quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21518: Os nossos seres, saberes e lazeres (420): O Rio Sabor da minha juventude e o de hoje (Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf)

Rio Sabor

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), autor do livro "Brunhoso, Era o Tempo das Segadas - Na Guiné, o Capim Ardia", com data de 4 de Novembro de 2020, desta feita com uma memória do Rio Sabor dos seus tempos de menino:


O RIO SABOR


O rio Sabor nasce na serra de Ganomeda, província de Zamora, em Espanha, onde se demora breves quilómetros, entra em Portugal tímida e sorrateiramente, como um gato montês a romper entre fragas, ervas e arbustos. Passa perto da cidade de Bragança, que o olha altaneira do cimo do seu Castelo e poucos quilómetros a sul vai engrossar o caudal com as águas do rio Fervença que nasce na serra de Nogueira e banha a cidade. Neste percurso inicial, chega a fazer fronteira entre os dois países ibéricos.

Tinha catorze anos, estava em Bragança para fazer o exame de admissão ao liceu, tinha um vizinho, dois anos mais velho do que eu, que vivia com a mãe, empregada doméstica, num quarto alugado, andava a estudar e comprava quase todas as revistas de cowboys do "Mundo de Aventuras" para ler e emprestava-me também a mim. Um sábado convidou-me para ir com ele a pé, até um sítio do Sabor. seriam somente três quilómetros, que ele conhecia bem. Fomos e encontrámos lá muitos rapazes, alguns a nadar outros a fazer mergulhos das margens mas o grande espectáculo, que prendia as atenções de todos, era dado por alguns, poucos, mergulhadores ousados que do cimo de um penhasco com muita altura se lançavam para um poço fundo do rio. Muitos outros lançavam-se do meio do penhasco. Ele sabia nadar e mergulhar tirou a roupa e entrou naquela festa de rapazes, onde não podia haver raparigas já que os rapazes não tinham calções de banho, muitos nunca os teriam visto sequer. Nunca tinha visto nada igual, o Sabor que passa na minha aldeia, muitos quilómetros a sul, tem margens suaves, quase planas ou pouco elevadas. Os rapazes da terra, tal como eu, no geral, não sabiam nadar ou mergulhar. Tinham pouco tempo de sobra para ir ao rio, no verão, a uma distância de cinco quilómetros, por caminhos de ladeira e com temperaturas escaldantes. Desde meninos, nas poucas vezes que tínhamos sido lá levados pelos pais, em algum verão, tínhamos registado uma atração forte por esse rio que entre margens de areia ou salgueiros, numa toada lenta, ao passar o açude da Barca, seguia a sua viagem. Tomávamos banho nas margens ou em poços com pouca água e procurávamos as "rascas" (conchas que nunca mais vi) na areia. Eram dias inesquecíveis.

O rio com um percurso vertical, que rasga o Nordeste Transmontano, de norte a sul, com 120 quilómetros de comprimento, até desaguar, no rio Douro, depois do Vale da Vilariça, perto de Moncorvo. Irá engrossar com as águas de muitos rios além do Fervença, o Azibo, Angueira, Maçãs, outros rios mais pequenos, algumas ribeiras e muitos ribeiros. Na parte superior, correspondente ao concelho de Bragança foi abrindo caminho e esculpindo margens mais ou menos abruptas, mais a sul passará a correr num vale profundo, cavado entre encostas com alguma inclinação, semelhantes às arribas do Douro, que desde o leito do rio ao cimo chegam a atingir dois quilómetros, para ambos os lados, depois de receber as águas do rio Azibo, perto da aldeia de Lagoa a cerca de três quilómetros da velha ponte de Remondes agora submersa pelas águas da albufeira.

