Fotos: © Luís Gonçalves Vaz (2011). Todos os direitos reservados.
1. Continuação da publicação de alguns excertos dos registos pessoais, manuscritos, do Coronel do CEM, Henrique Manuel Gonçalves Vaz (1922-2001), no ano de 1974, no TO da Guiné.
Recolha e transcrição do seu filho Luís Gonçalves Vaz (LGV) que estava, nesta época (1973/74), com a sua família, em Bissau. É professor de matemática e ciências da natureza numa escola da zona de Braga. Aceitou, com muito gosto, o nosso convite para integrar a Tabanca Grande.
Bissau, 2 de Abril de 1974
“…Visita do Brigadeiro Sales Grade (Director da Arma de Transmissões) e jantar ás 20h30…”
“… Às 08h14m levantamos voo, em avião do TAGP para a Aldeia Formosa, com o nosso Brigadeiro Comandante, o Tenente-Coronel Maia e Costa, Cmdt do Bat Eng, o Major Marques, [...] o Tenente Abrantes, adjunto do Nosso Brigadeiro e eu. Chegamos e o Ten Coronel Ramalheira, Cmdt de Batalhão, e o 2º Cmdt, Major Lopes, fizeram um Briefing, rápido [...] e depois de darmos uma volta ao aquartelamento, fomos pela estrada com uma escolta. [...]
Alferes Campos: Verdadeiro espírito de missão, entusiasmo e eficiência. Estivemos em 2 Pedreiras… De regresso paramos em Manpatá (Saltinho, no extremo sul do território) e vi a árvore que dá o nome à Povoação. Regressamos às 12h 00 e não aterramos em Buba. [...]"
Alferes Campos: Verdadeiro espírito de missão, entusiasmo e eficiência. Estivemos em 2 Pedreiras… De regresso paramos em Manpatá (Saltinho, no extremo sul do território) e vi a árvore que dá o nome à Povoação. Regressamos às 12h 00 e não aterramos em Buba. [...]"
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 3 de Agosto de 1974
"... Estamos de prevenção, pois hoje é o Aniversário do Massacre do Pigiguiti [, 3 de Agosto de 1959]. Tropas Europeias [...] nas Unidades. ..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 12 de Agosto de 1974
"...Reunião exploratória, dirigida pelo Comandante Militar com novas orientações do planeamento pela 4ª Repartição. ..."
"...Reunião exploratória, dirigida pelo Comandante Militar com novas orientações do planeamento pela 4ª Repartição. ..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 16 de Agosto de 1974
"... Este foi um dia tremendo de trabalho e emocionante com as notícias de Bambadinca, em que a Companhia de Caçadores nº 21 a tomar conta do aquartelamento e a exigirem 300 contos por homem, para entregarem a arma e passarem à disponibilidade! Foi para lá o Governador Brigadeiro Fabião e ao fim da tarde foi recebida a notícia de que tudo estava resolvido. ..."
"... Este foi um dia tremendo de trabalho e emocionante com as notícias de Bambadinca, em que a Companhia de Caçadores nº 21 a tomar conta do aquartelamento e a exigirem 300 contos por homem, para entregarem a arma e passarem à disponibilidade! Foi para lá o Governador Brigadeiro Fabião e ao fim da tarde foi recebida a notícia de que tudo estava resolvido. ..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 20 de Agosto de 1974
"... Despediram-se o Major Barreto Fernandes e o Tenente Abrantes, respectivamente, chefe da Secção de MM e Adjunto do Brig Comandante. Desde 17 que oficialmente se constitui o QG unificado para o CC (Comando Chefe) e CTIG . Publicado em Ordem de Serviço do Comando Chefe.
Soube-se hoje após o almoço que irá vigorar o esquema:
"... Despediram-se o Major Barreto Fernandes e o Tenente Abrantes, respectivamente, chefe da Secção de MM e Adjunto do Brig Comandante. Desde 17 que oficialmente se constitui o QG unificado para o CC (Comando Chefe) e CTIG . Publicado em Ordem de Serviço do Comando Chefe.
Soube-se hoje após o almoço que irá vigorar o esquema:
- Totalidade de pessoal (-6000) evacuado até 20 de Setembro de 1974 [...]
- Restantes até Dezembro (?)
- Entretanto vai-se “evacuando” o material ..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 22 de Agosto de 1974
"... História do Batalhão de Cavalaria nº 8320 (**) do Tenente-Coronel Ferreira da Cunha, que se pôs a andar do CUMERÉ, depois da 3ª refeição, em direcção a Bissau, a pé, sob chuva inclemente. Minha actuação [...]. "
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 23 de Agosto de 1974
"... Durante o dia, as "resistências" do Batalhão indisciplinado vieram ao de cima [...] e não teve remédio (o Comandante Militar) senão [...] ceder!, fazendo embarcar o pessoal amanhã à tarde! Eu não desisti e chamei sempre à atenção para a gravidade da situação. ..."
"... Reuni com a comissão que veio de Lisboa sobre os 'Planos de Retirada': Hipótese A e B. Mandei fazer a lista uma a uma para [...]."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 24 de Agosto de 1974
"... O UIGE com o Batalhão do Cunha, o 'famigerado' Batalhão de Cavalaria nº 8320 de Bula, partiu a princípio da madrugada para Lisboa. Estive atento no Cais a vê-los partir! Disseram-me que até hastearam uma bandeira vermelha com a foice e o martelo!..."
