A minha homenagem ao Homem e ao Comandante, Senhor Capitão Rogério Rebocho Alves(*)
Amigos e camaradas,
Ao longo da minha vida, para além dos meus pais, encontrei pessoas e situações que me deram lições ímpares de civismo, carácter, humanismo, entre outras. Na sua maioria, porque apenas perceptíveis na leitura que delas se pode fazer, é difícil descrevê-las. Aqui, mais que uma vez, relatei a admiração que senti pelo Cap Mil Art Rogério Rebocho Alves, Comandante que foi da CCaç 3327 e a influência que ele teve na minha vida de militar e que transportei de alguma forma para a minha actividade civil, de homem casado, de cidadão de Portugal e dos EUA, que me acolheu de braços abertos quando imigrei para este País.
Conheci o Cap. Alves no BII 17, em Setembro de 1970, mas foi na Guiné, mais propriamente na Mata dos Madeiros, aonde a CCaç 3327 chegaria no dia 6 de Abril de 1971, que comecei a conhecer o homem, o coração de ouro que a sua farda encobria.
Eram os pormenores de que muitas vezes nos alheamos que me chamavam a atenção. O Cap. Alves tinha uma missão militar a cumprir. Fê-lo sempre com classe e a responsabilidade própria de quem tem que tomar decisões. Respeitava e era respeitado.
Ele adorava os seus comandados como se seus filhos fossem. Para nós, seus subalternos, o Cap. Alves foi e será sempre um Homem Bom. Nesta minha centésima intervenção, pretendo homenagear o militar, o homem, o amigo, o pai que foi o Cap. Alves. Por que é da mais elementar justiça descrever e enaltecer os sentimentos humanos daqueles que tiveram sobre os seus ombros a responsabilidade de comandar jovens em tempo de guerra. Mas ninguém melhor que ele, pelas suas próprias palavras, para descrever o que lhe ia na alma enquanto comandante da CCaç 3327.
Na hora da despedida no Roteiro da Saudade, um pequeno livrete com os nomes e endereços de todos nós, estas foram as suas palavras que dia após dia de serviço militar foi escrevendo no seu coração.
O Capitão Alves partiu o ano passado do meio dos seus familiares e de nós, os seus Nómadas. Connosco deixou o vazio da sua presença, mas a certeza de que fomos comandados por um grande Homem. Em sua memória, se me é permitido, deixem-me usar as suas palavras.
Até logo meu Comandante.
Setembro de 2012 - Tropa especial na Mealhada: Cap. Rogério Alves, Furs. J. Cruz, L. Pinto, J. Câmara, Alf. Almeida e na frente o Cabo Isolino Picanço.
26 de Julho de 2014 - Quinta do Paúl em Ortigosa - Fernanda Cruz e o Cap. Rogério Alves.
26 de Julho de 2014 - Quinta do Paúl em Ortigosa - O Cap Mil Art.ª Rogério Rebocho Alves no uso da palavra. Na mesa, da esquerda para a direita, são reconhecidos o Alf. Mil Almeida, os Furriéis Leite e Caseiro e ainda o Alf. Mil Agostinho Neves. Encoberto, o Alf. Francisco Magalhães.
26 de Julho de 2014 - Quinta do Paúl em Ortigosa - O Fur Mil José Leite, o Cap. Rogério Alves e o Sold Cozinheiro Joaquim Rodrigues que veio de França.
José Câmara
____________
Nota do editor
Vd. poste de 2 de junho de 2015 Guiné 63/74 - P14689: In memoriam (221): Ex-Cap Mil Art Rogério Rebocho Alves, CMDT da CCAÇ 3327 (Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73) (José Câmara)
Último poste da série de 30 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15914: Efemérides (217): Cerimónia de homenagem aos combatentes da guerra do ultramar, amanhã, 5.ª feira, 31/3/2016, em Cascais, às 10h00, na Av Dom Carlos I: Convite do Povo e do Município de Cascais
2 comentários:
José Câmara, é uma bonita, sentida e justa homenagem... Vai faltando a gratidão neste país... Bem hajas!... LG
Excelente texto do Cap. Alves
Valdemar Queiroz
Enviar um comentário