Lagoa já é para mim uma terra de referência pois era a terra da tia Clementina, mulher meiga e acolhedora, tia da minha mãe, prima do pai dela, o meu avô Francisco. A seguir, as aldeias ribeirinhas, sobretudo as do concelho de Mogadouro passam a fazer parte da minha história de vida, pelo conhecimento das suas terras e culturas, dos povoados e pelos laços de família e de amizade com alguns dos seus habitantes.
A partir de Soutelo, no concelho de Mogadouro, passando pela Parada no concelho de Alfândega e pelo Felgar no concelho de Moncorvo, a orografia do vale e das encostas que se elevam das suas margens não se irá alterar muito.
Neste percurso, por razões antigas que terão tido a sua lógica, as povoações ribeirinhas foram quase todas construídas longe do rio, à distância de alguns quilómetros. Seria porque as ladeiras não facilitavam a comunicação e a construção de bons caminhos?
Na verdade em Brunhoso somente depois da década de setenta do século passado, quando a mecanização da lavoura e dos serviços camarários se tornou efectiva, com a ajuda dos fundos comunitários, é que foram construídos caminhos suficientemente largos para tractores, carrinhas e outras máquinas agrícolas. Os carros de bois nunca chegaram a ir ao rio pois nesse tempo já estavam em desuso.
Seria porque as terras de planalto para as searas de trigo e as terras para as hortas em terrenos fundos com nascentes de água, ficavam longe?

O clima mais ameno do vale do rio influenciava o tipo de culturas das encostas do vale. Assim nesse tempo, em que as árvores, como as diferentes culturas não eram criadas em laboratórios e estufas e todas tinham o seu próprio habitat desde tempos imemoriais, eram plantadas sobretudo as oliveiras mas também as amendoeiras e as figueiras. próprias do clima mediterrânico. Essas plantações que lhe davam vida e riqueza, depois do grande surto de emigração clandestina para a Europa rica, nos anos sessenta e setenta, vão ficando gradualmente ao abandono. O trabalho nessas ladeiras e socalcos era duro e mal pago, só por muita necessidade de subsistência os trabalhadores se sujeitavam a ele.

A construção da barragem do Sabor, concluída em 2014, gerou muita controvérsia entre o Governo e os ambientalistas, os lavradores que ao tempo já tinham abandonado as suas ladeiras por falta de mão de obra e rentabilidade puseram-se à margem ou ao lado do Governo, pela sua construção, para receberem alguma indemnização.
A barragem transformou um rio límpido calmo e parado que se atravessava, em muitos sítios a vau no Verão, escuro, largo e tumultuoso no Inverno, num lago profundo e comprido, formado pela albufeira que se estende a montante até à foz do Azibo.
O lago da albufeira submergiu a ponte de Remondes e outras pontes, submergiu também as maiores e mais antigas oliveiras, que estavam há séculos nas zonas de planície que margeavam o rio, um grande património florestal, histórico e arqueológico. Tenho pensado nessas oliveiras seculares, tão largas, tão maciças e tão diferentes das outras plantadas nas encostas, claramente mais novas. Plantadas há quinhentos anos, se não mais, dariam para satisfazer a necessidade de azeite dos habitantes da aldeia mais próxima, que avaliando a densidade populacional em Portugal nesses tempos recuados, seria inferior a cem pessoas. No termo da aldeia de Brunhoso encontram-se vestígios de uma aldeia no alto da fraga do Poio, sobranceira ao Sabor, situada a pouco mais de dois quilómetros. Já bem perto da povoação actual está o Crasto onde há bem pouco tempo os lavradores desenterravam restos de telhas, ao lavrar a terra.
Uma das pontes que vieram substituir a Ponte de Remondes
A outra ponte 500 metros a sul do rio
Outra perspectiva
Neste "lago" está submersa a velha ponte de Remondes
Um olival em Remondes

Os nomes das terras e dos lugares por vezes guardam histórias antigas, o lugar da Barca, falará de um barqueiro que nos meses de inverno e primavera atravessava os viajantes, entre as duas margens, nesse transporte. Foi lá construído um açude, em data que ninguém lembra. para dar um caudal de água regular ao moinho que foi construído no lado esquerdo, logo abaixo dele.
Esse moinho ainda laborava quando eu era menino. Lembro-me ainda da moleira, uma mulher brava e trabalhadeira que vinha à aldeia com uma mula carregada com sacos de farinha e levava sacos de grão de trigo e centeio. Vivia perto do moinho numa corte de ovelhas, lá teve filhos resultantes de encontros ocasionais com alguns homens que lhe agradaram. Lá os criou, com peixes, pão, figos, a ajuda duma pequena horta e uma percentagem das "maquias" da farinha produzida. A Chicota, assim era chamada essa senhora, já morreu há muitos anos, o moinho começou a ficar em ruínas quando ela já sem forças o abandonou e foi viver para a aldeia com uma filha. Era uma mulher alta, esguia, sempre vestida de preto da cabeça aos pés, cara comprida e enrugada a olhar em frente como uma lutadora. Ao crescer, o lago da barragem, pelo rio acima já poucas pedras encontrou do velho moinho da Chicota.

