Guiné > Região do Cacheu > Barro > CART 2412 (1968/70) > Localização do monumento de homenagem ao 1º Cabo Enfermeiro Silva, morto em combate em Bigene, a 21 de Setembro de 1968... O monumento, sob a sombra tutelar de um enorme mangueiro, está sinalizado na foto, com seta e legenda. O edificio que se vê à esquerda (e hoje desaparecido), era a caserna de soldados e o depósito de
géneros. Repare-se no mangueiro cuja ramagem, à esquerda, atingia toda a largura da estrada (Barro-Bigene), e à direita camuflava todo o edifício da secretaria, comando, oficiais e centro cripto.
Guiné > Região do Cacheu > Barro > CART 2412 (1968/70) > Um monumento erigido à memória do 1º Cabo Enfermeiro Silva e que foi destruído a seguir à independência .
Fotos (e legendas): © Afonso M.F. Sousa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]
1. A primeira vez que se falou dos três G - Guidaje, Guileje, Gadamael (*)- , no nosso blogue, foi há mais de 7 anos atrás, em poste (o nº 41) de 2 de julho de 2005, da autoria de Afonso M. F. Sousa , ex-fur mil trms da CART 2412 (Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70), e em que se reproduziu o texto, já sobejamente conhecido, de Serafim Lobato, jornalista, e antigo fuzileiro especial, "Estamos cercados por todos os lados", editado no Público, 28/12/2003.
O nosso camarada Afonso Sousa reside em Maceda, Ovar, e foi um dos tertulianos mais ativos no nosso blogue na I Série (**). De resto, continuou a colaborar na a II Série do nosso blogue (iniciada em 1 de junho de 2006), tendo organizado diversos dossiês. [Vd. marcador Afonso Sousa.]
Deixou, entretanto, de dar "sinais de vida", talvez por cansaço, saturação ou desinteresse, por volta de 2010. Continua, todavia, a ter o endereço de email válido, e mandar-nos as boas festas todos os anos. Espero que ele esteja bem de saúde, que ele continue a ler-nos com prazer e que se sinta com vontade para voltar a sentar-se, mais vezes, no nosso bentém, à volta do poilão da Tabanca Grande. Curiosamente, não temos nenhuma atual do Afonso Sousa, o que pode significar que ele quer manter a sua reserva de intimidade.
Com esta nova série ("O que é feito de ti, camarada ?"), queremos procurar reatar contactos com membros da nossa Tabanca Grande que nos últimos anos têm andado mais arredios do blogue. O Afonso fazia da lista dos 111 magníficos que transitaram da I para a II Série do nosso blogue. Na altura, eram mais conhecidos como "tertulianos", membros da nossa tertúlia, hoje Tabanca Grande.
Entretanto, reproduzem-se a seguir excertos de alguns postes que o camarada Afonso M.F. Sousa [, ou Afonso Sousa,] publicou na I Série.
O nosso camarada Afonso Sousa reside em Maceda, Ovar, e foi um dos tertulianos mais ativos no nosso blogue na I Série (**). De resto, continuou a colaborar na a II Série do nosso blogue (iniciada em 1 de junho de 2006), tendo organizado diversos dossiês. [Vd. marcador Afonso Sousa.]
Deixou, entretanto, de dar "sinais de vida", talvez por cansaço, saturação ou desinteresse, por volta de 2010. Continua, todavia, a ter o endereço de email válido, e mandar-nos as boas festas todos os anos. Espero que ele esteja bem de saúde, que ele continue a ler-nos com prazer e que se sinta com vontade para voltar a sentar-se, mais vezes, no nosso bentém, à volta do poilão da Tabanca Grande. Curiosamente, não temos nenhuma atual do Afonso Sousa, o que pode significar que ele quer manter a sua reserva de intimidade.
Com esta nova série ("O que é feito de ti, camarada ?"), queremos procurar reatar contactos com membros da nossa Tabanca Grande que nos últimos anos têm andado mais arredios do blogue. O Afonso fazia da lista dos 111 magníficos que transitaram da I para a II Série do nosso blogue. Na altura, eram mais conhecidos como "tertulianos", membros da nossa tertúlia, hoje Tabanca Grande.
