IN MEMORIAM
Carlos Cordeiro
Acabamos de receber a triste notícia através do Manuel Resende, que por sua vez a viu na página do facebook dos Antigos Combatentes Açorianos
Sabíamos que o nosso amigo e camarada Carlos Cordeiro não estava a passar bem, há já algum tempo que se encontrava na cidade do Porto em tratamento por sofrer de uma doença grave.
Ainda no passado dia 15 o Carlos mandava esta mensagem ao editor C.V.:
Boa tarde querido amigo Carlos.
Comecei ontem nova terapia, trata-se de um método novo que parece tem dado bons resultados. Havemos ainda de nos encontrar.
Único grande abraço amigo.
O Carlos Cordeiro, apesar de ter sido Furriel Miliciano em Angola, teve uma activa colaboração no nosso Blogue, onde podemos encontrar 64 entradas.
A sua carreira profissional como Professor na Universidade dos Açores granjeou-lhe um grande respeito e admiração. Aqui fica o seu CV:
Professor Auxiliar com Agregação da Universidade dos Açores, onde concluiu o doutoramento e prestou provas de agregação.
É autor dos livros "Insularidade e Continentalidade: os Açores e as contradições da Regeneração" (1992), "Na Senda da Identidade Açoriana (Antologia de Textos do Correio dos Açores)" (1995), "Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores durante a I República" (1999), (coord.) "Autoritarismos, Totalitarismos e Repostas Democráticas" (2011) e de diversos artigos em revistas nacionais e internacionais.
Coordenou diversos colóquios e o projeto “História da Imprensa nos Açores (Séculos XIX e XX)”.
É investigador integrado do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e diretor do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia da Universidade dos Açores.
É coordenador do Mestrado em Relações Internacionais da Universidade dos Açores.
Integrou a Comissão Científica do Dicionário da República e o Comité Organizador do Congresso Histórico Internacional “I República e Republicanismo”.
Foi homenageado em 13/2/2016, pelos docentes da Área de História do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores, quando, após 27 anos de carreira, passou à aposentação.
(Foto de Carlos Cordeiro: Com a devida vénia a www.iac-azores.org)
********************
Não sabemos quando será o regresso definitivo do Carlos Cordeiro aos Açores (S. Miguel?) onde certamente terá a sua morada eterna.
À sua esposa, filhas, netos e demais familiares, apresentamos o nosso pesar e a nossa tristeza por esta perda irreparável. Nós, combatentes, perdemos mais um camarada e um amigo.
********************
Uma nota pessoal
Porque uma filha do Carlos vive no Porto, tive o grato prazer de me encontrar com ele diversas vezes. No dia 10 de Junho de 2017, aproveitando uma das suas estadias na Invicta, e porque as comemorações oficiais do Dia de Portugal decorreriam na Foz do Douro, fez questão de desfilar, a meu lado, integrando a formatura da Liga dos Combatentes. Sei que sentiu muito orgulho por ter desfilado perante a tribuna de honra onde se encontrava, presidindo às Cerimónias, o Presidente da República de Portugal.
Porto, 10 de Junho de 2017 - Enquanto aguardávamos o momento do desfile
- Como dizias, Carlos, no último SMS que me mandaste: Havemos ainda de nos encontrar.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 19 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19026: In Memoriam (322): Manuel Maria Veira Carneiro (27 jan 1952 - 11 set 2018), natural do Marco de Canaveses, ex-sold paraquedista, CCP 121 /BCP 12 (Bissalanca, 1972/74)... Nosso grã-tabanqueiro, a título póstumo, nº 777
7 comentários:
Há camaradas que, mesmo que a vida nunca nos tivesse reunido em qualquer circunstância, interagiam connosco,como se sempre tivéssemos vivido em grupo.
O Carlos Cordeiro, é/era um deles.
Partiu um amigo que me entrava em "casa" quase todos os dias. Foi uma amizade que começou e se solidificou aqui, no blog Luís Graça e Camaradas da Guiné.
O arquipélago dos Açores perdeu um dos distintos professores universitários. No ensino tocou e moldou muitas vidas jovens.
Tinha uma paixão especial pela história dos militares açorianos. A ele se ficaram a dever muitos colóquios sobre a Guerra do Ultramar, realizados na Universidade dos Açores.
Nas suas pesquisas militares descobriu militares açorianos que haviam sido condecorados com Cruz de Guerra e que nem disso sabiam. Como resultado do seu trabalho, recentemente, três receberam as suas condecorações.
O seu trabalho foi vasto, profícuo. Mesmo assim, confidenciou-me, nunca teria tempo para gozar a sua merecida aposentação. O trabalho e a família eram as grandes paixões do seu ser.
O coração sangra.
Até logo querido amigo Carlos Cordeiro.
José Câmara
Estou desolado...É um colega e um camarada que acabo de perder. Não o conheci pessoalmente, mas trocámos muitos emails, ao longo de anos... Honrou a memória, não só do seu irmão, o capitão pára João Carlos Cordeiro, cmdt da CCP 123/BCP 12, morto em acidente na Guiné, em 1973, como de todos os militares açoreanos que passaram pelo TO da Guiné.
Sobre o sei querido mano, e nosso camarada, o cap pára João Carlos Cordeiro, temos 12 refrências no nosso blogue:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Cap%20P%C3%A1ra%20Jo%C3%A3o%20Costa%20Cordeiro
O Carlos Cordeiro, por sua vez, deixou-nos 65 referências:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Carlos%20Cordeiro
Entrou na Tabanca Grande por mão do nosso eidtor Carlos Vinhal, há cerca de nove anos atrás:
5 DE OUTUBRO DE 2009
Guiné 63/74 - P5055: Tabanca Grande (177): Carlos Cordeiro, ex-Fur Mil At Inf (Centro de Instrução de Comandos - Angola, 1969/71)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/10/guine-6374-p5055-tabanca-grande-177.html
Terrível coincidência... Ainda onde lhe mandei a edição, em pdf, do "Jornal Novo", de Luanda, paar ele e outros camaradas que passaram pelo TO de Angola, com a seguinte mensage,
"Angola e os angolanos podem voltar a sonhar ? Ou só sonho não enche barriga ?
Notícias (frescas) de Angola para os meus amigos angolanos da Tabanca Grande... Abraço, Luis"...
Não podia imaginar que já estava morto, ou estava a morrer, o nosso querido Carlos Cordeio, mais um dos nossos grã-tabanqueiros que nos deixam, inconsolados, tristes, desolados.
Ele era dos poucos "angolanos" que tinha guarida na Tabanca Grande!... Por direito próprio, acrescente-se!
Faço minhas as palavras do nosso camarada José Marcelino Martins.
Como convivi com uma Cª Açorena a C.CAÇ 2545 passei a fazer parte,
da página dos Combatentes Açoreanos administrada pelo Carlos Cordeiro.
Os meus sentidos Pêsames à Família, amigos, assim como à Tabanca Grande.
Forte abraço a todos,
J.D.S. Faro
Conheci o Carlos Cordeiro, aqui, na Tabanca Grande.
Soube depois que familiares meus tinham sido seus alunos, em Ponta Delgada.
Várias vezes o encontrei a fazer caminhadas, na marginal, entre Ponta Delgada e a praia do Pópulo.
Esperava e desejava voltar a encontrá-lo, na passagem de ano 2018/9. É tarde, impossível
Os meus sentidos pêsames à família.
Manuel Amaro
... Neste 'post', dedicado a homenagear o Carlos Cordeiro, meu amigo e camarada-d'armas, reitero as minhas muito sentidas condolências.
Enviar um comentário