Quando da construção da Barragem houve uma equipe de arqueólogos, (paga pela construtora, suponho eu, para moderar as críticas dos ambientalistas) fazer investigação nas margens do rio. Precisamente perto do moinho e das velhas oliveiras, encontraram algumas construções antigas soterradas, casas de habitação e uma construção diferente que era um lagar, mas não um lagar de azeite, como seria de supor, mas um lagar de vinho. Nunca vi vinhas naquelas encostas do Sabor pelo que só se poderá depreender que as terá havido antes da filoxera que destruiu as vinhas do Douro e também, as dos menos falados, vales dos rios seus afluentes. No Sabor, os lavradores com menos poder económico e menos influência na Corte, do que a D. Maria e os ingleses, nossos colonizadores, terão optado pela plantação de oliveiras e amendoeiras para substituir as vinhas.
E o rio vai seguindo o seu curso subindo ou descendo as águas conforme S. Pedro e os donos da barragem querem
Foz do Rio Sabor

Hoje o rio que passa na minha terra já não se vê correr, sobe ou baixa de volume conforme a vontade de S. Pedro ou dos donos da barragem a jusante, perto da foz.
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de outubro de 2020 > Guiné 61/74 - P21499: Os nossos seres, saberes e lazeres (419): Na RDA, em fevereiro de 1987 (1) (Mário Beja Santos)

13 comentários:

José Botelho Colaço disse...

Qual melhor a prosa ou as fotos? mas é assim a vida se tivesses escrito bem ou mal do Jorge Conceição ou do Jorge de jesus de certeza que já terias umas dezenas de comentários de apoio ou critica. Um abraço.

Manuel Carvalho disse...

Conheço muito bem estas terras que o meu amigo Francisco tão bem descreve. Há mais de 40 anos que passo aqui alguns dias, quer no verão quer no inverno, ás vezes a trabalhar outras a descansar mas sempre gostei de vir para estes lados. Há quem chame a isto o Reino Maravilhoso e na minha opinião com alguma razão. Antes da barragem cheguei a pescar aqui na zona das pontes junto á foz do Azibo escalos bogas e achigãs.
Pois amigo Francisco venha daí o segundo livro que nós queremos vir á apresentação em Mogadouro.

Um abraço

Manuel Carvalho

Zé Manel Cancela disse...

Simplesmente,uma maravilha este texto
álias como todos os outros que temos lido.Conheço um pouco essas terras
que mencionaste,mas apartir de hoje fiquei a conhece-las
muito melhor.....Um grande abraço,caro Baptista, com os meus parabens...

regina disse...

Muitas vezes já estivemos juntos, a comer e não só, mas nunca nos deu para falarmos de Bragança. Fiquei a saber que terias estado lá ao mesmo tempo que eu. Pela idade que tinhas nessa altura, estarias a estudar nos "Chícharos" (para quem não sabe era o colégio onde as refeições eram à base desse feijão, "frade"). Eu nessa altura também estava no colégio e portanto talvez nos cruzássemos lá. Também nessa altura me lembro de ir tomar banho e dar uns mergulhos no local que descreves e tendo ido com um amigo lá encontrei muitos outros rapazes, possivelmente, tu um deles. Coincidências. Ainda havemos de falar mais sobre esses tempos, pelos vistos, comuns.
Um grande abraço.
Fernando Gouveia

regina disse...

O PC anda marado e como é óbvio o comentário anterior é meu e não da minha mulher…
Fernando Gouveia

Anónimo disse...


