1. Em mensagem de 25 de Julho de 2013, o nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió , Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69) enviou-nos o seu contraponto número 50.
CONTRAPONTO
50 - A batalha do UMBIGO
Batalha?!
Então, em guerrilha e contra-guerrilha, havia (há) aquelas lutas a que se chama uma “batalha”? Assim, por exemplo, conquistando ou reconquistando terreno, empurrando o inimigo para as suas terras de origem?
Ao que parece... (parece que) sim. Há quem fale de “batalhas” com respeito às suas experiências de contra-guerrilha.
Quando foram transportados para UMBIGO já havia guerra por aquelas bandas, mas eram coisas de outros, coisas sem importância...
Quando saíram do UMBIGO continuou a haver guerra, mas eram coisas menores, porque eles... já não estavam no seu UMBIGO. A sua batalha do UMBIGO é que foi uma verdadeira batalha!
Só eles tiveram guerra!
Eles é que estiveram “na linha da frente da batalha do UMBIGO”!
Mas: em guerrilha e contra-guerrilha há “linha da frente”?
Não interessa, eles sim, eles é que estiveram na frente de batalha do UMBIGO!
Vocês não fazem ideia dos riscos e trabalhos que passaram na batalha do seu UMBIGO! Estavam cercados de inimigos! Por todos os lados (menos pelo lado de cima, porque o inimigo não tinha força aérea...)
A sul havia as matas de Pubisseco, a norte as matas de Peitassa, não esquecendo as outras, embora mais pequenas, situadas a nordeste e a noroeste: as matas de Bissovaco.
Eram matas impenetráveis e só à catanada se conseguia abrir caminho. Bom, bom, teria sido usar napalm, mas nem sempre era possível... ou aconselhável. Tentaram facilitar... essas dificuldades fazendo desmatação. Assim, tiveram guerra e mais guerra. Batalhas!
Por todas essas razões, sentem esta necessidade de escrever, escrever sobre a batalha do UMBIGO para que os outros e as gerações vindouras os louvem (a eles, sim!), os que travaram a batalha do seu UMBIGO!
(Nada mais tem interesse para o entendimento da História do que essas pequeninas coisas.)
____________
Nota do editor
Último poste da série de 26 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11158: Contraponto (Alberto Branquinho) (49): O Spínola que eu... entrevi
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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21 comentários:
Camaradas:
Tenho, como eventualmente muitos outros, a mesma opinião.
João Sacôto
(Ex. alf. mil. CC 617 Catió, Cachil;1964/1966)
O tamanho dos umbigos é inversamente proporcional ás especialidades militares dos respectivos donos,aos locais da Guiné por onde passearam,e ás batalhas, sempre tipo Vietnam,em que participaram.
Não deixa de ser,pelo menos,interessante a nível de certas patologias.
E,a propósito de UMBIGOS,assina o José Belo....Ex-Alferes Mil./Cap.Inf.Reformado(mais ou menos legalmente)/Jurista Reformado (menos que mais)/Criador das renas com os maiores "pendentes" de todo o Círculo Polar Árctico/Part-time filósofo-emeritus no Sloppy Joe's Bar-Key West-Florida.
Por último,(mas näo menos!),sempre ocupado pelo intrínseco dever do bom Lusitano que se julga ser....ou seja..."Dar vida ás Suecas!"
Um GRANDE-HUMILDE-UMBILICAL abraco.
Bastante subliminar esta "Batalha do Umbigo".
Pena que de tão subliminar pareça molhar todos e ninguém.
Pela minha parte, não vá eu levar alguma banhada, decido fechar o escritório.
armando pires
Ai Camarada!
Quando te vi a falar das regiões da Peitassa, Bissovaco e de tudo resto pensei:
- "Lá vem mais um com a História do Filho da Pai que Mataram"!
Mas afinal não!
Ora diz-me:
- "Onde exactamente é região do Umbigo?"
Estiva a ver o mapa e não achei. Deve ser para o lado de Montanelas na área de Pointecavar.
Um Ab.
