Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > BBCAÇ 2852 (1968/70) > 1970 > Espetacular vista aérea do aquartelamento, tirada no sentido leste-oeste, ou seja, do lado da grande bolanha de Bambadinca (vd. mapa da região)
Do lado esquerdo da imagem, para oeste, era a pista de aviação (1) e o cruzamento das estradas para Nhabijões (a oeste), o Xime (a sudoeste) e Mansambo e Xitole (a sudeste). Vê-se ainda uma nesga do heliporto (2) e o campo de futebol (3). A CCAÇ 12 começou também a construir um campo de futebol de salão (4), com cimento roubado à engenharia nas colunas logísticas para o Xitole.
De acordo com a fotografia, em frente, pode ver-se o conjunto de edifícios em U: constituía o complexo do comando do batalhão (5) e as instalações de oficiais (6) e sargentos (8), para além da messe e bar dos oficiais (8) e dos sargentos (9). Apesar do apartheid (leia-se: segregação sócio-espacial) que vigorava, não só na sede dos batalhões, como em muitas unidades de quadrícula, uns e outros, oficiais e sargentos, tinham uma cozinha comum (19)... Ver o resto da legenda aqui.
Foto (e legendagem): © Humberto Reis (2006). Todos os ireitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné]
1. Comentário do nosso editor Luís Graça ao poste
Virgílio, a propósito do Conselho Adninistrativo (CA) dos batalhões (CCAÇ, CCAV, CART...)..
Vejo pelo BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), a que esteve adida a minha africana CCAÇ 12 (de julho der 1969 a maio de 1970), que devia ser a seguinte a orgânica-tipo:
Comamdo, Companhia de Comando e Serviços (CCS); mais 3 subunidades de quadrícula (netrse caso, CCAÇ 2404, 2405, 2406)
A composição ou estrutura do Comando era a seguinte (c. de 3 dezenas de militares):
(i) Comandante (um tenente-coronel);
A composição ou estrutura do Comando era a seguinte (c. de 3 dezenas de militares):
(i) Comandante (um tenente-coronel);
(ii) Estado Maior;
(iii) Secretria:
(iv) Conselho Administrativo;
(v) Secção de Op / Info;
(vi) Secção de Pes / Reab.
Quanto à composição do CA (Conselho Adfministrativo) (7 militares):
Presidente: 2º comandante, major;
Chefe de contabilidade: 1 alf mil SAM (presume-se);
Tesoureiro: 1 alf mil SAM (presume-se);
Amanuenses: 2 fur milM
Escriturários: 2 primeiros cabos;
Bate certo com o teu BCAÇ 1933 ?
Virgílio Teixeira |
2. Resposta do Virgílio Teixeira, com data de ontem (**):
Então é assim um Batalhão, no meu caso foi assim:
i) Temos o comando e os serviços (isto é a CCS(; depois 3 companhias de quadricula, CCaç 1790, 1791, 1792.
O Comando é composto:;
i) O comandante (Ten Cor de Infantaria Armando Vasco de Campos Saraiva):
ii) Estado Maior: 2º comandante - Major Américo Correia; Of de Operações, Major Graciano Henriques; 1 Capitão como oficial do pessoal e reabastecimentos; 1 Capitão como Oficial de informações;
iii) CA - Conselho Administrativo, imediatamente abaixo e sob tutela do 1º Comandante;
iv) Secretaria Geral, sob tutela do comandante;
v) Comandante da Companhia [, CCS,], tendo sob as suas ordens, os seguintes serviços complementares:
- Serviço de operações e informações;
- Serviço de Pessoal e reabastecimentos;
- Serviço de Transmissões;
- Serviço de Material - inclui as oficias, os condutores etc;
- Serviços de Saúde, inclui médico, enfermeiros, maqueiros etc;
- Serviço de Sapadores, inclui minas e armadilhas;
- Serviço de Alimentação, inclui Vagomestres, cozinheiros, cantinas, refeitórios, padarias, pessoal auxliar etc;
- E ainda uma secção de atiradores:
vi) Estrutura de um Conselho Administrativo de um Batalhão de Reforço:
- O Presidente, é o Major e 2º comandante, uma função meramente simbólica, sem nenhuma intervenção;
- O Chefe de Contabilidade, que é afinal o Chefe de tudo, aquele que sabe e de quem todos dependem, pelo menos os vencimentos são pagos pelo CA. Esta função é atribuída em exclusivo a um Oficial do Serviço de Administração Militar (SAM) - pode ser do quadro ou miliciano - , não pode ser de outra especialidade, não tem, como se diz, substitutos à altura;
- O Tesoureiro, é uma figura de retórica, não faz nada, é o dono exclusivo do cofre e sé ele toca no dinheiro vivo, apenas vai uma vez por mês levantar o dinheiro ao Banco para distribuir pelas Companhias. Devia ser uma pessoa da Administração Militar, mas nem sempre é. No nosso caso, ele era Alferes Miliciano de Infantaria, deve ter tido uma cunha qualquer para isto, mas não sei, nem me interessa. Apesar de todos os 3 assinarmos a documentação durante 2 anos, ele assinava Alf Mil Infantaria, e eu nunca reparei nisso. Há cerca de 3 anos atrás, a mexer nos papeis, fui ver que ele era de Infantaria. Mandei-lhe um email a perguntar se era verdade e como conseguiu isso, não respondeu mais até hoje, ficou zangado possivelmente.