Entretanto, reproduzem-se a seguir excertos de alguns postes que o camarada Afonso M.F. Sousa [, ou Afonso Sousa,] publicou na I Série.
(i) Afonso Sousa, ex-fur mil trms, CART 2412 (1968/70)
A minha companhia fazia parte integrante do COP 3 (com sede em Bigene, onde fizemos o treino operacional entre 31/8/68 e 14/10/68; depois foi a partida para Binta e Guidage).
Entrámos em Guidage em 17/10/1968, a substituir a CART 1648. Mais tarde referirei os dados cronológicos respeitantes à minha CART 2412, que inclui também a sua permanência (até ao termo de missão) em Barro (que o sr. Coronel A. Marques Lopes bem conhece e aonde voltou em 1998).
Porque aqui se fala de COP 3, Guidage e Barro, achei interessante esta crónica, que vocês já conhecem, dos "relatórios secretos sobre a Guiné colonial".
Guidage tinha uma importância extrema tanto para nós como para o IN. Já tínhamos consciência disso quando lá entrámos. E aí está o que se veio a passar em 1973... com a ofensiva do PAIGC contra Guidage (no Norte)e Guileje e Gadamael (no Sul)... Os três G que, na opinião do historiador guineense, Leopoldo Amada, terão decidido "o final do império colonial"...
Publica-se a seguir um texto, do jornalista Serafim Lobato, em que se divulgam pela primeira vez os relatórios secretos sobre a batalha de Guileje e Gadamael, uma peça importante para a compreensão da história da guerra colonial e do seu fim (*). O texto esteve originalmente disponível no sítio do Publico.pt. Está também publicado no blogue História e Ciência > Relatórios secretos sobre a Guiné colonial. Algumas das notas, em parêntesis rectos, são da nossa responsabilidade (A.S., Afonso Sousa) [e/ou do editor].
(ii) COP 3
Um pelotão da CCAÇ 3 (onde também esteve, em 1968, o nosso camarada A. Marques Lopes) reforçou a CART 2412, quando esta se instalou em Guidage. Esse pelotão era comandado pelo Alferes Gonçalves.
Esta CART 2412 integrava-se no COP 3 (comando do Major Correia de Campos, em Bigene).
O COP 3 constituia uma quadrícula militar de vários agrupamentos a norte do rio Cacheu, entre Barro, a Oeste, e Guidage (Farim), a Nordeste. Comportava unidades do Exército e da Marinha, estas estabelecidas na base fluvial de Ganturé (Fuzileiros navais, sob o comando de Alpoim Calvão), junto ao Rio Cacheu, cujo ancoradouro dá saída para Bigene (2,8 Km, para Norte).
O COP 3 tinha por missão fundamental a eliminação ou amputação dos corredores entre a faixa fronteiriça do Senegal e as densas (e quase impenetráveis) matas do Óio, em cujo coração se situava a base do PAIGC, de Morés.
(iii) O gen Spínola que eu conheci
Caríssimo Coronel A Marques Lopes: Foi por uma lista na Net que localizei o Alferes Gonçalves. Como se referia à CCAÇ 3, contactei-o telefonicamente, para lhe perguntar se conhecia Guidage.
Surpreendentemente a resposta dele foi esta: acompanhei a vossa companhia (CART 2412) no trajecto Binta-Guidage, quando vocês se deslocaram para lá pela primeira vez. Comandava um pelotão da CCAÇ 3 que ficou em Guidage como reforço da vossa CART.
Eu (talvez pelos 37 anos que decorreram ?!) não estou a ver a cara dele, mas o facto é que ele e eu estivemos na mesma coluna, rumo a Guidage (1968). Ainda fomos surpreendidos a pouco mais do meio do trajecto, no sítio do Cufeu, por tiros sentidos na floresta de uma e da outra banda do caminho.
Ele sabe da história da perda do nosso comandante (o Capitão Miliciano A...) logo nos primeiros dias, naquela terra de fronteira com o Senegal. Logo no início aterrou lá de surpresa o Spínola. Depois da rápida formatura na exígua parada, saíram-lhe estas palavras dirigidas ao capitão: "O senhor é indigno de estar à frente destes militares...o senhor prepare-se e vai já comigo para Bissau".
