sábado, 21 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14395: (In)citações (74): Fotos que por acaso não são da minha motorizada nem de uma outra portuguesa (Henrique Cerqueira)



1. Mensagem do nosso camarada Henrique Cerqueira (ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74), com data de 17 de Março de 2015:

Caro camarada Luís Graça
Desta vês lanças o desafio das motos que tínhamos na Guiné e de preferência as Portuguesas.

Ora muito bem, aí vão umas fotos que por acaso não são da minha moto nem de uma Portuguesa.
O  meu Miguel era um exímio condutor. As fotos ilustram o seu percurso. Ou seja, ele começou aos dois anos (aconselhável a todos os próximos condutores) a aprender a conduzir.

Começou por aprender em carrinho de rolamentos, depois passou para veículos militares, mais propriamente os “Mercedes militares” e então, como era a sua maior aspiração, passou às motos de Muito Alta Cilindrada, tão alta que a sua moto, como está representada, dava para tirar o motor enquanto estava parada, não fosse outro qualquer motar qualquer se servir dela.




Desculpem lá mas sinto muito orgulho de ter um filho que aos dois anos já era um excelente praticante das grandes velocidades.

Agora a falar a sério. Eu achei por bem enviar este escrito só para brincar um pouco.
Em Bissorã havia um menino mimado, que creio que era sobrinho do Amílcar Cabral, que tinha uma moto, mas esse preferia as Japonesas (Honda) penso até que era moda lá dos meninos bem da Guiné da altura. Nada de ressentimentos, mas às veses custava um pouco ter de fazer colunas de proteção para esses meninos se deslocarem a Mansoa ou Bissau.

Já a moto do Miguel, que penso que era uma BSA ou Triunf, era altamente ecológica porque gastava zero aos cem (sem motor).
Convém não esquecer que o Miguel nas suas lides motorizadas era sempre supervisionado pelo fiel amigo Inhatna Biofa. Nunca correu perigo de transgressão.

Malta um abraço e desculpem lá qualquer coisinha.
Henrique Cerqueira
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14136: (In)citações (73): Vive la Liberté! Vive la France" (Francisco Baptista, ex-alf mil, inf, CCAÇ 2616, Buba, 1970/71, e CART 2732, Mansabá, 1971/72)]

3 comentários:

José Botelho Colaço disse...

As motos da Guiné a BSA eram mais vulgares na Guiné foi numa BSA de 250 cm.3 que tirei carta em Bissau, na (Metrópole) Portugal tinha deixado uma triumph de 500cm.3 e o meu irmão no Hospital do rego em Lisboa agarrado aos ferros de uma cama vítima de acidente com a Triumph do qual ficou paraplégico.
Um abraço
Colaço.

Henrique Cerqueira disse...

Camarada José Colaço.
Lamento a situação do teu irmão.
Estas motos eram mesmo muito bonitas ,tanto a BSA como Triumph. Eu em solteiro o máximo que consegui foi uma motorizada Italiana de marca Sterzi de três velocidades no punho. Mas já utilizava gasolina normal e tinha um trabalhar idêntico á Honda.Pena que era muito dispendiosa e o meu "pai,meu camarada ,meu velho" não estava pelos ajustes e na primeira vês que me "espetei" passou a "patacos " a minha Sterzi.
Um abraço
Henrique Cerqueira

Hélder Valério disse...

Caro amigo Henrique

Como se vê, a nossa memória, quando estimulada, acaba sempre por encontrar referências e recordações que aquecem o coração.

A pretexto das motos foste desencantar essas fotos do "teu Miguel".
Por elas vemos um miúdo sereno e feliz. Calculo que na época não tivesse bem consciência da circunstância de estar em 'zona de guerra' mas percebe-se que isso, para ele, não era problema.

Abraço
Hélder S.