António J. P. Costa
Caro camarada A.Branquinho
Contraponto ao contraponto.
Desculpa que te diga mas o teu contraponto é completamente despropositado..
Umbigos há muitos e cada um tem o seu..
Nunca li aqui no blog alguém "gabar-se" de feitos heróicos ou ter travado batalhas imensas enfrentando não sei quantas divisões..coiso e tal.
O espírito deste blog não é esse e trata todos por igual independentemente da patente que tinham ou onde estiveram colocados, e é por isso mesmo que o leio e faço comentários.
Nenhum de nós teve culpa da guerra
que travou e onde foi colocado e penso que a grande maioria cumpriu o seu dever melhor ou pior.
Apesar de não me sentir ofendido..só faltava mais essa..eu fui um dos que infelizmente sofreu a todos os níveis..guerra,alojamento,alimentação,vivendo quase diariamente com os pintelhos do cú a tremer..tive a azar..para ser verdadeiro..fui propositadamente colocado em Gadamael por motivos políticos..
Cada um sabe de si, e só por isso cada um sabe o que sofreu.
Não se pode comparar o que não é comparável..
Os historiadores quando falam de guerras costumam classificá-las de "alta e baixa intensidade" consoante o número de efectivos empenhados e o tipo "clássica,guerrilha,contra-guerrilha"..tretas.. quem entra em combate é sempre de grande intensidade mesmo que seja só um contra um...
Uns foram mais sortudos do que outros..só isso..já aqui tenho comentado.. que pessoalmente sinto inveja..INVEJA mesmo ..daqueles que sofreram menos do que eu..
O meu "umbigo" até é pequeno e não me sinto atingido pelo teu comentário..apesar de pensar que não pretendes ofender ninguém..um pouco mais de consideração pelos camaradas,julgo que não te ficava nada mal.
Um alfa bravo
C.Martins
P.S.
Caro camarada A.Branquinho
É de elementar justiça referir que tu como "ranger" também sofreste de certeza muito, nomeadamente em Gandembel..eu pelo menos imagino.
Quem vos colocou naquela situação..eram apenas "carne para canhão"..
Lanço-te um desafio..devias fazer um historial da tua passagem por Gandembel e apresentá-lo aqui no blog..
Um alfa bravo
C.Martins
Ao que parece, agora é o momento de explicar.
"Batalhas", quanto a mim, não foram:
a)Nem as grandes operações (como a "Tridente"), pois foram grandes acções de contra-guerrilha para limpeza e batida de zonas (porventura chamadas "libertadas");
b)Nem as grandes ou pequenas operações para construção de novos aquartelamentos, mesmo em zonas de muito risco (como Gandembel/Corredor de Guilege), tenham sido eles, depois, abandonados ou não;
c)Nem a situação de Guilege (1973), apesar de entender que se justificou o seu abandono;
d)Talvez o caso de Gadamael (1973), dependendo do conceito (mais lato ou mais restrito) que se tenha de "batalha".
Uma situação a que, no meu entender, se pode designar por "batalha" foi toda a situação de cerco, defesa e acções subsequentes mais ou menos concertadas (incluido Kumbamori) que se verificou em Guidage (1973), até porque aqui pareceu que estava a haver uma mutação para a chamada "guerra clássica".
NOTAS FINAIS:
1 - Jose(ph) Belo - Ficou uma questão pendente: Saber se os "pendentes" são os dos renos ou os das renas.
2 - Pereira da Costa - a região do Umbigo fica no centro de muita gente.
3 - C. Martins - Claro que foi sem ofensa para NINGUÉM. Só que, ao contrário de ti, tenho visto aqui relatos de sofrimentos e de heroicidades de quem não conheceu as outras "guerras" (antes, durante e depois da sua) em muitos outros lugares da "vasta" Guiné, não procurando saber mais do que o ÚNICO lugar onde foi colocado e donde nunca saiu. Quanto a Gandembel: Existe já o livro do Idálio Reis (cujos 40 e tal dias iniciais são comuns às 2 Comp.) e a História da CART 1689.
Abraços para todos.