"... O UIGE com o Batalhão do Cunha, o 'famigerado' Batalhão de Cavalaria nº 8320 de Bula, partiu a princípio da madrugada para Lisboa. Estive atento no Cais a vê-los partir! Disseram-me que até hastearam uma bandeira vermelha com a foice e o martelo!..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 26 de Agosto de 1974
"... Hoje à tarde, soube-se que sairíamos da Guiné até 31 de Outubro de 74 e em 10 de Setembro será proclamada a Independência da Guiné! FIM de uma triste aventura, muito Inglória a que nos levaram os [...]."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 30 de Agosto de 1974
"... Reunião no Palácio do Governador às 18 00 h, de acordo com os acontecimentos na Metrópole, de apoio ao General Costa Gomes e repúdio das manobras reaccionárias ..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
[Continua]
_________________
Notas do editor
(*) Vd. poste anterior da série > 12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9184: O último Chefe do Estado-Maior do CTIG, Cor Cav Henrique Gonçalves Vaz (Jan 1973/ Out 74) (Parte I) (Luís Gonçalves Vaz)
(**) BCAV 8320/72: Mobilizado pelo RC 3, partiu para a Guiné em 21/7/1972 e regressou a 25/8/1974. Esteve sediadoe m Bula. Comandante: Ten Cor Xav Alfredo Alves Ferreira da Cunha. Constituído por 1ª Companhia (Bula, Pete, Nhamate, Bissau), 2ª Companhia (Bula, Nhamate) e 3ª Companhia (Bula, Bissorã, Captió, Pete). Todos os comandantes de conmpanhia eram capitães milicianos.
Fonte: GOMES, C.M.; AFONSO, A. - Os anos guerra colonial: volume 13: 1972: negar uma solução política para a guerra. Matosinhos: QuidNovi, 2009, p. 116.
37 comentários:
Pena que apareçam tantas reticências.
Passados tantos anos já deviamos ter eliminado muitas das reticências que vemos.
António:
O nosso amigo e futuro membro da Tabanca Grande, Luís Gonçalves Vaz, garantiu-me que "não censurou nada"... Julgo que se trata de palavras ou passagens ininteligíveis...
Já lhe mandei o seguinte mail:
Luís: (...) As "reticências", o que significam ? Omissões, não, uma vez que você não fez censura... Palavras que não conseguiu decifrar ? É isso ? Pode-se dar uma explicação aos leitores... Por outro lado, as notas passam por cima do 25 de Abril... e saltam até Agosto... (...)
É a primeira vez que oiço falar deste batalhão e desta "insubordinação" em Bissau...
Refiro-me ao BCAV 8320/72, o tal batalhão de Bula... O pessoal desse batalhão não está aqui representado na Tabanca Grande, que eu saiba. Seria importante ouvir a sua versão dos acontecimentos... LG
Resposta pronta, imediata e franca do Luís Gonçalves Vaz, filho do Cor CEM Henrique Vaz:
Olá Luís Graça:
As Reticências significam : "Supressão ou omissão voluntária de uma coisa que poderia ou deveria ter sido dita" .
Foi isso, suprimi partes, mas não no sentido de Censura, mas sim porque não tinha Valor relevante para o Público (não davam informações de interesse histórico ou contextual, e noutras seguiam comentários e reflexões de índole familiar) .
Entende-me, meu caro Luís? É claro que eventualmente existem (1 ou 2) alguns comentários que revelam discordâncias com os seus pares, mas aí eu Censurei por razões óbvias!
Quanto ás "lacunas" de registos no 25 de Abril, também me admirou, talvez por falta de tempo! Mas aí eu sei muito sobre essa altura, e poderei dizer alguma coisa nas nossas tertúlias, para que fique registado para "Memória Futura".
Abraço
Luís Beleza Vaz
###As Reticências significam : "Supressão ou omissão voluntária de uma coisa que poderia ou deveria ter sido dita" .### COM A LEGITIMIDADE QUE O AUTOR TEM.
Nem tudo terá interesse, quanto a mim claro. O que tem interesse, e bastante interesse, são os relatos destes factos. Muitos deles desconhecidos para muitos de nós.
Antº Rosinha isto não é não te compreender. Talvez, compreenda. Não sei ao certo.
Tens trazido aqui o relato de factos importantes e devias trazer mais. Olha por exemplo Angola, o inicio da guerra e muito do que se passou. Com as duas faces da moeda: os "nacionalistas", os Voluntários (Colonos) e os Militares idos daqui. Porque não o golpe que depôs L. Cabral... o Nino...etc. Creio seres o camarada, deste Blogue, que melhor viveu estes e muitos mais acontecimentos.
Um abraço T.
Essa de o B. Cav. 8320, à saída de Bissau, hastear uma bandeira vermelha com a foice e o martelo, era a fruta da época, Verão 1974. Eu, na altura, também andava quase de punho erguido, a acreditar ingenuamente no comunismo chinês.
Depois, em 1977, fui para a China, por lá fiquei sete anos para aprender e tirar todas as dúvidas.
Em 1974 era a fruta da época, repito.
Estranho é a "casmurrice revolucionária", chamemos-lhe assim, de alguns, muitos camaradas do nosso blogue, que trinta e sete anos depois
nada aprenderam com as dolorosas lições da História e continuam a navegar e a botar um discurso manso entre foices e martelos, embalados na música hoje cacafónica das bandeiras vermelhas e côr-de-rosa.
Nota-se muito entre os recalcados ex-combatentes da Guiné. Uma "esquerda" que em vez
de avançar, de ir "avante", só arrecua.
Abraço,
António Graça de Abreu
Isto que escreveste nada tem a ver comigo pois não?
Podes contar : - a ida de um portuga Mao a caminho do Império do Sol Nascente...serve...é mais ao lado mas serve...venturas ....desventuras e eteceteras do dito. Isto depois de ter serviço em Serviço de Info. no Norte, Centro e Sul da então dita Guiné Portuguesa.
Um dia um maoista disse-me,antes de abril: - o único sorriso de felicidade que vi foi do Povo Chinês.Respondi: - é defeito lábio-facial...teria razão?
Um abraço apertado, difícil de te abarcar, mas caloroso do teu amigo T.
Caro Luís:
O Comandante "Gazula", da Nota:
Bissau, 11 de Outubro de 1974
"... Tivemos às 15H00, na Amura uma reunião com os comandantes do PAIGC . Gazula, B. Qiuto. e (?) ... C. sobre a entrega dos quartéis de Sta Luzia e outros. ..."".
