Foto nº 1
1. Continuação da série "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo" (*), da autoria de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74.
Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 280 referências no blogue.
A Grécia de Sofia (de Mello Breyner), branca e azul para diluir a melancolia e entretecer a névoa em poesia.
Antes do fim definitivo chego, em Setembro de 2018, com a ventura dos deuses. Trago comigo o peso da correnteza de muitos anos. Alavancando mil viagens, navego neste mar, caminho nestas terras, mergulho nestas águas. A Grécia, depois da Ática e do Peleponeso, polvilhada de ilhas de estarrecer e de enfeitiçar.
Leonard Cohen, o canadiano das canções imortais por aqui viveu, na ilha de Hydra. Tinha por visita os burros e os homens do lixo, o que lhe agradava sobremaneira e o levava a dizer “It’s like receiving the Legion of Honour.”
Muita gente ilustre como Albert Camus, Henry Miller, Le Corbusier escolheu a ilha de Mykonos para longas estadas. Mykons, filho de Apolo, deus da beleza, da música e da poesia, deu o nome a Mykonos. Na ilha suspensa no mar, algo seca e desprotegida pela pouca vegetação, a vida das gentes passeia-se entre o branco tintado de azul das casinhas suspensas nas encostas dos montes e o mar turquesa. Sobram revoadas de turistas, de passagem.
Na vilazinha de Chora, capital de Mykonos, dizem-me que estou numa pequena Veneza. Tudo mentira. Se há casas com os pés na água e varandas balbuciando mil encantamentos, aqui tudo é grego, helénico, de raízes há muitos séculos crescendo neste solo único, agreste e doce.
Na praia de Kalafati, humedeço o meu corpo cansado no mar azul. Elogio líquido do prazer.Do outro lado da ilha, o sombreado claro dos seis moinhos de vento, algo quixotescos, avança sobre a baía. Avassaladores fascínios resplandecem em ondulantes murmúrios de águas límpidas. À noite, a carícia da lua.
Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 280 referências no blogue.
Ilha de Mykonos, Grécia, 2018
A Grécia de Sofia (de Mello Breyner), branca e azul para diluir a melancolia e entretecer a névoa em poesia.
Antes do fim definitivo chego, em Setembro de 2018, com a ventura dos deuses. Trago comigo o peso da correnteza de muitos anos. Alavancando mil viagens, navego neste mar, caminho nestas terras, mergulho nestas águas. A Grécia, depois da Ática e do Peleponeso, polvilhada de ilhas de estarrecer e de enfeitiçar.
Leonard Cohen, o canadiano das canções imortais por aqui viveu, na ilha de Hydra. Tinha por visita os burros e os homens do lixo, o que lhe agradava sobremaneira e o levava a dizer “It’s like receiving the Legion of Honour.”
Muita gente ilustre como Albert Camus, Henry Miller, Le Corbusier escolheu a ilha de Mykonos para longas estadas. Mykons, filho de Apolo, deus da beleza, da música e da poesia, deu o nome a Mykonos. Na ilha suspensa no mar, algo seca e desprotegida pela pouca vegetação, a vida das gentes passeia-se entre o branco tintado de azul das casinhas suspensas nas encostas dos montes e o mar turquesa. Sobram revoadas de turistas, de passagem.
Na vilazinha de Chora, capital de Mykonos, dizem-me que estou numa pequena Veneza. Tudo mentira. Se há casas com os pés na água e varandas balbuciando mil encantamentos, aqui tudo é grego, helénico, de raízes há muitos séculos crescendo neste solo único, agreste e doce.
Na praia de Kalafati, humedeço o meu corpo cansado no mar azul. Elogio líquido do prazer.Do outro lado da ilha, o sombreado claro dos seis moinhos de vento, algo quixotescos, avança sobre a baía. Avassaladores fascínios resplandecem em ondulantes murmúrios de águas límpidas. À noite, a carícia da lua.
António Graça de Abreu
Texto e fotos recebidos em 14/9/2021
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 27 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22492: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XV: Kingston, Jamaica, 2018
2 comentários:
Antonio Graca de Abreu (by email)
14 set 2021 19:39 (há 2 horas)
para mim
Obrigado, Luís, ainda há muitas mini-crónicas a escrever. Irei enviando.
Abraço e as melhoras,
António Graça de Abreu
Vendo estas belas imagens, até provocam calor desejando mergulhar naquelas águas azuis.
Nem sequer dá para comparar com a escura e húmida Tallinn.
E aqui nestas belas ilhas das Cíclades, os alemãs ocupantes partiram há mais de setenta anos e levaram com eles o nazismo.
Graça Abreu, tomara eu poder ter ido a Santorini, estive quase em 2003, que agora será impossível poder lá chegar.
Abraço e saúde
Valdemar Queiroz
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