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Caro Luis Graça,
Entre dois sonos de sofá, despertei com a curiosidade saudosista para apreciar mais um dos episódios que Joaquim Furtado realizou sobre a guerra do ultramar, a nossa. Teria já perdido algumas cenas mas, ao falarem na Guiné, foi como se se tivesse desprendido uma das molas do tal sofá e eis-me de olho arregalado na fixação do ecrã.
Há estórias de que desconhia os pormenores e esta é uma delas.
Em Fevereiro de 1969 ainda me dedicava a uma prazenteira vida civil, daí que não vivesse a realidade da guerra.
Porém, e depois de ter passado os 2 anos da praxe a dar o corpo ao manifesto em terras do fim do mundo, não posso deixar de me insurgir com a petulante afirmação desse general (permito-me omitir-lhe o nome pelo asco com que lhe fiquei), que me desrespeitou de maneira ignóbil com a desfaçatez dos estúpidos e dos mal-agradecidos.
Comungo com o camarada Mário Pinto (**) no desabafo perante o qual eram os milicianos que normalmente morriam FORA DO ARAME FARPADO e isso, só por si, deveria ser levado ao blogue com foros de 1ª página, para que o escândalo das afirmações gratuitas e patetas sejam do conhecimento de todos os ex-combatentes para que o seu direito à indignação seja revelado à exaustão.
O desprezo pela afirmações do general (ainda que passados 40 anos sobre este e outros acontecimentos) é tal que me faltam as palavras que indelevelmente traduzam este estado de espírito.
Um abraço,
António
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Notas de L.G.:
(*) Vd. poste de 1 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3390 Tabanca Grande (95): António Garcia de Matos, ex-Alf Mil da CCAÇ 2790, Bula (1970/72)
(*) Vd. poste de 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4090: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (2): Recuso-me a ser um bandalho e um rato cheio de medo (David Guimarães)
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