Alberto Branquinho
Caríssimo Amigo e Camarada Branquinho.
Citando,mais que abusivamente,outro comentador-"Um pouco mais de consideracäo pelos Camaradas näo seria demasiado". Haverá umbigos e UMBIGOS.
Tendo o teu "umbi" se passeado por locais saudáveis,esqueces ,nas tuas täo felizes referências geográficas guineenses, o Destacamento mais famoso... depois do Dien Bien Phu (e cá voltamos ao Vietnam, quase täo sério como a Guiné!)
...ou seja "Mäo-P'ra-Traz",situado na célebre estrada que ligava a vila nortenha de "Que-bô" a "Ponte Baldana" e "Gamdul-belo".
Enfim,desta vez, quase te estou a perdoar.
Umbigos todos temos! E tu também,
Branquinho.
Abraço!
J.Cabral
Caríssimos Camaradas,
Cordiais saudações.
Já se foi há quase cincoenta anos, (sim, ele mesmo, o meu "sábio" avô bairradino), contudo, lamentavelmente,ainda não encontrei melhor opinião: "...cada um sabe das suas...".
forte abraço
Vasco Pires
Ex-Comandante do 23° Pel Art
Um humor conciso,(para lhe näo chamar medieva-crítica de costumes),emana dos textos e comentários de Alberto Branquinho.
Será que o somatório do..... "Saloiísmo-Iluminado" da Ditadura,a "Bandalheira-Messiânica" de um certo tipo do PREC,e a "Choldra-dos-Senhoritos" das últimas "Governacöes"....terá conseguido acabar com o sentido de humor Lusitano?
Sem ele,meus Caríssimos Amigos,nas nossas já Bíblicas idades...pouco resta ,para além de um certo "ego-umbilical" a assumir. Um grande abraco.
Tinha fechado o escritório mas fui alertado pela vizinhança que deixara aberta a janela do Facebook.
Fui lá dar um jeito à coisa, não fosse alguém tomar-me de assalto os arquivos, e reparei que Alberto Branquinho destapou parte do mapa da "Batalha do Umbigo".
Fê-lo, e ainda bem que o fez, porque algumas discordâncias o levaram a pensar que era chegado "o momento de explicar".
Passo sobre a explicação porque não consigo, por demérito meu, ver para além daquela vidraça.
Mas respigo, das suas "Notas Finais", aquele número 3, em que se dirige, particularmente, ao camarada C. Martins.
Escreve Alberto Branquinho:
"Claro que foi sem ofensa para NINGUÉM. Só que, ao contrário de ti, tenho visto aqui relatos de sofrimentos e de heroicidades de quem não conheceu as outras "guerras" (antes, durante e depois da sua) em muitos outros lugares da "vasta" Guiné, não procurando saber mais do que o ÚNICO lugar onde foi colocado e donde nunca saiu."
Ainda bem que este parágrafo não é para ofender ninguém (vejo até nele uma enorme elegância para evitar o adjectivo, trapaceiro) porque, andando por aqui a fazer relatos qualquer coisa como seiscentos antigos combatentes, algum deles poderia ser dado a interrogar-se:
"isto é comigo? É contigo?"
A terceira pessoa do singular deixei-a propositadamente de fora, por razões óbvias.
Então, como fazer agora, quem quiser publicar no blog as suas memórias?
Perguntar primeiro a Alberto Branquinho se está dentro dos parâmetros por si considerados suficientes.
Pela parte que me diz respeito, considero-me fora das suas exigências, razão porque me dispenso de ir a concurso.
Só uma coisa me intriga.
Com quem se zangou Alberto Branquinho?
Escreveu a "Batalha do Umbigo" a 25e viu-a publicada a 27.
Como diria o outro, porquê a pressa?
armando pires
Pronto já percebi...
Existem umbigos iluminados e umbigos
néscios que não sabem o que é o humor.
Obrigado Belo!
Abraço.
J.Cabral
Joseph Belo
1 - Agradeço esse acto misericordioso de (quase) perdão. Pois então, vou rezar 10 Pai-nossos, dez Avé-Marias e um Acto de Contrição.
