Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 29 de março de 2009
Guiné 63/74 - P4093: Agenda Cultural (5): Poetas da guerra colonial em conferência internacional, Coimbra, CES/UC, 30/3/2009 (Cristina Néry)
Universidade de Coimbra > Centro de Estudos Sociais (CES) > Página de rosto do sítio Poesia da Guerra Colonial e programa da Conferência Internacional Poesia da Guerra Colonial: Uma Ontologia do 'Eu' Estilhaçado, Coimbra, CES, 30 de Março de 2009
1. Mensagem enviada ontem por Cristina Néry Monteiro:
Caro Luís Graça e Camaradas da Guiné,
No ambito do Projecto de Investigação "Poesia da Guerra Colonial" que está a ser desenvolvido no Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra, sob coordenação da Doutora Margarida Calafate Ribeiro, venho por este meio repetir o envio da divulgação e o convite para estarem presentes na Conferencia Internacional sobre Poesia da Guerra Colonial, que terá lugar no próximo dia 30 de Março. Em anexo envio o Cartaz, o programa e deixo abaixo o link para a página do projecto que está agora disponível on-line.
http://www.ces.uc.pt/projectos/poesiadaguerracolonial/pages/pt/agenda.php
Se, desejarem fazer um post no vosso Blogue, agradeceríamos muito e teríamos todo gosto.
Agradeço a atenção e peço, por favor, a divulgação deste evento junto de todos. E, já agora, a título pessoal, agradeço a todos e a todas aqueles que tem respondido aos meus apelos via email e via carta.
Muito obrigada.
Cristina Néry Monteiro (Investigadora Júnior no Projecto de Investigação "Poesia da Guerra Colonial"/CES/Universidade de Coimbra)
2. Notas e comentários de L.G.:
(i) Sobre o projecto Poesia da Guerra Colonial, pode ler-se a seguinte informação síntética no respectíbo sítio:
O Projecto
A experiência de Portugal na guerra colonial (1961-74) teve o seu registo estético na narrativa, dando origem a mais de uma centena de romances sobre o tema e na poesia com uma vasta e ainda não delimitada produção. Esta poesia, de autores directa e indirectamente envolvidos na guerra, e elaborada, ou no momento da vivência do evento bélico, ou em seguida, enquanto espaço de memória e de elaboração pós-traumática, carece de atenção, reflexão e divulgação.
Este projecto visa realizar uma primeira e exaustiva recolha crítica do material poético acessível, não só enquanto poesia de guerra no panorama literário ocidental e português em particular, mas também enquanto valioso testemunho subjectivo de um episódio marcante do século XX português, que modificou a própria identidade histórica de Portugal. O projecto propõe-se reunir um banco de dados amplo do arquivo poético da memória da guerra colonial e combiná-lo com uma organização de uma antologia de poemas de guerra. Trata-se de um projecto aberto à colaboração.
(ii) Eis alguns dos poemas selecionados e divulgados pela página supracitada:
Casimiro de Brito, “O fogo”
Domingos Lobo, “Os ofícios do medo”
Fernando Assis Pacheco, “Monologo e explicação”
Fernando Grade, “O meu major deveria ter sido capitão-de-mar-e-guerra”
Fiama Hasse Pais Brandão, “Sítios de campo”
Joaquim Pessoa, “Soneto anti-colonialista”
João de Melo, “Os corpos”
Luiza Neto Jorge, “Balada apócrifa”
Manuel Alegre, “Ainda”
Natércia Freire, “Guerra”
Ruy Belo, “A guerra começou há trinta e quatro anos”
(iii) O nosso blogue congratula-se com (e a apoia) esta iniciativa. Infelizmente não estamos organizados para poder estar formalmente representados na Conferência. Mas é desejável que algum dos membros da nossa Tabanca Grande, poetas ou interessados na poesia da guerra colonail, nomeadamente com residência na região de Coimbra, possam passar lá amanhã, pelo CES/UC. A inscrição é gratuita e pode ser feita em linha. Eu própriio gostaria de poder participar. Mas não tenho disponibilidade amanhã. Só soube desta iniciativa ontem à noite, quando abri a caixa de correio do blogue.
