Angola > 1961 > Desfile de tropas > O António Rosinha, furriel miliciano, aparece aqui em primeiro plano, assinalado com um X... Depois de ter o CSM, em Nova Lisboa, foi chamado de novo às fileiras do exército, para combater os "terroristas" da UPA no norte de Angola... Repare-se no tipo de armamento das NT: pistola-metralhadora FBP, para os graduados; espingarda Mauser, para as praças...Farda: caqui amarelo... Capacete de aço...
Foto: Foto: © António Rosinha (2006). Direitos reservados
1. Comentário de António Rosinha, com data de 2 do corrente,o Poste P6815
Como habitualmente, quando lemos as poucas coisas que escrevem os participantes da formação dos movimentos nacionalistas nas várias ex-colónias, aparecem sempre em número reduzido.
Refiro-me ao que seria o PAIGC, FRELIMO e MPLA, ou seja, aqueles movimentos com gente mais preparada.
Se na Guiné haveria pouca gente mais preparada, mas creio que todos os guineenses e lusodescendentes (mestiços) tinham ideias nacionalistas, no caso de Angola eram muitos e em grandes cidades.
Com muitos fiz o curso de sargentos milicianos (CSM) em Nova Lisboa. E o primeiro classificado do meu pelotão, luandense, gente boa, com ideias iguais às dos outros, já foi vítima das catanas da UPA.
Quando fui reconvocado como furriel para combater "os terroristas", fomos contar quantos éramos e faltava esse jovem, Patricio de seu nome.
Eu fiz esta guerra, julgando que lutava do lado certo, pensando que era o mal menor para toda a gente, principalmente para esses angolanos mais preparados.
Exatamente, porque estive sempre acompanhado, por um grande número desses angolanos... e caboverdeanos. Eles viam aquela guerra duma maneira mais abrangente que nós, tugas. Eles tinham mais consciência, apesar de jovens, o que representavam internacionalmente as riquezas africanas, "que o Salazar queria esconder".
Alguns desses nacionalistas não quiseram tomar parte nas guerras que se seguiram nas ex-colónias e vieram para Portugal e Brasil.
Dizia mais tarde um desss nacionalistas revoltado: «Agora alguns ficaram com uma ferida na Tchetchénia».
Esse nacionalista era Raul Indipo, do Duo Ouro Negro.
Antº Rosinha (*)
_____________
Nota de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 6 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6831: (Ex)citações (71): Futebol e nacionalismo nos anos 50/60 (Nelson Herbert)
Refiro-me ao que seria o PAIGC, FRELIMO e MPLA, ou seja, aqueles movimentos com gente mais preparada.
Se na Guiné haveria pouca gente mais preparada, mas creio que todos os guineenses e lusodescendentes (mestiços) tinham ideias nacionalistas, no caso de Angola eram muitos e em grandes cidades.
Com muitos fiz o curso de sargentos milicianos (CSM) em Nova Lisboa. E o primeiro classificado do meu pelotão, luandense, gente boa, com ideias iguais às dos outros, já foi vítima das catanas da UPA.
Quando fui reconvocado como furriel para combater "os terroristas", fomos contar quantos éramos e faltava esse jovem, Patricio de seu nome.
Eu fiz esta guerra, julgando que lutava do lado certo, pensando que era o mal menor para toda a gente, principalmente para esses angolanos mais preparados.
Exatamente, porque estive sempre acompanhado, por um grande número desses angolanos... e caboverdeanos. Eles viam aquela guerra duma maneira mais abrangente que nós, tugas. Eles tinham mais consciência, apesar de jovens, o que representavam internacionalmente as riquezas africanas, "que o Salazar queria esconder".
Alguns desses nacionalistas não quiseram tomar parte nas guerras que se seguiram nas ex-colónias e vieram para Portugal e Brasil.
Dizia mais tarde um desss nacionalistas revoltado: «Agora alguns ficaram com uma ferida na Tchetchénia».
Esse nacionalista era Raul Indipo, do Duo Ouro Negro.
Antº Rosinha (*)
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Nota de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 6 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6831: (Ex)citações (71): Futebol e nacionalismo nos anos 50/60 (Nelson Herbert)
2 comentários:
"Agora alguns ficaram com uma ferida na Tchetchénia". Meu Caro Camarada António Rosinha;se fosse "só" na Tchetchenia.... Um abraco.
A propósito e curiosamente, a partir da tão subestimada FBP (as UZIS e VIGNERONS é que eram boas...) e dela aproveitando o cano, a culatra e a mola e outras pequenas partes, foi desenhada em Portugal uma PM de destaque -a LUSA- cujo projecto e toda 'a bancada', dos moldes ao historial, foram vendidos em 2004 por cerca de 40000 euros, andando nós agora a comprar coisas caras em vez de podermos vender coisas boas.
A LUSA A2 é vendida pelo fabricante americano a $1000US cada!
Veja aqui:
1
In 1983, the LUSA-A2 SMG was developed by INDEP Industries of Portugal who, at the time, was manufacturing under license from H&K, the HK21 and the HK G3. Improvements and modifications were a continuing process, culminating in 1992, and with a development cost of 2.5 million dollars.
2
O Ministério da Defesa vendeu, em 2004, a três empresários norte-americanos, o projecto de produção de uma pistola-metralhadora ‘made in Portugal’, cuja concepção terá custado 15 milhões de euros, por, segundo apurou o CM, apenas 50 mil dólares (40 mil euros). A Lusa A2, como se chamava o projecto concebido e desenvolvido na antiga INDEP-Indústrias Nacionais de Defesa desde 1983, nunca foi produzida em massa em Portugal, mas hoje é um sucesso comercial nos Estados Unidos, sendo considerada uma das armas do seu tipo com a melhor relação qualidade-preço.
(in www.cmjornal 8AGO2010)
3
http://www.lusausa.com/
4
http://www.lusausa.com/PDF/LUSA_SAR_0406.pdf
SNogueira
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