Caro amigo e irmão Luís Graça,
"Ainda se pode ter medo... E mais do que isso, medo do medo... Na Guiné-Bissau, em muitas partes do mundo..."
Esta tua frase é profética e retrata exactamente a realidade africana ao sul do Saará nos últimos 100 anos que abrange partes dos Séc XIX e XX, com particular destaque nos países que foram obrigados ou quiseram pegar em armas para lutar, como foi o caso Guineense.
Durante a época colonial, com o Gen Spínola, tivemos uma certa liberdade de expressão, social e cultural, mas sem independência política.
Com o PAIGC tivemos a independência tão ansiada mas ficámos privados de toda a liberdade.
O Zé Carlos é um sobrevivente milagroso de um período atroz de perseguição fisica e verbal cujos resquicios ainda acompanham a nossa vivência. Só quem não viu e assistiu é que não sabe a capacidade que este partido de estado tinha em fazer mal aos outros e que acabou por se voltar contra si mesmo.
Um grande abraço,
Cherno Baldé (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 4 de Junho de 2011> Guiné 63/74 - P8372: Os nossos camaradas guineenses (33): O Zé Carlos regressou ao seu mundo, à sua tabanca, à sua morança... (Luís Graça)
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