O CA tinha então como auxiliares:
- Dois furriéis como Amanuenses - O Pinto Rebolo e o Riquito;
- Dois 1ºs Cabos, o Horta e o Seixas.
Tudo bons rapazes.
__________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18633 Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXI: As minhas estadias por Bissau (iv): janeiro-fevereiro de 1968
(**) Último poste da série > 31 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12526: Fichas de Unidades (9): Companhia de Caçadores N.º 2724 (Guiné, 1970/1972)
2 comentários:
Vírgilio, quando apareceste saudaei-te como o primeiro alferes mil SAM que eu conhecia.... Não é verdade, o meu amigo e cunhado Augusto Teixeira Pinto Soares, do Porto (, hoje a viver na Madalena, e com quem costumo viajar, em férias), também era alferes mil SAM...
Como foi o melhor ou um dos melhores classificados do seu curso, teve a sorte de, sem cunha nenhuma, não conhecer a Guiné, e muito menos Madina do Boé, como tu... Também é economista e gestor de empresas, embora agora reformado. É do meu ano: 1947.
Outro alferes mil SAM, nortenho, e meu grande amigo dos tempos de Bambadinca, é o Abílio Machado, de Riba D'Ave. Esteve à frente do CA do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).É membro da nossa Tabanca Grande. Vive na Maia. Fez carreira na indústria farmacêutics,,, É pena vir aqui pouco ao nosso blogue. Tem apenas 15 referências:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Ab%C3%ADlio%20Machado
Luís, perguntei agora por email quem era o Abilio Machado, e agora vi nos comentários, por isso já não é preciso responderes.
O teu cunhado, a viver na Madalena, com 71 ou 72 anos, assentou praça possivelmente em 68, não é do meu curso do COM, por isso não o conheço. Talvez da Faculdade de Economia, mas é difícil, andei lá de 64 a 66 e depois de 75 a 78. Ele foi alferes do SAM, dos melhores, levou tudo mais a sério, por isso não chegou a vez dele para ir para o Ultramar. Não precisou de cunha, conheço outros que também não foram. Mas o nosso amigo 'Virgilio' como já referi foi juntamente com o Verde, os últimos do curso, logo os primeiros a embarcar, e assim fiz apenas 33 meses de tropa, enquanto os primeiros até chegaram aos 4 anos e mais. Uma vantagem em dois sentidos: primeiro porque ainda considero uma vantagem positiva ter feito a guerra do Ultramar e em particular na Guiné, nunca teria percebido o Mundo de outra forma; Depois acabei por fazer o tempo mínimo de serviço militar, passando por muitas agruras, que agora considero, acima de tudo, e que me desculpem o desabafo como altamente positivas. Claro que falo assim porque não fiquei sem pernas...
Quanto ao Abilio Machado de Riba d'Ave, a viver na Maia, até o posso conhecer, eu passei muitos anos a percorrer o Vale do Tâmega, Ave, Sousa, o vale do Ave, na minha função de Consultor Financeiro de Investimentos quando haviam os Fundos Comunitários ao 'molhos'.
Admiro e não percebo como é que ele esteve à frente de um CA de um Batalhão de Reforço - 1970-72), quando afinal os CA - Conselhos Administrativos - dos Batalhões de Reforço foram extintos por Nota do QG de Novembro de 68, e o meu foi por isso extinto, tendo cessado a minha actividade - função - em finais de Maio de 69 quando apresentei as contas finais. Depois fiquei agregado a um CA de uma Unidade fixa, o Quartel dos Adidos em Bra até final da comissão. Segundo a Nota do QG, estas funções deixaram de existir, sendo uma parte delas cometida directamente às Companhias, ficando apenas o Tesoureiro do Batalhão com as funções de, como eu disse já, de levantar os dinheiros no BNU de Bissau, e entregar a parte que cabia a cada Companhia ou outra unidade independente. O meu Tesoureiro, que devia ser um oficial do SAM e não de Infantaria, ficou no Batalhão sempre com essa função, e depois não soube mais nada quanto aos futuros que chegaram a partir de 1969, 70 etc...
Os outros elementos do CA - Furriéis e cabos - passaram a executar outras tarefas até final da comissão.
Gostava de perceber como foi depois de eu ter deixado a Guiné!
Será que a directiva do QG voltou para trás e tudo voltou como estava antes?
Vou ver se procuro alguma informação nas 15 referencias do Abilio Machado.
Ab,
Virgilio
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