1. Mensagem do nosso camarada António Graça de Abreu, com data de 15 do corrente
Meu caro Luís
Tenho um livro novo e junto o convite para a apresentação e lançamento, no Museu do Oriente (*). Gostava de ver por lá uns tantos camaradas da Guiné.
É China, mas todos somos cidadãos do mundo, mais ainda depois da Guiné.
Será possível divulgares no blogue? (*) Por coincidência, vi agora no blogue que o novo livro do Mário Beja Santos será também lançado em Lisboa no mesmo dia 22 de Outubro, às 18 horas. Não haverá duplicação, cada um de nós no seu métier. E cabemos todos quando escrevemos livros de qualidade como será o caso do Mário Beja Santos e do António Graça de Abreu.
Forte abraço,
António Graça de Abreu
2. Comentário de L.G.:
"A viagem é o que fazemos delas, / As viagens são os viajantes. / O que vemos não é o que vemos, / Senão o que somos".
Este pensamento de Bernardo Soares / Fernando Pessoa, que tu citas, é uma proposta para convidar o leitor a entrar também nesta "peregrinação" pelo imenso Império do Meio, de ontem, de hoje e de amanhã, e que tu iniciaste em 1977, três anos depois de vires da Guiné... Tinhas então 30 anos, e uma nova vida (e uma nova família) para viver (e construir).
Não é fácil pertencer, ao mesmo tempo, a dois mundos, a duas culturas, a dois países, como são a imensa e milenária China e o nosso pequeno e multissecular Portugal, até por problemas de escala... e de língua. Mas eu acho que tu tens os melhores genes da gente lusíada de antanho e de hoje, esse jeito de saber ouvir e entender os outros sem risco de perda de identidade... nem de aculturação fusional.
A profecia que tu contas no prefácio é elucidativa: (i) quem vem à China por umas escassas semanas, escreve um livro; (ii) quem por lá fica uns largos meses, escreve um ou mais artigos para o jornal da sua terra; e (iii) quem lá vive durante alguns anos, desiste de escrever....
Não foi felizmente o teu caso, que lá viveste entre 1977 e 1983, que lá encontraste o amor da tua vida, que lá voltateste a casar, que lá tiveste pelo menos um dos teus dois filhos lusochineses, e que com tudo isto não deixaste de escrever: de facto, diz o teu currículo, que já tens 16 livros sobre "chinesices" (sem ofensa...), para não falar de algumas centenas de artigos e muitas, muitas dezenas de milhares de quilómetros, viajando por "toda a China" (incluindo Hong-Kong, Macau e Taiwan)...
Os teus filhos e a tua esposa, sei que têm orgulho em ti. E têm motivos para isso. Os teus patrícios, os "tugas", essses, costumam ser menos gratos em relação aos "estrangeirados", como tu. Pela minha parte, tenho a agradecer-te, em meu nome pessoal (mas também, correndo embora o risco de ser abusivo, em nome da Tabanca Grande), a tua disponibilidade, física e mental, para te sentares à mesa do computador e pores a China e o povo chinês, a sua socioecologuia, a sua economia, a sua geografia, a sua história, a(s) sua(s) cultura(s), o seu património, a(s) sua(s) idiossincrasia(s)... ao nosso alcance, ao alcance da nossa compreensão. entendimento, sensibilidade e vontade de conhecer e de aprender.
Espero dar-te, ao vivo, um abraço, mais logo, no Museu do Oriente. O Mário Beja Santos não vai ficar zangado, a verdade é que vocês acabaram, involuntariamente, por me criar um conflito... de papéis. Não vou poder estar nos dois lados ao mesmo tempo. De qualquer modo, reencontramo-nos todos os dias, no nosso blogue, à volta do nosso mágico, simbólico, fraterno poilão da Tabanca Grande. (LG)
PS - Desejo-te, naturalmente, os maiores sucessos para mais este "filho" que puseste no mundo (neste caso, livreiro) , já a partir de 17 do corrente... Ficamos à espera do 2º, volume, em 2014. E que entretanto as divindades todas te protejam... contra a doença do maldito alemâo que nos espreita, emboscado, nos mais inesperados sítios e dias do calendário... Dizem que aprender os ideogramas do mandarim não é tortura, é a melhor maneira de prevenir o Alzheimer...
