Foto nº 1 > Exército Português
Foto nº 2 > Força Aérea Portuguesa (FAP)
Foto nº 3 > Marinha Portuguesa
Foto nº 4 > Polícia de Segurança Pública
Foto nº 5 > Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA)
Foto nº 6 > Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Lisboa
Foto nº 7 > Presidente da República Portuguesa e Comandante Supremo das Forças Armadas
Foto nº 8 > 1º Ministro, António Costa
Foto nº 9 > Assembleia da República
Foto nº 10 > > General CEMGFA (Comandante do Estado Maior General das Forças Armadas)
Foto nº 11 > Lisboa, 1 de dezembro de 2017 > Monumento aos Restauradores (pormenor)
Foto nº 12 > Lisboa > 1 de dezembro de 2017 > Monumento aos Restauradores (pormenor)
Foto nº 14 > Lisboa > 1 de dezembro de 2017 > Praça dos Restauradores > 6º Desfile de Bandas Filarmónicas (pormenor)
Foto nº 15 > Lisboa > Av da Liberdade > 1 de dezembro de 2017 > 6.º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas > Uma representação da banda da AMAL - Associação Musical e Artística Lourinhanense, cuja origem remonta a 1878: da esquerda para a direita, Pedro Margarido, presidente da União das Freguesias da Lourinhã e Atalaia; Paulo José de Sousa Torres, diretor da AMAL (e meu primo em 3.º grau) e a nossa grã-tabanqueira Alice Carneiro... O puto é o "porta-estandarte" da AMAL que tem uma escola de música e um grupo de teatro...
Fotos (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Não fui (aliás, nunca fui...) às comemorações oficiais do 1.º de dezembro, que voltou a ser feriado nacional na nossa terra em 2016. Mas fui à tarde, a Lisboa, à Av da Liberdade e à Praça dos Restauradores, ver as bandas e o desfile de mais de 1900 homens, mulheres e crianças das bandas filarmónicas do meu país... que é uma forma popular, agora em 6.ª edição, de comemorar esta data histórica da nossa pátria...
Mas interrogo-me sobre o significado de tudo isto: as cores e os feitios das vistosas coroas de flores, deixadas de manhã pelas instituições que nos representam, da Presidência da República à autarquia, passando naturalmente pelas Forças Armadas... E que ainda estavam viçosas, à tarde, quando por lá passei...
Afinal, o que é ser hoje português? E o patriotismo, ainda existe e faz sentido? Pode ser uma reflexão (idiota) de um homem que um dia vestiu a farda do exército português para ir "defender a Pátria" a milhares de quilómetros de casa... Na Guiné, em 1969/71...
Qual a diferença e semelhança entre mim e os meus antepassados que lutaram na "guerra da restauração" (1640-1668), na sequência da rutura com a "monarquia dual" sob a qual Portugal viveu (entre 1580 e 1640), o mesmo é dizer sob o domínio do ramo espanhol da casa de Habsburgo.
Se a geração que fez a guerra colonial (1961/74) tivesse nascido por volta de 1620, teria lutado contra a Espanha dos Filipes em inúmeras batalhas por ex., Cerco de São Filipe (1641-1642); Montijo (1644); Arronches (1653); Linhas de Elvas (1659); Ameixial (1663); Castelo Rodrigo (1664); Montes Claros (1665); Berlengas (1666)... Mas também contra os holandeses no Brasil, em Angola, em São Tomé e Príncipe].
Que custo tem a independência de um país? O que é hoje ser independente? O que ganharam os aliados que nos apoiaram, e nomeadamente os ingleses? Sabemos que os ingleses ganharam um império e a autoestrada da globalização que lhes permitiu ser o 1.º país industrial do mundo... E os holandeses ocuparam boa parte das posições portuguesas na Ásia...
Não há alianças grátis...nem inimigos de borla... E nesse tempo, os portugueses tiveram mais sorte do que os catalães, debaixo da pata dos Filipes, como nós... Sorte?... Foi apenas a sorte das armas?...
Se a geração que fez a guerra colonial (1961/74) tivesse nascido por volta de 1620, teria lutado contra a Espanha dos Filipes em inúmeras batalhas por ex., Cerco de São Filipe (1641-1642); Montijo (1644); Arronches (1653); Linhas de Elvas (1659); Ameixial (1663); Castelo Rodrigo (1664); Montes Claros (1665); Berlengas (1666)... Mas também contra os holandeses no Brasil, em Angola, em São Tomé e Príncipe].
Que custo tem a independência de um país? O que é hoje ser independente? O que ganharam os aliados que nos apoiaram, e nomeadamente os ingleses? Sabemos que os ingleses ganharam um império e a autoestrada da globalização que lhes permitiu ser o 1.º país industrial do mundo... E os holandeses ocuparam boa parte das posições portuguesas na Ásia...
