segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16769: Inquérito 'on line' (85): A "batota" que fazíamos quando em operações, no mato: quais as formas mais usadas ? Responder até domingo, dia 4 de dezembro, às 18h42


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Bambadinca > CCS/BART 2917 (1970/72) > s/d > s/l > Patrulhamento ofensivo no subsetor de Bambadinca, talvez nas imediações de uma tabanca, do regulado de Badora.  Foto do álbum do fur mil op esp Pel Rec Info, Benjamim Durães.

Foto: © Benjamim Durães (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné]


I. INQUÉRITO 'ON LINE': 

"A BATOTA QUE FAZÍAMOS NA GUERRA"... ASSINALAR UMA OU MAIS FORMAS

O prazo termina a 4/12/2016, domingo, às 18h42. 

A pergunta admite mais do que uma resposta. 

Votar diretamente "on line" no canto superior esquerdo do nosso blogue. 

Aqui vai a lista de possíveis respostas (formas conhecidas, no TO da Guiné, de "fazer batota" por parte dos operacionais no mato):

1. “Acampar” na orla da mata, ainda longe do objetivo

2. Emboscar-se perto do quartel

3. “Andar às voltas” para fazer tempo
 
4. Evitar o contacto com o IN (não abrindo fogo)
 
5. Provocar o silêncio-rádio

6. Alegar dificuldades de ligação com o PCV [ponto de comando volante, geralmente em DO 27]

7. Enganar o PCV sobre a posição das NT

8. Outros problemas de transmissões

9. Sobrevalorizar o nº de baixas causadas ao IN

10. Falsas justificações para perda de material

11. Reportar “enganos” do guia nos trilhos

12. Deixar fugir o guia-prisioneiro
 
13. Liquidar o guia-prisioneiro

14. Simular problemas de saúde

15. Regresso antecipado ao quartel por alegados problemas de saúde
 
16. Falsificar o relatório da ação

17. Começar a “cortar-se", com o fim da comissão à vista

18. Outras formas



II. Este tema acaba por ser sugerido pelo nosso camarada António Duarte, num recente comentário que fez ao poste P16762 (*):




António [João Fernandes] Duarte, ex- fur mil at art,  CART 3493 / BART 3873, e  CCAÇ 12, Mansambo, Bambadinca e Xime, 1971/74; economista, bancário reformado, formador  com larga experiência em Portugal e Angola na área das operações bancárias. Esteve na CCAÇ 12,  de novembro de 1972 a março de 1974, em  rendição individual.

Impressionante a dor que se percebe no texto da mensagem enviada. Aquela referência de que teria "acampado" antes do objetivo, se não estivesse presente outra unidade, menciona uma prática corrente, (pelo menos no meu tempo dez 71 a jan 74).

Curiosamente não me recordo do assunto tratado no nosso blogue.(**)

Já agora recordo uma emboscada que a CCaç 12 teve perto de Madina Colhido, em 1973, onde apanhámos, com surpresa, para as duas partes, um grupo do PAIGC, que supostamente iria atacar o Xime.  

Parámos praticamente, logo que o último homem da coluna deixou de avistar o quartel. Iam dois pelotões. A operação era para ser feita através de "rádio". Explicando melhor, à medida que o tempo ia passando,  informava-se o aquartelamento da nossa falsa posição, "percorrendo-se" todo o itinerário. 

Riscos deste procedimento, era os obuses fazerem fogo para locais onde estava a nossa tropa. 

Suponho que até ao nível de capitão todos percebíamos o tema, pelo que nada de grave aconteceu... que seja do meu conhecimento.

Abraços a todos e renovando a memória dos camaradas que tombaram nesse malfadado dia [26/11/1970].

António Duarte
CArt 3493 e CCaç 12
(Mansambo, Bambadinca e Xime, 1971/74)
_________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16762: Efemérides (240): a Op Abencerragem Candente, 6 mortos, 9 feridos graves... Faz hoje 46 anos... Msn do antigo cmdt da CART 2715, Vitor Manuel Amaro dos Santos (1944-2014), em 2/3/2012, dois anos antes de morrer, dizendo: "Ando a viver o inferno do Xime"...

