Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > CIM de Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > > O Valdemar Queiroz, com os recrutas Cherno Baldé, Sori (Jau ou Baldé) e Umaru Baldé (que, feita a recruta, irão depois para a CCAÇ 2590, futura CCAÇ 12, a partir de 18 de junho de 1970). Estes mancebos aparentavam ter 16 ou menos anos de idade (!). Eram do recrutamento local e, originalmente, não falavam português. Terá sido este Cherno Baldé o "matador" do Mário Mendes? Em 1969/71, havia dois soldados com este nome, ambos fulas, um deles o sold nº 82115269 Ap Metr Lig HK 21, da 1.ª secção do 4.º Gr Comb (que eu, Luís Graça, integrei muitas vezes ao longo da comissão).
Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentário de António Duarte [ex-fur mil da CART 3493, a companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972-1974; foi transferido para a CCAC 12 (em novembro de 1972, e onde esteve em rendição individual até março de 1974; economista, bancário reformado, formador, com larga experiência em Angola; tem mais de meia centena de referências no nosso blogue] (*)
Boa noite Camaradas.
O homem do PAIGC, Mário Mendes, lidera a operação de colocação de minas. Mata e provoca feridos à CCAÇ 12 e, passado mais de um ano, morre às mãos da mesma companhia de caçadores.
Casualidades da guerra, bem tristes por sinal. Há uma curiosidade sobre a morte do Mário Mendes. À época eu pertencia à companhia de Mansambo, a CART 3493 / BART 3873 e assisti a uma conversa entre o furriel que comandava a secção de HK 21 e o soldado fula que o abateu, em Bambadinca.
Entretanto fui para a CCAÇ 12 em janeiro de 73 e tive a oportunidade de confirmar com o próprio e reafirmou-me que não matava ninguém pelas costas.
4.º Gr Comb | Comandante: alf mil cav 10548668 José António G. Rodrigues [, já falecido, vivia em Lisboa]
1.ª secção | fur mil 15265768 Joaquim Augusto Matos Fernandes [, engenheiro técnico, vive no Barreiro; destacado para o redoordenamento de Nhabijões, logo em finais de 1969; substituído, em muitas ocasiões, pelo fur mil arm pes inf, Luís Manuel da Graça Henriques]
Boa noite Camaradas.
O homem do PAIGC, Mário Mendes, lidera a operação de colocação de minas. Mata e provoca feridos à CCAÇ 12 e, passado mais de um ano, morre às mãos da mesma companhia de caçadores.
Casualidades da guerra, bem tristes por sinal. Há uma curiosidade sobre a morte do Mário Mendes. À época eu pertencia à companhia de Mansambo, a CART 3493 / BART 3873 e assisti a uma conversa entre o furriel que comandava a secção de HK 21 e o soldado fula que o abateu, em Bambadinca.
A CCAÇ 12 estava no mato e detetou a presença de tropa do PAIGC. Ficou também claro que a CCAÇ 12 estava detetada, Os dois grupos evoluíram com muito cuidado e, a determinada altura, penso já perto da Ponta Varela, a CCAÇ 12 abandonou o trilho e emboscou dentro do mato, ficando a HK 21 apontada na direção de onde se pensava que poderiam vir as tropas do PAIGC.
Passados alguns minutos vem ao trilho um homem deles, que se ajoelhou e percebe-se que tenta "ler" as pegadas. Os restantes estavam emboscados no lado inverso ao da CCAÇ 12. O furriel faz sinal ao nosso militar para abrir fogo. Para espanto dele, em vez de disparar e apanhar o guerrilheiro em causa, debruçado e de costas, o homem do quarto pelotão emite um ruído do género "pst pst", o guerrilheiro volta-se e nesse momento é abatido.
Justificou-se então o nosso apontador, que ele nunca mataria um homem pelas costas.
Entretanto fui para a CCAÇ 12 em janeiro de 73 e tive a oportunidade de confirmar com o próprio e reafirmou-me que não matava ninguém pelas costas.
Em síntese um código ético pouco compatível com a guerra.
2. Comentário do editor LG:
O nosso coeditor Jorge Araújo já aqui deu mais informação detalhada sobre este encontro fatal do Mário Mendes. (***)
O comandante de bigrupo Mário Mendes (1943-1972) morreu em 25 de maio de 1972, 5.ª feira, no decurso da Acção Gaspar 5, realizada por seis Grupos de Combate, três da CART 3494 e outros três da CCAÇ 12.
