Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Guiné > Região do Oio > Bissorã > CCAÇ 13 (1969/74) > Pós 25 de abril de 1974 > Os primeiros (re)encontros, pacíficos, entre as NT e os guerrilheiros do PAIGC (fotos nºs, 1 e 2). Na foto nº 3, vê-se em primeiro plano o Henrique Cerqueiro, saindo em patrulhamento ofensivo com um Gr Comb da CCAÇ 13.
Recorde-se que o Cerqueira esteve, como fur mil, no TO da Guiné, desde finais de novembro de1972 até inícios de julho de 1974, primeiro na 3ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72 e depois na CCAÇ 13.
Fotos ( e legendas): © Henrique Cerqueira (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentário, ao poste P16769 (*),
de Henrique Cerqueira [, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ/BCAÇ4610/72, e CCAÇ 13, Biambe
de Henrique Cerqueira [, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ/BCAÇ4610/72, e CCAÇ 13, Biambe
Em determinada altura , ou seja, já em data posterior a Abril de 74 e já depois de haver encontros com os combatentes do PAIGC, encontros amigáveis, o nosso comando continuava a enviar grupos de combate em missões de patrulhamento ofensivo, ao interior do mato, tal como no tempo em que a guerrilha estava activa.
A malta, para além de estar no fim da comissão, achava ridículo esses patrulhamentos, pois que começou a ser comum encontramos, várias vezes, a meio do caminho, pequenos grupos de combatentes do "IN" que vinham visitar familiares a Bissorã. (**)
E até tinha alguma graça porque quando nos encontravamos e, após os cumprimentos de cortesia entre os dois "inimigos", era costume nós perguntarmos onde é que eles iam. E eles respondiam que iam "visitar família no Bissorã". Então eles nos perguntavam o que fazíamos nós por ali, em pleno mato e longe do aquartelamento. Nós, em jeito de "gozo", respondíamos que andávamos em busca de "turra". E lá partíamos para lados opostos, cansados e com a sensação de estarmos a ser ridicularizados.
Vai daí, e até ser verificado pelas nossas altas patentes que naquela altura seriamos mais úteis na zona de aquartelamento, a malta de quando em vez lá acampava nas proximidades sem dar muita bronca e assim evitar algum cansaço e quem sabe alguma mina esquecida nos trilhos.
Mais tarde, e devido a alguma "rebaldaria" da época revolucionária que se estava a instalar na população civil, veio a ser muito útil acabar com os patrulhamentos na mata, passando antes a ser feitos dentro da localidade.
Outra das medidas ridículas era, na época de guerra e de quando em vez, o comandante de Batalhão em determinadas operações enfiar-se numa DO-27 [, o famoso PCV, posto de comando volante]... Ía a determinado ponto do local da operação e mandava via rádio a malta se pôr na vertical. Isto e só porque o Comandante não tinha mesmo a noção do risco em que punha a malta ao obedecer a tão ridícula ordem.
Após o aparecimento dos mísseis [Strela] deixaram por completo de fazer esses "voos turísticos" no teatro de guerra. Era por isso que havia alturas em que a malta cá em baixo tinha mesmo que improvisar alguns malabarismos e enganar (?) os senhores estrategas.
Um abraço, Henrique Cerqueira
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Nota do editor:
(**) Vd. poste de 3 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10220: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (12): Os primeiros encontros, em Bissorã, com o inimigo de ontem (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, CCAÇ 13, 1973/74)
1 comentário:
Henrique, essas cenas, do pós 25 de abril, já não as vivi, mas mais parecem uma rábula da famosa "guerar do Solnado"!...
Quanto ap PCV, acho que todos lhe tínhamos, desde o início da guerra, um ódio de estimação... Também já não apanhei os Strela...
A tua guerra já era outra. Obrigado pelo teu contributo, sempre precioso e generoso!... Luis
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