Não é "Gazula" é Gazela!, Comandante muito importante do PAIGC na Altura, e (segundo o Coronel Matos Gomes ) ao contrário do "Quemo Mané", que era um comandante de uma grande violência. Segundo a tradição, teve na altura, sempre más relações na zona de operações dele com tropas portuguesas. Com o Comandante Gazela (Cabral de Almada) já houve relações melhores, daí estar presente em mais encontros com as NT .........
Abraço:
Luís Gonçalves Vaz
Camarada António Graça de Abreu.Pro_
vavelmente,são os mesmos que recla_
mam contra a injustiça e o esqueci_
mento a que o povo e a nação portu_
guesa nos remeteram.Dão uma no cravo
e outra na ferradura.Tudo tem o seu
preço.Quando temos complexos de cul_
pa de nós próprios,julgando os outros
mais justos e verdadeiros,nunca sere_
mos respeitados por esse mundo além.
Alberto Guerreiro.
O Coronel Florindo In: Morais Estudos Gerais da Arrábida
A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA
Painel dedicado à Guiné (29 de Agosto de 1995) afirma, a saber:
...Só era possível ter feito esta descolonização de uma forma muito melhor se a tropa continuasse no terreno, continuasse a combater e continuasse a morrer. Depois do 25 de Abril, não era possível mentalizar um soldado, era muito difícil, muito difícil, um soldado, um oficial, um sargento de que tinha que continuar a morrer, de que tinha de continuar a combater ......
Algumas unidades, nalgumas colónias, pura e simplesmente, punham o saco às costas e apresentavam-se no cais, como aliás chegou a acontecer em Bissau, apresentaram-se no
cais [a dizer]: «Acabou o nosso tempo, queremos embarcar»;
«Acabou a guerra, queremos embarcar». Era muito difícil manter
nesta situação a força suficiente para poder negociar descolonização... Este deve ser o caso relatado na nota:
Bissau, 22 de Agosto de 1974
"... História do Batalhão de Cavalaria nº 8320 .......
Ou outro? .....
Luís G. Vaz
Meu caro Torcato
Claro que não é contigo, tu ainda acreditas honestamente em princípios e valores, como o Juvenal, por exemplo.
Terá a ver com os recalcados infelizes que tanta vez nos querem vender gato por lebre, à sombra de bandeiras esfarra-
padas cujo único destino será o caixote do lixo da História.
A propósito do sorriso dos chineses, Bai Juyi (772-846)
um dos poetas que traduzi, um dos maiores da história da literatura chinesa, escrevia por volta do ano 830:
"Cuidado com as pessoas que estão sempre a sorrir,
elas estão a afiar a faca no sorriso."
Abraço,
Conheçam-me um pouco melhor. Talvez valha a pena.
António Graça de Abreu
FRANCISCO PINHO deixou um novo comentário na sua mensagem "Guiné 63/74 - P9136: Troca dos últimos prisioneiro...":
Tive o grato prazer de ter servido sob as ordens do Exmo Cor. Henrique Manuel Gonçalves Vaz, o seu filho Sr. Luis Vaz deve ter um grande manancial de recordações e apontamentos do seu pai que se forem publicadas muita luz farão sobre os ultimos meses da Guiné após o 25/4 até à saída do ultimo barco e avião.
Francisco Jorge ex-fur mil da 1ª Rep-2ªFun/QG/CTIG 1973/1974
Antº Graça de Abreu:como sabes gosto de poesia. Mas a chinesa é diferente.
Li-te no teu livro, fui lendo naqueles boletins que recebia. Para ti é mais fácil entrar no pensamento Oriental. Só o fiz no Budismo Zen...no "dojo" do Judo C. P. mas noutra disciplina.
Nós nunca conseguimos pensar assim e parti....li, leio e pouco mais.
Braço T.
1. Perguntei há um bocado ao Virgínio Briote:
Virgínio: olá, tens alguma ideia, das tuas conversas com o Amadu Djaló desta "tentativa de insubordinação" da CCAÇ 21, em Agosto de 74, exigindo cada militar 300 contos para entregar a G3 ? ... O livro é omisso sobre este episódio, não ? Veio expressamente o Fabião, de Bissau, para resolver o problema em Bambadinca, diz o Cor Henrique Vaz (nas suas notas pessoais)... Queres escrever algo sobre isto ? ...Abração. Luis
2. Resposta do Virgínio Briote
22:13
Luís,
Este caso aparece vagamente nos escritos do Amadu e lembro-me de lhe ter feito várias perguntas sobre essa "insubordinação". Não tenho aqui o livro à mão (o único exemplar existente que tenho emprestei-o...), mas julgo que o assunto está resumidamente tratado nas últimas pgs do livro no cap depois do 25Abril.
Vou falar com o Amadu e ajuizar do interesse sobre as recordações desse incidente. (...)
Abraço
vb
Caros Camaradas
Falando de rebeliões, insubordinações,revoluções, pseudorevolucionários,maoistas,troskistas,mrrpepistas,.e outros istas.
Foi um fartar vilanagem...até informadores da pide viraram istas que não fascitas.
Todo o mundo.. ou quase..para espanto meu...passou a ser de esquerda.
Vi alguns pantomineiros, que antes do 25-A eram só galões e RDM, parecerem verdadeiros cordeiros e mandarem às urtigas a mais simples decência ou dignidade.
Não..não estou a falar do prec, estou a falar da..na Guiné.
Conheci vagamente o Sr. Coronel Henrique Vaz,pareceu-me uma pessoa digna e com sentido de missão..só que pouco poderia fazer no meio daquela "bagunça".
Algumas das situações tinham que ver com alguma injustiça.
A retracção das NT começaram pelas guarnições de fronteira.. acontece que muitas tinham menos tempo de serviço que as do interior..se juntarmos a isso as tais toupeiras ..que de repente viraram..istas..deu no que deu.
Por pudor não refiro aqui algumas das cenas a que assisti.