(...) [Você] sabe tudo [o] que fiz para evitar a tal op[eração]…
Sem a CCAÇ 12 talvez tivesse “acampado” [sic]
em Gundague Beafada.
Não existia estrada [Xime-Ponta do Inglês]….
Era tudo mata densa…
Qual dispositivo [?!].
Aceito que o estado maior do CACO [sic]
tenha feito relatório
[, incriminando-me,]
porque não denunciei [a] discussão c[om] Anjos [sic]
[, 2º cmdt do BART 2917]. (...)


12 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António, já te disse, noutro sítio, que a tua o observação é pertinente: a técnica de "acampar" (recusando-se a malta a ir ao objetivo e cumprir a missão) era usada com maior ou menor frequência pelas NT, e nomeadamente pelas subunidades de quadrícula...

A nível da CCAÇ 12 era mais difícil, pelo menos no meu tempo, porque éramos pau para toda a obra, éramos "pau da colher" do comando de batalhão do setor L1...

Quando se fazia operações com PCV e vários destacamentos (caso da Op Abencerragem Candente: 3 destacamentos, 8 grupos de combate, 250 homens...) era mais dífícil fazer batota e acampar ou dzier que nos perdíamos...

Além disso, o nosso capitão, com 38 ou 39 anos, em véspera de ser promovido a major, também alinhou, o que terá estragado os planos do Amaro dos Santos de "acampar" em Gundagué Beafada...

É evidente que aquela operação deveria ter sido imediatamente cancelada pelo comando de batalhão, aguardando-se melhor oportunidade... A fossanguice ("fazer roncos", "impressionar O Caco Baldé"...) era tanta, que faltou a lucidez, o bom senso, o sangue frio, o realismo...

Já tínhamos saído na véspera, e regressado, a toque de caixa, com um ou mais casos de intoxicação alimentar (reais ? simulados ?)... Voltar a partir, horas depois, às tantas da manhã, foi fatal... O PAIGC estava à nossa espera, com uma emnboscada em L, quando o comando de Bambadinca tinha informações de que eles estavam desfalcados, tendo deslocado forças paar outras frentes...

Da segunda vez foi a CART 2715 que foi à frente, o Seco Camará e a secão do Cunha à cabeça...180 homens no mato era uma cobra imensa... Para atalhar caminho fomos ao longo da antiga picada Xime-Ponta do Inglês ( destacamento abandonado há 2 anos, em finais de 1968; claro que o mato já tapava os trilhos, mas a picada ainda estava no GPS do Seco Camará)...

O capitão Amaro dos Santos não estava sequer em condições de comandar o seu destacamento, depois da violenta discussão tida com o 2º cmdt do Batalhão... Nós seguíamos atrás, eu no 4º Gr de Comb que caiu na zona de morte mais os 3 Gr Comb da CART 2715... A cauda da coluna foi flagelada com as armas pesadas (1º e 2º Gr Comb da CCAÇ 12).

Por que é que seguimos juntos ? Por burrice, e por um avaria do rádio, que impossibilitava a comnunicação entre os 2 destacamentos, B e C... Além disso, havia um outro destacamento, A, que partira de Mansambo...

O IN, com ou sem ajuda dos seus "agentes" na tabnaca do Xime, estava mais do que alertado para esta operação... Depois, eles já deviam saber o que se tinha passado em Conacri, dias antes (a 22)... Foi uma emboscada de raiva... A malta foi toda morta à roquetada, com exceção do Cunha, que levou o primeioro tiro, na testa...Houve assalto, levaram as armas, e ainda tentataram arrastar os corpos... desfeitos.

No fundo, a técnica de "acampar" no mato, em operações, era uma forma de gerir o mosso próprio esforço de guerra e fazer o "curto circuito das besteiras" dos altos crânios que planeavam as opeerações... sem nunca ter posto os pés nas matas do Xime...

Outras das técnicas que se usava, pontualmente, quando convinham, era o silêncio rádio, para evitar que o PCV nos localizasse e denunciassa a nossa posição ao IN... Arranjava-se a desculpa da falha nas transmissões, erros nos códigos, etc.

Também senti que para o fim da comissão a malta se cortava mais... Queríamos regressar a casa, inteiros, o que infelizmente não aconteceu a todos...

Ab. Luis

Anónimo disse...

Veja-se também o comentário, ao poste P16762, assinado pelo António J. Pereira da Costa:

Nunca aprovei e não pratiquei a técnica do campismo.

