Umas escassas semanas antes, a cerimónia esteve para ser realizada na península de Cubucaré, ou seja em pleno Cantanhez, portanto no sul, na região de Tombali, no setor de Bedanda (compreendendo hoje os regulados de Mejo, Iemberém, Cadique e Cabedu). Por razões de segurança, invocadas por 'Nino' Vieira, foi escolhido outro local, à pressa, no leste, na região do Boé, mais a nordeste.
A distância entre Madina do Boé e Ventu Leidi, a leste, junto à fronteira é de 50 a 55 km, em linha reta, no mapa.
A distância entre Madina do Boé e Ventu Leidi, a leste, junto à fronteira é de 50 a 55 km, em linha reta, no mapa.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).
1. Mensagem que acaba de circular pelo correio interno da Tabanca Grande:
Um alfa bravo.
Luís Graça.
PS1 - Aqui vai um resumo, dos resultados provisórios (n=134), obtidos até agora.
Respondam diretamente no blogue.
Vd. poste anterior > 22 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12071: Sondagem: 40 anos depois da proclamão (unilateral) da independência da Guiné-Bissau, a 24 de setembro de 1973, como vês o futuro das relações (políticas, diplomáticos, económicas, sociais, culturais, etc.) deste país lusófono com Portugal ? Com pessimismo, indiferença ou otimismo ? Resposta até 27/9/2013
1. Mensagem que acaba de circular pelo correio interno da Tabanca Grande:
Amigos e camaradas, membros da Tabanca Grande:
Está decorrer uma sondagem, no nosso blogue, sobre o futuro das relações da Guiné-Bissau com Portugal, e de Portugal com a Guiné-Bissau...
Está decorrer uma sondagem, no nosso blogue, sobre o futuro das relações da Guiné-Bissau com Portugal, e de Portugal com a Guiné-Bissau...
Acabam de passar 40 anos desde a proclamação (unilateral) da independência da Guiné-Bissau, não em Madina do Boé, como nos fizeram crer, durante anos, mas em Vendu Leidi, em terra de ninguém, na fronteira com a Guiné-Conacri...
Essa data e esse evento terão passado completamente despercebidos aos olhos dos nossos camaradas que prestavam então serviço no TO da Guiné. Mesmo as autoridades políticas e militares da época subestimaram o alcance político, diplomático e jurídico dessa cerimónia, a proclamação (unilateral) da Guiné-Bissau, algures nas famosas "colinas do Boé"...
Com um medo terrível da nossa aviação, mas escudados nos Strela (e nas antiaéreas instaladas na zona de Madina do Boé, a mais de 50 km de quilómetros da fronteira)... Acontece que o grupo dos Strela, que terá vindo do sul para leste, só trouxe os tuibos, e esqueceu-se dos... mísseis (!).
Terão assistido à cerimónia um número indeterminado de militantes e convidados do PAIGC, incluindo estrangeiros, sendo alguns diplomatas e jornalistas. Se tem havido um ataque da FAP ao local, teria sido uma tragédia... E no entanto tudo correu aparentemente sobre rodas, embora sob grande tensão...
A ONU reconheceu de imediato o novo país africano, mesmo "em guerra"... Portugal só um ano depois o fez. A diplomacia portugues foi de algum modo apanhada desprevenida... Todavia, na pátria de Amílcar Cabral "os amanhãs que cantam" transformaram-se, depressa, em pesadelo, com Luís Cabral, Nino Vieira, Kumba Ialá, e por aí fora... (vd. reportagem do jornal Público, de 24/9/2013 e de 30/9/2013).
A nossa atitude em relação ao futuro da Guiné-Bissau é importante... A sorte do povo da Guiné-Bissau não nos é indiferente, pelo menos para uma boa parte de nós... Em contrapartida, temos os nossos próprios problemas e angústias face ao futuro como indivíduos, como veteranos de guerra,
Com um medo terrível da nossa aviação, mas escudados nos Strela (e nas antiaéreas instaladas na zona de Madina do Boé, a mais de 50 km de quilómetros da fronteira)... Acontece que o grupo dos Strela, que terá vindo do sul para leste, só trouxe os tuibos, e esqueceu-se dos... mísseis (!).
Terão assistido à cerimónia um número indeterminado de militantes e convidados do PAIGC, incluindo estrangeiros, sendo alguns diplomatas e jornalistas. Se tem havido um ataque da FAP ao local, teria sido uma tragédia... E no entanto tudo correu aparentemente sobre rodas, embora sob grande tensão...