O encontro fatal deu-se em Ponta Varela, tendo sido capturada a sua Kalashnikov, três carregadores da mesma arma e ainda documentação que dava conta do calendário de acções planeadas para a zona, atuava no Sector 2, da Frente Xitole-Bafatá (, nomenclatura do PAIGC), em particular no triângulo Xitole-Bambadinca-Xime. (****)
Quem teria sido o "matador" do Mário Mendes?
No meu tempo, no 4º Gr Comb da CCAÇ 12 (Bambadinca, julho de 1969 / março de 1971), a HK21 fazia parte da 1.ª secção. E o apontador era o Cherno Baldé, fula (F):
1.ª secção | fur mil 15265768 Joaquim Augusto Matos Fernandes [, engenheiro técnico, vive no Barreiro; destacado para o redoordenamento de Nhabijões, logo em finais de 1969; substituído, em muitas ocasiões, pelo fur mil arm pes inf, Luís Manuel da Graça Henriques]
1º Cabo 18861568 Luciano Pereira da Silva [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82115469 Samba Só (F)
Soldado 82109869 Samba Jau (Mun Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82115269 Cherno Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82117569 Mamai Baldé (F)
Sold 82117869 Ansumane Baldé (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82118269 Mussa Jaló (Ap Dilagrama) (FF)
Sold 82118969 Galé Sanhá (FF)
2.ª secção (a do Mort 60 e do dilagrama) era comandada pelo fur mil at inf 11941567 António Fernando R. Marques [, vive em Cascais, empresário reformado] e 3.ª secção (a do LGFog 8,9) pelo 1.º Cabo 00520869 Virgílio S. A. Encarnação [, vive em Barcarena]:
É de todo provável que o Cherno Baldé, sold nº 82115269 tenha sido louvado (ou até ganho uma cruz de guerra) por este feito. Mas havia outro Cherno Baldé, também fula, soldado 82109669, Mun Metr Lig HK 21, que pertencia à 3.ª secção do 3.º Gr Comb (comandado pelo alf mil at inf Abel Maria Rodrigues [, bancário reformado, Miranda do Douro].
A 3.ª secção era comandada pelo fur mil at inf n.º 06559968 José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, agente de seguros reformado].
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 18 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22918: A nossa guerra em números (13): Literacia e numeracia... A propósito das 2 minas A/C accionadas em 13/1/1971, à saída do reordenamento de Nhabijões, causando 1 morto, 8 feridos graves e 2 viaturas destruídas (1 Unimog 411 e 1 GMC)...
(***) Vd. poste de:
___________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 18 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22918: A nossa guerra em números (13): Literacia e numeracia... A propósito das 2 minas A/C accionadas em 13/1/1971, à saída do reordenamento de Nhabijões, causando 1 morto, 8 feridos graves e 2 viaturas destruídas (1 Unimog 411 e 1 GMC)...
(**) Vd. poste de 15 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12152: (Ex)citações (227): Confirmo que o Mário Mendes, chefe de bigrupo do PAIGG; no subsetor do Xime, foi morto pela CCAÇ 12, em maio de 1972 (António Duarte, ex-fur mil, CART 3493 e CCAÇ 12, 1971/74)
17 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17368: Efemérides (251): ... em abril de 2017: o 13º aniversário do nosso blogue, o XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, os 43 anos do regresso da minha CART 3494, o 25 de Abril e o fim da guerra, o meu batismo de fogo há 45 anos em emboscada comandada pelo Mário Mendes (que viria a ser abatido um mês depois)...enfim, os nossos encontros e desencontros (Jorge Araújo)
21 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16865: (D)o outro lado do combate (Jorge Araújo) (3): Mário Mendes (1943-1972): o último cmdt do PAIGC a morrer no Xime... Elementos para a sociodemografia do seu bigrupo em 1972: tinha 27.9 anos de idade e 8.9 anos de experiência de conflito...
21 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16865: (D)o outro lado do combate (Jorge Araújo) (3): Mário Mendes (1943-1972): o último cmdt do PAIGC a morrer no Xime... Elementos para a sociodemografia do seu bigrupo em 1972: tinha 27.9 anos de idade e 8.9 anos de experiência de conflito...
(****) Último poste da série > 13 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22902: (Ex)citações (398): Topónimos de origem árabe: Missirá, Amedalai, Medina, Meca... Curiosidades, controvérsias (Cherno Baldé, Bissau / Fernando Ribeiro, Porto)
14 comentários:
O Comandante da C.Caç. 12 nesta altura era o meu grande amigo Capitão do QEO de Op. Esp. Humberto Xavier Bordalo que infelizmente há muito tempo não vejo e mora ainda, julgo eu, em Lamego.