Viria a ser castigado com despromoção (tenente) e eventualmente com outras consequências que não conheci. Isto resultou do envio, por um soldado, de um aerograma para o general Spónola, queixando-se que estavam a passar fome, visto que o capitão se esquecera de solicitar o reabastecimento. O que valia eram as minúsculas galinhas que comprávamos na tabanca.
Por acaso ainda me lembro que, após o destroçar, de forma menos formal o general Spínola me perguntou:
- Meu militar, precisa alguma coisa para transmissões ?
Ao que eu lhe respondi:
- Precisamos de substituir a antena, meu General.
Passados uns dias essa antena lá apareceu.
2. Comentário de L,G., datado de 13/3/2006, sobre as razões que terão levado a população de Barro (ou mais provavelmente as novas autoridades do país) a destruir, em Barro, um momento "tuga" aos seus mortos . Na altura, achávamos (e continuamos a achar) que os monumentos aos mortos (mesmo dos meus "inimigos") são sagrados e devem ser respeitados, em toda a parte e em todos os tempos (**):
Entrámos em Guidage em 17/10/1968, a substituir a CART 1648. Mais tarde referirei os dados cronológicos respeitantes à minha CART 2412, que inclui também a sua permanência (até ao termo de missão) em Barro (que o sr. Coronel A. Marques Lopes bem conhece e aonde voltou em 1998).
Porque aqui se fala de COP 3, Guidage e Barro, achei interessante esta crónica, que vocês já conhecem, dos "relatórios secretos sobre a Guiné colonial".
Guidage tinha uma importância extrema tanto para nós como para o IN. Já tínhamos consciência disso quando lá entrámos. E aí está o que se veio a passar em 1973... com a ofensiva do PAIGC contra Guidage (no Norte)e Guileje e Gadamael (no Sul)... Os três G que, na opinião do historiador guineense, Leopoldo Amada, terão decidido "o final do império colonial"...
Publica-se a seguir um texto, do jornalista Serafim Lobato, em que se divulgam pela primeira vez os relatórios secretos sobre a batalha de Guileje e Gadamael, uma peça importante para a compreensão da história da guerra colonial e do seu fim (*). O texto esteve originalmente disponível no sítio do Publico.pt. Está também publicado no blogue História e Ciência > Relatórios secretos sobre a Guiné colonial. Algumas das notas, em parêntesis rectos, são da nossa responsabilidade (A.S., Afonso Sousa) [e/ou do editor].
(ii) COP 3
Um pelotão da CCAÇ 3 (onde também esteve, em 1968, o nosso camarada A. Marques Lopes) reforçou a CART 2412, quando esta se instalou em Guidage. Esse pelotão era comandado pelo Alferes Gonçalves.
Esta CART 2412 integrava-se no COP 3 (comando do Major Correia de Campos, em Bigene).
O COP 3 constituia uma quadrícula militar de vários agrupamentos a norte do rio Cacheu, entre Barro, a Oeste, e Guidage (Farim), a Nordeste. Comportava unidades do Exército e da Marinha, estas estabelecidas na base fluvial de Ganturé (Fuzileiros navais, sob o comando de Alpoim Calvão), junto ao Rio Cacheu, cujo ancoradouro dá saída para Bigene (2,8 Km, para Norte).
O COP 3 tinha por missão fundamental a eliminação ou amputação dos corredores entre a faixa fronteiriça do Senegal e as densas (e quase impenetráveis) matas do Óio, em cujo coração se situava a base do PAIGC, de Morés.
(iii) O gen Spínola que eu conheci
Caríssimo Coronel A Marques Lopes: Foi por uma lista na Net que localizei o Alferes Gonçalves. Como se referia à CCAÇ 3, contactei-o telefonicamente, para lhe perguntar se conhecia Guidage.
Surpreendentemente a resposta dele foi esta: acompanhei a vossa companhia (CART 2412) no trajecto Binta-Guidage, quando vocês se deslocaram para lá pela primeira vez. Comandava um pelotão da CCAÇ 3 que ficou em Guidage como reforço da vossa CART.
Eu (talvez pelos 37 anos que decorreram ?!) não estou a ver a cara dele, mas o facto é que ele e eu estivemos na mesma coluna, rumo a Guidage (1968). Ainda fomos surpreendidos a pouco mais do meio do trajecto, no sítio do Cufeu, por tiros sentidos na floresta de uma e da outra banda do caminho.
