(...) Embora muito longe de Portugal, a celebração dos 50 anos da Revolução de Abril não me é indiferente. Até por que em 1974 tinha eu 27 anos, com vivências e episódios em que o anterior regime deixou marcas inesquecíveis.
(...) Apraz-me registar que também aqui, em Timor-Leste, em Dili, os 50 anos são bem celebrados. Primeiro através da visita do Presidente Ramos Horta a Portugal para participar nas celebrações. Depois com um programa de atividades que se estende desde o dia 13 de abril a 4 de maio, e que tem como lema “Democracia e Liberdade pautam as comemorações do 25 de Abril".
(...) Os 50 anos são bem celebrados neste canto do mundo, onde quase ninguém fala o português, mas que tem um grande carinho e afeição com os portugueses, com Portugal.
(...) Mas o que me emocionou até verter algumas lágrimas, foi ver como noutras paragens, por exemplo na Galiza, em Paris, em Timor-Leste e muitas mais, tanta gente cantava, com alma e coração, as canções de antes e depois, como que a agradecer a revolução dos cravos.
E ouvir cantar “Grândola, Vila Morena” por tantas vozes empolgadas pelo entusiasmo e a emoção, deixa-nos extasiados, sem palavras, com os olhos embaciados de lágrimas. Quem viveu o antes e o depois de Abril, não pode ficar indiferente à forma como o 50º aniversário foi vivido. (...) (**)
____________Notas do editor:
(*) Vd. poste de 9 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25498: De volta às montanhas de Liquiçá, Timor Leste, por mor da Escola de São Francisco de Assis, em Boebau (5.ª estadia, 2024): crónicas de Rui Chamusco (ASTIL) (excertos) - Parte V
(**) Último poste da série > 3 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25475: S(C)em Comentários (35): "Barrigas de meia", no gíria do PAIGC (Cherno Baldé, Bissau)
2 comentários:
Rui, "I want you for Portuguese Armed Forces"... Não cometeste nenhum crime (nem sequer um pequeno delito) mas está "desterrado" (por uma boa causa) em "terra de desterro (e encarceramento)" do nosso ex-glorioso império (desde, pelo menos, o séc. XVIII, o nosso século barroco e extravagante)...
Àparte o "humor negro de caserna" (negro, sem conotação racista), decidi dar-te "honras de Tabanca Grande"... Afinal, faltava cá um "lince" da serra da Malcata... e um "cônsul em Dili"... Já cá estava eu, o João (que é o "cônsul de Nova Iorque"), o Eduardo (que é, infelizmente a contragosto e tristeza de todos, o nosso "assessor junto de São Pedro") e tantos mais (cerca de 900) "amigos e camaradas da Guiné"... que se sentam,vivos e mortos, à sombra de um mágico, secular, simbólico, fraterno poilão (a árvore sagrada da Guiné-Bissau, de presença obrigatória em qualquer tabanca).
Já sei, pelo teu "padrinho" João, que aceitas o convite... Não são "honras de Panteão" (bolas, felizmente estás vivo!, e para o Panteão, na pior das hipóteses, só daqui a duas décadas depois de comeres o teu primeiro, único e último cogumelo venenoso ), mas é ainda muito melhor: "o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!"...
Tu não lês, mas ficas a saber que tenho publicado excertos das tuas crónicas, de que sou fã ... e vou fazendo figas para que não venhas desta vez com as mãos a abanar...(isto é, resolvas de vez o momentoso e aflitivo problema dos professores quer faltam na tua/ vossa escola).
E depois aprendi, na escolinha do Conde de Ferreira da Lourinhã, que o meu Portugal ia do Minho (onde nunca tinha ido) a Timor (que eu era incapaz de imaginar que ficava a 14 mil km de distância da minha casa...).
Por outro lado, e como podes ver, tenho publicitado a vossa (da ASTIL) conta solidária nos "teus" postes... Já te pedi o nº fiscal da ASTIL para, ainda até ao final de Junho, alguém de boa vontade e retardatário poder transferir os 0,5% do IRS para a ASTIL. Não sei se vocês reúnem as condições legais...No nosso blogue (que já fez 20 anos) procuramos ajudar algumas ONGD que fazem trabalho sério e solidário na Guiné-Bissau, como a Ajuda Amiga ou a Afectos Com Letras...
Bom regresso à casinha lusitana, Luís
A nossa Pátria, quando estamos ou vivemos no estrangeiro, não está longe, porque está connosco.
Por isso as nossas canções, a nossa língua, a nossa comida, o encontroféu de um compatriota, uma notícia de Portugal, etc, são coisas que nos tocam mais....
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