Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > BART 2917 (1970/72) > Forças da CCAÇ 12, a descansar na Ponte dos Fulas (sobre o Rio Pulom), por ocasião de uma coluna logística Bambadinca - Xitole (Xitole era a unidade de quadrícula, do Sector L1, mais a sul; era a sede da CART 2716).
Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Direitos reservados
Guíné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > BART 2917 (1970/72) > Brasão (à esquerda)
Fonte: História do Batalhão de Artilharia nº 2917 - De 15 de Novembro de 1969 a 15 de Março de 1972. (Versão em texto processado por Benjamim Durães)
[Continuação da publicação de excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72 - Documento classificado como "reservado" - , segundo versão policopiada gentilmente cedida ao nosso blogue pelo ex-Fur Mil Trms Inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande; cotejada igualmente com a versão, em suporte digital, corrigida e melhorada pelo Benjamim Durães; é um excerto desta última versão que se publica aqui hoje] (*)
HISTÓRIA DO BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) > CAP II > ACTIVIDADE NO TERRITÓRIO OPERACIONAL DA GUINÉ
SITUAÇÃO GERAL
1.a. - TERRENO
1) – DEFINIÇÃO DA
ZONA DE ACÇÃO
(Z.A.)
-
MAMBONCÓ (9A8-35); -
MAMBONCÓ (9G0-55); - RIO MANCURRE;
-
RIO GAMBIEL; -
RIO GEBA; -
RIO ULUNGUALAON;
-
RIO BIFI; -
RIO SANDOFARA; -
RIO CAMPORE (até nascente);
-
RIO CUSSONCONE; - RIO
SUMPOI; -
RIO COLUFE;
-
RIO XANCARA; -
RIO SANAU; -
RIO BILANCA;
-
RIO CAMPARA; -
RIO NHANUMOIEL; -
RIO CHANCA;
-
RIO CARANGOLI; -
RIO BANTANCUSSÁ; -
RIO PULON (T);
-
BISSAMALI; -
RIO CHACONA; -
RIO MANCHAU;
-
RIO CANCANTE (T); -
MADINA TABAGE (T); - TENDITO (T) ;
-
NHANDOFÓ (T); -
GUNTI; -
XITOLE (8I2-47);
-
RIO CORUBAL (até) FULACUNDA (9F5-72) -
RIO BARA;
-
DOULO; -
MAMBONCÓ (7C1-88); -
MEREDIANO 50345;
-
MAMBOCÓ (8C1-25) – Limite Administrativo; - MAMBOCÓ (8G4-45) – Limite Administrativo; e,
-
MAMBOCÓ (9A8-35).
2) – RELEVO E HIDROGRAFIA
-
A característica geral da área do Batalhão é a planície, onde correm muitos
rios cavados num planalto de 40
metros de altitude.
-
A rede hidrográfica encontra-se orientada para os RIOS COLUFE, GEBA, e CORUBAL,
verificando-se, na época das chuvas e nos baixos cursos destes dois últimos, o
nivelamento das águas dos rios e das bolanhas, durante a preia-mar.
-
Na época seca, com excepção dos RIOS GEBA, CORUBAL, COLUFE, GAMBIEL e
UDUNDUMA, todos os restantes são transponíveis a vau.
-
Na época das chuvas, todos os rios do sector são praticamente
intransponíveis a vau.
-
Os RIOS GEBA e CORUBAL, estão sujeitos à influência das marés. Na previsão de
marés ao longo do canal do GEBA, são de admitir diferenças até cerca de 50
minutos em tempo e até meio metro, em alturas de água.
-
O retardo do estofo da corrente da maré atinge, por vezes, uma hora e trinta
minutos.
-
Para montante de PORTE GOLE, no canal do RIO GEBA, forma-se o “MACARÉU”.
-
No XITOLE (Rio Corubal) e em BAMBADINCA (Rio Geba) o “MACARÉU”
ocorre, respectivamente, cerca de oito horas e trinta minutos e de
sete
horas e vinte minutos
depois da hora da baixa-mar em CAIÓ.
3) - VEGETAÇÃO
-
Nas bolanhas não cultivadas, o capim na época das chuvas atinge grande altura
camuflando facilmente das vistas os possíveis movimentos do IN e dificultando
os movimentos e a orientação das NT.
