Cabeça de parafuso...
O parafuso dá voltas e mais voltas à cabeça
para chegar até ao fundo.
E só assim fica bem firme.
E para largar,
Só com as mesmas voltas
Ao invés.
O prego não.
Espeta fundo,
Sem resistência,
Mas larga a presa
Com pouco esforço.
Assim, na vida.
Para vencer
É preciso esforço.
Só tem sabor
O que custa a ter.
O que chega grátis
O vento leva.
Com pouco e bom
Eu me governo...
Berlim, 19 de Junho de 2016
9h23m
dia de sol, mas duvidoso
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Atrevimento…
Ousar vencer exige sempre atrevimento.
Algum risco e sempre o esforço
Que é contra a letargia.
Aquela tendência inata
De se quedar quieto,
Preso ao chão
Para não cair ou magoar
É sinal abúlico
Que não leva a nada.
Arregaçar as mangas,
Desabotoar camisas,
Mesmo que escandalize os puros,
É condição de atingir os cumes.
Os vermes são vegetais.
Devorar o alheio,
Sem contribuir,
É o seu perfil.
Mais valem as feras
Que arriscam tudo,
Até a vida,
Para só viverem…
Berlim, 20 de Junho de 2016
8h32m
Dia de sol, fresco
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Nota do editor
Último poste da série de 16 de junho de 2016 Guiné 63/74 - P16208: Blogpoesia (453): "Se eu de ti me não lembrar, Jerusalém (Gadamael Porto, Guiné, 1973)", de Luís Jales de Oliveira: um dos mais belos poemas da guerra colonial, inspirado pelo Rio Cacine, mas com o Rio Tâmega no coração, quando o poeta, vindo de Bolama, estava a caminho de Gadamel onde foi colocado com a sua CCAÇ 20
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