domingo, 10 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15955: Nota de leitura (827): "Eusébio - O romance biográfico", de Sónia Louro (Lisboa, Editora Saída de Emergência, 2016)


1. Mensagem de Margarida Damião, diretora de comunicalção da editora Saída de Emergência:

Data: 1 de abril de 2016 às 15:04
Assunto: Eusébio - O romance biográfico

Boa tarde!

A figura de Eusébio desperta admiração em todo o mundo.

Para homenagear a sua vida e carreira, Sónia Louro escreveu um romance biográfico (nas livrarias a 15 de Abril) que retrata não só uma história de vitórias e glória mas também derrotas dolorosas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias salvaram e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.

Se quiser falar com a autora e descobrir mais sobre a vida deste grande homem, contacte-me.  Obrigada!

SINOPSE


Vindo do bairro pobre do Mafalala, em Moçambique, Eusébio aterrou em Lisboa numa noite fria de Dezembro de 1960. O seu sonho era jogar no Benfica, mas a disputa entre os encarnados e o Sporting quase o impediram de jogar em Portugal. Quando finalmente o fez, a sua velocidade, técnica e remate imparável mudaram o futebol português para sempre.

Mas a história de Eusébio não é apenas uma história de vitórias e glória. Para além dos mais de 800 golos, Botas de Ouro, Bolas de Prata, campeonatos e título de melhor do mundo, há a história de um menino assustado que apenas queria jogar futebol. E algumas derrotas dolorosas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias salvaram e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.

Sónia Louro, com a mesma mestria com que nos contou a vida de Aristides de Sousa Mendes ou Fernando Pessoa, relata-nos agora a vida do homem que, durante os anos cinzentos do Estado Novo, conseguiu, com o seu talento, fazer dos portugueses um povo orgulhoso.


SÓNIA LOURO

Nasceu em 1976 em França. Desde cedo apaixonada pelas Ciências e pela Literatura, acabou por optar academicamente pela primeira, mas nunca abandonou a sua outra paixão. 

Licenciou-se em Biologia Marinha, mas não perdeu de vista a Literatura, à qual veio depois aliar um outro interesse: a História. Fruto desse casamento, já publicou entre nós A Vida Secreta de Dom Sebastião, O Cônsul Desobediente, A Verdadeira Peregrinação, Amália – O Romance da Sua Vida, Fernando Pessoa – O Romance.

Sofisticada e minuciosa, além de apaixonada pelas obras que escreve, Sónia Louro traz-nos agora Eusébio, uma obra que fazia falta no panorama literário português.


Margarida Damião
Dir. de Comunicação
margarida@ed.saidadeemergencia.com
tel. 96 344 19 79


Rua Adelino Mendes, 152, 
Quinta do Choupal, 2765-082 S. Pedro do Estoril, Portugal
Tel: +351 214 583 770 / www.sde.pt


2. Comentário do editor:

Não sei qual o mérito do livro. Não  o li. Mas é um livro sobre o "nosso Eusébio", o Eusébio que é (ou foi)  um dos "mitos" da nossa geração de combatentes da guerra colonial,

Não falamos de futebol, política e religião no nosso blogue. Ou não devemos falar, de acordo com o nosso "livro de estilo". Mas o  Eusébio está hoje acima do futebol e sobretudo  acima das "paixões" clubísticas. Daí a razão de ser deste poste que é mais promocional do que de "nota de leitura" ou de "recensão bibliográfica". (Essa fica para quem a quiser fazer, depois de compar e ler o livro). (*)

Como escrevemos na altura da sua morte, o Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)  é um ídolo da nossa geração, e  uma imagem de marca de Portugal. Ainda o é, infelizmente não temos muitas "marcas" ou "ícones" como o Eusébio...  Daí a singela  homenagem, que foi feita  entrão,  no blogue da Tabanca Grande  (**),  a um  dos grandes desportistas de todos os tempos, o primeiro futebolista português e africano, por exemplo,  a ganhar a Bola de Ouro (1965), prestigiado galardão criada pelo jornal desportivo France Football.  

Alguém lhe chamou o primeiro herói negro português... Filho de pai branco, angolano, e de mãe, negra, moçambicana, Eusébio entrou no Olimpo, espaço etéreo, mitológico, só reservado aos deuses e aos heróis. Em termos simbólicos e físicos, pelo menos quisemos pô-lo no nosso Panteão Nacional, logo um ano depois da sua morte.

Embora eu não seja muito dado às emoções futebolísticas, muito menos clubísticas, e  tenha sempre alguma relutância em alinhar no fácil (e muitas vezes hipócrita) unanimismo que a morte das figuras públicas desencadeia em Portugal, com os meios de comunicação social (e em particular a TV) a explorar, sem pudor e até à exaustão, as emoções dos vivos, achei que foi justa a homenagem que os portugueses fizeram ao "pantera negra" na altura da sua despedida da "terra da alegria"...

Sim,  foi bonita a homenagem de despedida que os portugueses lhe fizeram... Independentemente da origem, da cor da pele, da geração, do clube, do credo religioso, da opção político-ideológica, dos ódios de estimação, dos preconceitos de cada um. 

Também achei, na altura, que estávamos a fazer, de algum modo, a catarse de muitas das nossas perdas, nestes últimos anos ou até décadas, a começar pela perda de entes queridos, de amigos, de valores, de memórias, de líderes, de figuras de referência, e até de lugares do mundo que os portugueses ajudaram a pôr no mapa, desde Quinhentos...(Num desses lugares, Moçambique, nascera Eusébio).

No mínimo, espero que o livro da Sónia Louro nos ajude a perceber melhor o homem, o jogador de futebol, o português e o moçambicano que foi o nosso Eusénio. LG

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 8 de abril de 2016 >  Guiné 63/74 - P15951: Notas de leitura (826): “A Guerra na Picada, Moçambique 1970”, por Rodrigues Soares, Chiado Editora, 2014 (2) (Mário Beja Santos)

(**) Vd. postes de:

5 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12547: (In)citações (59): Homenagem a Eusébio da Silva Ferreira, o "pantera negra" (Lourenço Marques, 1942 - Lisboa, 2014)



19 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12603: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (30): Só os diamantes são eternos... Ou: hoje ainda se esconde se são os "restos mortais" do Império ou do Eusébio que se votaram no parlamento, para o Panteão.

1 comentário:

Antº Rosinha disse...

"...a vida do homem que, durante os anos cinzentos do Estado Novo, conseguiu, com o seu talento, fazer dos portugueses um povo orgulhoso."

É bom haver gente jovem, como Sónia Louro a escrever sobre gente da nossa geração.

Também já escreveu sobre Fernando Pessoa, que também teve uma vivência ultramarina.

Mas sobre o "Portugal doa anos cinzentos", para lá do sentido político, diziam os luandenses que os "caputos" andávamos todos de luto.

E era mais ou menos verdade.

Mas era da moda, não era só da política.

No Brasil também diziam a mesma coisa de nós.

Mas isso também era da TV a preto e branco que contaminava a gente.