Era arriscada para ambos lados. Por um lado informávamos falsamente o comando, dizendo que fazíamos uma guerra que não fazíamos; por outro deixávamos de criar no inimigo o respeito em que tinha da nos ter para não vir à porta-de-armas perguntar: "corpo di bó?

Quando fui colocado no Xime, em 22JUN72, informei lealmente o comando de que se me mandasse a qualquer lado e eu aceitasse a missão escusava de ir verificar porque era verdade. Porém, se eu dissesse que não ia era escusado empurrar. Dei-me bem com o sistema, embora sentisse que da parte do comando houvesse sempre essa dúvida. Numa das tais operações com PCV cheguei a ser mal guiado e isso custou um embrulhanço sem consequências, mas sem vantagens.
De outra vez fui sobrevoado por um DO-27 mas não fui visto embora fosse a atravessa (mal) uma superfície lateritizada (ferruginosa e sem mato). Ou íamos bem camuflados ou o observador era coxo dos olhos. Inclino-me para a segunda hipótese, dado o sucedido na operação com PCV.

No caso da operação à Ponta do Inglês diria que não vejo a vantagem, a menos que houvesse elementos de informação importantes a explorar... Nunca lá fui, mas sei que se tratou de um destacamento ao nível grupo que se tornou insustentável, o que já diz qualquer coisa.
No fundo poderemos concluir que a lealdade e a inteligência deveriam andar juntas naquela "Guerra a Petróleo". Tapar o Sol com a peneira dá mau resultado. (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O tema da "batota no mato" parece ser "virgem" no nosso blogue.. Já aqui fizemos un inquérito sobre "batota" mas era em relaçâo às causas das baixas....


18 DE NOVEMBRO DE 2015

Guiné 63/74 - P15383: Inquérito 'on line' (19): Batota em relação às causas das baixas das NT? Provavelmente não havia... Havia, isso sim, dualidade de critérios e os trâmites normais da burocracia da justiça militar (Abílio Magro / Manuel Amaro / Carlos Vinhal / Luís Graça / José Martins / Jorge Cabral)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2015/11/guine-6374-p15384-inquerito-on-line-19.html

Henrique Cerqueira disse...

Em determinada altura , ou seja já posterior a Abril de 74 e já depois de haver encontros com os combatentes do PAIGC,encontros amigáveis.O nosso comando continuava a enviar grupos de combate na missão de patrulhamentos ao interior do mato,tal como no tempo em que a guerrilha estava activa.
A malta para além de estar no fim da comissão achava ridículo esses patrulhamentos,pois que começou a ser comum que a nossa malta várias vezes encontrava a meio do caminho pequenos grupos de combatentes do "IN" que vinham visitar familiares a Bissorã. E até tinha alguma graça porque quando nos encontrava-mos e após os cumprimentos de cortesia entre os dois "inimigos" era costume nós perguntarmos onde é que eles iam.E eles respondiam que iam visitar família no Bissorã. Então eles nos perguntavam o que fazíamos nós por ali em pleno mato e longe do aquartelamento. Nós em jeito de "gozo" respondíamos que andávamos em busca de "turra".E lá partia-mos para lados opostos cansados e com a sensação de estarmos a ser ridicularizado.
Vai daí e até ser verificado pelas nossas altas patentes que naquela altura seriamos mais úteis na zona de aquartelamento a malta de quando em vês lá acampava nas proximidades sem dar muita bronca e assim evitar algum cansaço e quem sabe alguma mina esquecida nos trilhos.
Mais tarde e devido a alguma "rebaldaria" da época revolucionária que se estava a instalar na população civil veio a ser muito útil acabar com os patrulhamentos na mata e passarem a ser feitos dentro da localidade.
Outra das medidas ridículas era na época de guerra e de quando em vês o comandante de Batalhão em determinadas operações enfiava-se numa DO e ia a determinado ponto do local da operação e mandava via rádio a malta se por na vertical.Isto e só porque o Comandante não tinha mesmo a noção do risco em que punha a malta ao obedecer a tão ridícula ordem.Após o aparecimento dos mísseis deixaram por completo de fazerem esses "Voos Turísticos" ao teatro de guerra. Por tal haviam alturas que a malta cá em baixo tinha mesmo que improvisar alguns malabarismos e enganar(?)os senhores estrategas.
Um abraço.

José Marcelino Martins disse...