A ONU reconheceu de imediato o novo país africano, mesmo "em guerra"... Portugal só um ano depois o fez. A diplomacia portugues foi de algum modo apanhada desprevenida... Todavia, na pátria de Amílcar Cabral "os amanhãs que cantam" transformaram-se, depressa, em pesadelo, com Luís Cabral, Nino Vieira, Kumba Ialá, e por aí fora... (vd. reportagem do jornal Público, de 24/9/2013 e de 30/9/2013).
A nossa atitude em relação ao futuro da Guiné-Bissau é importante... A sorte do povo da Guiné-Bissau não nos é indiferente, pelo menos para uma boa parte de nós... Em contrapartida, temos os nossos próprios problemas e angústias face ao futuro como indivíduos, como veteranos de guerra,
como cidadãos, como portugueses, como povo... Isso também pode "enviesar" os resultados da sondagem...
Fica aqui o desafio para aproveitarem, os não-respondentes, a última oportunidade de resposta à nossa sondagem... Obrigado aos 134 leitores do blogue que já o fizeram até ontem. Falta 1 dia para encerrar a nossa consulta, que vale o que vale... (Não tem qualquer valor científico, como qualquer sondagem "on line", porque não sabemos qual é o universo ou a população que nos lê; logo há problemas de amostragem, de tamanho da amostra, de inferência de resultados,. etc.... Trata-se apenas de uma forma de estimular a vossa participação na vida do blogue, e de vos convidar a pensar num problema que é relevante para os nossos dois povos)...
Fica aqui o desafio para aproveitarem, os não-respondentes, a última oportunidade de resposta à nossa sondagem... Obrigado aos 134 leitores do blogue que já o fizeram até ontem. Falta 1 dia para encerrar a nossa consulta, que vale o que vale... (Não tem qualquer valor científico, como qualquer sondagem "on line", porque não sabemos qual é o universo ou a população que nos lê; logo há problemas de amostragem, de tamanho da amostra, de inferência de resultados,. etc.... Trata-se apenas de uma forma de estimular a vossa participação na vida do blogue, e de vos convidar a pensar num problema que é relevante para os nossos dois povos)...
Um alfa bravo.
Luís Graça.
PS1 - Aqui vai um resumo, dos resultados provisórios (n=134), obtidos até agora.
Respondam diretamente no blogue.
A sondagem aparece no canto superior esquerdo do blogue. Cada computador/leitor só pode votar uma vez. Mas é possível mudar o voto até ao último minuto...
PS2 - Depois de votarem, podem deixar aqui os vossos comentários, fundamentar a vossa opinião, etc.
Vd. no jornal Público, de 24 de setembro de 2013, uma interessante reportagem, de 4 páginas (30-33), do jornalista João Manuel Rocha, enviado a Bissau, e que recolhe depoimentos de destacados militantes ainda vivos que testemunharam os acontecimentos como: (i) Carmen Pereira, então comissária política na frente sul, com 37 anos; (ii) Lúcio Soares. então comandante da frente Norte (, com 31 anos, integrou a equipa de segurança); e (iii) Mário Cabral, mais tarde ministro e embaixador (que veio de avião, de Conacri para Boké)... E ainda outros, como o então jovem realizador de cinema, Flora Gomes (com 23 anos) que fez a cobertura cinematográfica da cerimónia.
Os entrevistados pelo jornal Público trocam com alguma frequência os topónimos, Lugajole e Vendu Leidi (que distam enter si cerca de 15 km)... O primeiro camarada a falar-nos de Lugajole e a mandar-nos fotografias do sítio, creio que foi o Patrício Ribeiro, em 4 de outubro de 2009. Afinal, sabemos que Lugajole foi só para a "fotografia": o primeiro governo, do PAIGC, mandou lá construir um monumento à independência, hoje em ruínas. O sítio é de dificílimo acesso. Em 1973 não havia GPS, nem ninguém sabia onde eram os marcos da fronteira... Vendu Leidi acaba por ser em terra de ninguém. Discuitir se foi mais um quilómetro à esquerda ou à direita, dentro ou fora do terrirório da colónia portuguesa é um exercício inútil. Onde seguramente não foi feita a proclamação unilateral da independência, em 24/9/1973, foi em Madina do Boé, onde as NT tinham um aquartelamento, retidado 4 anos antes, em 6/2/1969.
Ver aqui mais postes sobre Lugajole, de Rui Fernandes e de Tina Kramer.