Um amigo que guardo para toda a vida e muito me ajudou ao meu equilíbrio mental, sobretudo, no meu tempo de comandante do Pel Caç Nat 52 no Destacamento de Mato Cão.
Falámos muitas vezes sobre estes factos.
Abraços
Joaquim Mexia Alves
"NAO SE MATA UM HOMEM PELAS COSTAS"
Foi o Cherno Baldé?
Cherno Baldé, o puto obrigado a ser soldado.
E que soldado nos saiu o Cherno Baldé! Valente e respeitador de grande valor ético.
O Cherno Baldé foi um dos putos soldados a quem eu dei a recruta em Contuboel, provavelmente por não falar português, não percebeu alguns pontos de vista morais que eu transmiti, mas não me lembro ter falado de Kant.
O que será feito do Cherno Baldé, se for vivo terá cerca de 70 anos
"Não se mata um homem pelas costas", disse Cherno Baldé um puto soldado, em pleno combate na guerra da Guiné.
Que seja, também, o nosso blogue ficar na História por dar a conhecer este extraordinário acontecimento.
Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz
CAMARADAS,
Recordar o nome do Cmdt do PAIGC Mário Mendes (1943-1972) é abrir o “baú de memórias” relacionadas com as actividades de guerrilha desenvolvidas pelo seu bigrupo, na região do Xime-Bambadinca-Xitole, que dirigiu até ao dia da sua morte, ocorrida em 25 de Maio de 1972, 5.ª feira, em terrenos da «Ponta Varela».
O nome do Cmdt Mário Mendes ficará ligado, para sempre, ao meu baptismo de fogo e de mais vinte e um camaradas do 4.º Gr Comb, do contingente da minha CART 3494, quando em 22 de Abril de 1972, provocou a morte do camarada Manuel da Rocha Bento (fur. mil.), a única baixa em combate, e onde ficaram feridos mais dezassete elementos, entre graves e menos graves, na sequência de uma emboscada preparada e executada às suas ordens na estrada entre o Xime-Bambadinca, no local designado por «Ponta Coli».
Esta ocorrência esteve na origem da evacuação, para o Hospital Militar de Bissau, do Cap. Vítor Silva Marques (-2004), à data Cmdt da CART 3494, vindo a ser substituído pelo, então, Cap. António José Pereira da Costa (membro da nossa Tabanca Grande) em 22 de Junho de 1972, dia do seu aniversário… mas que rica prenda de anos!
(continua)
Jorge Araújo.
(continuação)
Como reforço da narrativa do presente poste, e do seu contexto por nele ter participado, recupero o que deixei expresso no P12232, editado em 01.11.2013:
(…) “O “encontro com Mário Mendes aconteceu na Ponta Varela, tendo-lhe sido capturada a sua Kalashnicov, bem como 3 carregadores da mesma e documentos que davam conta das “acções" a desenvolver na zona de que era responsável.
Sabendo-se que era um líder temido e um guerrilheiro experiente [mais de oito anos], conhecedor dos terrenos que pisava e consciente dos riscos que corria, estas dimensões conjugadas não foram suficientes para garantirem estar a salvo e sobreviver, mais uma vez, aos muitos sustos que certamente apanhou ao longo dos anos que viveu no mato.
Depois de alguns elementos (5/6) do seu grupo terem sido detectados pelas NT [CCAÇ 12 + CART 3494] na acção «GASPAR 5», e que não se sabia, naturalmente, de quem se tratava, um daqueles elementos [Mário Mendes] liderou uma estratégia de fuga que não lhe foi, desta vez, favorável, por via de lhes ter sido movida perseguição, obrigando-nos [seis Grs Comb = 150 elementos (+/-)] a serpentear várias vezes os mesmos trilhos, entre itinerários de vegetação e clareiras.
Por isso, estou crente que Mário Mendes, a partir do momento em que ficou sem rumo certo e sem portas de saída, movimentando-se em várias direcções, sem sucesso, tomou consciência que aquele seria o último dia da sua vida. E foi… por intervenção de elementos da CCAÇ 12…” (...)
Acrescento ainda, pela primeira vez, que o Cmdt Mário Mendes foi atingido de frente, nas duas pernas acima dos joelhos, com uma rajada de HK21.
Jorge Araújo.
