sábado, 1 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8845: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (7): Os produtos e as marcas que não havia em Lisboa... ou eram "proibitivos" - Parte VI (Magalhães Ribeiro/José Colaço)


José Colaço
Amigos e Camaradas, dando continuidade a esta série, mostro-vos hoje mais seis artigos. 5 meus que comprados em Bissau antes do meu regresso em fins de 1974 e 1 do José Colaço adquirido em Bafatá.

Já vimos as peças de tapeçaria que comprei no Mercado Municipal, serviços de louça na Casa Gouveia (um deles de origem japonesa, e não chinesa, como bem corrigiu o nosso atento Camarada António Graça Abreu), e “Manga de Ronco” que nos era oferecida farta e insistentemente pelos muitos artesãos, nos Cafés Portugal e Ronda, e que eram os locais que eu mais frequentava naquela cidade, digerindo a minha sandezinha de fiambre em pão barrado com manteiga e bebendo um fresquinho e saboroso “shandy”.

Agora desses artigos, que ainda vou mantendo aqui por casa, envio fotos de uma faca do pescador e uma faca com cabo de pele, uma bolsinha em couro, 2 almofadas, 2 álbuns de fotos e 2 cassetes musicais na moda então da Janis Joplin e do duo Otis Redding e Aretha Franklin.

Também enviada pelo José Colaço, junto fotos de uma máquina fotográfica da marca” Franka Solida Record”, que ele comprou em Bafatá, MADE IN GERMANY US ZONE, na casa Gouveia, mais conhecida em 1965 pela loja das manas libanesas “as gémeas” e que ainda hoje funciona a 100% (a máquina claro). O Colaço diz que a guarda como relíquia devido ao sistema de fole, que lhe faz lembrar aqueles fotógrafos das feiras das fotos “à la minute”, em que o fotógrafo enfiavam a cabeça num saco de pano escuro e a máquina estendia um fole frontal, enquanto o fotógrafo dizia para os clientes uma célebre frase, ainda hoje usada pelos mais antigos: “Olha o passarinho”. Clique e já estava.
Caso vingue a ideia que um nosso Camarada César Dias lançou no segundo poste desta série, de se programar uma mostra destas peças num dos nosso encontros anuais, podem contar com estes meus.


Para todos um abraço,

José Colaço/Magalhães Ribeiro


Faca de pescador e faca com cabo de pele
Bolsinha de senhora


Almofadas decorativas

Álbuns de fotos de origem japonesa
Cassetes musicais


Máquina fotográfica ” Franka Solida Record” (propriedade do José Colaço)

__________

Notas de MR:


Vd. também anteriores postes sobre esta matéria em:



6 comentários:

Colaço disse...

ó Eduardo quem enfiava a cabeça no saco de pano escuro eram os operadores, os clientes ficavam em frente sentados ou de pé a ver o passarinho.
Obrigado pela observação de abrires e fechares parentes curvos com os 100% da máquina mas de certeza que ninguém fazia confusão com a % do dono que nunca atingiu tal grau e neste momento está em queda acentuada, vamos lá ver até quando evita a queda livre.
Um abraço
Colaço

Luis Faria disse...

Magalhães Ribeiro

Essa máquina "la minute"de fole de que falas já é das "modernas".Na certa tinham "comando de disparo à distancia".Recordo-me das que se tirava a tampinha da frente e aí sim..."olha o passarinho"

Um abraço
Luis Faria

Hélder Valério disse...

Caros camarigos

A observação do Colaço (de nome..) está correcta relativamente a quem enfiava a cabeça aonde.
Para o MRibeiro sempre digo que as referências ao Portugal e à Ronda fizeram-me despertar algumas recordações que vou tentar 'pôr em ordem' para depois as contar.
No Portugal o que mais me agradava era ficar a saborear uma inigualável 'sandocha' com queijo da serra e a ver o movimento à volta da Praça.

Abraço
Hélder S.

Colaço disse...

Para tirar fotografias por meio de temporizador tinha um comando com um fio que se ligava a uma tomada que tem na objectiva e evitava-se que a foto ficasse o que se dizia tremida.

Um abraço.
Colaço.

Eduardo J.M. Ribeiro disse...

Amigo Colaço,

Pois! Quem punha a cabeça dentro do fole era, obviamente, o fotógrafo e não os clientes... eheheheheh...

Já ememdei a "cabeçada".

Um abraço Amigo,

Magalhães Ribeiro

Anónimo disse...

Gastei tudo quanto lá recebia mais o que solicitei que me enviassem de cá, em comes e bebes; quer no Bento (5ª Rep.), quer no Solar dos Dez, restaurante onde jantava dia sim, dia não, e nos dias não apenas por me encontrar de serviço. É que no "Biafra", pelo menos nos meses de Julho, Agosto e Setembro de 74, (constando que sempre assim terá sido) passava-se muita fominha.
De modo que não deu para comprar "recuerdos" como estes.

Um grande abraço a todos os Camarigos, do
Joaquim Sabido
Évora