________________________
SONDAGEM: 40 ANOS DEPOIS DA PROCLAMAÇÃO (UNILATERAL) DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ-BISSAU, A 24 DE SETEMBRO DE 1973, VEJO O FUTURO DAS RELAÇÕES (POLÍTICAS, DIPLOMÁTICAS, ECONÓMICAS, SOCIAIS, CULTURAIS...) DESTE PAÍS COM PORTUGAL, COM (... resposta numa escala de 1. Muito pessismo a 7. Muito otimismo):
1.Muito pessimismo
24 (17%)
2. Bastante pessimismo
22 (16%)
3. Algum pessimismo
27 (20%)
4. Indiferença. nem pessimismo nem otimismo
26 (19%)
5. Algum otimismo
31 (23%)
6. Bastante otimismo
2 (1%)
7. Muito otimismo
2 (1%)
Mude o seu voto
Votos apurados (até às 21h00 do dia 26/1/2013): 134
Dias que restam para votar: 1
PS2 - Depois de votarem, podem deixar aqui os vossos comentários, fundamentar a vossa opinião, etc.
Vd. no jornal Público, de 24 de setembro de 2013, uma interessante reportagem, de 4 páginas (30-33), do jornalista João Manuel Rocha, enviado a Bissau, e que recolhe depoimentos de destacados militantes ainda vivos que testemunharam os acontecimentos como: (i) Carmen Pereira, então comissária política na frente sul, com 37 anos; (ii) Lúcio Soares. então comandante da frente Norte (, com 31 anos, integrou a equipa de segurança); e (iii) Mário Cabral, mais tarde ministro e embaixador (que veio de avião, de Conacri para Boké)... E ainda outros, como o então jovem realizador de cinema, Flora Gomes (com 23 anos) que fez a cobertura cinematográfica da cerimónia.
Os entrevistados pelo jornal Público trocam com alguma frequência os topónimos, Lugajole e Vendu Leidi (que distam enter si cerca de 15 km)... O primeiro camarada a falar-nos de Lugajole e a mandar-nos fotografias do sítio, creio que foi o Patrício Ribeiro, em 4 de outubro de 2009. Afinal, sabemos que Lugajole foi só para a "fotografia": o primeiro governo, do PAIGC, mandou lá construir um monumento à independência, hoje em ruínas. O sítio é de dificílimo acesso. Em 1973 não havia GPS, nem ninguém sabia onde eram os marcos da fronteira... Vendu Leidi acaba por ser em terra de ninguém. Discuitir se foi mais um quilómetro à esquerda ou à direita, dentro ou fora do terrirório da colónia portuguesa é um exercício inútil. Onde seguramente não foi feita a proclamação unilateral da independência, em 24/9/1973, foi em Madina do Boé, onde as NT tinham um aquartelamento, retidado 4 anos antes, em 6/2/1969.
Ver aqui mais postes sobre Lugajole, de Rui Fernandes e de Tina Kramer.
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SONDAGEM: 40 ANOS DEPOIS DA PROCLAMAÇÃO (UNILATERAL) DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ-BISSAU, A 24 DE SETEMBRO DE 1973, VEJO O FUTURO DAS RELAÇÕES (POLÍTICAS, DIPLOMÁTICAS, ECONÓMICAS, SOCIAIS, CULTURAIS...) DESTE PAÍS COM PORTUGAL, COM (... resposta numa escala de 1. Muito pessismo a 7. Muito otimismo):
1.Muito pessimismo
24 (17%)
2. Bastante pessimismo
22 (16%)
3. Algum pessimismo
27 (20%)
4. Indiferença. nem pessimismo nem otimismo
26 (19%)
5. Algum otimismo
31 (23%)
6. Bastante otimismo
2 (1%)
7. Muito otimismo
2 (1%)
Mude o seu voto
Votos apurados (até às 21h00 do dia 26/1/2013): 134
Dias que restam para votar: 1
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Nota do editor:
Vd. poste anterior > 22 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12071: Sondagem: 40 anos depois da proclamão (unilateral) da independência da Guiné-Bissau, a 24 de setembro de 1973, como vês o futuro das relações (políticas, diplomáticos, económicas, sociais, culturais, etc.) deste país lusófono com Portugal ? Com pessimismo, indiferença ou otimismo ? Resposta até 27/9/2013
10 comentários:
A verdade acaba sempre por aparecer
Tantos argumentos aqui foram discutidos...finalmente parece que a dita proclamação unilateral da independência pelo PAIGC..foi em Verdu Leidi em "terra de ninguém!!!!"..isso existia ?