Ele sabe da história da perda do nosso comandante (o Capitão Miliciano A...) logo nos primeiros dias, naquela terra de fronteira com o Senegal. Logo no início aterrou lá de surpresa o Spínola. Depois da rápida formatura na exígua parada, saíram-lhe estas palavras dirigidas ao capitão: "O senhor é indigno de estar à frente destes militares...o senhor prepare-se e vai já comigo para Bissau".
Viria a ser castigado com despromoção (tenente) e eventualmente com outras consequências que não conheci. Isto resultou do envio, por um soldado, de um aerograma para o general Spónola, queixando-se que estavam a passar fome, visto que o capitão se esquecera de solicitar o reabastecimento. O que valia eram as minúsculas galinhas que comprávamos na tabanca.
Por acaso ainda me lembro que, após o destroçar, de forma menos formal o general Spínola me perguntou:
- Meu militar, precisa alguma coisa para transmissões ?
Ao que eu lhe respondi:
- Precisamos de substituir a antena, meu General.
Passados uns dias essa antena lá apareceu.
2. Comentário de L,G., datado de 13/3/2006, sobre as razões que terão levado a população de Barro (ou mais provavelmente as novas autoridades do país) a destruir, em Barro, um momento "tuga" aos seus mortos . Na altura, achávamos (e continuamos a achar) que os monumentos aos mortos (mesmo dos meus "inimigos") são sagrados e devem ser respeitados, em toda a parte e em todos os tempos (**):
(...) " Obrigado, Afonso! Fico a conhecer o artista quando jovem... Espero, por outro lado, que o Marques Lopes, quando lá voltar [, a Barro,] dentro em breve, desvenda o mistério da destruição do vosso monumento... Simples vandalismo ? Revanchismo ? Incúria ? Estupidez ? Maldade ? Iconoclastia ? ... É sempre lamentável: são marcas da história, quer se goste ou não se goste... E que hoje podiam ter alguma mais-valia turística, museológica, cultural, para a própria Guiné-Bissau... Há tugas a fazer milhares de quilómetros só para redescobrir uma simples pedra de um monumento como este...
Creio que na Guiné ainda estão pior do que nós, quanto à(s) memória(s) do passado recente da guerra colonial (ou da guerra de libertação, como se queira)... Não há arquivos, não há escritos, tudo tem sido pilhado, destruído ou branqueado (o que às vezes ainda é bem pior)... E os que fizeram a guerra - a geração dos guerrilheiros - estão a desaparecer sem deixar testemunhos, registados em suporte de papel, digital ou áudio... Alguma coisa está a ser feita em Guileje, pela AD - Acção para o Desenvolvimento, pelo nosso amigo Pepito e pelos seus colaboradores... Nós, também, à nossa modesta escala, no nosso blogue, com o contributo de magníficos e generosos blogadores como tu e o Marques Lopes... Um grande abraço, camarada." (***).
____________
Notas do editor:
(*) Vd. I série, poste de 2 de julho de 2005 > Guiné 69/71 - XCI: Antologia (6): A batalha de Guileje e Gadamael
(**) Vd. I Série, poste de 13 de março 2006 > Guiné 63/74 - DCXXV: Barro, CART 2412, 1968/70 (Afonso M.F.Sousa)
(***) Último poste da série > 23 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11140: O que é feito de ti, camarada ? (1): Jorge Canhão, Oeiras (ex-fur mil at inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74)
13 comentários:
(...) "Ele sabe da história da perda do nosso comandante (o Capitão Miliciano A...) logo nos primeiros dias, naquela terra de fronteira com o Senegal. Logo no início aterrou lá de surpresa o Spínola. Depois da rápida formatura na exígua parada, saíram-lhe estas palavras dirigidas ao capitão: "O senhor é indigno de estar à frente destes militares...o senhor prepare-se e vai já comigo para Bissau".
"Viria a ser castigado com despromoção (tenente) e eventualmente com outras consequências que não conheci. Isto resultou do envio, por um soldado, de um aerograma para o general Spínola, queixando-se que estavam a passar fome, visto que o capitão se esquecera de solicitar o reabastecimento. O que valia eram as minúsculas galinhas que comprávamos na tabanca." (...)
