Foto nº 2
Foto nº 3
Guiné : Região de Quínara > Empada > Junho de 1969 > CCAÇ 2381, "Os Maiorais" (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70) > Já então se comiam ostras em Empada, em Buba... Os militares da foto nº 3 estão a extrair as ostras em conglemarados ou cachos agarrados aos "paus" do tarrafe...
Fotos (e legenda): © José Manuel Samouco (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do José Manuel Samouco [ex-fur mil, CCAÇ 2381, "Os Maiorais" (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada , 1968/70); vive em Torres Vedras; é membro da nossa Tabanca Grande desde 4 de abril de 2006]
Data - 8 jun 2023 16:24
Assunto . Ainda as ostras (*)
Boa tarde, Luís
Quando se fala de ostras até parece que sou dependente!
Resolvi escrever um pequeno texto, recordando coisas boas da Guiné.
Como é normal só publicam se entenderem, o mesmo com as fotos de Empada.
Um abraço,
J. M. Samouco
Ainda as Ostras ! Empada, Junho de 1969 (**)
Finalmente os “Maiorais” reunem-se depois de praticamente 12 meses espalhados por onde havia guerra.. Não que em Empada não houvesse guerra. Mas agora com a Companhia reunida, tinhamos a sensação de estar ainda mais fortes.
Alguém, entretanto regressado falou em ostras e como se devem comer e como as arranjar. Em Bissau são abertas em água quente como se fosse berbigão. e ficavam muito bem. Mas, boas, boas, são abertas em chapas quentes com o lume por baixo e passando depois pelo picante e limão.
Foi como uma novidade que veio para ficar. Praticamente todas as semanas começaram a chegar em doses tais, que nem entravam na messe dos Sargentos. Numa das fotos que envio até o chefe de posto de Empada (foto nº 1) veio sentar-se junto de nós.
Em 2015 voltei à Guiné, agora Guiné-Bissau, com camaradas da Tabanca de Matosinhos e até parece que as ostras estavam à minha espera. Foi um matar de saudades das ostras e ver calmamente a Guiné por onde tinhamos andado de G3.
Em 2017 voltei às ostras. Quinhamel esperava por mim.. Que maravilha.. A factura não engana. 4 pessoas :
7 minis, 3 sumos e 4 doses de ostras = 284,000 CFA (0,432 euros)
1 euro = 657,26 Franco CFA (BCEAO) em 14 março de 2017.
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 7 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - 24376: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (36): As ostras do nosso (des)contentamento (Hélder Sousa / Luís Graça / José João Domingos / Valdemar Queiroz)
6 comentários:
Caro José Manuel,
A factura nao engana, mas qualquer coisa nao bate certo nas contas, pois 284,000 FCFA equivalem a 432 euros, parece muita massa para apenas "7 minis, 3 sumos e 4 doses de ostras e ainda em 2017 (em Quinhamel), sem a Pandemia e sem a Guerra de Ucrania.
Cordialmente,
Cherno Baldé
Cherno, tens razão, mas eu acho que falta(va) aqui uma vírgula: não sáo 284 mil CFA mas sim, 284,00... Aliás, eu emendei...
Já agora quanta custa hoje um dose de ostras em Bissau, num restuarante ou bar ? E uma minicerveja ? E um suno ?...
Vou pedir ao nosso "Maioral" para confirmar a importáncia que veio na tatura... Quarenta e tal cêntimos também é pouco, pou oarece-me pouco, para 7 minis, 3 sumos e 4 doses de ostras, a preços de 2017... Ou não ?
Não estou por dentro dos preços que se praticam hoje em Bissau na restauração coletiva...
Ab, Luís
Zé Manel Samouco, meu camarada Maioral e amigo de coração.
Em 2015, também valeu o cabritinho que o Régulo de Contabane, O Sulimane Baldé, filho do Régulo Sambel que vivia em Aldeia Formosa e depois foi viver para Sinchã Sambel, junto ao Saltinho, nos ofereceu. O Sulimane que era milicia em Mampatá no tempo em que eu o J.Belo lá estávamos e se casou com a Meta, mais conhecida por Naná, filha do Alfero Aliu de Mampatá, falecido em 1973, ofereceu-nos um cabritinho que a esposa preparou para um almoço em casa dele, quando regressamos de Iemberem, depois de visitarmos Aldeia Formosa, Mampatá, Buba, Chamarra, Ponte Balana, Gandembel e Guileje, regado com cerveja escondida debaixo mesa.
As ostras souberam a pouco, mas eram boas, como sempre na Guiné.
Forte abraço que estendo ao J. Belo, que de vez em quando aparece, com a sua vivacidade e boa disposição.
Zé teixeira
Ostras bem boas eram as do Biombo, também abertas na chapa. Estive lá desde Setembro de 1970 até meados de 1971 e a minha parte não ficou lá. Alguns comerciantes de Bissau até costumavam lá ir comprá-las, pois tinham fornecedoras habituais, eram as mulheres que as iam apanhar e depois esperavam pelos compradores à beira da estrada. Lembro-me que uma vez os habituais compradores que por qualquer motivo faltaram e as mulheres não tinham como as vender e então eu ofereci 40 pesos pelas ostras que estavam em pequenos cabazes e elas aceitaram. Foi uma tarde em cheio com os elementos do meu pequeno destacamento e está claro, foram bem regadas com umas "cervejolas" bem fresquinhas da nossa cantina.
Um abraço para todos os camaradas.
José Nascimento
As ostras do Rio Cacheu eram as milhores da Guine-Bissau. Os marinheiros (Fuzileiros) iam de Zebro ate perto do tarrafo e apanhavam as ostras encrustadas do tarrafo, a poucos metros do qualtel. Nunca usei agua quente ou chapa. Era tudo au naturel. Eram abertas e comidas com sumo de limao e gindungo. Comi tanta ostra que durante anos nao me apeteceu comer ostra. So voltai a come-las nos Estados Unidos em 2015. Em Bissau o meu restaurante favorito era do Rico Espada, frente ao Pintozinho.
Um abraco aos camaradas.
Jose J. Macedo, DFE 21
Guine-Cacheu e Bolama 1973-74
O Joaquim Pinto Carvalho ex-alf mil at inf, CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 e CCAÇ (Buba e Bedanda, 1971/73), diz-me que se comia outras no seu tempo, tanto em Buba como em Bedana... No caso de Buba, ia-se à frente apanhá-las no tarrafo... Ora, devida ser no orio Bafatá, que banha Buba, ou então o seu afluente, rio Mmanacama... Não podia ser o riio Grande de Buba... Foi ele que me champou a atençáo para a "operação" que os militares, na foto nº 3, estáo a fazer: a "limpar" paus arrancados do tarrafo, aonde as ostras se alojavam e cresciam...em conglomerados...
Vd. pposição de Buba:
https://arquivo.pt/wayback/20131107100942/http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial16_mapa_Xitole.html
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