terça-feira, 22 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12185: Os nossos seres, saberes e lazeres (59): No lançamento do meu livro, "Toda a China", hoje, 3ª feira, 22, às 18h30, no Museu do Oriente, gostaria de ver por lá uns tantos camaradas da Tabanca Grande (António Graça de Abreu)




1. Mensagem do nosso camarada António Graça de Abreu, com data de 15 do corrente

Meu caro Luís

Tenho um livro novo e junto o convite para a apresentação e lançamento, no Museu do Oriente (*). Gostava de ver por lá uns tantos camaradas da Guiné.


É China, mas todos somos cidadãos do mundo, mais ainda depois da Guiné.

Será possível divulgares no blogue? (*) Por coincidência, vi agora no blogue que o novo livro do Mário Beja Santos será também lançado em Lisboa no mesmo dia 22 de Outubro, às 18 horas. Não haverá duplicação, cada um de nós no seu métier. E cabemos todos quando escrevemos livros de qualidade como será o caso do Mário Beja Santos e do António Graça de Abreu.

Forte abraço,
António Graça de Abreu

2. Comentário de L.G.:

"A viagem é o que fazemos delas, / As viagens são os viajantes. / O que vemos não é o que vemos, / Senão o que somos". 

Este pensamento de Bernardo Soares / Fernando Pessoa, que tu citas, é uma proposta para convidar o leitor a entrar também nesta "peregrinação" pelo imenso Império do Meio, de ontem, de hoje e de amanhã, e que tu iniciaste em 1977, três anos depois de vires da Guiné... Tinhas então 30 anos, e uma nova vida (e uma nova família) para viver (e construir).

Não é fácil pertencer, ao mesmo tempo,  a dois mundos, a duas culturas, a dois países, como são a imensa e milenária China e o nosso pequeno e multissecular Portugal, até por problemas de escala... e de língua. Mas eu acho que tu  tens os melhores genes da gente lusíada de antanho e de hoje, esse jeito de saber ouvir e entender os outros sem risco de perda de identidade... nem de aculturação fusional.

A profecia que tu contas no prefácio é elucidativa:  (i) quem vem à China por umas escassas semanas, escreve um livro; (ii) quem por lá fica uns largos meses, escreve um ou mais artigos para o jornal da sua terra; e (iii) quem lá vive durante alguns anos, desiste de escrever....

Não foi felizmente o teu caso, que lá viveste entre 1977 e 1983, que lá encontraste o amor da tua vida, que lá voltateste a casar, que lá tiveste pelo menos um dos teus dois filhos lusochineses, e que com tudo isto não deixaste de escrever: de facto, diz o teu currículo, que já  tens 16 livros sobre "chinesices" (sem ofensa...),  para não falar de algumas centenas de artigos e muitas, muitas dezenas de milhares de quilómetros, viajando por "toda a China" (incluindo Hong-Kong, Macau e Taiwan)...

Os teus filhos e a tua esposa, sei que têm orgulho em ti. E têm motivos para isso. Os teus patrícios,  os "tugas",  essses,  costumam  ser menos gratos em relação aos "estrangeirados", como tu. Pela minha parte, tenho a agradecer-te, em meu nome pessoal (mas também, correndo embora o risco de ser abusivo, em nome da Tabanca Grande), a tua disponibilidade, física e mental, para te sentares à mesa do computador e pores a China e o povo chinês, a sua socioecologuia, a sua economia, a sua geografia, a sua história, a(s) sua(s) cultura(s),  o seu património, a(s) sua(s) idiossincrasia(s)...  ao nosso alcance, ao alcance da nossa compreensão. entendimento, sensibilidade e vontade de conhecer e de aprender.

Espero dar-te, ao vivo, um abraço, mais logo, no Museu do Oriente. O Mário Beja Santos não vai ficar zangado, a verdade é que vocês acabaram, involuntariamente,  por me criar um conflito... de papéis. Não vou poder estar  nos dois lados ao mesmo tempo. De qualquer modo, reencontramo-nos todos os dias, no nosso blogue, à volta do nosso mágico, simbólico, fraterno poilão da Tabanca Grande. (LG)

PS - Desejo-te, naturalmente, os maiores sucessos para mais este "filho" que puseste no mundo (neste caso, livreiro) , já a partir de 17 do corrente... Ficamos à espera do 2º, volume, em 2014. E que entretanto as divindades todas te protejam... contra a doença do maldito alemâo que nos espreita, emboscado, nos mais inesperados sítios e dias do calendário... Dizem que aprender os ideogramas do mandarim não é tortura, é a melhor maneira de prevenir o Alzheimer...