Quero realçar que não me estou a referir a ninguém em concreto..eu próprio pensava que era de esquerda,pelo menos era o que a pide dizia de mim..."perigoso esquerdista...provável militante do PCP ou da LUAR"...não sabiam bem..eu nunca lhes disse..apesar da porrada e de não me deixarem dormir..feitios.
C.Martins
Alguem se esqueceu deassinar o comentário anterior, ou vi mal?
Com todo o nosso respeito por todas as opiniões... pedimos ao comentador de hoje, das 21h31, que se identifique...
De acordo com as normas do nosso blogue, não se aceitam comentários anónimos por mais interessantes, pertinentes e justos que possam ser (ou parecer)...
Julgamos que se trata de alguém do BCAV 8320/72 (Bula, 1972/74)... Tem todo o direito apresentar a sua versão dos factos e de vir a terreiro defender a honra da sua companhia... Mas não custa nada identificar-se, dar a cara... Estamos entre camaradas!... Seguramente, com isso tem mais força o seu testemunho. Versões anónimas dos acontecimentos não fazem história... E nós queremos honrar a memória dos camaradas da BCAV 8320/72.
Luís Graça
Para que não fique nenhuma dúvida:
1º) muitas das "..." são originais e do próprio punho do já falecido, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, Chefe do Estado-Maior do CTIG na altura;
2º)O estive é mesmo "ESTIVE", não duvide ......
3º)É claro que o coronel Henrique Vaz, Esteve "em contacto" com os elementos do Batalhão em questão, ao ponto de o Comandante do CTIG, ter criticado a sua actuação, conforme se pode inferir pela nota pessoal (in: Agenda do Chefe do Estado-Maior do CTIG) do dia 23 de Agosto de 1974 (ainda inédita neste Blog);
4º) Todas as Notas que existem, sobre este episódio, são as seguintes, como tal os caros leitores que tirem daí as suas conclusões;
Bissau, 22 de Agosto de 1974
"... História do Batalhão de Cavalaria nº 8320 (**) do Tenente-Coronel Ferreira da Cunha, que se pôs a andar do CUMERÉ, depois da 3ª refeição, em direcção a Bissau, a pé, sob chuva inclemente. Minha actuação [...]. "
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 23 de Agosto de 1974
"Como na noite anterior me deitei muito após as 2h, talvez 3 da manhã,levantei-me um pouco depois das 7.30H. A minha "actuação" foi criticada pelo Brigadeiro Cmdt nestes termos: "quem o mandou lá? Fazer concessões em meu nome?!" Lá lhe expliquei os motivos do meu procedimento. Em vez de me felicitar, eis o que deu! Durante o dia, as "resistências" do Batalhão indisciplinado vieram ao de cima ... (reticências do próprio) e não teve remédio (o Comandante Militar) senão [...] ceder!, fazendo embarcar o pessoal amanhã à tarde! Eu não desisti e chamei sempre à atenção para a gravidade da situação. ..."
"... Reuni com a comissão que veio de Lisboa sobre os 'Planos de Retirada': Hipótese A e B. Mandei fazer a lista uma a uma para [...]."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
Bissau, 24 de Agosto de 1974
"... O UIGE com o Batalhão do Cunha, o 'famigerado' Batalhão de Cavalaria nº 8320 de Bula, partiu a princípio da madrugada para Lisboa. Estive (algum tempo ou atento?) no Cais a vê-los partir! Disseram-me que até hastearam uma bandeira vermelha com a foice e o martelo!..."
Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)
NOTA1: Espero ter esclarecido mais um pouco este episódio, mais não poderei dizer, pois já não estava na Guiné, na altura destes acontecimentos.
NOTA2: O brigadeiro Comandante na altura, penso que seria o Brig. Galvão de Figueiredo...
NOTA3: Não consigo ler bem na Nota do dia 24, a palavra a seguir a "Estive", será "algum tempo" ou "atento", já que na sua escrita, o coronel Henrique Vaz, utilizava muito as abreviaturas.
NOTA FINAL: A análise crítica de causas e consequências deste episódio, só poderá ser realizada pelos próprios intervenientes, e ainda vivos. Como tal fica aqui o desafio, mas serão importantes para "Memória Futura" e para a História da Descolonização, se o fizerem de uma forma "Franca, transparente e construtiva", e sempre que possível de uma forma "não emocional" .......
Abraços deste Tabanqueiro
Luís Gonçalves Vaz
... "aide-mémoire", destinado a suscitar melhor esclarecimento quanto a enquadramento temporal e a entendimento de situação, das sucessivas «notas: Bissau, 22-24 de Agosto de 1974, relacionadas com a "... História do Batalhão de Cavalaria nº 8320 ......." », supra transcritas por Luís Gonçalves Vaz, do diário de seu falecido Pai (coronel de cavalaria Henrique Gonçalves Vaz, último CEM/QG-CTIG):
– «Há o caso de um indivíduo [tenente-coronel de cavalaria Alfredo Alves Ferreira da Cunha], conservador, uma pessoa que até já morreu, que estava a comandar um Batalhão de Cavalaria [BCav8320/72] em Bula, relativamente perto de Bissau, e eu, um dia de manhã, venho tratar do assunto do batalhão se vir embora e tinha de passar o rio. À tarde o batalhão estava em Bissau para embarcar. Já não era possível que houvesse vozes que dissessem: "Vamos discutir politicamente como é que vamos negociar, a independência, a passagem do poder, o estatuto"… É assim. Na Guiné tenho conhecimento de um comandante de um batalhão, que pôs algumas questões processuais relativamente à independência e à actuação das Forças Armadas portuguesas, e o batalhão deixou-o pendurado e ele veio embora sozinho! Este comandante era daqueles que dizia que devíamos ficar mais tempo, tratar das coisas, o batalhão não o aceitou e ele até veio embora mais depressa. De maneira que não há essa possibilidade. A ideia que toda a gente tinha, pelo menos na Guiné, é que onde se estavam a resolver a sério os assuntos, era em Lisboa. Lá, a questão era resolver o mais depressa possível, e resolver o mais depressa possível, era passar o poder o mais depressa possível. Numa assembleia ninguém corria o risco, por muito que o pensasse, de vir fazer uma proposta: "Vamos continuar a defender-nos nestes pontos, nestas trincheiras, nesta linha, e depois de nos defendermos aqui, em posições firmes, vamos negociar". Uma criatura que fizesse uma proposta destas numa assembleia era linchado. Não?»¹
¹ (Carlos Manuel Serpa de Matos Gomes, coronel de cavalaria 'comando' na situação de reserva, in "A Descolonização Portuguesa - 1º painel dedicado à Guiné, Estudos Gerais da Arrábida, 29Ago95")
Apesar de provavelmente anacrónico, em vista de o deponente ter cumprido desde 01Ago72 na Guiné a sua derradeira comissão de serviço ultramarina, mas - segundo consta - dali regressou à Metrópole em 01Jul74, transcreve-se o depoimento, na expectativa de que aquele militar venha publicamente - por intermédio deste blogue - elucidar o que entenda por conveniente. A bem da factualidade e da verdade histórica.
