sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22492: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XV: Kingston, Jamaica, 2018


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Kingston, Jamaica  >  2018 

Texto e fotos recebidos em 12/8/2021


1. Continuação da série "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo" (*), da autoria de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74.

Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 280 referências no blogue.



Kingston, Jamaica, 2018


Pouco sei sobre a Jamaica, excepto que é uma ilha das Caraíbas com um primor de praias para férias inesquecíveis.

Aqui nascem e crescem rapidíssimos corredores de atletismo, como Usain Bolt e comparsas. Com todo o respeito, são uma espécie de gazelas, ou coelhos e coelhas à solta pelas pistas do globo onde batem sucessivos recordes do mundo (Foto nº 1)

Bob Marley, homem desta ilha e da música raggae, é considerado um herói nacional, com estátuas e tudo, espalhadas por toda a parte. A sua música não me entusiasma, já não tenho idade para abanar o capacete, e o resto, com ritmos caribenhos.

Desembarco do Armonia, 58 mil toneladas, da MSC (Mediterranean Shipping Company, a maior companhia de navegação do mundo). Nesta volta, o navio saltita de ilha para ilha, deixando-nos um dia inteiro livre em cada porto para espairecer o espírito e fruir o que nos aprouver.

Com a minha parceira, tomo um autocarro rumo a Kingston e, no caminho, procuro praia. Desço rápido, logo adiante do porto, páro numa enseada de areias finas e águas tépidas, comme il faut. Não muita gente, a beira-mar quase toda por nossa conta, a água quentinha, mergulhar, nadar até que os braços doam. Horas e horas dentro de água, prazeres sublimes em ilhas das Caraíbas.(Fotos nº 2, 3 e 4)

Cristóvão Colombo aqui arribou em 1494, na segunda viagem rumo às Américas e, com os castelhanos, chegaram as doenças que gradualmente dizimaram os arawaks, o povo autóctone da ilha. Durante muitos anos sob um fraco domínio espanhol, a Jamaica foi lugar de abrigo e fixação de piratas que infestaram estes mares.

Num shopping a caminho de Kingston, tirei um retrato sentado ao lado de uma mulher pirata, de madeira, ajaezada a rigor, com um grande decote. Não assustava ninguém, embora como o capitão da história, tivesse um tremendo gancho substituindo a mão direita. (Foto nº 5)

A Jamaica passou a colónia inglesa em 1655, e tornou-se independente dos britânicos em 1958. Dona do seu próprio destino, creio que a ilha vive fundamentalmente do turismo, embora seja um grande produtor de açúcar e bananas. Com apenas três milhões de habitantes, mais de 90% da população são descendentes dos antigos escravos negros, que, a partir de finais do século XVI, foram trazidos de África.

Gostaria de regressar, ficar umas semanas para me esparramar por estas formosas praias e entender melhor este chão que piso.

António Graça de Abreu

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 11 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22450: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XIV: Havana, Cuba, 2018

4 comentários:

Valdemar Silva disse...

Evidentemente que o Colombo teria chegada à Jamaica cem anos antes de 1594.
As praias da Jamaica são diferentes das outras da Caraíbas e provavelmente por causa do idioma e as mulheres quererem antes correr em vez de coscuvilhar, não aparecem a perguntar 'wate is your name?'.
Na Jamaica estabeleceram-se vários judeus portugueses idos de Amesterdão nos finais do séc. XVI e depois no séc. XVII. Quando a Ilha passou para a coroa britânica e se transformou num coio de piratas, ficou célebre o pirata Henriques judeu português que atacava galiões espanhóis e chegou a atacar povoações do nordeste do Brasil.
O apelido Henriques ainda se mantém em algumas famílias de jamaicanos, que sempre vão dizendo 'uso chapéu por ser careca'.
Na sinagoga de Kingston há vários com registos nomes de judeus portugueses.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...


Caro Valdemar,
O teu caso parece-me o de um "cérebro perdido".Com a tua bagagem de conhecimentos é um pena que não escrevas mais , se outro motivo não fosse , que seja o de dar a conhecer factos e situações relevantes como o que acabas mas que permanecem ainda fora do conhecimento geral da maioria...
E isso ainda mais para quem tem algum interesse por história relacionada com os portugueses. Para benefício de todos...
de New York...Um abraço
João Crisóstomo

Valdemar Silva disse...

Caro João Crisóstomo.
Obrigado pelo teu amigo comentário.
Coitado de mim, tomara eu ter a tua bagagem, a tua sim, a minha não passa de uma mala de cartão.

Um abraço e boa saúde
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António e Valdemar, já corrigi o ano, 1494, em que o Colombo aportou à Jamaica e, com isso, fez aumentar a sua conta bancária... O editor devia estar atento, deixou passar a gralha.. Pede desculpa.