Por serem muitas as Operações desenvolvidas, por muitas subunidades, agora podem contar-se "POR MUITAS" as batotas feitas.
Uma das causas mais apontadas, eram as transmissões que, por "esgotamento dos equipamentos" e as más condições de propagação rádio.
Ao ler os relatórios das operações, somos obrigados a "relembrar" algumas habilidades.

Cesar Dias disse...

Na 17ª pergunta estão inseridas várias das primeiras, mas era sempre um risco não cumprir o objectivo, principalmente quando as coisas corriam mal e era necessário bater a zona com os obuzes, isto aconteceu.
César Dias

Rogerio Cardoso disse...

Pouco tempo depois da chegada á Guiné, 1964, soubemos de uma bronca, que se passou numa companhia, pertencente ao Bat. 490, e que serviu de exemplo ao Bat.645-AGUIAS NEGRAS. Um com. Secção saiu com os seus homens para uma patrulha, mas passados 1 ou 2 km, simularam uma emboscada, sendo a arma do inimigo a FBP, e claro voltaram para o quartel, que salvo erro era em Farim, a correr.
O Com. Bat. Fernando Cavaleiro, que era um grande conhecedor da matéria, quiz ir ao local, e assim aconteceu. Deparou com as cápsulas de 9 m/m com a inscrição Braço de Prata, e como o crime nunca é perfeito, apanhou o infrator logo à primeira.
Segundo me contaram, mandou reunir a Comp. ou o Bat. e deu um par de bofetadas no Furriel, não sabendo se foi despromovido ou não.
Ora bem, foi esta história que não tenho a certeza se foi veridica, que nos chamou à atenção, e posso garantir que pelo menos a Cart.643, cumpriu a 100% todas as ordens do seu valoroso Cap.Ricardo Silveira. Só não cumpriu a entrega dos prisioneiros na sede do Bat., porque os primeiros apanhá-mo-los pouco tempo depois com armas na mão, tendo o nome de recuperados. Então eramos nós que faziamos o interrogatório, para as saidas serem o mais rápido possivel. Portanto o questionário para nós não se aplica.
Rogério Cardoso

Rogerio Cardoso disse...

Desculpem, mas acrescento mais, aos militares da Cart.643, foram atribuidas 7 Cruzes de Guerra e dezenas de louvores, atribuidos pelo Com de Sector, tudo isto não foi conquistado com "ronha"
R.C.

Anónimo disse...

Camaradas,

Como certamente aceitarão, vivi como elemento do colectivo da CART 3494 muitas emoções/tensões na geografia do Xime (1972/73), umas mais fortes outras mais suaves, mas todas juntas dão corpo ao meu “livro de memórias” daqueles anos, experiências únicas e, até ver, inesquecíveis. Desde emboscadas em situação adversa e em inferioridade numérica, naufrágio, mortes e outras situações já descritas em narrativas publicadas anteriormente, tenho uma colecção de eventos que fazem de mim uma “pessoa rica” ou que dão título à formação militar que conclui em Lamego: «A sorte protege os audazes».
Quando se aborda a temática «A batota que fazíamos na guerra»…, tenho muitas dificuldades em responder, na medida em que não dependia de mim decidir sobre o que quer que fosse, pois estava sujeito à hierarquia, e quando entrava em operações mais problemáticas, as informações que me transmitiam eram escassas ou quase nulas.
Por outro lado, a situação geográfica do Aquartelamento do Xime, não permitia fazer muitos “desvios” aos que faziam parte do “protocolo”, em que a principal missão estava relacionada com o conceito de Segurança, tarefa prioritária e diária que fazia parte da agenda dos diferentes Grupos de Combate.
Todas elas teriam de ser cumpridas com o máximo de rigor e superior atenção, pois tínhamos de garantir a segurança possível em parte do troço que ligava o Xime a Bambadinca, por causa/efeito do tráfego rodoviário que aí ocorria, uma vez que a possibilidade mais exequível para chegar à capital [Bissau], ou desta ao extremo leste do território, de que são exemplos: Bafatá, Contuboel, Nova Lamego, Piche, Canquelifá, Paunca, Galomaro, Mansambo, Xitole, Saltinho, …, só poderia acontecer por via marítima [Rio Geba].
Porque o cais do Xime era utilizado diariamente, quer como ponto de chegada e/ou de partida, por onde circulavam semanalmente centenas de militares e civis e uma vasta panóplia de produtos e equipamentos, este assumia-se como local político-militar-económico estratégico por excelência.

