1. Poema, sem título, do nosso camarada José Manuel Lopes (ex-Fur Mil da CART 6250, Mampatá, 1972/74), mais conhecido na região de Tombali pelo seu pseudónimo literário Josema... Retirado das lides literárias, é hoje vitivinicultor na região demarcada do Douro, produzindo belos néctares com a ajuda da patroa Maria Luísa Valente e com o talento do filho de ambos, Vasco Lopes, enólogo.
Apesar de já ter sido publicado, no poste P2265, de 29/3/2008, juntamente com mais outros 7 poemas do seu "poemário", achamos que é tempo de dar-lhe o devido destaque, agora na nossa série Blogpoesia... É um texto, intemporal, não datado, que merece ser lido em voz alta, pausadamente, nestes dias tristes de PAZmaceira, martelando as últimas cinco linhas do final:
(...) foda-se!, /quero um futuro / marcado / com traço / por mim riscado.
Título [do poste] da responsabilidade do editor... LG
Sabes?
Sonhei
que as coisas boas
não acabaram,
pois
não têm fim,
acreditei
que vale a pena esperar,
vale a pena
saber
que o nosso inferno
um dia
vai acabar,
o maldita
ou a má sina,
como lhe queiras chamar,
havemos de enganar,
juro-te,
sinto dentro de mim
confiança,
uma força renovada
- dos tolos! - dizes tu,
seja, porra,
mas vale a pena,
pois 'tou
farto de escutar
aquela voz
que tanto quero calar,
‘tou farto de lamentar
este destino traçado,
foda-se!,
quero um futuro
marcado
com traço
por mim riscado.
Colibuía, 1973
Josema
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Nota do editor:
Último poste da série > 3 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10614: Blogpoesia (302): O teu lenço (Juvenal Amado)
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Nota do editor:
Último poste da série > 3 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10614: Blogpoesia (302): O teu lenço (Juvenal Amado)
5 comentários:
Caros amigos
Podemos chamar a isto um copo de Pedro Milanos muito bem servido.
Um grande abraço.
Manuel Carvalho
Gosto,Josema (deixa-me tratar-te assim).
Gosto, como sempre.
Salpicar este Blogue, de quando em vez, com poesia alivia e dá alegria, talvez a dos tolos como eu, mas gosto. Ab T.
Amigo Zé Manel. Nao te parece,que é tempo de voltares á tua poesia?
Quem sabe nunca esquece............
Como o Luis diz este texto poetico é intemporal.
O desejo de um futuro, de deixar rasto, como eu te comprendo camarada.
Muito obrigado
CARO JOSEMA,
PARABÉNS. GOSTEI.
ABRAÇO.
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