"A viagem é o que fazemos delas, / As viagens são os viajantes. / O que vemos não é o que vemos, / Senão o que somos".
Este pensamento de Bernardo Soares / Fernando Pessoa, que tu citas, é uma proposta para convidar o leitor a entrar também nesta "peregrinação" pelo imenso Império do Meio, de ontem, de hoje e de amanhã, e que tu iniciaste em 1977, três anos depois de vires da Guiné... Tinhas então 30 anos, e uma nova vida (e uma nova família) para viver (e construir).
Não é fácil pertencer, ao mesmo tempo, a dois mundos, a duas culturas, a dois países, como são a imensa e milenária China e o nosso pequeno e multissecular Portugal, até por problemas de escala... e de língua. Mas eu acho que tu tens os melhores genes da gente lusíada de antanho e de hoje, esse jeito de saber ouvir e entender os outros sem risco de perda de identidade... nem de aculturação fusional.
A profecia que tu contas no prefácio é elucidativa: (i) quem vem à China por umas escassas semanas, escreve um livro; (ii) quem por lá fica uns largos meses, escreve um ou mais artigos para o jornal da sua terra; e (iii) quem lá vive durante alguns anos, desiste de escrever....
Não foi felizmente o teu caso, que lá viveste entre 1977 e 1983, que lá encontraste o amor da tua vida, que lá voltateste a casar, que lá tiveste pelo menos um dos teus dois filhos lusochineses, e que com tudo isto não deixaste de escrever: de facto, diz o teu currículo, que já tens 16 livros sobre "chinesices" (sem ofensa...), para não falar de algumas centenas de artigos e muitas, muitas dezenas de milhares de quilómetros, viajando por "toda a China" (incluindo Hong-Kong, Macau e Taiwan)...
Os teus filhos e a tua esposa, sei que têm orgulho em ti. E têm motivos para isso. Os teus patrícios, os "tugas", essses, costumam ser menos gratos em relação aos "estrangeirados", como tu. Pela minha parte, tenho a agradecer-te, em meu nome pessoal (mas também, correndo embora o risco de ser abusivo, em nome da Tabanca Grande), a tua disponibilidade, física e mental, para te sentares à mesa do computador e pores a China e o povo chinês, a sua socioecologuia, a sua economia, a sua geografia, a sua história, a(s) sua(s) cultura(s), o seu património, a(s) sua(s) idiossincrasia(s)... ao nosso alcance, ao alcance da nossa compreensão. entendimento, sensibilidade e vontade de conhecer e de aprender.
Espero dar-te, ao vivo, um abraço, mais logo, no Museu do Oriente. O Mário Beja Santos não vai ficar zangado, a verdade é que vocês acabaram, involuntariamente, por me criar um conflito... de papéis. Não vou poder estar nos dois lados ao mesmo tempo. De qualquer modo, reencontramo-nos todos os dias, no nosso blogue, à volta do nosso mágico, simbólico, fraterno poilão da Tabanca Grande. (LG)
PS - Desejo-te, naturalmente, os maiores sucessos para mais este "filho" que puseste no mundo (neste caso, livreiro) , já a partir de 17 do corrente... Ficamos à espera do 2º, volume, em 2014. E que entretanto as divindades todas te protejam... contra a doença do maldito alemâo que nos espreita, emboscado, nos mais inesperados sítios e dias do calendário... Dizem que aprender os ideogramas do mandarim não é tortura, é a melhor maneira de prevenir o Alzheimer...