Já tínhamos seguinte previamente contactados pela Cristina Néry, em 25 de Junho de 2008.
Caro Luís Graça,
Peço desculpa pela abordagem tão directa, mas não tenho outra forma de o contactar.O meu nome é Cristina Néry Monteiro e sou Assistente de Investigação do Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra e a minha área de trabalho é justamente a temática da Guerra Colonial.
O blogue [Luís Graça & ] Camaradas da Guiné é alvo da atenção das minhas pesquisas diariamente, por diversas vezes, e, por isso, desde já aproveito para lhe endereçar os meus cumprimentos pelo interesse e entusiasmo com que ele brinda os visitantes. É um documento incandescente contra o esquecimento.
Recentemente, tive a oportunidade de conversar com o Coronel Diamantino Gertrudes da Silva, na sua casa, em Viseu, e ele insistiu no interesse de eu o contactar e aos colaboradores do blogue acerca do meu projecto, uma vez que ele julgue que me possa ser uma ajuda preciosa e muito útil.
Passo a explicar: o projecto de investigação que estou a levar a cabo intitula-se Poesia da Guerra Colonial e tem, entre outros, como objectivo a recolha de textos poéticos ou outros acerca da temática. E não me refiro apenas aos poetas que estão publicados mas sim a todos aqueles e aquelas que escreveram e escrevem sobre a guerra.
A pesquisa tem sido tremenda mas quem corre por gosto não cansa. Até porque eu própria sou filha e neta da Guerra. O meu pai esteve na Guiné em 73/74 e o meu avô, Sargento-Chefe Adelino Néry, foi militar de carreira e cumpriu várias missões no ultramar. Em suma, é nesse sentido que lhe escrevo porque julgo poder ser um contacto interessante e muitíssimo útil nessa minha recolha solitária. Solicitava-lhe então que caso tenha conheceimento de poetas, livros, textos dispersos, potenciais contactos, o favor de me enviar para esta morada de email.
Agradeço antecipadamente a atenção e continuarei a ser uma visitante atenta do blogue. Quero deixar também, em jeito de simpatia e homenagem, uma micronarrativa de minha autoria, recentemente publicada na Revista Minguante, disponível em: http://minguante.com/?num=10&textos=cristina_nery
Com os melhores cumprimentos,
Cristina Néry
No mesmo dia, recebi outro mail, com o seguinte conteúdo:
Caro Luis Graça:
Peço desculpa, mas ao mail anterior ficou por juntar mais um pedido, que procedesse, por favor, à divulgação do projecto pelos diversos camaradas, para que talvez fosse criada uma rede de contactos e interesses. Teria muito gosto em que no final desta minha vasta pesquisa pudessem figurar no obejectivo final do projecto - a publicação de uma antologia de poesia da guerra colonial o mais representativa possível dos autores existentes sobre a temática.
Muito obrigada.
Renovados cumprimentos, Cristina Néry
Na altura, com a caixa de correio entupida, e os afazeres bloguísticos, não nos foi possível dar a melhor atenção a este pedido de colaboração que, no entanto, foi recebida por nós com simpatia. Espero que, de futuro, posssamos dar continuidade a este contacto. Congratulamo-nos pelo facto de ver a filha de um camarada nosso eleger a poesia da guerra colonial como um tema de investigação académica. Agradeço-lhe as palavras amáveis com que se refere ao nosso blogue. Peço, por outro lado, aos nossos poetas (e leitores de poesia) que lhe dêem a melhor colaboração possível. Desejo à Cristina e demais elementos da equipa do projecto votos de sucesso, pessoal e profissional. Da nossa parte, um Alfa Bravo (abraço). Luís Graça & Camaradas da Guiné.
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1 comentário:
É pena que esta recolha de poesias sobre o tema da guerra do ultramar tenha só "uma face".
Eu sugiro que procurem outros como por exemplo "Vestiram-se os Poetas de Soldados" uma antologia seleccionada e prefaciada por Rodrigo Emílio e publicada em l971 pela Editora Cidadela.
Chega de monocromia.
Mário Dias
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