Cpts,
Abreu dos Santos
muita coisa que aqui é dita, não é verdadeira, é mentira que se tenha asteado qualquer bamdeira, com FOICE e MARTELO, é verdade que na viagem para o cais vindos do CUMURÉ, muitos vinham com panos vermelhos e lenços, da mesma cor, que o CMANDANTE do BATALHÃO tenha negociado, nunca tivemos conhecimento disso, manifestavamos a nossa indignação, pelo facto de muito mais novos do que nóz e vinham nos TAMES, AVIÕES MILITARES, e nóz por lá estavamos, quando fomos para a GUINÉ fomos uma companhia de cada vez, e o regreço tinha que ser de barco, dai não aceito que nos considerem indisciplinados, por veses é facil falar, eu por mim, em minha defesa, fazia o que necessario fosse, mas não reconheço auturidade a ninguem para nos classificarem como o fazem,para mim injustamente, a História o Exercito pode fazer a que quizer, eu digo a verdade e só a verdade, como já disse noutro comentário, a tal História não diz que militares regressados da GUINÉ, desembarcaram como civis, certamente não interessava para a História que o Exercito quer contar, eu sei que o Comandante era o SPINOLA, que foi substitudo a quando da publicaçao do famigerado livro, pelo Batemkur Rodrigues,que por sua vez pelo Carlos Fabião, esta é uma de muitas situações vividas na GUINE, no domingo , vamos festejar o XXVI encontro do tão falado batalhao, rei da insubordinação, muitos colegas meus já faleceram e por isso peço respeito pelo que lá sofremos?????
não é verdade que tenhamos embarcado de madrugada, pois foi há meia noite, por isso não os viu, certamente contaram mais essa História de muitas outras, o CUNHA depois da 3ª refeição não foi para BISSAU, nóz é que fomos, pois ele não nos queria deixar sair, mas nóz desobedecemos e deu-se até um episodio que podia resultar em tragedia, pois nóz caminhavamos em fila indiana, uns de cada lado da estrada, e um MERCEDES do tipo das BERLIES, virou-se e por sorte não apanhou ninguem, e fomos nóz que a colocamos novamente na estrada a pulço, mais uma vez digo que pudia ter cido uma tragedia o que felizmente não a conteceu, está é uma de muitas Histórias pelo qual passei, abraços a todos e muita saudem mas não se diga BATALHÃO da indisciplina, haja respeito.
já agora, gostava que o filho do Comandante Henrrique Vaz, que dicesse se é natural de Barcelos, pois havia um Corunel de Barcelos com esse nome?????
Camarigo Zeca:
Claro que sou natural de Barcelos, bem como o meu falecido pai, coronel do extinto Corpo do Estado Maior (CEM), Henrique Gonçalves Vaz, todos Barcelenses de "gema". Já agora, conheceu-o pessoalmente?
Eu também lá estive entre 1973 e 1974, apenas não lá estava aquando da "Retirada do Nosso Dispositivo Militar". Aguardo um comentário seu!
Forte Abraço
Luís G. Vaz
(Tabanqueiro 530)
Camarigo Zeca.
Desculpe lhe relembrar, mas principio da Madrugada é cerca da Mei-noite!
Madrugada é como é chamado o período do dia que vai da meia-noite às seis horas.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mas o que me interessa questionar-lhe, é o seguinte, o que o meu caro amigo, se me permite trata-lo assim, saberá sobre a presumida negociação, o meu falecido pai, Coronel Henrique Vaz fez com o grupo de militares em questão, mas que o comandante do CTIG não concordou, e que acabou no embarque no navio UIGE? Já que "partilhei" estas notas pessoais com os Editores, que acharam grande interesse na sua publicação! não foi vontade expressa da minha parte! gostaria de saber mais alguma coisa sobre esse "Levantamento", que não foi o único!!! Pois este incidente, que pessoalmente "percebo muito bem", teve "Leituras diferentes" pelo CEM/ do CCFAF-CTI e pelo Comandante do CTIG........