O nome do capitão, para história, não interessa. Omitimos o seu nome. De qualquer modo, na altura, quando publicamos este poste do Afonso Sousa, ninguém comentou esta cena que ilustra muito bem o lado "justiceiro" e "populista" do gen Spínola...
Spínola acabou por pôr em causa o princípio (fundamental) da unidade comando-controlo que é a base de qualquer máquina de guerra... Quantos comandantes, nesse tempo, de cpaotão a tenente coronel, não terá levado com os célebres "patins" ?
(...) "Por acaso ainda me lembro que, após o destroçar, de forma menos formal o general Spínola me perguntou:
- Meu militar, precisa alguma coisa para transmissões ?
Ao que eu lhe respondi:
- Precisamos de substituir a antena, meu General.
Passados uns dias essa antena lá apareceu." (...)
Quer se goste ou não, Spínola era um grande líder, palavra que quer dizer - de acordo com a sua etimologia - "aquele que vai à frente mostrando o caminho"...
Era, de facto, "amado" pelos nossos soldados e pela população guineense que estava do "nosso lado"... E muito em especial pelos fulas...
Por outro lado, era de facto o terror dos comandantes de batalhão, obrigando-os o conhecer o terreno do seu setor, palmo a palmo, e a zelar pelo bem-estar e segurança dos seus homens...
Veja-se a nossa série "O Spínola que eu conheci"...
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/O%20Sp%C3%ADnola%20que%20eu%20conheci
... Em contrapartida, todos pagámos um preço elevado, os operacionais (unidades de quadrícula e de intervenção, africanas e especiais) na tentativa de inverter, a nosso favor, a situação militar, na época do consulado de Spínola (1968-73). Spínola conseguiu-o, mas o poder político não conseguiu (ou não quis) rentabilizar essa vantagem em eventuais negociações... Por outro lado, com o assassinato de Cabral, Spínola perdeu o interlocutor...
A guerra é sempre uma forma de negociação, a mais extrema, mas mesmo assim de negociação...
Viva Luís!
Dizes:..."ilustra muito bem o lado «justiceiro» e «populista» do Gen. Spínola".
"Spínola acabou por por em causa o princípio (fundamental) da unidade comando-controle que é a base de qualquer máquina de guerra".
E a seguir, noutro comentário, para cotejo entre a incompetência constatada para tão alto desígnio, com a materialiazação (ou a proveniente impossibilidade disso) dos resultados bélicos, susceptíveis de o impôr à admiração heróica, e de promoção a outros patamares, minimizando as insuficiências de logística, da falta de controle sobre os abastecimentos, da insanidade na aplicação da justiça, e da falta de directivas que espelhassem a política prosseguida de inclusão e respeito entre civis e militares, referes a seguir: "quer se goste ou não, Spínola era um grande líder". Sim, nesta base populista, porque enquanto estratega não conseguiu o êxito a que se propôs, e enquanto táctico, falhou rotundamente por diferentes vezes, e com grandes custos humanos e morais. Spínola seria bravo, mas demasiado emotivo (e ambicioso) para as funções que desempenhou.
Abraços fraternos
JD
Oi!, Zé Manel!...
Estava à espera que o camarada Afonso Sousa aparecesse, mas ainda não apareceu... E ele é que é importante, aqui e agora, proque é nosso camarada... Rnquanto não vem, vamos falando do Spínola que ele e nós conhecemos... mas que já pertence à História... E das figuras da nossa História eu gosto de falar sem paixão...
Em rigor, conhecemos ? Da minha parte, seria uma estultícia dizer que o conheci... Vi-0 duas ou três vezes... E numa cumprimentou-me...
A minha imopressão. mesmo depois da acabar a minha comissão, continuou "formatada" pela ideia "preconcebida" que eu já levava dele desde Lisboa...
Veja-se o que já aqui deixei escrito, em tempos:
(...) "Ponte do Rio Udunduma, 3 de Fevereiro de 1971
De visita aos trabalhos da estrada Bambadinca-Xime, esteve aqui de passagem, com uma matilha de cães grandes atrás, Sexa General António de Spínola, Governador-Geral e Comandante-Chefe (vulgo, o Homem Grande, o Caco Baldé). Eu gosto mais de chamar-lhe Herr Spínola, tout court. De monóculo, luvas pretas e pingalim, dá-me sempre a impressão de ser um fantasma da II Guerra Mundial, um sobrevivente da Wermacht nazi." (...)
