por J. L. Mendes Gomes
Misturei minhas mágoas de trás
com as alegrias de hoje,
são tantas,
fiz uma calda e bebi.
Sabe-me a mel com picos de dor,
raiada de esperança.
Matei minha sede
e continuei a viver.
O caminho tem pedras,
lisas, agrestes...
Por vezes, podem doer.
Mas se todo lisinho,
sem pregas,
escorregam os pés,
quem é que não cai?...
Se fosse tudo brilhante,
sem sombras,
desapareceria
a beleza das formas,
e a profundeza das cores.
A terra seria uma esfera,
fria e luzente,
sem rios e vales profundos,
escorrendo das alturas das serras.
Por isso, há o dia e a noite,
tecido de horas alegres e tristes,
numa calda perfeita e exacta.
É o coração quem a faz
e o diz...
Ouvindo o tema de Lara
Berlim, 25 de Julho de 2013
10h15m
Joaquim Luís Mendes Gomes
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 10 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11823: Blogpoesia (349): O milagre do pão (J. L. Mendes Gomes)
sem sombras,
desapareceria
a beleza das formas,
e a profundeza das cores.
A terra seria uma esfera,
fria e luzente,
sem rios e vales profundos,
escorrendo das alturas das serras.
Por isso, há o dia e a noite,
tecido de horas alegres e tristes,
numa calda perfeita e exacta.
É o coração quem a faz
e o diz...
Ouvindo o tema de Lara
Berlim, 25 de Julho de 2013
10h15m
Joaquim Luís Mendes Gomes
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 10 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11823: Blogpoesia (349): O milagre do pão (J. L. Mendes Gomes)
3 comentários:
Caro Joaquim,
Como sempre com qualidade.
Parabéns e obrigado.
mm
Camarada Joaquim
Para mim e já o tenho dito,a poesia é quase como uma pintura abstracta.Não a entendo mas parte das vezes gosto.A tua poesia aqui descrita gostei.
Um abraço
Henrique Cerqueira
todos temos as nossas caldas...oxalá sejam saborosas
um abraço
Joaquim
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