Abraço
L. Vaz
Eu não conheci pessoalmento o CORUNEL, mas pelo que ouvia, tratava-se, de uma excelente pessoa, isto apesar de ser, MILITAR DE CARREIRA, que era sensata e amiga dos MILITARES, que para mim era essensial, pois por muito que se diga, sofria-se muito, eu até fome passei, mas isso para muitos não intereça. Quanto ao Srº Cunha excelente pessoa, mas sem pulço para ser Comandante de um Batalhão, e muito menos, um batalhão que já alguem utilizou a palavra, perto de BISSAU, talvez com segundas intenções, o que eu regeito, pois estavamos, juntos de "DUAS MATAS QUE POR MUITOS CONSIDERADAS DAS MAIS PERIGOSAS" CHOQUEMONE e PONTAMATAR, éra tão passifica que álem de FLAGELAÇÕES e foram bastantes, ao quartel de uma das vezes matou uma LAVADEIRA, dentro do mesmo, por duas vezes tivemos a artelharia a bombardear, os FIATES, e numa grande OPERAÇÃO, tivemos 10 MORTOS de cada vez, lembrome que uma dessas vezes depois de toda a atuação da ARTELHARIA e AVIAÇÃO, ao cair da noite ainda fomos FLAGELADOS com foguetões, num desses ataque eu que sou de BARCELOS, decorriam as FESTAS das CRUZES, não sei se 3 ou 4 de MAIO, atacados com morteiros, desde dois condutores que iam a BINAR, num dos tramportes tradicionais, que por cá é para GADO, e foi atacado, não sei o numero de mortos,mas contou o motorista da ambulãncia, que pela estrada fora era só CADAVERES, os dois militares segundo nos contou um africano, que fugio pelo meio do CAPIM, que os queriam levar com eles, e eles regeitaram, e foi ai que eles de RAJADAS OS MATARAM, lembro-me de no dia da chegada a BULA, para render o batalhão ai sediado, como de costume encontravam-se muitos amigos, eu encontrei, um colega de BARCELOS o qual foi subnstituir mesmo no serviço que fazia que era escriturário do 2º Comandante, e um primo que estava na messe de sargentos, e como por lá se dizia , fomos encher a BLUSA, sorte a nossa, pois num café ande tudo se passou estavam os amigos encontrados, e colocaram não sei se 1 se 2 granadas, no café e outra cá fora no JIPE, não me lembro quantos morreram mas sei que um amigo, do meu amigo, escriturário tambem morreu, e eu se não fosse o meu primo e ter ido encher a blusa, certamente tambem lá estaria, por tudo isto por vezes comenta-se sem conhecer as realidades, muitas mais coisas tenho para contar, mas hoje fico por aqui, enviando abraços a todos os que por lá sofreram.
eu no 25 de Abril, estava na metrople, vim de férias, nos TAMES, sei que cheguei a BARCELOS num domingo e o 25 de ABRIL, deu-se de quarta para quinta feira, lembrome pois em Barcelos é feira SEMANAL. Sobre isso, vim com uma COMPANHIA de paraquedistas, que vinham de vez, e eu vim de FÉRIAS, e em Agosto, deviamos ser CORDEIRINHOS, no conseito de muita gente que fala de barriga "CHEIA", eu pessoalmente passei fome, não me orgulho nada do que por lá via, muitas vezes sentia vergonha, do que presênciava e nada podia fazer, muitos como eu não sentiam dignidade, da farda que vestiamos, eu falo por mim, que vi coisas do qual me envergonho, a vida por lá por vezes era complicada, mas dai não haver justificação, para o sucedido. Voltando ao BATALHÃO, quem comandava quase tudo, era o MAJOR CEZAR MONTEIRO, e no campo operacional o CAPITÃO MOAS, o Major todos o temião, era MILITARISTA, muito exigente, estando noz no mato, mas conseguio que tivessemos uma das melhores, enfermarias da GUINÉ, tinhamos boas instalações, quer no refeitório, quer na caserna, um bom BAR, só que como era exigente, como de costume o PORTUGUESITO não gostava, eu lidava com ele de perto, pois era meu CHEFE, tinha-lhe respeito e não medo. Muitas vezes via pessoal a correr e perguntava, que se passa, vem ai o MAJOR, eu quando o cabelo estava a ficar grande, ele nada me dizia a mim, por sua vez dizia ao ALFERES ARAUJO, diga o CABO PINTO que corte o cabelo, eu talvez por temperamento, perçonalidade, numca tive medo, enfrento todas as situações, fui persseguido e aponta pelo CAPITÃO MATIAS, que era de COIMBRA de REVOLUCIONÁRIO, porque não tinha medo, e confrontava as situações, mais tarde irei contar um episodio, com o MAJOR, e muitas mais coisas irei contar!!!! ABRAÇOS.
Vou descrever, pois parece-me justo fazelo, um episodio, sobre o MAJOR, que eu presenciei, poi como escriturário dele, tinha um gabinete, que era dividido por uma porta, porta essa, de passagem de um lado para outo,com a parte de baixo em rede, logo, ouvia-se perfeitamente. Fomos flagelados, com foguetões, que resultou a morte de uma lavadeira, que ia a sair do quartel, era perto da casa das máquinas, que por sua vez foram danificadas, vou dizer isto mas já o disse a colegas do BATALHÃO, porqu entendo ser JUSTO, para uma pessoa, não bem vista no sei do batalhão, quer por praças como oficiais e sargentos, mas como disse, verdade seja feita, em sua memória, pois já faleceu, mas como dizia, a casa das maquinas avariou, por esse motivo não havia gelo, depois de vários pedidos de rosulução da situção vários dias, ele MAJOR,pega no telefone, e liga possivelmente para a intendência, sei que falava com um BRIGADEIRO, e em certa altura ouço, ele MAJOR dizer isto ( SE NÃO TEMOS CONDIÇÕES PARA SUSTENTAR ESTA GUERRA, ACABE-SE COM ELA), sei que ouvi em resposta do MAJOR ao BRIGADEIRO, o senhor e BRIGADEIRO, mas está ai, eu sou MAJOR de um batalhão que está no interior da provincia, isto só para dizer que MILITARISTA, sim senhor, mas lutava para se tivesse boas condições. Aqui fica a minha omenagem a um homem que me avituei a gostar, pois eu sempre entendi que a disciplina, é inimiga da anarquia, e eu dava-me melhor com a primeira. ABRAÇOS
Caro camarada Zeca de Barcelos,
escreveste: Eu não conheci pessoalmento o CORUNEL, mas pelo que ouvia, tratava-se, de uma excelente pessoa, isto apesar de ser, MILITAR DE CARREIRA,...