Dedicatória autografada: "Ao Luís Graça, meu amigo das coisas da Guiné, da China e do mundo, estes meus textos de viagem por dentro da China, de viagens por dentro de mim, com um fortíssimo abraço de admiração e amizade. António Graça de Abreu, [17 de] Out 2013"
Foto: © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados
China > Zhejiang > Hangzhou > 2011 > O autor com o poeta Bai Juyi
China > Macau > 1992 > O autor, aos 45 anos, com monsenhor Manuel Teixeira
China > Xangai > 2009 > Com a família chinesa, esposa, filhos, sogros, cunhados
_______________
Notas do editor:
(*) Vd, poste de 21 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12183: Agenda Cultural (288): Sessão de lançamento do livro de viagens "Toda a China", 1º volume, de António Graça de Abreu... Museu do Oriente, Lisboa, Sala Beijing, 3ª feira, 22 do corrente, 18h30. Apresentação do embaixador João de Deus Pinheiro. Entrada livre
(**) Último poste da série > 19 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12169: Os nossos seres, saberes e lazeres (58): Passagens da sua vida - 7000 milhas através dos Estados Unidos da América (5) (Tony Borié)
5 comentários:
Bem que gostaria de estar na apresentação do livro, quanto mais não fosse para poder lembrar o meu tio, Padre Manuel Teixeira, que já identifiquei numa foto tirada em Macau. Pode ser que haja um lançamento do livro na cidade do Porto. Durana Pinto
Vd. na Wikipédia:
O monsenhor Manuel Teixeira (Freixo de Espada à Cinta, Freixo de Espada à Cinta, 15 de Abril de 1912 — Chaves, 15 de Setembro de 2003) foi um famoso historiador português de Macau e um sacerdote católico. Ele viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história. Deixou uma grande quantidade de informação valiosa sobre a História daquela terra e sobre a História da Diocese de Macau. O seu trabalho e empenho foram reconhecidos pelas sociedades de Portugal e de Macau. (...)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Teixeira
Espero que o António Graça de Abreu faça também, na sua terra, que é a Invicta, uma sessão de lançamento do livro!
Freixo de Espada à Cinta... Terra de grandes portugueses, exploradores (Jorge Álvares!), missionários (Manuel Teixeira!) , colonizadores (Sarmento Rodrigues!), poetas (Guerra Junqueiro!)...
Muitas vezes é usado este topónimo, indevidamente, depreciativamente, como sinónimo do "cu de Judas"!...
Fui lá há uns anos e fiquei fascinado... É capaz de ser a vila mais manuelina de Portugal... Visitá-la é rever e redescbrir a nossa história!... E como é importante nos tempos (maus) que correm, reler e redescobrir o melhor da nossa história...
Vejam aqui uma lista dos seus filhos ilustres... Destaco o primeiro ou o mais antigo:
JORGE ÁLVARES (?–1521)
Capitão de Afonso de Albuquerque no Extremo Oriente, primeiro navegador português que capitaneando uma expedição enviada de Malaca a Cantão, visitou a China, arribando ao porto de Tamau, ilha visinha de Sanchoão (1514), levantando aí um Padrão com as armas de Portugal. A este ilustre Capitão – mercador freixenista se deve a mais antiga informação do Japão, enviada da India para a Europa por S. Francisco Xavier (1547) amigo e hóspede de Jorge Álvares. (...)
Vd. o itio da CM Freixo de Espada
à Cinta
http://cm-freixoespadacinta.pt/
http://cm-freixoespadacinta.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=48&Itemid=114&date=1922-09-01
Afinal, meu caro António, não consegui despachar-te a tempo de ir ao Museu do Oriente, às 18h30.
Por certo que correu tudo bem.
Desejo boa sorte para o teu livro. Um abração, Luis
Antonio Graca de Abreu
22 out 2013 22:51
Luis
Mais uma vez, muito obrigado por todo o teu cuidado e atenção.
Tivemos 55 pessoas no lançamento.
Venderam-se 37 livros, dados da editora.
Foi bom.
Do nosso pessoal, tive o Miguel Pessoa e a Giselda
e na minha fala não deixei de referir os camaradas da Guiné.
Fortíssimo abraço,
António
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