a toda a Conpamhia por isso e so para fazer um pequeno reparo o nosso malogrado compamheiro pertençeu ao Batalhao de Cavalaria 3864 e nao ao3874 mençionado por engano sem mais um grande abraço e muita saude a todos os combatentes condutor Guimaraes da Companhia 3462

Anónimo disse...

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