Não há alianças grátis...nem inimigos de borla... E nesse tempo, os portugueses tiveram mais sorte do que os catalães, debaixo da pata dos Filipes, como nós... Sorte?... Foi apenas a sorte das armas?...
Para o menino da foto n.º 14, que toca caixa na banda da sua terra (, já agora gostava de saber qual...), ter vindo a Lisboa neste dia, é coisa que ele nunca mais vai esquecer na sua vida... Como eu, quando vim pela primeira vez à "cidade grande", à "capital do império", com os meus 7 ou 8 anos... Mas eu não toquei, como ele, os 3 hinos: o da Restauração, o da Maria da Fonte e o Nacional, ao lado da Banda da Armada e mais 32 bandas civis, num total de 1900 músicos... (Tenho vídeos dessa atuação conjunta, que prometo pôr "on line")... Este menino estava na fila da frente, a 20 metros de mim, e é por estes meninos que temos de pensar que ser português hoje ainda vale a pena e faz sentido... Ele representa a geração dos nossos netos... (LG)
2. Ainda hoje temos um tremendo défice de patriotismo... Ou talvez melhor, de educação cívica e de conhecimento da nossa história pátria. Sem conhecimento da história da Pátria não há amor da Pátria... (Diga-se que, para mim, o patriotismo é incompatível com muitos outros "ismos", tais como etnocentrismo, chauvinismo, imperialismo, colonialismo, racismo, xenofobia; o patriotismo é inclusivo: eu sou patriota na exata medida em que eu e o meu vizinho espanhol coexistimos, pacífica e solidariamente)...
Os portugueses, depois da "decadência nacional", com o fim da breve "época de ouro" dos finais dos séc. XV e princípios do séc. XVI, passaram a ter uma baixa autoestima coletiva... Acontece com outros povos... E a "restauração da independência" em 1640 foi um longo processo que ainda hoje continua... Afinal, o que é ser "independente", numa economia globalizada e num planeta ameaçado?...
De qualquer modo, orgulho-me de pertencer a um povo (uma comunidade, um território, uma história) que fala e escreve uma língua como o português... Pensar que há uma linha de continuidade de mil anos, ajuda-nos a ligar o passado, o presente e o futuro, e a lidar melhor com os altos e baixos da nossa história... A coletiva e a individual.
PS - Há mais de 4 décadas a trabalhar e a viver em Lisboa, tive a agradável surpresa de ver desfilar (e depois encontrar) os meus amigos da Lourinhã e os jovens músicos da AMAL, começando pelo Pedro Margarido, generoso e popular autarca que acompanhou a banda, e - surpresa das surpresas - o Paulo Torres, meu 3.º primo, na qualidade de diretor da AMAL...
O mundo é pequeno e em português nos entendemos... O Paulo pertence a uma família de grandes tradições musicais, com ligações à banda filarmónica local: estou-me a lembrar do seu avô materno (o meu tio-avô Francisco Sousa, o "Fofa") e o seu tio Carlos Sousa, sem esquecer o outro seu tio, o António Sousa, fundador e músico do conjunto "Dó-Ré-Mi" nos anos 50/60, todos já falecidos... O Carlos passou a paixão da música a um dos filhos, talentoso percussionista e promissor maestro... (Creio que faz parte da banda sinfónica do Exército, não tenho a certeza).
Por sua vez, a mãe do Paulo, a minha prima Milu, é uma pessoa que me é muito querida... Confesso que não o reconheci de imediato, ao Paulo, aparecido ali de repente na Av da Liberdade, junto ao autocarro que levaria os músicos de regresso a casa. E no entanto eu tinha estado muito recentemente com ele e a mãe, na Lourinhã. Disse-me que tem dois filhos na banda... É portanto a quarta geração dos Sousa!...
Um pouco de genealogia: a minha bisavó paterna, Maria Augusta Maçarico (Ribamar, 1864 - Lourinhã. 1932) casou com o José de Sousa, da Lourinhã, de quem tece 7 filhos nados-vivos, incluindo a minha avó, Alvarinha de Sousa, que irá morrer jovem, em 1922, de tuberculose, tinha o meu pai 2 anos... O meu avô paterno, Domingos Henriques, viúvo, casou pela terceira vez. O meu pai foi criado pelo Francisco Sousa, o "Fofa"...
Esse casal, Maria Augusta Maçarico e José de Sousa, eram, pois, os nossos bisavós, meus e do Paulo Sousa Torres...
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Nota do editor:
Último poste da série > 29 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18023: Fotos à procura de... uma legenda (96): Lisboa, Quinta das Conchas e dos Lilases: o outono do nosso descontentamento