José Colaço, meu camarada e amigo desde que entrei para este Blogue muito obrigado pelo teu elogio e confesso que se fosses só tu a comentar o meu texto, eu ficaria já muito contente, pois tu tens cultura e carácter para representar muitos camaradas e amigos que já comentaram textos meus. A crise que a pandemia está a provocar estará a provocar todo este ensimesmamento que inibe a comunicação entre os homens, olha à nossa volta e vê o que se passa. O Manuel Carvalho e o Zé Manuel Cancela, almas simples como eu, juntaram-se a ti, também o Fernando Gouveia já com outros predicados, arquitecto, filho de advogado ilustre, mas que sendo natural do Nordeste Transmontano, nunca esqueceu a limpidez e simplicidade das coisas descomplicadas da terra dele. Hoje falta uma critica, que prezo muito também, a de um estrangeirado que passeia pela Terra, como se fosse toda dele. Com um pensamento muito elaborado porque tem a sabedoria de muitos povos ,línguas e áreas do conhecimento desde a filosofia. à literatura, etnologia e outras ciências humanas. Por tudo isso muitas vezes, gostando muito dos textos dele , tenho dificuldade em comentá-los e deixo isso ao Luís Graça, doutorado nessas matérias. Mas o José Belo não deixa de ser uma alma simples.
Um grande abraço a todos
Francisco Baptista

Anónimo disse...

Caro Amigo e Camarada Francisco Baptista

Tendo estado nos últimos dias a acompanhar muito de perto (demasiado) as eleições americanas tudo o resto tem ficado em “stand by “.
Momento muito importante,não só para este país como para os restantes.
Os valores que se enfrentam não podem ser negligenciados.

O que escreves sobre recordações,experiências,gentes,tem sempre uma base genuína que cativa o leitor.
Arrasta-o para a insinuante melancolia dos tempos que “foram”.
Não só que “foram” mas que formaram as nossas gerações.
Um Portugal hoje irreconhecível para os jovens,não só por distâncias no tempo como,e principalmente,nos costumes.

Para muitos outros ,e para mim ,tens sido o Homem certo,no local certo (e definitivamente no tempo certo)para criares no espírito dos leitores um “carreiro “ bem demarcado que liga duas épocas.

Ao ler as tuas descrições fico muitas vezes,não tanto estupefato como assustado(!),com a ignorância do Portugal profundo e verdadeiro com que se vivia em certos meios “resguardados” do Estoril e Cascais dos anos sessenta.
A frase então muito usada em tais “meios”(Portugal é Lisboa,o resto é paisagem!) defendia toda uma...atitude.

Mas mesmo nisso não somos originais.
Para os “resguardado” meninos e meninas locais a Suécia é ......Estocolmo!
E,nestes mundos paralelos,uma jovem derigente de Partido respeitável afirmou publicamente aquando eleições nacionais para Deputados:
-“Todos compreenderão que o voto de um habitante de Estocolmo tem um outro significado real que o voto de um provinciano!”

Um grande abraço, esperando que continues a....”caminhar caminhos”.

J.Belo

Anónimo disse...


Amigo e conterrâneo Fernando, na realidade eu somente estive dois meses nos Chícaros, como aluno externo, a preparar-me para o exame de admissão , já que eu como quase todos os rapazes do interior que iam estudar, começavam pelos seminários, eram mais baratos, até saírem, a maioria expulsos, por mau comportamento ou falta de vocação. Eu quis sair ao fim de três meses mas obrigaram-me a aguentar um ano. Foi o pior ano da minha vida, pior do que os anos de Guiné. O meu pai , que gostava de aumentar a "fazenda" queria que eu ficasse na lavoura eu queria estudar a minha mãe apoiou-me, por isso ao fim de mais um ano em casa, fui fazer o exame de admissão que nos seminários não era exigido. Gostei de estar no colégio mesmo que pouco tempo, o padre Telmo, se bem te recordas era um camarada. Sobre isso e uma incorreção que cometi ao escrever o texto havemos de falar melhor
Abraço.
Francisco Baptista

Anónimo disse...


Amigo e camarada Manuel Carvalho, tu que tens alma e a agricultura dividida entre duas aldeias, Medas, Gondomar e Soutelo, terra do meu avô Francisco, que amei tanto, perto de Brunhoso vou contar-te uma história que sei que vais gostar. Se reparares na 2ª fotografia do texto que retrata a ponte mais a norte, deves notar que foi tirada da margem direita. Na margem esquerda, a das nossas terras, logo a seguir à ponte, há uma pequena floresta de árvores e arbustos, talvez um hectare e meio são sobreiros que eram dos meus pais, hoje são meus. De mais novo ainda apanhei lá algumas estafas a mudar a cortiça às costas para ser carregada nos carros de vacas. Tirávamos lá cerca de dois carros de cortiça que puxados pelas vacas, num andar lento, subiam a estrada até ao caminho que de Soutelo segue para Remondes, depois eram só dois quilómetros de Remondes a Brunhoso. Dou-me conta que a história bem contada tem peripécias que agora não dá para poder contar. Fica a promessa. Sabes Manuel que o termo de Soutelo chega a pegar com o de Brunhoso, embora haja Remondes de permeio. Abraço
Francisco Baptista

Anónimo disse...


