quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3416: Album fotográfico de Santos Oliveira (2): Tite, Tempestade tropical

1. Dando continuidade ao Álbum fotográfico do nosso camarada Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf do Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66, apresentamos estas fotos com o título Tempestade tropical, tiradas em Tite, numa noite do mês de Junho do longínquo ano de 1965.

Todos nos lembramos de quanto eram bonitas e medonhas estas tempestades acompanhadas de violentas trovoadas. Quantas vezes os relâmapagos foram a única luz que tínhamos para nos ajudar nas progressões nocturnas. As fotos não precisam de legendas, mas os nossos camaradas podem comentar, relatando as suas impressões e emoções ao passarem por situações parecidas. CV










Fotos: © Santos Oliveira (2008). Direitos reservados


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Nota de CV

Vd. primeiro poste da série de 15 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3318: Album fotográfico de Santos Oliveira (1): Tite

5 comentários:

Anónimo disse...

Gostei destas fotos
a)são a preto e branco
b)as trovoadas,metiam respeito,mas
tinham enorme beleza.
Um abraço ao Fernando Oliveira
P.Santiago

António Matos disse...

Eu também, Santos Oliveira, eu também recordo uma ocasião que saí para uma operação ao Choquemone mas fomos apanhados repentinamente por uma dessas fabulosas tempestades tropicais quando ainda nem sequer tínhamos ultrapassado o campo de minas da estrada Bula-S.Vicente ( só depois dele é que o "festival" começava )e ficámos de tal maneira inoperacionais com as cartas destruídas, as armas a ameaçarem dissolver-se, a bucha feita em açorda, que tivemos que ser recolhidos para fazermos nova toillette e avançarmos, então, devidamente apresentáveis, para a dança ...
Para além deste cenário diluviano, não esqueço a altura do desabar da tromba de água que foi precedida dum raio mesmo por cima de nós e que acertou em cheio num embomdeiro a escassos metros de distância e perante cujo clarão, em pleno dia, nos cegou literalmente enquanto se sentia como que uma descarga eléctrica a trespassar-nos o corpo.
Senti-me pequenino !

Anónimo disse...

Fernando,
Tu que conhecias a mata de Cufar Nalu sabendo como ela era, também tivemos uma experiência em plena mata.
Julgo recordar que seria meados de Julho o 2º. grupo de combate da C.CAÇ. 763, o meu, fomos apanhados de noite no meio da mata.
Pareciam as tuas (ameixas) a caírem sobre nós.
A Natureza quando explode é fantástica.

O velho ABRAÇO,

Mário Fitas

Juvenal Amado disse...

Camarada Oliveira
As fotos estão óptimas. A trovoada a preto e branco como me lembro delas.
Lembro-me quando nos apanhavam na picada e nos faziam passar a noite atascados na dita. (entre Galomaro e Camcolim ou Dulombi).
Quando faziam rebentar os fornilhos mandando toda a gente para as valas.
Grandiosas e aterradoras como o camarada anterior escreve faziam-nos parecer pequeninos e contra tal violência da natureza nada valiam as armas que tinhamos por companheiras.

Um abraço
J.Amado

Santos Oliveira disse...

Camaradas

Em particular ao
Paulo Santiago, António Matos, Mário Fitas e Juvenal Amado, que amavelmente comentaram estas fotos duma tempestade de Verão, os meus agradecimentos sinceros.

São as fotos que que me restaram de um rolo de 26; as outras (as melhores) andam por aí espalhadas sei lá por onde. Coisas boas como livros que se emprestam e não mais voltam. Foi deste modo que as perdi. Se alguém vir ESTAS e tiver em seu poder as OUTRAS que fazem parte do conjunto, pode muito bem fazer cópias e mandar-mas (mesmo anonimamente) que eu saberei compreender, sem ressentimentos ou rancores.
Tenho pena porque me faziam recordar aquele arrepio, o suspender da respiração e o vazio na barriga o quanto de belo e terrível eu, como vós, pude testemunhar. Nesta tempestade e noutras, sobretudo na Ilha do Cômo, senti medo, porque a Natureza no seu mais puro esplendor é indomável e incontrolável.
Acho que merece ser referido que as fotos foram feitas sem ter havido qualquer preparação ou mesmo tripé; apenas disparei, tremendo, sacudido pelo ribombar e pelos relâmpagos, sem qualquer enquadramento visível , mas que a violência suprema e constante desta tempestade, não deixou fosse desperdiçado nenhum negativo. Ainda bem. O preto e branco era o que havia. A democracia da cor, ainda não havia chegado. Com esta exposição pública, poderá acontecer o milagre da reunificação das restantes.

Nas trovoadas mais violentas que por cá tenho passado, digo-vos: respeito muito , adoro o espectáculo, mas nunca me senti verdadeiramente pequenino. Lá, seguramente , EU FUI E SENTI-ME PEQUENINO, como refere o António Matos.
A todos, o meu abraço Santos Oliveira