Desculpa lá, mas só deves ter escrito isto por dificuldade nítida de te expressares em português corrente. Não tenho procuração de nenhum militar do quadro apesar de ter alguns familiares militares de carreira com postos de oficiais superiores, mas não posso aceitar que as pessoas sejam boas apesar de serem militares de carreira ou pedreiros. Andei 3 anos na tropa e conheci excelentes militares do quadro, com alguns dos quais ainda hoje tenho contactos de amizade, mais do que de camaradagem.
Pelo contrário, conheci milicianos que se valiam das divisas, ou galões, que tinham nos ombros, mas que sem elas eram pura nulidade pessoal e intelectual.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
longe de mim, fazer essa distinção, nesses termos, mas como sabe, havia muito esse preconseito, eu por mim como já disse, nunca tive medo, mas sim respeito. Ainda hoje nas nossos encontros anuais, ainda aparece um 1º Sargento de SAMTAREM, 1º SIMÕES, que já organizou 2 encontros em SAMTAREM, e os primeiros foram realizados pelo SOUDOSO 1º PEREIRA, em QUELUZ, nos primeiros estiveram sempre 1º 2º comandante e respectivos oficiais, nunca coloquei as coisas nesses termos até porque como já disse, enfrentei com naturalidade, as situações, mas concordo quando diz que muitos orgulhavam-se dos galões, e por vezes tinham atitudes reprováveis, mas era o que se podia arranjar, muitas vezes não se pode dar o que não se têm, e valemo-nos do estatuto. Quanto ao comentário em causa, será terá sido mesmo, por mau PORTUGUÊS, só por isso, pois não me envergonho, de dizer que tenho a 4ª classe, e posso até cometer erro HORTOGRAFICOS, mas dou o que tenho, apesar tenho ORGULHO do que construi, e de todo o percurço de vida, do qual me orgulho. No que consiste a formação, tenho a que tenho, formei-me na UNIVERCIDADE da VIDA. ABRAÇOS
Camarigo Zeca:
Imagino "alguma" da penosa vida que sofreu no TO da Guiné, pois como vivi em 73 3 74, visitava dia sim dia não o Hospital Militar de Bissau, acompanhando o meu pai, vi com os meus olhos os "efeitos nefastos da mesma"!!!!!! Em minha casa , ao longo desses dois anos, almoçaram vários soldados, furriéis ou alferes milicianos, que o meu pai convidava, por serem aqui do Norte, e por razões que não interessam para aqui, e ... durante esses almoços eu e os meus manos "sentíamos" o pulsar daquela Guerra... para não falar que quando saíamos da Ilha de Bissau, por exemplo, visitar a Ponta do Biombo, ou outro local fora do arame farpado de Bissau, ouvia-mos ao Longe as famigeradas Flagelações aos aquartelamentos no Mato!!! Quanto ás granadas no café, se foi em Bissau, lembro-me muito bem!!! Folgo saber que somos conterrâneos camarigo Zeca! Envie-me por favor para o meu maile pessoal, o seu contacto telefónico, ou para os Editores, que eu que vivo em Braga, quando for a Barcelos ligo-lhe para nos encontrarmos, pode ser? Tenho algumas questões para lhe por pessoalmente! o meu emaile é:
luisbelvaz@gmail.com
Agora fico por aqui.
Um grande Abraço
Luís G. Vaz
Têm toda a razão, pois já em LISBOA, fui várias vezes visitar um amigo no anequesso, da estrela, e dáva comigo a comentar, homens na flor da idade, mutilados e outras maselas, era arrepiante, a granada em BISSAU, foi outra situação que tive conhecimento, mas como estava em BULA, só tive mesmo conhecimento, a que descrevi, foi no dia da chegada a BULA, 1972, já não me lembro do dia como deve compreender. Tive um episódio de um amigo de ALCANTARA, da 1ª companhia, do qual tenho muitas, fotos, que saiu para o mato, despedimos-nos, e no dia seguinte fomos visitalo ao HOSPITAL a BISSAU, pois tinha ficado sem um braço, situações que se lamenta mas que aconteceram infelizmente, muitas mais coisas tenho para dizer numa proxima oportunidade. Um forte abraço:
( VOU ENVIAR POR MAIL O MEU CONTACTO)
Por lapso, disse que tinha-mos, um encontro convivio, no DOMINGO, mas não é no sabado, em SANTIAGO de BOUGADO na TROFA, que é o XXVI, nos primeiros em QUELUZ, estavamos cerca de 30, ja tivemos com familiares, cerca de 400, todos os anos aparece alguem de novo, fico muito FELIZ, por encontrar ai sim, verdadeiros amigos. Quando fizemos 25 anos do regreço, foi realizado no QUARTEL em ESTREMOZ, já fui a TAVIRA,isto para dizer o prezer que sinto, independentemente das distâncias. Abraçoa para todos que me vão aturando.
fazem a determinada altura, o comentário (
– «Há o caso de um indivíduo [tenente-coronel de cavalaria Alfredo Alves Ferreira da Cunha], conservador, uma pessoa que até já morreu, que estava a comandar um Batalhão de Cavalaria [BCav8320/72] em Bula, relativamente perto de Bissau, e eu, um dia de manhã, venho tratar do assunto do batalhão se vir embora e tinha de passar o rio. À tarde o batalhão estava em Bissau para embarcar).Não é correto dizer-se, que vei tratar da vinda do V.CAV 8320, e que atravessou o rio, pois nós estavamos no CUMURÉ, e de BISSAU ao CUMURÉ, não se passa o rio, existe um rio, que se via BISSAU, do CUMURÉ, mas não dava para vir de barco. Quanto o ser perto de BISSAU, eu já quando lá estava o (PRETO) sempre que se perguntava onde é tal sitio, ele respondia é já "ALI". Abraços
No passado Sabado, realizamos o convivio, do BATALHÃO, e como sempre mais um CAMARADA novo compareceu, sempre aparece gente nova todos os anos, e como sempre foi muito agradavél, rever muitos dos que convivi, 26 meses na Guiné, vivo estes encontros com satisfação. Já alguem disse que não éramos os mais velhos, tenho duvidas, mas como não tenho certezas, vou simplesmente dizer, é muito lindo comentar de fora, mas noz é que estavamos lá, e tinhamos 26 meses. Eu vim de ferias antes do 25 de Abril, com uma companhia de PARAS, que tinha menos 8 dias de Guiné do que eu, e vingam de vez, e eu de férias, e voltei, e alguem diz que noz eramos apressados, eu não digo apressados mas sim revoltados, abandonados, despresados, tudo o resto é treta, como diz o ditádo, (VINAGRE NO CÚ DOS OUTROS; PARA MIM É REFRESCO) não me arrependo de nada do que fiz, fiz com convicção, não a mando de ninguem, sempre me pautei por ideias minhas, nunca fui a reboque de ninguem. Abraços.