Amigo e camarada José Belo, quando estive em Lamego na tropa fiz amizade com um camarada que durou enquanto estivemos juntos, ninguém pediu para a prolongar, como sabemos não havia os meios de comunicação modernos. Pela vida fora tenho-me questionado como essa amizade foi possível. Eu sou o que sou, os meus textos são bastante autobiográficos, ele era lisboeta, e filho do reitor do maior Liceu de Lisboa, pertencente portanto à média burguesia. Falava-me da boa vida dele na cidade, nas relações com as raparigas, na liberdade sexual que já experimentava e eu sentia que mesmo tendo feito o antigo sétimo ano e tendo lido já centenas ou milhares de livros, a maior parte romances. dos clássicos portugueses e europeus, que a Gulbenkian me emprestava, não passava de um camponês à beira dele Já como aspirante passei também três meses no quartel General em Lisboa , havia lá vários alferes , naturais da cidade, simpáticos e bons camaradas confesso, que falavam com bastante à vontade de tudo inclusivé da política. Outra conversa que já vai longa. Oxalá tenhas o Presidente americano que desejas eu também gostaria. A América é uma grande nação que pode fazer muito bem a todo o mundo mas também pode fazer muito mal.
Muito obrigado por seres meu amigo.
Abraço
Francisco Baptista

Manuel Carvalho disse...

Francisco o local de que falas nós chamamos "a Relva" que é abaixo do "Vau". Perto da entrada da ponte um cunhado meu tem lá oliveiras mas quando ainda eram da minha sogra andei lá a apanhar azeitona, no fim dos anos 70 ao fim do dia começou a chover eu e a minha mulher na estrada subimos para uma mula e foi até Soutelo que eu julgo que são á volta de 8 Klm. Afinal já andamos a trabalhar muito perto um do outro embora em tempos diferentes.
um abraço

Manuel Carvalho

P. S. Daqui a nada estão a atacar o nosso amigo Luís que isto não são conversas da Guiné e não é que têm rezão.

Anónimo disse...

Caro Manuel Carvalho

Não serão conversas sobre a Guiné mas sim entre Amigos,Camaradas e Antigos Combatentes na Guiné.
Este blogue tornou-se um muito importante somatório documental e narrativo sobre a Guiné.
Mas como blogue “vivo” que é tornou-se também (!) um ponto de reencontro entre todos os “jovens” que de algum modo estiveram ligados às guerras de África.
A política editorial criada pelo fundador do blogue tem permitido a muitos os tais reencontros de outro modo quase impossíveis.
Ao consultarem-se décadas de textos publicados no blogue pode facilmente constatar-se que o assunto Guiné dominou,e domina,mais de 94% de todos eles.
As “variantes” criteriosamente inseridas pelos editores têm vindo a facilitar contactos pessoais,e laços de novas amizades que nos têm vindo a valorizar.
Poetas,escritores,simples narradores de pequenas histórias, ou mesmo contribuintes para História da Guiné,de tudo há entre a família que são os ex-combatentes.
Opiniões fortes,concordantes ou discordantes, manifestam-se aqui com frequência,mesmo por vezes quanto a inesperados “detalhes”.
Felizmente.
Será uma opinião muito pessoal,pela qual me responsabilizo,quando afirmo que é esta “complementaridade” que vitaliza o blogue.

Um abraço do J.Belo

Manuel Carvalho disse...

Meu caro amigo e camarada José Belo

Fomos contemporâneos na Guiné e julgo que viajamos no mesmo cruzeiro com partida em 1/5/68.

Estou totalmente de acordo com o teu comentário, o meu aparte foi mais a meter-me com aqueles que querem definir os assuntos de que devemos falar.

Um abraço

Manuel Carvalho