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/01/guine-6374-p11024-o-spinola-que-eu.html
Viva Luís!
E verdade que o pessoal usava semelhantes termos para o designar, e no mesmo saco metia os acompanhantes de patentes douradas. A popularidade do general era conforme.
Provavelmente, a questão cultural, de admiração pelos altos cargos como se emanassem de competências, pode suportar a tão propalada popularidade, mas não apaga das memórias sofridas as fraquíssimas condições de sobrevivência que a tropa suportava.
Obrigado pela tua resposta.
Um abraço
JD
Caro Luís
O Afonso Sousa, como diria o outro, anda por aí. Raramente aparece nos convívios da companhia ( o último que apareceu foi em 2007) e até num encontro/convívio que fazemos só de graduados todos os anos, nunca apareceu apesar de ser sempre convidado. Falei com ele, não vai para uma semana a tentar convencê-lo mais uma vez, mas... pode ser que este ano se decida, até porque tem participado na nossa página do facebook.
Quanto ao tal capitão, o tal relacionado com a fome, que segundo se consta e por informações colhidas, já terá falecido,a frase do Spinola, mais remoque menos remoque, foi: "O senhor não é digno de comandar os homens que a Pátria lhe confiou", estás a ver ele, o Spínola com aquela voz virado para o capitão. Quanto ao castigo da despromoção para tenente parece não se ter verificado a fazer fé na publicação aqui no P.11653 do BCAÇ 2834 em que é mencionado como sendo um dos três comandantes da CCS, Capº Milª Artª António Dias Lopes (não é segredo) que também aparece, aqui no blogue, como capitão, a comandar a CCAÇ 2405 na operação "Lança Afiada", em Março de 69.
Quanto ao monumento ao nosso camarada morto em combate, não é para me gabar, mas fiz parte da elaboração desse projecto e é triste ver a destruição de todos esses monumentos e não só, muita destruição por toda a parte.
Um abraço
cumprim/jteix
Foi realmente uma autentica peça de teatro, só que eu não gostei.
Das coisas mais elementares do RDM é que não se podia chamar à atenção um graduado tendo na presença postos mais baixos.
Até eu sabia essa merda. Como é que se podia perdoar ao Comandante-Chefe, que não soubesse ou que não desse importância a isso.
A actuação do Brigadeiro Spínola, pois ainda não era general, nessa altura fez ruír a imagem que eu tinha criado dele.
Achei-o prepotente e uma figura de certo modo trágico-cómica, que não
merecia mais gozar da minha simpatia.
Também não lhe deve ter feito falta nenhuma, pois mesmo quando foi Presidente da Républica não precisou do meu voto para nada.
Quanto ao nosso camarada Afonso Sousa que está com aquele dedo do pé "entrapado" ou "pensado" na fotografia, por me ter obrigado a arrancar-lhe a unha encravada que lá estava antes e que eu não fui capaz de o convencer a conservá-la tratando-a devidamente e com carinho.
Um grande abraço para todos.
Adriano Moreira
Nada disso. Alguma vez este médico feito à pressa, tinha unhas para arrancar a unha ?! Esta foi, isso sim, tratada com todo o carinho.
São lapsos de memória do Moreira ?!...
Oube lá, ó murcom eu é que tenho lapsos de memória, mas quem é que não assina os comentários?
Adriano Moreira
A propósito de prepotência e demagogia..
Ser prepotente para com um inferior hierárquico..é fácil..muito fácil
Demagogo ainda mais..
Não, não me estou só a referir à instituição militar desse tempo..quero referir-me à actualidade e na vida civil,nomeadamente no funcionalismo público..
Sabiam que actualmente existe escravatura..isso mesmo escravatura..
Quem trabalha e não é remunerado.. é o quê ?
Pensem nisto..
C.Martins
Há tempos passei pelo Sousa... ou ele passou por mim... se o apanhar tiro-lhe uma foto...
Gostei de passar por aqui!
José Silva
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