Foto nº 1 B > HMP [Hospital Militar Principa], Lisboa, c. 1969/70 > Cinco camaradas amputados por efeito de minas na guerra do ultramar / guerra colonial
Foto nº 1 A > Foto nº 1 C > HMP [Hospital Militar Principa], Lisboa, c. 1969/70. O José Maria Claro é o segundo a contar da esquerda.
Foto nº 1 > No HMP [Hospital Militar Principa], Lisboa > O José Maria Claro é o segundo a partir da esquerda.
Foto nº 3 > CCAÇ 2464, Biambe, 1969. O José Maria Claro, cheio de energia, vida e otimismo, no campo de futebol (improvisado) do quartel, antes da maldita mina A/P o ter mandado para Lisboa, para o HMP... É hoje DFA. Recorde-se, por outro lado, que a ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas comemora este ano o seu 40º aniversário.
Fotos (e legendas): © José Maria Claro (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG]
1. O nosso grã tabanqueiro José Maria Claro foi soldado radiotelegrafista de engenharia, da CCAÇ 2464 / BCAÇ 2861, esteve em Biambe, setor de Bula, em 1969...
Foi curta a sua estadia no TO da Guiné. Vitimado por uma mina antipessoal, que lhe causou a perda de um dos membros inferiores. foi evacuado para a Metrópole, para o Hospital Militar Principa (HMP), em Lisboa. (*)
.2. Comentário do nosso camarada Francisco Baptista [,ex-alf mil inf, CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72)]
Amigo e camarada José Maria Claro, salta à vista a alegria com que te moves e te divertes, só tu ou com outros camaradas, antes da maldita mina te ter roubado uma perna.
A tua última fotografia [, no HMP, em Lisboa,] depois de toda a sequência anterior, é de um homem corajoso que não está disposto a desistir de viver seja qual for a contrariedade. O que nos ensinas é que a vida é um caminho a percorrer sejam quais forem as dificuldades do percurso.
O teu poste fotográfico diz mais do que mil palavras. (**)
Muita saúde e felicidades que bem mereces e muito obrigado pela lição de optimismo que me deste.
Um abraço. Francisco Baptista
__________________
Notas do editor:
(*) 25 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15411: Memória dos lugares (323): Biambe em 1969, fotos de José Maria Claro, DFA, ex-Soldado Radiotelegrafista da CCAÇ 2464
(**) Último poste da série > 8 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15220: Fotos à procura de... uma legenda (64): visita do gen Arnaldo Schulz e do brig Reimão Nogueira a Porto Gole, em fevereiro de 1967... O insólito: (i) duas caixas de cerveja (Cristal e Sagres) no banco traseiro do helicóptero; (ii) um comandante-chefe, de máquina fotográfica a tiracolo, com ar de turista...
5 comentários:
Peço licença ao Francisco Baptista para subscrever as suas palavras.
Também remeto ao José Maria um abraço com votos de confiança e sucesso na vida. Tenho um amigo que sofre muito das suas amputações, mas é um homem alegre e dinâmico, que muita gente não lhe descortina drama nenhum. Não quero adiantar mais nada, para não dar de mim um ar mariquinhas.
Abraços fraternos
JD
Olá Camaradas
O meu problema é se os que deram algo de si - a vida ou um bocado do corpo e com isso têm de conviver diariamente ou até, apenas o esforço diário daqueles dois anos - o fizeram pela Pátria. Peço desculpa pelo desabafo mas, para mim, é cada vez mais duvidoso de que tanto esforço e/ou desgraça tenha sido em prol da Pátria. Quem é que se sacrificou pela Pátria: os que foram à África combater ou os que lá se lhes opunham? Parece-me que, infelizmente, o nosso esforço - maior ou menor - as lesões físicas ou mentais que hoje praticamente todos temos tenham sido inúteis. Não pela "derrota" mas pelo absurdo do que se passou e se previa que iria passar.
Um Ab.
António J. P. Costa
Tó Zé: O conceito de Pátria deve ser contextualizado, historicizado... Não tinha seguramente o mesmo sentido, no nosso tempo, em relação a épocas passadas, por exemplo na época da fundação da nacionalidade ou no tempo de D. João I, ou de D. João IV, ou ainda de D. João VI... A pátria é um conceito do Portugal "moderno" (fim do antigo regime, com as invasões francesas, e depois monarquia liberal, República, Estado Novo...).
O que é hoje a Pátria ?... Eu gosto de distinguir a Pátria, a Mátria e a Fátria... e a Pátria que foi Madrasta para a nossa geração... LG
Camaradas António J.P. Costa e Luís Graça, quando eramos jovens havia um velho professor que do alto da sua cátedra proclamava aos quatro ventos através dos meios de comunicação da época “Não se discute Deus e a sua virtude; não se discute a Pátria e a Nação; não se discute a autoridade e o seu prestígio” Fomos formatados pelo conceito de Pátria Grandiosa, dos nossos livros escolares, que ele nos quis inculcar, feitos à sua imagem e à medida do seu pensamento patriótico. A Pátria desse modo, segundo o Luís, interpretando Salazar e outros chefes, seria uma entidade mítica, quase sagrada,com autoridade para exigir todos os sacrifícios dos seus filhos, incluindo o sacrifício da própria vida. A Mátria e a Fátria ,quanto a mim penso que são conceitos poéticos que vão entroncar no conceito de Pátria. Assim a Mátria seria uma mãe carinhosa para os seus filhos e a Fátria a grande irmandande constituída por esses filhos. A Pátria foi madrasta para a nossa geração porque não nos permitiu escolhas, será também para outras gerações na medida em que continue a proteger uns filhos em detrimento de muitos outros. Tem que deixar de ser a mãe de alguns e a madrasta de muitos outros.
Um abraço para todos, sem esquecer o J.D. Francisco Baptista
Caros camaradas
Em termos de apreciação geral ao conteúdo deste 'post' secundo o que o Zé Dinis escreveu.
Quanto a 'legendas' para as fotos...
Elas são várias e para aquelas em que o nosso camarada José Claro aparece antes do incidente é bem notória, a sua alegria de viver, tal qual o Francisco Baptista salienta.
A outra, do quinteto de feridos, já é mais difícil pois pode-se valorizar a situação fazendo salientar as consequência das guerras mas também se pode valorizar a serenidade 'conformada' dos camaradas.
Hélder S.
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