2 - Este teu 2º. (3º.!) comentário deixou-me babado! Esgotei os lenços de papel.
J(orge) Cabral
Não nem todos t(iv)emos umbigo. Adão e Eva não tinham, porque não nasceram de mulher.
É verdade, eu também tenho umbigo, mas não é o centro do universo.
Vasco Pires
É verdade! "Cada um sabe das suas..." e Deus... de todos.
Armindo Pires
Censura Prévia ... NUNCA! (Mas haverá sempre opiniões diversas).
Não sei o que seja isso do 25 ou do 27...
Não estou zangado com NINGUÉM, mas que isto quebra a monotonia do Verão, lá isso quebra.
Abraços para TODOS
Alberto Branquinho
Adão e Eva pertencem ao Blogue? E colaboram? Devo andar distraído.
O teu texto não é de humor e tem
destinatários.Assim deve ser entendido.Justo? Injusto? Quem se sentiu atingido deve reagir.
Obviamente que não tem nada a ver
comigo...
Boas Férias.
Grande Abraço.
J.Cabral
Que sacanagem!
Estava o pessoal na modorra da sesta, quando o Alberto desata a comparar umbigos. E o pessoal agitou-se, naturalmente, cada um em defesa do umbigo próprio, que, naturalmente, não troca com ninguém.
Mas houve confusões de umbigos, ou sobre umbigos, e o autor sentiu necessidade de explicar-nos, através da nota dirigida ao C.Martins, a fonte inspiradora deste texto, defendendo-se da vituperação que aquele lhe dirigira.
Já uma ocasião falei desse assunto com o Alberto, e aproveito a ocasião para aqui expressar que sim, que umbigos há muitos, e alguns incontinentes. Mesmo que não sejam ostensivos nos seus papéis batalhadores, não diexam de insinuar a co-participação esforçada, quando, na realidade, enquanto decorriam certos momentos bélicistas, tomavam uma referescante bejeca, ou perfilavam-se atentos e venerandos ( quando não à rasca) perante os duros comandantes.
Felizmente, não têm sido muitos esses umbigos narcísicos, por acaso só identifico um, mas tem havido prodigalidade de acções de auto-afirmação.
Bendita Pátria!
E bendita a inspiração branquinha (de clara, ou transparente) do Alberto.
Abraços fraternos
JD
Que sacanagem!
Estava o pessoal na modorra da sesta, quando o Alberto desata a comparar umbigos. E o pessoal agitou-se, naturalmente, cada um em defesa do umbigo próprio, que, naturalmente, não troca com ninguém.
Mas houve confusões de umbigos, ou sobre umbigos, e o autor sentiu necessidade de explicar-nos, através da nota dirigida ao C.Martins, a fonte inspiradora deste texto, defendendo-se da vituperação que aquele lhe dirigira.
Já uma ocasião falei desse assunto com o Alberto, e aproveito a ocasião para aqui expressar que sim, que umbigos há muitos, e alguns incontinentes. Mesmo que não sejam ostensivos nos seus papéis batalhadores, não diexam de insinuar a co-participação esforçada, quando, na realidade, enquanto decorriam certos momentos bélicistas, tomavam uma referescante bejeca, ou perfilavam-se atentos e venerandos ( quando não à rasca) perante os duros comandantes.
Felizmente, não têm sido muitos esses umbigos narcísicos, por acaso só identifico um, mas tem havido prodigalidade de acções de auto-afirmação.
Bendita Pátria!
E bendita a inspiração branquinha (de clara, ou transparente) do Alberto.
Abraços fraternos
JD
Muito mais sossegado por verificar que alguns dos camaradas ainda conseguem contar até(3!)e..... säo devidamente religiosos. Umas Santas Férias e um abraco.
Olá companheiros e amigos usufrutuários deste espaço.
Quando o Branquinho 'entrou' titulando o escrito com "A Batalha do Umbigo" disse para comigo: "aí vem crítica cinematográfica", pensando que se ia referir ao filme, recentemente publicitado, "A Batalha de Tabatô" e do qual já li alguns comentários, sendo que um ou outro ia no sentido de considerar a expressão "batalha" exagerada.