- continua -
J.A.

Anónimo disse...

- continuação:

Deste modo o nosso grande objectivo operacional era garantir a máxima segurança a todos os que dela necessitavam naquele troço, todos os dias, entre as 07.00/07:30H até ao pôr-do-sol ou, em situações particulares, até que ficassem concluídas as actividades portuárias, no local conhecido por Ponta Coli, onde os grupos escalados das diferentes Unidades de quadricula foram surpreendidos por bigrupos de guerrilheiros do PAIGC, no caso da CART 3494 em 22ABR1972 e 01DEC1972, daí resultando baixas de ambos os lados.
Outro tipo de segurança que realizávamos estava relacionada com a protecção às embarcações que navegavam no Geba, onde os GComb da CART 3494, algumas vezes reforçados por GComb da CCAÇ 12, percorriam os itinerários ícones do Xime, como sejam os exemplos de «Ponta Varela», «Medina Colhido», «Gundaguê Beafada» e «Poindon», em patrulhamentos ofensivos, montagem de emboscadas e outras missões/acções mais específicas, umas vezes com contactos outras de sentido inverso.
Perante o exposto, em que situações era possível “fazer batota”?.
Ab. Jorge Araújo

jpscandeias disse...

Batota havia ponto assente.

Inicio de 1973 estando a 12 sediada em Bambadinca e depois no Xime nas operações comandadas pelo capitão Simão não houve batota e sofremos duas emboscadas num curto espaço temporal. Quando o capitão não participava ficávamos recorrentemente "acampados" a uma distancia relativamente curta do arame. Não vi nenhum sinal de desagrado tanto pelos quadros como pelos militares da província. Esta situação sempre foi aceite como "normal" e não era objeto de conversa nem de censura.

Em Bolama todos os dias saía uma secção comandada por um furriel para uma operação de 24 horas, 365 dias por ano. Era utilizado um Unimog 411. O furriel recebia um envelope onde estavam as instruções para essas 24 horas. Confesso que poucas vezes as cumpri na totalidade. O serviço terminava com a picagem da pista de aviação o que cumpri sempre a 100%.

Também em Bissau uma vez estive de sargento de piquete no Deposito Adidos e não cumpri o "programa" estabelecido que incluía uma inspeção à cadeia de Brá que não fiz.

Na Ccav 3404, comandada pelo capitão Moura, todas as operações eram cumpridas à risca.

Dancei conforme a música. E quando fui maestro assumi.

Tive várias experiências porque fui em rendição individual.

João Candeias, Ccav 3404, Ccaç 12, CIM

Antonio Francico Limpo Salvada disse...

Que me lembre nunca fizemos batota e estivemos 22 meses em area operacional(sempre no mato)Có cc 2584,69/71.Uma das razoes era considerarmos importante a nossa acção na zona(e não estou a armara em bom!)a unica situação que me lembro parecida com isso foram duas situações em que acho que actuamos correctamente face a problema que tinhamos à nossa frente.Era furriel miliciano e iamos sempre 2 grupos e um pequeno grupo de milicias.Uma das situações foi irmos fazer protecção a uma operação que decorria no sector de Bula e fomos emboscar nos limitrofes das duas zonas(CÓ e Bula).Quando estavamos praticamente a chegar ao local mas ainda não instalados e de repente a nossa artilharia de Bula começou a bater a zona e não tardou que começamos a ver os obuses a rebentarem cada vez mais perto de nós.Resultado recuamos e foi fugir a bom fugir para uma area que nos protege se capazmente e com rebentamentos muito perto.Dos contactos via radio ninguem nos ouvia pelo que não ficamos no sitio correcto.
Outra situação foi quando estavamos para embarcar mandaram nos referenciar minas em determinada margem da bolanha!Fomos e como esta seca e as margens muto mais recuadas do que os mapas diziam,demos por nós no meio do campo de minas.A sorte foi que a lama endureceu e apertou as de tal modo que saimos de la sem uma beliscadura!!mas cheios de medo!!Referenciamos as minas no fim de tudo e saimos de la num apice.Tirando isto não me lembro de outra situação menos cumprida.Lembro me que o meu alferes era daqueles que tinham que cumprir as ordens à risca.Era um chato!!mas safa mo nos!Felizmente no meu grupo não tivemos baixas!