Dedicatória autografada: "Ao Luís Graça, meu amigo das coisas da Guiné, da China e do mundo, estes meus textos de viagem por dentro da China, de viagens por dentro de mim, com um fortíssimo abraço de admiração e amizade. António Graça de Abreu, [17 de] Out 2013"

Foto: © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados


China >  Zhejiang > Hangzhou > 2011 > O autor com o poeta  Bai Juyi


China > Macau > 1992 > O autor, aos 45 anos, com monsenhor  Manuel Teixeira



China > Xangai > 2009 > Com a família chinesa, esposa, filhos, sogros, cunhados


Fotos (e legendas): © António Graça de Abreu  (2013). Todos os direitos reservados [Edição de L.G.]

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Notas do editor:

(*) Vd, poste de 21 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12183: Agenda Cultural (288): Sessão de lançamento do livro de viagens "Toda a China", 1º volume, de António Graça de Abreu... Museu do Oriente, Lisboa, Sala Beijing, 3ª feira, 22 do corrente, 18h30. Apresentação do embaixador João de Deus Pinheiro. Entrada livre


(**) Último poste da série > 19 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12169: Os nossos seres, saberes e lazeres (58): Passagens da sua vida - 7000 milhas através dos Estados Unidos da América (5) (Tony Borié)

5 comentários:

Anónimo disse...

Bem que gostaria de estar na apresentação do livro, quanto mais não fosse para poder lembrar o meu tio, Padre Manuel Teixeira, que já identifiquei numa foto tirada em Macau. Pode ser que haja um lançamento do livro na cidade do Porto. Durana Pinto

Luís Graça disse...

Vd. na Wikipédia:

O monsenhor Manuel Teixeira (Freixo de Espada à Cinta, Freixo de Espada à Cinta, 15 de Abril de 1912 — Chaves, 15 de Setembro de 2003) foi um famoso historiador português de Macau e um sacerdote católico. Ele viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história. Deixou uma grande quantidade de informação valiosa sobre a História daquela terra e sobre a História da Diocese de Macau. O seu trabalho e empenho foram reconhecidos pelas sociedades de Portugal e de Macau. (...)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Teixeira


Espero que o António Graça de Abreu faça também, na sua terra, que é a Invicta, uma sessão de lançamento do livro!

Luís Graça disse...

Freixo de Espada à Cinta... Terra de grandes portugueses, exploradores (Jorge Álvares!), missionários (Manuel Teixeira!) , colonizadores (Sarmento Rodrigues!), poetas (Guerra Junqueiro!)...

Muitas vezes é usado este topónimo, indevidamente, depreciativamente, como sinónimo do "cu de Judas"!...

Fui lá há uns anos e fiquei fascinado... É capaz de ser a vila mais manuelina de Portugal... Visitá-la é rever e redescbrir a nossa história!... E como é importante nos tempos (maus) que correm, reler e redescobrir o melhor da nossa história...

Vejam aqui uma lista dos seus filhos ilustres... Destaco o primeiro ou o mais antigo:


JORGE ÁLVARES (?–1521)

Capitão de Afonso de Albuquerque no Extremo Oriente, primeiro navegador português que capitaneando uma expedição enviada de Malaca a Cantão, visitou a China, arribando ao porto de Tamau, ilha visinha de Sanchoão (1514), levantando aí um Padrão com as armas de Portugal. A este ilustre Capitão – mercador freixenista se deve a mais antiga informação do Japão, enviada da India para a Europa por S. Francisco Xavier (1547) amigo e hóspede de Jorge Álvares. (...)

Vd. o itio da CM Freixo de Espada
à Cinta

http://cm-freixoespadacinta.pt/

http://cm-freixoespadacinta.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=48&Itemid=114&date=1922-09-01

Luís Graça disse...

Afinal, meu caro António, não consegui despachar-te a tempo de ir ao Museu do Oriente, às 18h30.

Por certo que correu tudo bem.

Desejo boa sorte para o teu livro. Um abração, Luis

Anónimo disse...

Antonio Graca de Abreu
22 out 2013 22:51

Luis
Mais uma vez, muito obrigado por todo o teu cuidado e atenção.
Tivemos 55 pessoas no lançamento.
Venderam-se 37 livros, dados da editora.
Foi bom.
Do nosso pessoal, tive o Miguel Pessoa e a Giselda
e na minha fala não deixei de referir os camaradas da Guiné.

Fortíssimo abraço,
António