-
Durante a época seca (a partir de Dezembro), as bolanhas apresentam-se
queimadas não oferecendo qualquer protecção.
-
Na área definida pelos RIO GEBA e RIO CORUBAL e a estrada BAMBADINCA / XITOLE,
fora das bolanhas, o revestimento é de natureza florestal com palmares
cerrados, nomeadamente nas nascentes dos rios. Na parte restante do SECTOR a
vegetação é tipo savana com núcleos de floresta muito espalhada, dos quais o
mais importante é o de CANDAMÃ.
4) – NATUREZA DO SOLO
-
Nas bacias hidrográficas dos RIO GEBA e do RIO CORUBAL existem os solos das bolanhas
e lalas, nem sempre propícios à agricultura. Imediatamente a seguir a estes existem aqueles
a que podemos chamar “ricos” onde é possível a cultura de quase toda a espécie
de vegetais e fruta.
-
No interior do SECTOR, o solo é argilo-arenoso tendo por baixo uma couraça de
laterite que em certas zonas aparece à superfície.
5) - COMUNICAÇÕES
-
Durante a época seca é possível a circulação de viaturas em todas as vias de
comunicação do SECTOR.
-
Na época das chuvas, com excepção das estradas BAMBADINCA-BAFATÁ e
BAMBADINCA-XIME, a circulação em todas as outras, torna-se difícil, chegando
mesmo a ser impossível em algumas delas.
-
Dos rios do SECTOR só o RIO GEGA durante todo o seu percurso no SECTOR, e o RIO
CORUBAL para jusante dos rápidos de CUSSELINTA, são navegáveis por barcos de
médio calado, embora os barcos militares deste calado ”LDG” se desloquem apenas
até ao XIME.
-
No entanto como as margens do RIO CORUBAL são na sua quase total extensão
dominadas pelo IN, só no RIO GEBA se verifica tal facto.
-
As principais vias de comunicação terrestres são:
as
ESTRADAS de
-
BAMBADINCA / BAFATÁ;
-
BAMBADINCA / MANSAMBO / XITOLE / SALTINHO, e,
-
BAMBADINCA/XIME, encontrando-se presentemente, a primeira e a última
alcatroadas.
6) – PISTAS DE ATERRAGEM E HELIPORTOS
-
Existem duas pistas de aterragem, uma em BAMBADINCA e outra no XITOLE, ambas de
terra batida, só permitindo a aterragem a aviões do tipo ”DO”.
-
Estão em curso diligências para que a pista de BAMBADINCA seja adaptada para ”DAKOTA”
e ”T-6” .
-
Existem ainda heliportos em BAMBADINCA, MANSAMBO, XIME, XITOLE, PONTE DO RIO
PULON, ENXALÉ, MISSIRÁ, FÁ e NHABIJÕES.
7)
- PORTOS
-Os
dois portos com importância para o SECTOR LESTE, são: o de BAMBADINCA e o do
XIME.
-
O Porto de BAMBADINCA é de extraordinária importância pois é através dele que é
reabastecido todo o SECTOR LESTE.
-
Ultimamente todo o tráfego pesado tem sido feito através do porto do XIME,
embora este não esteja apetrechado com guindaste e rampa de abicagem, o que
torna difícil as operações de carga e descarga.
-
Com influência na manobra dentro do quadro do Batalhão situam-se ainda:
o
porto de ENXALÉ (só utilizável na época seca), os portos de GÃ GEMEOS, o Porto
Velho do ENXALÉ, FÁ PORTO e MATO CÃO.
b) – AGLOMERADOS
POPULACIONAIS
1)
– Povoações
com valor no quadro económico da Província
-
BAMBADINCA
- Sede do Posto Administrativo do mesmo
nome e Sede do Comando de Batalhão.
Tem
1.440
habitantes
recenseados, dispõe de um Porto que constitui ainda a principal fonte de
escoamento dos produtos das circunscrições de BAFATÁ e GABU (mancara, madeira e
coconote e artigos de artesanato) e de entrada de quase todos os
reabastecimentos para as tropas do SECTOR LESTE.
Dispõe
de sete lojas comerciais e tem tendências para aumentar o seu comércio e
importância.