Jorge, obrigado pelo esclarecimento adicional. Se "o Cmdt Mário Mendes foi atingido de frente, nas duas pernas acima dos joelhos, com uma rajada de HK21", disparada pelo Cherbo Baldé, da 1ª secção do 4º Gr Comb / CCAÇ 12, não deve ter morrido logo... Alguém lhe deve ter dado o "tiro de misericórdia"... LG
O Cap QEO Humberto Trigo Bordalo Xavier começou por ser o comandante da CArt 3359 (Jumbembém, 1971/73), do BART 3844, "Bravos e Sempre Leais" (Farim, 1971/73. Foi depois substituído pelo Cap Mil Inf Francisco Luís Olay da Silva Dias.
Foi igualmente, neste período, o 3º comandante, por ordem cronológica, da CCAÇ 12:
Cap Inf Carlos Alberto Machado de Brito
Cap Inf Celestino Ferreira da Costa
Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
Cap Mil Inf José António de Campos Simão
Cap Mil Inf Celestino Marques de Jesus
Mas também comandou a CCAÇ 14:
Cap Inf José Luís de Sousa Ferreira
Cap Inf José Augusto da Costa Abreu Dias
Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
Cap Inf José Clementino Pais
Cap Inf Mário José Fernandes Jorge Rodrigues
Cap Inf Vítor da Silva e Sousa
Alf Mil Inf Silvino Octávio Rosa Santos
Cap Art Vítor Manuel Barata
Fonte: CECA, 7.° Volume, Fichas das Unidades, Tomo II
Guiné, 1ª edição, Lisboa, 2002.
Alguem sabe o que aconteceu ao Cherbo Baldé, da 1ª secção do 4º Gr Comb / CCAÇ 12, apos a independencia da Guine-Bissau?
Obrigado
Jose J. Macedo
Joaquim, o nosso camarada, e teu amigo Humberto, tem o apelido "Bordalo Xavier", e não "Xavier Bordalo"...Pelo menos é o que consta nos "books" oficiais... Podes confirmar ? Abraço. Luis
Recordo aqui o elogio do cap Bordalo Xavier feito pelo saudoso do Victor Alves (1949-2916), que foi furriel miliciano vagomestre na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73), o "periquito" que foi substituir o Jaime Santos, o primeiro vagomestre da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadina, 1969/71). O Victor era natural de Santarém.
11 DE JUNHO DE 2007
Guiné 63/74 - P1832: Convívios (15): CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971-73), 2 de Junho de 2007, Azeitão: o 34º encontro anual (Victor Alves)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/06/guin-6374-p1832-convvios-15-cca-12.html
(...) Amigo Luís, Conforme informámos (...), lá realizámos o nosso habitual encontro, que eu informei ser o 32º, mas vou corrigir para 34º. Tem causado algum espanto, o facto de se ter começado a realizar, tão cedo, os nossos encontros...
Foram vários os factores que contribuiram para isso. Porém, o grande causador disso terá sido a vinda, para a CCAÇ 12, do Cap Humberto Trigo Bordalo Xavier, oriundo das Operações Especiais, e amigo pessoal de Spínola.
Ele soube muito bem provocar uma aglutinação e consequentemente uma união entre todos, ao ponto de estabelecer uma messe e bar para todos os militares da companhia oriundos da metrópole, sem distinção de posto...
Foi, na minha óptica, eata a principal razão da nossa união. Eu, por exemplo, como vagomestre e sempre que havia uma operação, por exemplo com saída às 4 da manhã, lá estava a dar pequeno almoço, pão quente e café à rapaziada que seguia. Assim como, mal regressassem, por exemplo, às 3 da tarde, tinham sempre a refeição com meio frango ou meio bife com acompanhamento à sua espera...
Foi isso que o Capitão pediu e foi isso que se fez. É evidente, dentro dos limites da guerra. Com fomos todos em rendição individual, nem sempre nos encontros conseguimos reunir todos, alguns já faleceram, outros emigraram e outros não vão porque... não.
Este ano conseguimos trazer mais duas presenças novas o que foi maravilhoso, foram eles o cabo radiotelegrafista Andrade, de Caldas da Raínha, e o cabo cripto Simões, de Lisboa. Isto quer dizer que não nos víamos há 37 anos, portanto foi muito bom.
Para além deles vieram também o Canas (Alf Mil Mecânico do Bart 2917), o H. Martins (Alf Mil Pel Nat 54) e o J. L. Vacas de Carvalho (Alf Mil Pel Rec Daimler 2206): estes últimos já são clientes habituais, embora faltem algumas vezes.
De qualquer forma é sempre uma grande alegria, vermo-nos e estarmos juntos. Para o próximo ano é no dia 31 de Maio (Sábado) em Lamego e quem vai organizar é o J. Andrade (Fur Mil CCAÇ 12).
Um abraço Victor Alves (...)
