Carlos:
Além de constituir “paparoca para o blogue” mas sobretudo com vista a esclarecer determinados mal entendidos relacionados com um tal Sr. Camilo de Bafata, agradecia, se assim o entenderes, a publicação do que se segue na ainda série “A GUERRA VISTA DE BAFATA”
Um abraço.
Fernando Gouveia
A GUERRA VISTA DE BAFATÁ
88 - O Sr. Camilo de Bafata
Caros camaradas, principalmente os que fizeram comentários sobre esse Senhor, o tal que costumava dar uns lautos jantares à oficialidade lá do sítio.
Porque ando a rever tudo quanto escrevi no blogue e à semelhança daquele comentário que tardou anos, sobre um dos três majores que “não teria sido morto e até estava vivinho da silva”, também só agora, passados três anos é que tomei conhecimento de um comentário ao meu Poste 6185 de 19MAR10 pela razão de só ter sido feito passados três meses da sua publicação.
Como “sói” dizer-se: Camilo há só um, o de Bafata e mais nenhum. Não era o de Nova Lamego e sobretudo não era o impostor de Bambadinca, que na minha cara me disse que, sim senhor, era ele e que, sim senhor, era ele que dava os tais jantares em Bafata.
Lendo o tal comentário, anónimo, (que para mim não o é mas respeito essa atitude) fica-se a saber que o tal Sr. Camilo, como aliás sempre fui dizendo, era natural de Mirandela e exercia as funções de gerente da “Casa Esteves” situada em frente à sede do Batalhão e da sua própria casa.
Segue-se a transcrição do atrasado comentário:
Anónimo disse…
Sr. Fernando:
Obrigada por “revisitar” e gostar tanto da terra que me viu nascer e de onde tenho tantas recordações muito felizes… Não valerá a pena identificar-me, porquanto sou filha de um dos comerciantes portugueses que lá residiram, portugueses estes que me parece não serem muito da vossa simpatia… Adiante, e para quem realmente conheceu Bafatá, o Sr. Camilo era transmontano, de Mirandela, (infelizmente já falecido) e não o Senhor Cabo-Verdiano da fotografia, e era o gerente da casa “Esteves”, edifício que se situava em frente do quartel, e que, de facto oferecia alguns jantares, para os quais eram também convidados alguns militares. O que não significa que praticasse o tal jogo de dominó, como insinuaram… Foi uma óptima pessoa, e um grande amigo do meu pai, e da minha família, pelo que me parece conveniente, fazer alguma justiça à sua memória. De qualquer modo Sr. Fernando, adoro as suas histórias sobre Bafatá e como esta terra o deixou apaixonado… Muito obrigada por gostar de Bafatá. Uma sua leitora que espera sempre ansiosamente pelo capítulo seguinte.
Domingo, Junho 13, 2010 12:15:00 da manhã
O impostor.
À esquerda o edifício do Batalhão e mais abaixo a casa do Sr. Camilo. À direita em frente à sua casa ficava a casa comercial Esteves. (Fotos com 40 anos de diferença).
Fernando Gouveia
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Nota do editor
Último poste da série de 16 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12996: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (87): Diário da ida à Guiné - 18/03/2010 - O dia seguinte
4 comentários:
Caro amigo Fernando
Uma correcção é sempre 'uma coisa boa'. É melhor ainda quando a 'dica' para a correcção é feita de forma franca e não partindo do pressuposto que o 'erro' é propositado.
Portanto, tudo parece bem!
Abraço
Hélder S.
Corroboro inteiramente as palavras da leitora anónima relativamente ao Sr. Camilo.
Sendo eu também filho de um dos comerciantes portugueses que passou por Bafatá (tendo lá vivido de 1963 a 1971), recordo-me do Sr. Camilo como pessoa querida e respeitada por toda a gente, a cuja memória deve ser feita justiça. Sendo ele amigo do meu pai, cruzámo-nos pela última vez em 1980 nos Restauradores em Lisboa (local onde à época conviviam regularmente muitos guineenses e portugueses que por lá passaram) pelo que pude atestar ser uma pessoa popular, de trato afável e sempre disponível para ajudar quem precisasse.
Rui Mendes
Caro Fernando
Permite-me emendar-te na legenda das
fotos.O edifício-sede do batalhão,é o assinalado na foto que envio em anexo e defronte do qual,situava-se
a casa do sr.Camilo
De estilo colonial, composta de dois pisos.No rés-do-chão,o estabecimento
comercial;no piso superior,a residen
cia.
Era do conhecimento geral,os "lautos jantares à oficialidade lá do sítio",tanto assim,que foi no lauto almoço do domingo de Páscoa de 1972 (2 de abril)que o cmdt do BART 2920,tomou conhecimento do acontecido na CART 2742 em Fajonquito e relatado no poste 5932.
Cumprimentos.
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