-
XIME
-
Sede da CART 2715, com uma população avaliada em 250 habitantes,
dispondo de um Porto por onde é já manuseada toda a carga muito pesada de e
para o SECTOR LESTE e que se prevê, quando apetrechado venha a absorver quase
toda a carga hoje manuseada pelos Portos de BAMBADINCA e BAFATÁ.
-
O desenvolvimento do Porto acarretará um surto de desenvolvimento e progresso
para a População.
-
XITOLE
-
Sede do Posto Administrativo do mesmo nome, Sede da CART 2716, com uma
população normal de 300
habitantes,
dispõe de 3 lojas comerciais em funcionamento. Sofreu
forte repressão na sua importância comercial (principais fontes de riqueza
coconoto e madeira), com a guerra.
-
A construir-se a Estrada AMEDALAI-XITOLE a sua importância será muito
aumentada.
2) – POVOAÇÕES SOBRE
CONTROLO DAS NOSSAS TROPAS (NT), COM VALOR NO
QUADRO
DA MANOBRA DO SECTOR
a)
–
Pela
sua localização (armada em
AUTO DEFESA (A/D) ou colaborantes na
defesa) constituem a linha de contenção de subversão.
-
MISSIRÁ
-
Colaborante na defesa, Sede de Regulado do CUOR, dispõe de 165 habitantes
recenseados.
-
FINETE
-
Colaborante na defesa, dispõe de 56 habitantes.
-
ENXALÉ
-
Colaborante na defesa dispõe de 300 habitantes e de uma loja comercial.
-
AMEDALAI
-
Colaborante na defesa, dispõe de 160 habitantes.
-
TAIBATÁ
-
Colaborante na defesa, Sede de Regulado do XIME, dispõe de 228 habitantes
recenseados.
-
DAMBA TACÓ
-
Colaborante na defesa, dispõe de 234 habitantes.
-
SAMBA JULI
-
Em Auto Defesa ,
dispõe de 127
habitantes.
- SINCHÃ MAMAJÃ
-
Em Auto Defesa ,
dispõe de 119
habitantes.
-
SANSANCUTÁ
-
Em Auto Defesa ,
dispõe de 55
habitantes.
- DEMBATACOBÁ
- Em Auto
Defesa , dispõe de 168 habitantes.
-
AFIÁ
-
Colaborante na defesa, dispõe de 195 habitantes.
-
CANDAMÃ
-
Colaborante na defesa, Sede do Regulado do CORUBAL, com 204 habitantes.
-
CAMBESSÉ
-
Em Auto Defesa ,
dispõe de 174
habitantes.
-
SINCHÃ MADIU
-
Em Auto Defesa ,
dispõe de 120
habitantes.
-
TANGALI
-
Em Auto Defesa ,
dispõe de 146
habitantes.
-
MANSAMBO
-
Sede da CART 2714, dispões apenas dos assalariados normais da Companhia e de
seus familiares.
b) – Por
constituírem pólo de atracção da população
- REORDENAMENTO
DE NHABIJÕES 1.579 pessoas
- BANTAJÃ ASÁ 222 pessoas
- BANTAJÃ MANDINGA 286 pessoas
- BIANA 166 pessoas
- BISSAQUE 189 pessoas
- BRICAMA 320 pessoas
- CANFATE 150 pessoas
- GANHOMA 242 pessoas
- IERO NHAPA 194 pessoas
- JANA 436 pessoas
- MERO 456 pessoas
- META NHANCANI 152 pessoas
- QUEROANE 156 pessoas
- SANTA HELENA 571 pessoas
- SARÉ ADÉ 166 pessoas
- SARÉ BAMBÉ 183 pessoas
- SARÉ IERO 302 pessoas
- SIBICROTO 231 pessoas
- TENCNAN 337 pessoas
- UAGE FULA
194 pessoas
c) – Com
mais de 150
habitantes
e não incluídas nas anteriores
-
FÁ MANDINGA
-
Centro de Instrução de Companhias de “COMANDOS AFRICANOS”, com 318 habitantes
-
MADINA BONGO
-
Sede do Regulado de BADORA, com 170 habitantes
______________
Nota de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 2 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6519: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (4): Os balantas; as diversas individualidades (J. Armando F. Almeida / Luís Graça)
(*) Vd. último poste da série > 2 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6519: Elementos para a caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (4): Os balantas; as diversas individualidades (J. Armando F. Almeida / Luís Graça)
Sem comentários:
Enviar um comentário