Depois percebi que se referia mesmo aos "umbigos"....
Acho que comentar agora é um pouco 'chover no molhado'.
Já se disse (quase) tudo. Já se abordou o assunto pelo lado da ofensa, pelo lado da ironia, já se 'esclareceu' o artigo, os comentários e até mesmo os próprios esclarecimentos.
Mesmo assim, arrisco!
Ora bem, é quase impossível relatar as nossas memórias, os momentos por nós vividos, sem falar ou relatar coisas que se passaram connosco, ou próximo de nós, logo portanto, por conseguinte, ter-se-à que incluir aquela parte do corpo de nós que esteve ligado ao cordão umbilical, ou seja, o próprio umbigo.
Quando 'cheguei' ao Blogue o Branquinho tinha uma série a que se deu o título de "Não venho falar de mim nem do meu umbigo".
Gostava (e gosto) dos textos mas o título intrigava-me. Não estava a ver qual o exacto alcance da advertência, tal como agora.
Umas vezes pensava que seria 'por isto', outras vezes pensava que seria 'por aquilo' e nunca me dei ao cuidado de sair das 'minhas tamanquinhas' e perguntar directamente ao Branquinho qual o 'alvo' ou 'alvos' da 'sentença'.
Tanto assim que em boa parte dos meus escritos iniciais tinha o cuidado de, na introdução, pedir desculpa ao Branquinho por 'indirecta, mas inevitavelmente' ter que falar de mim e, por extensão, lá estaria o 'meu umbigo' do qual não me podia dissociar.
Mas só por arrastamento, pois na verdade nunca falei dele.
A vez que esteve mais próximo foi quando relatei o meu próprio 'fanado', a minha 'circuncisão'.
....continua....
.... continuação...
Claro que não estou a desvalorizar os sentimentos daqueles amigos que se sentiram intrigados sobre "a quê", ou "a quem" o Branquinho se queria referir, deixando no ar toda uma suspeição de que 'muitos' falam, escrevem coisas, de que a verdade está afastada, ou romanceada, ou exagerada.
Penso que não se trata disso, apenas o Branquinho parece achar que relatam as coisas centradas 'no seu tempo' sem considerar que houve 'um antes' e 'um depois', daí o "umbigo".
Mas é inevitável que assim seja: relatam o seu (deles) tempo e se isso for feito com verdade, com honestidade, cumprem o objectivo. Caso contrário haverá sempre uma 'boa alma', um 'vigilante', que dirá que está a falar sem 'estar lá', logo sem a 'autoridade da autenticidade'....
A necessária 'comparação' entre 'tempos' é, por sinal, o grande mérito deste Blogue já que permite fazer a observação transversal de todo o T.O. tanto no 'tempo' como nos 'espaços' ao longo da duração da nossa (colectiva) presença.
Então, a minha posição quanto a este episódio é que o Branquinho, no seu jeito de escrita no estilo "conto", sem 'ofender' ninguém directa e explicitamente, desabafa a sua preocupação por ler alguns relatos e/ou memórias em que, segundo a sua observação, vislumbra 'exageros', sejam de 'linguagem' sejam factuais...
Os de 'linguagem' são fáceis de detectar: são os 'cercados por todos os lados', são a utilização 'abusiva' da palavra 'batalha', por exemplo. Mas essas palavras encerram conceitos que nos foram inculcados nas lições de História dadas nos 'nossos tempos' sendo portanto 'natural' que as pessoas se expressem desse modo. Por mim, nada disso me incomoda, acho que ainda sou capaz de destrinçar os conceitos e dar às palavras o seu valor correcto.
Quanto aos 'factuais' são facilmente susceptíveis de contraditório e não constituem problema. Faz algum tempo que num daqueles suplementos do "Correio da Manhã" dedicado à série "A minha guerra", um "rambo" foi perfeitamente 'desmontado' nos seus relatos fantasiosos...
Abraços
Hélder S.
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