Também não foi aí, mas sim mais no interior da Guiné-Conakry..
Parece que levaram os tubos sem os misseis!!!! para Boé..ah já sei...os nossos pilavs viam os tubos e borravam-se todos..eu sou um bocadinho idiota mas por favor não abusem
Quanto ao inquérito votei completamente pessimista..gostava muito de estar enganado.
PS
Meu caro L.Graça quem te deu estas informações quer-nos fazer passar a todos por idiotas.
Os "inteligentes" sabiam que desse acontecimento mas não podiam fazer nada para evitá-lo ..só isso
C.Martins
PS
Onde se lê "sabiam que desse" é "sabiam desse"
C.Martins
Para quem não sabe....
O míssil anti-aéreo "strela" é portátil e é colocado por cima do ombro do atirador...
Estão a ver a "cena"...o atirador a descoberto apontando só o tubo ao avião...a não ser ...a não ser que os próprios dirigentes do paigc não soubessem que não tinham misseis e nesse caso também foram enganados..o que não me admirava nada.
C.Martins
Aconselha-se a leitura da Pág. 30 Público, 9/24/2013.
Assim se compreenderá melhor o comentário do C. Martins e a sua certeza que ainda não foi desta que o PAIGC deu a conhecer o verdadeiro lugar onde foi declarada uma independência unilateral.
Cumprimentos.
José Câmara
Cumprimentos.
José Câmara
ad bissau
27 set 2013 12:49 (
Amigos
A Guiné-Bissau celebrou os seus 40 anos de independência.
Enquanto as cerimónias oficiais decorriam em Bissau (como sempre aconteceu), onde o poder falava para si próprio, com palavras ocas que o vento levou logo, os combatentes do mato, reuniram-se pela primeira vez em Guiledje, para celebrarem esta data tão querida deles.
Não foram lá ouvir os lugares comuns daqueles que os abandonaram à sua sorte.
Foram falar uns com os outros e recordar feitos fantásticos que levaram o mundo a ter um grande respeito e admiração por esta epopeia.
Convidamos a ver algumas imagens desta Festa, no nosso site
www.adbissau.org
abraços
Será que "Feitos fantásticos" tem o mesmo significado no português da Guiné que no...português de Portugal?
pardete.j.a.md@sapo.pt
27/9/2013 16:30
Vendu Leidi não passou despercebido mas foi tão insignificante que ninguém lhe deu importância... ou deu-lhe a importância que merecia,
visto que a fronteira não era rígida e até houve que defendesse que teria sido feita na Guiné Conagry.
Abraço
Pardete
Olá Camaradas
Que é que nos interessa a celebração da Independência da Guiné?
Nada ou pouca coisa. Ganharam a "guerra"? Sim, já o disse. Declararam a independência numa operação de propaganda que é tudo menos honesta com o apoio de alguns países, à moda do que se fazia naquele tempo. Isso não nos diz respeito.
A adesão de portugueses às celebrações da Independência é semelhante a convidar os franceses para virem celebrar a derrota na Linhas de Torres. E eles não vieram.
Segundo julgo este blog é um blog de ex-combatentes portugueses e onde também se tem dado lugar a todos os que não sendo hoje portugueses combateram junto do Exército Português. Nada tenho contra isto e por isso estou aqui, mas celebrar o quê?
Ora informa e explicita Luís.
Atenção aos resultados verdadeiramente decepcionantes da sondagem à opinião dos Bloguistas.
Um Abraço
António J. P. Costa
Já na altura se dizia que a Independência tinha sido declarada fora do território da Guiné.
Hoje, como vemos tudo não passou de um "equívoco"...
Ao menos assumam o que fizeram...
Mas olhem que um país a começar assim só poderia continuar mal.
Um Ab.
António J. P. Costa
Estive na Tabanca de Vendu Leidi há uns anos,a acompanhar a Delegação da RTP e também o correspondente do Expresso,numa reportagem pelo aniversário como agora, onde entrevistaram uma anciã que informou que viajou com o Amílcar Cabral pelo Boé. Na RTP, a reportagem nunca passou...
Por muito que os nossos bloguistas queiram, eu informo que a Guerra pela Independência na Guiné, ainda não está desclassificada.
Há alguns antigos comandantes do PAIGC, que estão a escrever livros sobre este tema, mas cada folha que escrevem,é enterrada no fundo do quintal...
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