Joaquim, tudo indica que houve, da tua parte, um "lapsus linguae"... Já corrigimos: Humberto Trigo de Bordalo Xavier é o nome completo do teu amigo e nosso camarada, que nunca conheci pessoalmente.
Antonio Duarte (by email)
quarta, 19/01/2022, 20:04
Boa noite camaradas.
Propositadamente não falei em nomes, porque o blogue é público, lido na Guiné e poderia haver constrangimentos, embora eu acredite que provavelmente os envolvidos já faleceram.
O apontador da hk21 era o Braima S..., louvado pelo Caop 2.
Foram também louvados pelo Caop 2, para além do referido Braima, o Ansumane B... e o Indrissa B..., todos da equipa da Hk21.
O furriel era o José Domingues, também ele louvado.
Estou com estes detalhes, porque consultei o livro do batalhão 3873, onde na página 4 cap III, figuram os louvores de julho de 72. (O Luís possui a publicação digitalizada que há longo tempo disponibilizei e que com a paciência que ele tem, publicou no nosso blogue).
O fur Domingues foi um dos que rendeu os graduados fundadores da Ccaç 12.
Tive há muitos anos a informação, sem confirmação, de que teria falecido bastante novo.
E é tudo.
Deixo ao critério do Luís se o detalhe dos nomes ligados a este acontecimento deverão ser publicados no blogue.
Um abraço a todos
António Duarte
Obrigado, António,pelos teus esclarecimentos adicionais e pelas tuas preocupações com o direito à privacidade dos nossos camaradas guineenses...
Eu devia ter descartado logo a hipótese do Cherno Baldé Soldado Atirador nº mec. 82115269, da minha 1ª secção do meu 4º Gr Comb... (O pelotão que integrei mais vezes durante a minha comissão, tendo embora passado por todos...).
O Cherno foi vítima da mesma mina A/C que eu, tendo sido ferido em 13/01/71, junto ao Destacamento de Nhabijões. Deve ter sido mais tarde substituído pelo Braima S..., de resto mais velho (em termos de antiguidade na tropa), e que foi para a CCAÇ 12 em rendição individual...
Obrigado, António, pelas informações adicionais que me deste ao telefone... Talvez publique o teu comentário, com todos os detalhes por ocasião dos 50 anos destes tristes factos...
"Guerra era guerra", diziam-nos os antigos combatentes do PAIGC quando nos encontrámos em Imberém, Gandambel Guileje e Bissau, por ocasião do Simpósio Internacional de Guileje(1-7 de março de 2008).
È verdade, "guerra é guerra", morremos e matámos naquela guerra. O Mário Mendes "matou" o nosso sold cond auto Manuel da Costa Soares, que deixou um filho por conhecer,o Rogério Soares... O Mário Mendes foi morto, um ano e quatro meses depois pelo Braima S..., e também era casado e tinha filhos...
Os filhos têm o direito de saber como é que os pais morreram na guerra. Não para se vingarem, o que hoje já não faz sentido, mas completarem o "luto", fazeremo seu "choro"...
A paz e a reconciliação entre os povos também passa pelo doloroso processo de falarmos dos nossos mortos,e dos mortos dos nossos inimigos de ontem (, de há 50/60 anos).
Não há razões para não divulgarmos o nome do "matador" do Mário Mendes, quando se completarem os 50 anos sobre o acontecimento, ou seja, em 25 de maio de 2022. O Braima S... infelizmente já não deve estar vivo, se é que não fuzilado pelo PAIGC a seguir à independência,como outros soldados e sobretudo graduados da ex-CCAÇ 12 que transitaram para a CCAÇ 21... Se fosse vivo, teria hoje 80 anos, diz-me o António Duarte.
Faço um minuto de silêncio à memória de todos estes homens que já nos deixaram, uns de morte natural, outros de morte violenta, e que um dia se cruzaram nas nossas vidas... Ontem custou-me à adormecer com todos estes "filmes" na minha cabeça... LG
Fosse o Braima S... e não o puto soldado Cherno Baldé.
O Braima S... não fez a recruta em Contuboel, mas também tinha elevado caracter moral para com o IN em pleno combate na guerra da Guiné.
NÃO SE MATA UM HOMEM PELAS COSTAS, disse Braima S... um simples soldado.
Como se fosse um "rebate de consciência" vem-nos à cabeça estes "filmes", como diz Luís Graça, do que se passou na merda da guerra na Guiné, e já passou meio século.
Pst...pst.. deverá fazer parte do glossário o blogue, com a definição de aviso, chamamento, de ??????
Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz
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