Vou contar mais um de muitos episodios, que na Guiné eram normais.
Já depois do 25 de Abril,nas festas de BULA, o Comandante resolve organizar, talvez na tentativa de aproximação, da população com os militares, diverçs atividades, tais como, culturais de diverça ordem, até que chegou o futebol. Noz tinha-mos elementos do batalhão, quem jogavam na equipa do BULA, mas como dizia tudo sobre rodas.
Veio o jogo, com a presença de autoridades, locaios e militares.
Mais uma vez quem organizou, mandou vedar o campo, com esteiras colocadas pelos militares, com o intuito que os militares pagassem bilhete, como toda a gente sabe, o dinheiro não era nenhum, eu disse na altura ao CAPITÃO MATIAS, da CCS que o pessoal não pagava, ele ameaçou-me com ordem de prisão, como cabecilha, da contestação uma vez que lhe disse que não tinha-mos dinheiro, e que por sua vez, os africanos não pagavam, foi ai que o 2º comandante deu ordens, para que o batalhão compra-se bilhetes, e foi ai que todos fomos ver( EU DISSE AO CAPITÃO QUE IA PARA O POSTO DA INFERMARIA) quem conhece sabe que de lá se via, mas como disse lá fomos ver o jogo, com intuito de apriximação dos militares com população, e foi ai que na preseça das autoridades, lá começou o jogo, que depois de começar, logo se viu a atitude provocatória dos africanos, com o arremeço não só de areia, uma vez que o piso era bastante areado, e mais objetos, até que o caldo se entornou, com invasão de campo, nóz militares a sacarmos dos cintos, e o que era para o que atrás descrevo, tornou-se numa batalha campal.que só foi resolvida com a ida de muitos militares que foram ao quartel buscar armas, e comessaram e disparar e só assim é que tudo serenou, caso contrario não sei o que seria.
O comandante reunio o pessoal na parda, e louvou a atitude que o pessoal teve, e a partir dai, sempre que saia-mos do quartel vinha-mos com arma, e com granadas, pois o ambiente era a partir dai, insustemtável, poi os locais já viviam tal como nóz um periodo póz 25 de Abril. Diga-se que foi a pior fase, fim de comissão, com esses problemas, foi do pior, nada de facilidades, felizmente, tudo correu bem, mas podia ser uma tragedia?????? acabou em bem.
Abraços a todos e muita saude.
Já depois de regressar novamente para bula, depois de gozar férias, tivemos contactos com elementos do PAIGC, em bula, com quem mantivemos diversas conversas, onde me lembro na altura se andar a construir uma estrada, e as nossas tropas iam fazer segurança, ás respectivas máquinas, e eles dizerem que estavam lá também, pois também eram interessados, uma vez que tudo ficava lá. Lembro-me de dizerem que muitas vezes viam o pessoal passar e nada faziam, pois diziam eles que nós estávamos lá porque éramos obrigados, muitas outras situações nos contaram, compreendendo o que lá fazia-mos, e que só quando confrontados, não o podendo evitar, haviam os confrontos. Devo dizer que fortemente armados, sempre que vinham ao quartel, o que não era o nosso caso, pois já estávamos em descompressão, pois a vinda deles era para encetar negociações, digo eu??? uma vez que eram comandantes, e os soldados é que ficavam conversando com o pessoal, mas via-se que era pessoal com certa formação. Esta foi mais uma de muitas experiências, por lá vividas.
Abraços a todos com votos de muita saúde.
Contrariamente ao que já li, comentado por alguém, nós estávamos em Bula, uma Vila algures acima do rio MANSOA, que tinha-mos ai estacionados, um EXQ. de PANHARES, um pelotão de morteiros, outro de OBUSES, com duas companhias a CCS e a 1ª companhia, mais uma companhia independente, sediados numa Vila, que fomos flagelados por diversas vezes, não só com FOGUETÕES, morteiros, não vou descrever pois já o fiz, as mortes que tivemos, mas vou só dizer que!!!! depois duma grande actividade da aviação, da artilharia, durante o dia, lá vai uma companhia nova para o mato, segundo comentaram, no primeiro tiro, o comandante que era miliciano, como disse no primeiro tiro fugiu, deixando o seu pessoal entregue, há sua sorte, o resultado, foi alguns mortos, logo de seguida foi mandada vir para Bula, a trigésima oitava companhia de comandos, para tentar limpar a zona, e de seguida veio o grupo do Marcelino da Mata, que a partir de Bula fez várias, saídas, fez algumas capturas, nunca os vi, mas falava-se que quem fosse apanhado por ele , era morto, era o que se dizia. Assisti a algumas saídas para o mato, lembro-me que as fardas deles, nada tinham a ver com as nossas, era farda AZUL, ele era uma pessoa, que não aceitava um não dos seus homens, muito disciplinado, mas era amigo da nossa tropa, ai de algum africano que ele soubesse, que tratava mal um branco (TROPA), não aceitava esse tipo de coisas, era amigo dos militares, pena foi que depois de regressar, envereda-se pelo caminho que seguiu, mas isso já é outro assunto.
Tudo isto para dizer que contrariamente, ao que certas pessoas dizem, passamos por situações, que não desejo a ninguém, todos que por lá passaram sabem, que uns mais outros menos, todos tivemos a nossa cruz.
Abraços e muita saúde.
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